Caso esta brigada venha a ser criada, eu sou forçado a admitir que, embora sofra de alzheimer, recordo vagamente ter conhecimento de muitas e muitas dezenas de crimes graves. Acrescento que o afluxo de sangue nas partes baixas tem habitualmente resultados milagrosos no avivar dessas memórias.

O que mais me espanta nesta situação, pelo menos por enquanto, é ainda não existir um processo judicial contra esta senhora. Não, não sou jurista, mas não confessou ela pelo menos dois crimes (evasão fiscal e atividade ilegal)?
Uma coisa é certa, mesmo tendo duvidas que consiga provar a atividade que alega ter sido praticada pelo cliente, já arruinou a vida de várias pessoas, a do cliente e a de toda a família do mesmo. E depois existe aquela postura, a de quem se sente no direito de julgar as pessoas que a alimentaram durante anos, os clientes, especialmente quando esse sustento foi, também durante muitos anos, obtido literalmente à conta da exploração de mulheres que optaram por se prostituir na(s) casa(s) dela. Além disso, sendo todos adultos e conscientes do que fazemos, e sendo uma qualquer atividade considerada como repugnante e até criminosa, será que quem lucra recorrentemente com essa atividade, tendo conhecimento da mesma, não é tão criminoso quanto a pessoa que o pratica? Não, não sou jurista e posso estar errado, mas tenho quase a certeza que é. E sendo tão preenchida de valores morais não deveria ter recusado a prestação de tal serviço? Ou será que recorreu a este esquema porque outro qualquer não lhe correu de feição?

Por acaso nunca me cruzei horizontalmente com esta quenga, nem tão pouco entrei em casas(s) dela, é que criminosas que instalam câmeras para identificar clientes é simplesmente assustador. Não que sejamos todos conhecidos ou alvos apetecíveis mas imaginem que por algum motivo entram na lista negra de uma quenga como esta, hoje identifica-te numa imagem, amanhã segue-te até ao carro para ver a tua matrícula... assustador.

Ultima questão. É legal utilizar a palavra deontologia quando se fala nesta atividade?

Elaborar um processo judicial, uma queixa, não é grátis. Só por si dificulta a sua apresentação. Se juntarmos que obter uma acusação bem fundamentada que leve a uma condenação satisfatória, também não é fácil. Além de que as despesas tidas não são recuperadas, custas, advogado, investigação, tempo despendido, deslocações. E ainda, o estar sujeito a pressões ou a outros incómodos leva a que tenha de haver um certo cuidado, disponibilidade e meios para uma queixa formal particular.

Ora, também não será de estranhar que tendo ela se posto a jeito, mesmo que esteja bem "calçada" (não se sabe), certamente poderá estar a ser alvo de discreta vigilância e, um passo em falso, uma "funcionária" descontente e vingativa, poderá levar a uma investigação que poderá conduzir a uma acusação pelo Ministério Público.

E sim, deontologia pode e deve ser aplicada a esta actividade. Ela comporta interacção entre pessoas e, como tal, tem de haver certas normas de comportamentos que respeitem ambos os envolvidos.

Por um lado é bom porque tudo podia ser mais transparente e "à luz do dia". Com menos enganos e afins.

Por outro, se for legal e se tornar mais aceitável, os preços poderiam disparar. Qualquer confrade que andou nestas andanças fora de portugal sabe do que falo, os preços em alguns países são de estourar a carteira completamente! Aqui há muito low cost mas também banhadas até dizer chega.

Thoughts?

Num país com governos de taxas e taxinhas não seria bom para nós nem para elas.

É ficar como está.

Concordo com o Tony Areias, com um desgoverno como o nosso, não antecipava bom futuro.
Mas admira-me como é que cá com a ganância de taxas e meter impostos em tudo, como é que ainda não fizeram isso..
Eu conheço pouco a realidade de outros países, mas Amesterdão, pelo menos na red light, não frequentei que fui com companhia feminina (erro colossal ) mas na net vi dizerem que andava à volta dos 50/80€.
Roma vi estes preços de cá, 150€ por 1h.. e Espanha depende, em Madrid na rua apanhasse gajas de 30/40€.. já em bares para o efeito, só fui a Ayamonte e pediam 150€ por uma oportunidade..

100%

Como está está bom.

A prostituição não é ilegal, por isso não precisa de ser legalizada. Aliás, faz parte da liberdade individual de cada um fazer sexo com quem quiser e como quiser, sendo consensual. Autodeterminação do individuo.
A única coisa proibida é a mediação do negócio de prestação de serviços sexuais, o que diga-se comparando com a mediação de outras actividades igualmente lúdica não se percebe o sentido Porque é que uma pessoa individual que arrenda uma casa pode ser acusado e condenado de lenocinio e o Correio da Manhã pode lucrar com a promoção de serviços sexuais? Não tem sentido a diferença de tratamento, embora não me pareça ilicito nem um nem o outros. A única diferença e o que pode ser criminalizado é obrigar pessoas a fazerem coisas contra vontade.
A presttração de serviços sexuais não precisa ser regulamentada como tal. A simple prestação de serviços, sem discriminar de quê em finanças e etc., é bastante para o estado explorar mais uma classe de trabalhadores.

Sinceramente eu acho que devíamos seguir o exemplo da Alemanha....

Tanto quanto sei as GPs preferem descriminalização (que é geralmente o caso em Portugal) ao invés da legalização.

A legalização da prostituição quer dizer regulamentá-la, ou seja um criar conjunto de estatutos, regras e castigos para as GPs. Quem tiver o poder de verificar, ou falsamente denunciar o incumprimento dessas regras voltar a ter um poder sobre elas parecido com o que os polícias e afins têm em países/estados onde a prostituição é ilegal (violam-nas). E para todas as que se encontrem numa situação ilegal por incumprimento das regras (como por exemplo não quererem ter que se identificar ao estado como prostitutas) é como se a prostituição continuasse ilegal (medo de se identificarem quando são atacadas).

Não sei se traria benefícios para os clientes, no passado (+100 anos) quando se legalizava a prostituição era para impedir as que tinham DSTs de trabalhar, ninguém estava preocupado com o bem-estar social/legal delas.

Mas parece-me que a tendência nos países ocidentais é de criminalizar a compra de serviços sexuais (mas não a venda) devido às correntes neo-feministas que identificam as GPs como vítimas e os clientes como vilões (já o propuseram no parlamento).


Acho que as diferenças de preço são ditadas mais pelas diferenças de poder de compra do que qualquer outra coisa. O preço do pito é provavelmente mais fidedigno do que o BigMac index.

E não é apenas quem arrenda casas a GPs (quer o saibam ou não) que se encontra em risco de ser culpado por "lucrar" com a prostituição de outrém, é também qualquer namorado, marido, pais, filhos etc.
E tendo em conta que na prática quase nenhuma GP vive e atende sozinha numa casa ou apartamento que ela comprou, estarão todas legalmente expostas e nas mãos de máfias.

E a EDP, a EPAL, a farmácia da esquina, o LIDL...
Não haverá aqui algum exagero?

Porque não há casos de mulheres prostituídas pelos seus familiares? Porque a maioria dos "namorados" das GPs não serão os seus chulos? A lei não distingue.

Já tivemos mais longe mas ainda é cedo para se dizer que a EDP manda levar no cú para ficar com a maioria do dinheiro em troca de nada.

Não estou bem a ver como é que alguém que se limite a arrandar uma casa a uma mulher que venha a fazer uso dela para se prostituir poderá incorrer neste crime. Certamente que terá o mesmo grau de culpa da farmácia ou o supermercado que lhe venda os preservas.
E se eu vier a descobrir que a minha namorada anuncia no Classificados, sou automaticamente criminoso? E mesmo que soubesse e fosse corno manso, também?
Essa dos filhos então passou-me mesmo ao lado, se bem que talvez fosse uma boa pretexto para mandar todos os FDP deste país para a cadeia.