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 Criminalização dos clientes 
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Mensagem Criminalização dos clientes
Tava a ler o blog do classificadosx: https://www.classificadosx.net/pt/blog/ ... ostituicao

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Esta semana eu e todos vocês que acompanham aqui o blog foram informados que se prevê que a lei em Portugal mude, transformando assim os clientes dos serviços sexuais em «criminosos»


Ouviram alguma coisa destas? Pesquisei na net e não encontrei nada

20 Mai 2019

 
 
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Mensagem Re: Criminalização dos clientes
Já ouvi algo nas notícias sobre isso mas mais em relação à profissão delas, regulamentação, impostos, etc.

Se isto for para a frente vamos começar a pagar mais por causa dos impostos, taxas e taxinhas...

Deixem estar as coisas como estão.

20 Mai 2019
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Mensagem Re: Criminalização dos clientes
Tá bonito tá.

As boas a reformarem-se
Todas a subir de preços por pressão do cartel
A RGPD a bloquear números de telefone
Os sonegadores a encherem as agendas todas e não partilhar nada
E por fim, um gajo ir preso por pagar por um broche

20 Mai 2019
Putanheiro5

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Mensagem Re: Criminalização dos clientes
Regulamentação é apenas uma forma de criar ilegais sujeitas à respectiva (e apetecida) perseguição.

Cobrar impostos, eu percebo a ideia, mas é perfeitamente imoral (para não dizer nojento) estabelecer que quem vende o corpo deve entregar uma parte ao Estado.

Apenas seria moral cobrar impostos a quem as explora, mas sendo isso crime de proxenetismo não estou a ver como poderiam encaixar isso no IRS (ou no IRC), IVA, etc.

O mais perigoso no meio disto tudo são os moralistas indisfarçados que, como água em pedra dura, já conseguiram lavar muitos cérebros.

Deve que vi (entre muitas outras coisas) 2 carros de carsharing eléctrico (há opção mais ecológica?) num estacionamento público bloqueados e prontos a serem rebocados por famigerada empresa camarária por estarem a prejudicar os superiores interesses comerciais desta já pouca coisa me surpreende e não há dúvida que isto é cada vez mais cada um por si sem ter muito para onde fugir.

20 Mai 2019
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Mensagem Re: Criminalização dos clientes
alucinante Escreveu:
Tava a ler o blog do classificadosx: https://www.classificadosx.net/pt/blog/ ... ostituicao
Citar:
Esta semana eu e todos vocês que acompanham aqui o blog foram informados que se prevê que a lei em Portugal mude, transformando assim os clientes dos serviços sexuais em «criminosos»

Ouviram alguma coisa destas? Pesquisei na net e não encontrei nada

Também aqui, no Fórum da "Sala de Convívio", existe um tópico chamado "Trabalho sexual, políticas e direitos humanos" - http://gp-pt.net/forum/viewtopic.php?f=34&t=58497 - que foi iniciado, em 2017, pelo Confrade "Tinoni" - e algumas mensagens nesse tópico incluem "links" para notícias que têm sido publicadas sobre legalização, regulação e/ou proibição da atividade. Nesse tópico, as mensagens mais recentes que encontro relacionadas com este tema são as seguintes:

Divulgada por mim:
  • Sobre a situação em Portugal e, especificamente, em Lisboa (na mensagem http://gp-pt.net/forum/viewtopic.php?p=1224620#p1224620):

    Câmara de Lisboa aprova estratégia para a prostituição | Prostituição | PÚBLICO
    https://www.publico.pt/2018/11/16/local/noticia/camara-lisboa-aprova-estrategia-prostituicao-1851401

  • Sobre a situação na Nova Zelândia (na mensagem http://gp-pt.net/forum/viewtopic.php?p=1227895#p1227895):

    Reportagem na Nova Zelândia sobre trabalho sexual: Um exemplo para o mundo
    https://www.classificadosx.net/pt/blog/noticias-do-mundo-do-sexo/item/reportagem-na-nova-zelandia-sobre-trabalho-sexual-um-exemplo-para-o-mundo

Divulgadas pelo Confrade Tinoni:

20 Mai 2019
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Mensagem Re: Criminalização dos clientes
alucinante Escreveu:
Tava a ler o blog do classificadosx: https://www.classificadosx.net/pt/blog/ ... ostituicao

Citar:
Esta semana eu e todos vocês que acompanham aqui o blog foram informados que se prevê que a lei em Portugal mude, transformando assim os clientes dos serviços sexuais em «criminosos»


Ouviram alguma coisa destas? Pesquisei na net e não encontrei nada


É um texto especulativo. Não tive paciência para ler tudo, mas a segunda frase é já uma pérola.


Regulamentação da prostituição!
Concordo com regulamentar a profissão de profissional do sexo, mas não quero um rótulo na testa.

Esta semana eu e todos vocês que acompanham aqui o blog foram informados que se prevê que a lei em Portugal mude, transformando assim os clientes dos serviços sexuais em «criminosos». Uma das formas de impedir isto é a revolução e tentar manter as coisas como estão ou lutar para regulamentar a profissão de profissional do sexo.

TugaEris
Webcamgirl viciada em shows eróticos virtuais, fascinada pelo mundo do sexo e tudo o que rodeia procurando dar a conhece lo através da escrita.

Basicamente é uma menina que tenta escrever alguma coisa que chame a atenção e lhe traga clientela na webcam. O assunto é interessante e importante, de qualquer forma. O Parlamento Europeu aprovou há cinco anos uma recomendação de criminalizar os clientes, seguindo o modelo começado na Suécia e adoptado na França e julgo que noutros países.
É o proibicionismo. Mas cada país decide por si. Por enquanto, por cá, só o lenocínio (exploração sexual de outrém com fins de lucro) é proibido. A prostituição é alegal, não é reconhecida como profissão, mas quem a pratica não infringe a lei, nem quem recorre a ela.

O que não quer dizer que na próxima legislatura isso não mude... O PS tem um pé cá e outro lá, o PCP apoia o abolicionismo, o Bloco é contra, a direita depende da hora do dia.

20 Mai 2019
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Mensagem Re: Criminalização dos clientes
Citar:
mas é perfeitamente imoral (para não dizer nojento) estabelecer que quem vende o corpo deve entregar uma parte ao Estado.


Desculpe lá caro confrade mas vender o corpo não vendemos todos?

21 Mai 2019
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Mensagem Re: Criminalização dos clientes
Isto nunca vai passar do papel. Vai ser tipo a ultima jogada política sobre a atribuição integral do tempo de serviço aos professores.
Com a agravante de a maioria dos deputados serem homens e alguns (provavelmente bastantes) serem clientes deste tipo de serviço.

Acho que no limite podem tentar junto com a AT montar uma estratégia qualquer de fiscalização mais apertada para tentar apanhar mais uns milhões em impostos.
Tenho visto a AT apertar o cerco em muitos sectores. Li que contrataram num passado não muito longínquo umas centenas largas de inspectores estagiários para reforçar equipas de fiscalização.

Pelo que podemos todos ver, mais não seja pela recente e ridícula operação feita no meio da estrada a tentar penhorar viaturas aos condutores.
Esta operação, pensada certamente por um completo idiota, tinha tudo para dar no que deu. Ridicularização e humilhação pública dos próprios demonstrando aos que ainda não sabiam, que os funcionários da AT andam completamente cegos com a ganância e farão tudo para obter mais um comissãozinha.

Isto tudo para dizer que não me admirava nada que montassem uma equipa "especializada" em "massagens" e desatassem a marcar visitas ás acompanhantes que anunciam por essas internetes fora. Fodendo-as, não fisicamente mas monetariamente e estragando as agendas aos confrades que procuram foder outras coisas.
Acredito que no futuro, mas não para já, a AT venha a incidir sobre este negócio e que a maioria das GPs, ou pelo menos as que quiserem evitar problemas de maior, poderão ser forçadas a abrir actividade de massagistas e passarem recibo ao consumidor final pelo serviço efectuado de vez em quando para enganar o sistema.

Depois, sobre o que acontece na privacidade da sala de massagem entre 2 adultos livres e de espontânea vontade, julgo que será muito difícil de provar ser crime ou não.

Quantos confrades já não acabaram por cair nas graças e acabaram a foder massagistas que prestam apenas serviço de massagem (BB, DM, etc...) a 99% dos confrades ?

18 Jun 2019
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Mensagem Re: Criminalização dos clientes
sexxx Escreveu:
Acredito que no futuro, mas não para já, a AT venha a incidir sobre este negócio e que a maioria das GPs, ou pelo menos as que quiserem evitar problemas de maior, poderão ser forçadas a abrir actividade de massagistas e passarem recibo ao consumidor final pelo serviço efectuado de vez em quando para enganar o sistema.


A legislação actual não dá espaço de manobra para a Autoridade Tributária actuar nos espaços de convívio, seja com multas ou outro tipo de enquadramento das actividades de gp's ou clientes. A legislação não reconhece o convívio como profissão ou actividade económica, e faz por ignorar a questão dos rendimentos auferidos no exercício dessa actividade, mesmo os de outros envolvidos que recolham parte desses rendimentos, como madames, chulos e correios da manhã.

A União Europeia há cinco anos fez uma recomendação aos estados membros de proibir e criminalizar a procura ou solicitação de serviços de prostituição, por parte de clientes. Cada estado decide por si, e o nosso parlamento não chega a entendimentos sobre o que fazer. É certo que a nossa realidade social no meio da prostituição é muito diferente da da França, por exemplo. Lá as máfias da Europa de leste, África e Ásia são extremamente efectivas,e há muitas mulheres que se prostituem em circunstâncias sempre pouco claras, mas seguramente sob coacção. E desde 2016 elas são consideradas vítimas de opressão e violência contra a Mulher, e não são criminalizadas, mas os proxenetas e os clientes sim. O que é que isso deu até agora na prática, não sei. Mas leio uns rumores de que não está a dar o resultado que desejavam quando instituíram a lei.
Um estudo recente em França conclui que a lei da prostituição implementada há dois anos veio trazer mais dificuldades àqueles que deveria proteger e agravar a precariedade social no país.

https://pt.euronews.com/2018/04/12/lei- ... -em-franca
De acordo com a pesquisa, 63 por cento dos trabalhadores na prostituição denunciam ter agora piores condições de trabalho, enquanto 78 por cento estão a ganhar menos dinheiro e a ter mais dificuldades de subsistência.

https://br.sputniknews.com/europa/20180 ... ao-franca/


Profissionais do sexo protestaram em Paris contra uma lei de 2016 que visa regularizar o trabalho delas. As manifestantes disseram que, ao invés de reduzir, somente elevou os casos de abuso sexual, pois agora é preciso trabalhar em lugares deploráveis e arriscados.


Com a actual legislação a AT, ou outra autoridade, se assim decidir, pode tornar a vida um pouco mais "desconfortável" a pessoas do meio, mas não mais do que isso. Não tem poderes, nem meios, nem legislação que suportem actividade repressora, punitiva ou recolectora de multas. E, na verdade, se bem que circula muito dinheiro não colectado neste meio, a AT tem muito mais com que se entreter, por este País fora.

18 Jun 2019
Confrade

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Mensagem Re: Criminalização dos clientes
doncorleone Escreveu:
Um estudo recente em França conclui que a lei da prostituição implementada há dois anos veio trazer mais dificuldades àqueles que deveria proteger e agravar a precariedade social no país.


Isso porque a lei foi feita para punir o acto, não para proteger ninguém.

18 Jun 2019
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Mensagem Re: Criminalização dos clientes
Algumas das pessoas criadoras e apoiantes da lei tiveram esse espírito, sim. Vi uns vídeos no youtube de apoio à lei que são uma verdadeira lástima, em termos ideológicos. Mas não podemos pôr todos no mesmo saco. A realidade das mulheres exploradas por máfias é um facto, as autoridades não conseguem (ou não querem) acabar com isso, e a opinião pública é muito sensível ao assunto. Nós cá não temos a mesma realidade, pelo menos de forma tão visível, e os nossos costumes são mais brandos, como sempre, mas se as circunstâncias se agudizarem a percepção pública muda também.

Quando reflicto sobre este tema chego quase sempre à conclusão de que o melhor, cá , é deixar as coisas como estão. O tempo vai mudando a realidade e as mentalidades, mas por enquanto não creio que seja melhor legalizar e consagrar como uma profissão, porque abre o caminho às tais máfias. Nem proibir, claro. Se um dia criminalizarem os clientes por cá, será um dia sombrio para todos nós, clientes, gp's, madames e até muitos deputados, porque as mãezinhas deles também não vão gostar.

18 Jun 2019
Prata
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Mensagem Re: Criminalização dos clientes
doncorleone Escreveu:
Nós cá não temos a mesma realidade, pelo menos de forma tão visível


Pelo que me apercebo, cá a repressão tem sido dirigida para as máfias de Leste - o recente caso da máfia romena em Aveiro, por exemplo - que actua na prostituição de estrada e (com ou sem "associados" locais), nos bares de alterne da província. E, nesses casos de verdadeiro tráfico, acho que só se peca por defeito. Aqui e acolá, há uma ou outra "casa" (a "Michelle" foi, julgo, o mais recente) que é fechada mas quer parecer-me que, para isso acontecer há-de haver fortes motivos - se calhar extra-prosituição, não faço ideia, é só um palpite - para isso acontecer.

doncorleone Escreveu:
porque as mãezinhas deles também não vão gostar.


doncorleone, vai desculpar mas aqui "fugiu-lhe o pé para a chinela", o que não é nada habitual em si. Nunca entendi porque o insulto é "filho da put*" (nunca deixarei de considerar a prostituição como uma muito nobre e digna actividade) e não "filho de um chulo".

18 Jun 2019
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Mensagem Re: Criminalização dos clientes
doncorleone Escreveu:
Se um dia criminalizarem os clientes por cá, será um dia sombrio para todos nós, clientes, gp's, madames e até muitos deputados, porque as mãezinhas deles também não vão gostar.

Tinoni Escreveu:
doncorleone, vai desculpar mas aqui "fugiu-lhe o pé para a chinela", o que não é nada habitual em si. Nunca entendi porque o insulto é "filho da put*" (nunca deixarei de considerar a prostituição como uma muito nobre e digna actividade) e não "filho de um chulo".


Foi uma malograda tentativa de fazer uma piadinha. Mea maxima culpa. Foi só para lembrar que o deputado é, por inerência do cargo, filho da mãe do deputado.



Mas voltando ao assunto, a prostituição merece e precisa de ser enobrecida e dignificada, sem dúvida, e mais ainda quando é tão estigmatizada como em França, actualmente. Curiosamente, parece é que a criminalização dos clientes e vitimização das prostitutas acabou tendo interferência devastadora para elas no exercício da profissão: menos rendimentos, menos segurança, menos estabilidade, mais exposição às máfias.

Por cá não me admira que numa futura mudança no parlamento se queiram mudar as coisas... para já parece que vão deixando como está. Mas creio que os adeptos do proibicionismo são mais ruidosos e mediáticos do que os que querem combater o estigma e integrar sem controlar.

19 Jun 2019
Confrade

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Mensagem Re: Criminalização dos clientes
doncorleone Escreveu:
Quando reflicto sobre este tema chego quase sempre à conclusão de que o melhor, cá , é deixar as coisas como estão. O tempo vai mudando a realidade e as mentalidades, mas por enquanto não creio que seja melhor legalizar e consagrar como uma profissão, porque abre o caminho às tais máfias.


Não entendo porque é que a legalização abre necessariamente o caminho às máfias. Havia de dizer que quando as coisas estão escondidas, há sempre mais manobra para a exploração.

Em relação às mentalidades, acho que o governo está sempre numa posição de muda-las. Já se viu no passado com as campanhas do uso do preservativo, anti-tabaco, anti-racismo, sensibilização para o meio-ambiente, etc.

19 Jun 2019
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Mensagem Re: Criminalização dos clientes
Freddo Escreveu:
doncorleone Escreveu:
Quando reflicto sobre este tema chego quase sempre à conclusão de que o melhor, cá , é deixar as coisas como estão. O tempo vai mudando a realidade e as mentalidades, mas por enquanto não creio que seja melhor legalizar e consagrar como uma profissão, porque abre o caminho às tais máfias.


Não entendo...


Em países onde a prostituição é legalizada as máfias tendem a instalar-se no negócio, de forma por vezes camuflada, por vezes perfeitamente às claras (e aí já não devemos chamar-lhes "máfias", quando muito , se quisermos, "corporações do sexo"...).

Eu não posso falar muito pelo que eu próprio tenha visto, mas cheguei a ver, na Alemanha, um prédio, de acesso discreto mas público, muito largo e com quatro pisos cheios de janelas numeradas voltadas para a rua, com uma menina em cada janela. Os clientes entravam no prédio tendo já escolhido a menina, de entre as disponíveis e visíveis, e subiam para os quartos orientados pelo/a recepcionista.
Eu não era ainda cliente de prostitutas na época (foi em 2006; a prostituição foi legalizada lá em 2002), de modo que não subi, mas fiquei por ali uns vinte minutos a ver o movimento e a interacção entre as meninas das janelas e os homens, alguns muito jovens e em grupo, que estavam em baixo. Era um ambiente de convívio completamente diferente dos que eu conheci por cá. Já conhecia Amsterdam e o Red Light District há muito tempo, aquilo não era propriamente novidade total para mim, mas havia alguns elementos novos. Era como um complexo industrial, uma "linha de montagem", ou talvez melhor um centro comercial do sexo... em que muito do que aqui se faz discretamente, quase secretamente, na aproximação do cliente à prostituta, lá era às claras e massivo. Uma queca era a partir de 30 rosas, parece-me. E havia máfias a ganhar muito com aquilo tudo. Foi um momento marcante para mim, que até aquele momento não tinha nenhuma experiência nem à vontade com o meio da prostituição. Sobretudo ficou-me na memória um grupo de adolescentes, alguns eufóricos por terem tido uma experiência sexual, talvez a primeira, outros hesitantes, ou com cara de que não era bem com aquilo que tinham sonhado, e tudo à vista de quem, conhecendo o acesso, discreto mas público, lá quisesse ir olhar.
Perguntei-me algumas vezes se gostaria de ver um ambiente assim aqui em Lisboa... nunca me consegui responder satisfatoriamente.

Sobre a Alemanha e a realidade do sexo pago, ponho aqui uns artigos, que não vou recomendar porque ainda não li e analisei com a atenção necessária, nem verifiquei outras fontes com rigor. (É o problema do excesso de informação: temos mais para ler do que os nossos olhos, mente, memória e tempo aguentam...) [b]


Não defendo os pontos de vista apresentados, nem tomo essa informação como fidedigna e inquestionável, mas creio que temos de ouvir muitas opiniões, perspectivas e relatórios de experiências, antes de formarmos a nossa própria opinião.

https://www.brasileiraspelomundo.com/pr ... 0804112781

A prostituição é legal na Alemanha, mas o país ainda passa por desafios nessa área. De acordo com o jornal Welt, o país se tornou o bordel da Europa, e a nova regulamentação de 2002 deu uma contribuição para a chegada nesse título. As prostitutas são vistas como trabalhadoras que devem pagar seus impostos e têm direito ao seguro de saúde e social.

Algumas moças chegam na Alemanha acreditando em promessas de pessoas desconhecidas de que a vida na prostituição é rentável. Outras são obrigadas e acabam virando propriedades de seus cafetões. Ainda há aquelas que fazem programas para conseguir pagar os estudos. Álcool e drogas fazem parte da rotina de muitas garotas de programa, para ajudar a encarar a realidade amarga e decepcionante. É sobre ela que escreverei a seguir.
O que é legal e ilegal?
– Como mencionei no início, as prostitutas devem pagar o imposto de renda e têm direito ao seguro de saúde, bolsa desemprego e aposentadoria. Elas têm que se registrar no Finanzamt (Departamento de Finanças) da região onde vivem. Todas as informações sobre o salário e gastos devem ser indicados na declaração do imposto de renda.
– Os bordéis com permissão são legais.
– O acordo entre um cliente e a garota de programa é considerado um contrato. Se o serviço foi feito, o cliente deve realizar o pagamento. Entretanto, e muito importante, é que se a prostituta decidir não realizar o serviço, nada pode obrigá-la. Ela tem todo o direito. Mas o pagamento do cliente deve ser devolvido.
– O contrato entre um bordel e uma garota de programa tem que indicar um salário, que deve ser pago até mesmo se ela não tiver recebido nenhum cliente.
– As mulheres não podem se prostituir em áreas proibidas das cidades.
– É ilegal a cobrança de 25 euros/dia para imposto sem justificativa, feita por bordéis. A prática acontece, infelizmente, em sete estados alemães.
– Sexo apenas com camisinha.
– As prostitutas devem se consultar com o médico uma ou duas vezes por ano. (...)

https://www.dw.com/pt-br/a-dura-realida ... a-44366258

A dura realidade das prostitutas na Alemanha
Prostituição voluntária é mito, afirma ativista. Ex-prostituta e policial revelam dia a dia de angústia, exploração e direitos negados; cafetões violentos, mulheres tatuadas como gado e bordéis lembrando galinheiros.

Em geral, Julia levava para seu quarto de dez a 12 homens por noite, por vezes até 14, e aguentava firme até as 3 horas da manhã. "Era tudo o que eu conseguia suportar", conta à DW. Outras, as que trabalhavam a noite toda e atendiam a exigências mais incomuns, atravessavam as longas horas graças a um coquetel de álcool e drogas.

A DW não pôde verificar independentemente a história de Julia (nome pelo qual seus clientes costumavam chamá-la), mas ela condiz com os relatos de assistentes sociais e policiais familiarizados com a indústria do sexo. A romena também mostrou fotos de sua época como prostituta, pedindo para não serem divulgadas, nem o seu nome verdadeiro.

Primeiro na rua, depois em casas particulares, bordéis e bares na Suíça, França, Grécia e, finalmente, Alemanha, Julia vendeu o corpo por uma década. Até março de 2018, um dia que ela dificilmente esquecerá: "O cliente me deu 100 euros pela hora, tudo normal. E aí acabou-se."

Foi seu último cliente, seu último dia como profissional do sexo, o último dominado pelo medo constante de não conseguir o suficiente para pagar a diária de 130 euros do quarto no bordel em que trabalhava e vivia. Toda noite, quer estivesse doente, quer a noite tivesse sido boa ou má, ela tinha que entregar o dinheiro, um total de quase 4 mil euros por mês.
E aquele dia foi também o último de um ciclo infinito de noites longas e dias curtos, de sorrisos forçados e falsa alegria.(...)

e sobre os países abolicionistas

https://brasil.elpais.com/brasil/2016/0 ... 63588.html

É proibido pagar por sexo na Suécia, França e outros seis países
Modelo nórdico, que castiga o cliente para lutar contra as redes e o proxenetismo, ganha força
Madri 21 ABR 2016 - 23:54 CEST
Na Suécia, quem paga para ter relações sexuais é um delinquente. O país nórdico foi pioneiro, em 1999, em penalizar os clientes da prostituição, que podem pegar até um ano de cadeia. Esse modelo, apoiado no princípio de que a prostituição é uma forma de violência contra as mulheres – elas são uma esmagadora maioria – e um sinal de desigualdade dos gêneros, tem se expandido pelo mundo. O mais recente país a adotá-lo foi a França, que dias atrás aprovou, após um longo trâmite parlamentar, uma lei que prevê multa de até 3.750 euros (cerca de 15.000 reais) para quem pagar por sexo.

A lei francesa reacendeu o debate sobre a prostituição e a conveniência de regulá-la ou aboli-la. A Suécia e a França apostam num novo modelo de abolicionismo, que em vez de penalizar as prostitutas – consideradas vítimas sem liberdade de escolha – propõe acabar com o comércio sexual fechando o cerco sobre sua clientela. Em outras palavras, sem demanda não há oferta. No lado oposto estão as correntes pela legalização, para as quais o trabalho sexual é uma atividade que pode ser exercida livremente, e por isso precisa ser regulamentada. É o que acontece na Holanda, onde as profissionais do sexo pagam impostos e obtêm contrapartidas sociais, e também na Dinamarca e na Alemanha.

Nos últimos tempos, o chamado modelo sueco – ou nórdico, já que os primeiros a copiá-lo foram alguns de seus vizinhos escandinavos – está ganhando impulso. Depois da Suécia, a criminalização dos clientes da prostituição já foi aprovada na Islândia, Canadá, Cingapura, África do Sul, Coreia do Sul, Irlanda do Norte e agora na França. A medida vigora também na Noruega, com o detalhe de que esse país pune também cidadãos seus que fizerem turismo sexual. Além disso, o Parlamento Europeu insistiu em 2014 para que os Estados membros da UE adotassem fórmulas semelhantes, e Bélgica, Irlanda e Escócia debatem atualmente projetos de lei baseados nesse novo abolicionismo. Outros países, como a Finlândia, apostaram num sistema híbrido: castigam a compra de serviços sexuais, mas só se a prostituta for vítima das redes de tráfico humano.(...)

19 Jun 2019
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