Bem, a ficha bancária não tem que ter qualquer menção. Já o fisco tem mecanismos para garantir a privacidade dessas pessoas, cuja informação não fica obviamente disponível nos serviços de finanças "normais".

Olá Joana... Creio que a criação de uma figura de "trabalhadora sexual" criaria mais estigma... e concordo que poucas se sujeitariam a isso, bem como a necessidade de passar recibos, principalmente se fosse necessário o NIF do cliente...

No entanto, uma figura de Profissional Recreativa que tivesse um valor mínimo estipulado para as contribuições e que lhe permitisse ter um estatuto de trabalhador independente parece-me bastante simples de implementar...

Vejo aqui duas possibilidades de atividade para a pessoa se coletar:

1311 Ajudantes familiares;

1312 Amas;

"Não são as mulheres que se prostituem que precisam de ser reguladas, mas sim as casas que as exploram.

Sim, as casas que as exploram. Porque, apesar de fazerem falta, a grande maioria não oferece as condições mínimas de conforto às suas trabalhadoras. A perspectiva é puramente comercial, como se de uma venda de carne se tratasse e onde as mulheres são tratadas como gado. Uma das casas onde estive e de onde saí, a proprietária chegou a verbalizar essa opinião (de que éramos gado) entre a soberba de estar a ganhar dinheiro ás nossas custas e o pouco ou nenhum valor que nos dava. Tínhamos um espaço pequeno para comer e descansar, sem cadeiras, onde se encafuava a caldeira, um frigorifico, uma mesa e uma única cadeira.... onde ela se sentava. Os clientes eram muito bem tratados.... mas os tempos eram controlados ao segundo e se pudesse ser menos tempo.... melhor. Perdi a conta à quantidade de vezes que levei grandes ralhetes, como se de uma criança se tratasse, por passar dez minutos do tempo "contratado" ou por não ter roubado tempo ao cliente. E estas não são as piores!!
Porque existem realmente piores.... daquelas que alguns clientes tanto gostam, onde as mulheres ganham nada ou quase nada, porque os preços são baixos e, podem ter a certeza, os proprietários ficam SEMPRE com pelo menos 50% do valor que o cliente paga. Só conheci uma casa onde as comissões eram diferentes, quando entrei. Sei que algumas casas aumentam a percentagem para tentar angariar mulheres.... mas, mais uma vez, que direitos e deveres, essas casas deveriam ter?? E volto a referir essas não são as piores.
Existem casas onde as mulheres vivem presas, violentadas, espancadas, torturadas e sem qualquer direito a saúde, a liberdade, onde toda a humanidade lhes é retirada e são tratadas como escravas... nos dias de hoje" https://lovingjoanna.blogspot.pt/2017/0 ... e.html?m=1



Não mudo uma vírgula.

Atenção, que a exploração é transversal a todas as atividades. Digo isto com todo o respeito pelas pessoas que se dedicam ao trabalho sexual.

E no entanto já o vi citado como exemplo, em cadeias de informação liberais americanas, de um país que encontrou as melhores soluções para combater um problema que de alguma maneira associo à prostituição, a toxicodepêndencia.

Isto vem no seguimento de uma velha polémica com que alguns estarão familiarisados.


Acho que é um excelente exemplo das pequenas coisas que uma regulamentação ajudaria a evitar.

Não vejo a associação entre a prostituição e a toxicodepêndencia. Mas o caso que apontas mostra que Portugal consegue acertar em muitas coisas.

https://www.cato.org/publications/white-paper/drug-decriminalization-portugal-lessons-creating-fair-successful-drug-policies

São ambas actividades marginais em que alguns lucram da exploração de muitos. Essa marginalização é em grande parte social, ao que acresce o facto de a put* ou o agarrado serem mais vísiveis, mais facilmente condenados socialmente do que os verdadeiros criminosos: o chulo e o dealer.

CIRS 1519 - Outros Prestadores de Serviços

"I think it’s a really good time to talk about sex work because we’re talking about sex more openly – sexual abuse, harassment, and rape. I actually think we’re in a place where the more critically minded of us can confront these issues head-on” https://www.theguardian.com/books/2017/ ... -interview

É de louvar trazer este assunto à baila. Só é pena que entre as interessadas não haja pelo menos meia dúzia com capacidade organizadora de contactarem uma advogada (de preferência) acho eu,que lhes defendesse os direitos de uso comercial da suas imagens.
Não faltarão para aí juristas...interessadas.
Ou será que elas gostam de continuar mensalmente a encher os bolsos das já multimilionárias casas ?
Continuem caros confrades a denunciar todos estes casos e talvez assim consigamos abrir os olhos a quem os tem bastante fechados.
Meninas organizem-se e certamente receberão os lucros devidos e com bons contratos não precisarão de dar tanto o corpo ao manifesto.
Obrigado.

Enviado do meu LG-V500 através do Tapatalk

Em nove anos confirmaram-se 111 vítimas de exploração sexual em Portugal

https://www.publico.pt/2018/02/24/socie ... al-1804295

https://www.publico.pt/2018/09/21/socie ... ce-1844745