Fica aqui o documentário.

Amanda australiana

http://www.tvi24.iol.pt/videos/de-jornalista-a-prostituta/5442d0ce0cf227bedde7f3b7/1

Pelo que percebi, ela que era jornalista de tablóides ingleses, só ficou famosa depois da transição.
De qualquer forma, achei este momento mágico.

não conhecia a Amanda, nem li o livro ... e só vi o trecho da entrevista

não quero ser precipitado ... mas retive alguns desabafos sobre os quais queria deixar umas palavras

a Amanda tinha uma profissão e um emprego ...
decidiu mudar de vida ao contemplar a arquitectura urbana e sonhar com momentos idílicos ...
diz ela que não foi nada demais ... afinal ela já teria dado o corpo no passado sem receber dinheiro em troca ...

mas vai um pouco mais longe quando diz ...
como jornalista fiz coisas horríveis e maquiavélicas por imposição do dever profissional
agora sou uma psicoterapeuta nua ... faço com que pessoas tristes se sintam felizes ...

como disse a princípio, não conheço de todo a narrativa da Amanda, mas percebi que ela quer que as pessoas pensem sobre ela o seguinte:

- a Amanda largou o emprego e a profissão para ir atrás dos seus sonhos mais profundos
- a Amanda não é só uma prostituta, presta um vasto conjunto de serviços terapêuticos
- a Amanda está de bem consigo, agora desempenha uma actividade útil na sociedade

só espero que o orgulho e a satisfação que transborda na entrevista não se desvaneça com o tempo
porque com o tempo ... ela será menos atraente ... e os filhos terão outra percepção da verdade

Tive um cliente francês que foi passando por aqui sempre que vinha a Portugal e dizia-me ele. "nunca tenhas vergonha do teu trabalho, és muito importante para pessoas que como eu, não conseguem ter carinho ou um momento de paz sem ser nestes momentos que me proporcionas."
Nunca senti que este homem viesse apenas por sexo, na maior parte do tempo falou das dificuldades e dos riscos do sem emprego, da sua vida e dos seus sentimentos perante a vida.
Sem duvida me senti muito mais uma terapeuta ou uma boa amiga, do que uma acompanhante ou uma prostituta com ele, e ele quis demonstrar-me exactamente isso!

-De facto as prostitutas são também terapeutas inumeras vezes.
-Os sonhos de uma mulher são faceis, resumindo: estabilidade em todos os sentidos... coisa que infelizmente é dificil encontrar.
-A maior parte das mulheres sozinhas, são tratadas como prostitutas, acabam por fazer o serviço sem nenhuma contrapartida. (daí se sentender o que a Amanda quer dizer, eu entendi muito bem, e penso tal e qual ela.)
-Quanto ao tempo passar, bem... muitas mulheres trabalham uma vida numa empresa e a meia idade são despedidas com meia duzia de trocos na mão, muitas não voltam a conseguir emprego depois. A idade afecta qualquer emprego.

confreira Carla Felício

não percebeu a minha mensagem

o que eu quis dizer, é que a Amanda está a construir uma narrativa, que me parece pouco sólida, e que o tempo se encarregará de desconstruir ...


pouco sólida no que respeita a ela mesma Amanda
pouco verdadeira da realidade das GPs em geral
pouco abonatória para as GPs do seu segmento

no entanto, e pensando melhor, a Amanda nunca deixou de ser jornalista na linha editorial do sensacionalismo, só que agora com proveito próprio

Caro confreiro eu creio justamente o contrário.
Falo isto porque o sinto na pele tudo da mesma forma. Nada do que ela disse me parece longe da realidade, pelo menos da minha. Aliás vi-me e revi-me em cada coisa que ela falou.

ainda bem para si que encontrou alguém com que se identifica

eu fiquei com a ideia que ela abandonou a vida de jornalista porque tinha de trabalhar 5 dias por semana, tinha de mentir sobre ela e sobre os outros

também reparei que enquanto jornalista entregava o corpo sem receber valor nenhum em troca ... absolutamente impensável nos dias que correm

e por isso tudo fez todo o sentido a sua opção de trabalho
- por uma vida com mais champanhe e utilidade pública
- de maior produtividade (trabalha menos e ganha mais)
- e com muito mais honestidade intelectual e familiar

os meus honestos parabéns para a Amanda

tem que ser com cerveja que eu não tenho dinheiro para champanhe

Por acaso, dizer isso é que é terrível. Significa que, de uma maneira ou de outra, se interiorizou a ideia de que ser prostituta é mau e que isso só pode ser atenuado se forem algo mais ("uma terapeuta ou uma boa amiga"). Claro que também poderão, eventualmente, sê-lo. Mas ser apenas prostituta só para quem tenha engolido a moral judaico-cristã com anzol, linha e cana é que pode ser uma maldição.

(eu sei, eu sei, o-que-a-sociedade-pensa, o estigma, a dificuldade de o revelar publicamente... ok, mas uma coisa é termos de lidar com o que os outros poderão pensar de nós, outra, muito mais importante, é o que nós pensamos de nós)

Caro confrade, sempre fui prostituta mesmo quando não fodia.

-Trabalhei com turnos onde tinha de sair de casa de noite e voltar de noite, e deixas as crianças entregues a si próprias sozinhas em casa, por não ganhar sequer o suficiente para pagar a quem cuidasse delas enquanto eu trabalhava para um fulano que vivia no bem bom, e me pagava uma miséria pra ouvir reclamações que não me eram dirigidas a mim mas a ele ou aos seus representantes.
-Procurei estabilidade durante anos, com a ideia que algum homem iria ver-me não como um bife mas como uma mulher, e acabei por durante anos me prostituir gratuitamente para homens que de alguma forma aproveitaram a minha fragilidade e a minha tão grande nessesidade de busca de estabilidade, para tirarem partido disso em seu proveito.

Conclusão,
-Desde que decidi dedicar-me ao que faço, ganho o suficiente para alimentar as crianças e a mim.
-Não faço turnos ridiculos e consigo ter tempo para ajudar e participar na vida das minhas crianças.
-Deixei de me sentir usada, agora sou muito mais mimada, não sou enganada, ninguem me promete mundos e fundos para me foder, apenas pagam o que peço e ponto final.
-Deixei de sentir falta de procurar alguem pra sentir estabilidade, já a sinto, e sinto-me muito melhor comigo mesma.
-Sempre gostei de dar carinho, e com este trabalho tenho conseguido partilhar carinho, companhia, criar amizades, e pricipalmente não me sentir usada ou enganada.

A minha vida é muito mais digna! Por isso entendi muito bem a Amanda!
Muitas mulheres se prostituem, sem ser na prostituição assumida, casam com homens pela estabilidade financeira, prostituem-se para esses maridos, mantêm relações com patrões para estes lhe pagarem mais qualquer coisa, prostituem-se com esses patrões.

Enfim, como dizia um amigo meu, somos todos prostitutos de alguém, todos nos "fodemos" para trazer alguns trocos no bolso!

A Amanda, essa Grande put*, diz que só deixa o GPs quando se apaixonar...... então mas as GPs, não se apaixonam e têm orgasmos múltiplos, de meia em meia hora Pelo que tenho lido por aqui, já estava mais que convencido.

E essa de abdicar de um camião TIR cheio de notas por "dá-cá-aquela-palha", deve ter a ver com "as tranças do rei careca".

Eu se fosse put*, bastava uma carroça cheia dessas notas, para estar cagando para a filosofia de Séneca.

Penso que qualquer pessoa com um mínimo de sensibilidade e bom senso percebe o que esta mulher está a partilhar connosco. Tem o meu respeito.

Não me importa o que pensas ou não a meu respeito mas já recusei ofertas de dinheiro sem grande problema, apenas porque não me deixo comprar!

Devias mesmo experimentar ser put*, talvez começasses a perceber do que falo e do faço. E ser homem não é desculpa, há muitos homens GPs, e têm por vezes mais procura do que as mulheres. Quem sabe até lucravas uma carroça dessas notas... Pensa nisso!

curioso este debate! é verdade e não nos podemos acobardar, porque se nesta vida procuramos uma GP é porque existe a necessidade de se completar algo que não conseguimos ter, quer seja por motivos físicos, psiquicos ou até sociais!

o homem tem instinto animal e é notório que necessita de estimulação para não perder o interesse pela parceira (ainda que seja atraente e bonita, mas com o passar do tempo e sem dinamismo na relação torna-se monótomo e aborrecido).

Dizer que se termina uma relação por as relações sexuais já não serem fulgosas é hipocrita (a vida nao é so sexo), porque por vezes o que é bom para um não está a ser para o outro, mas sentimo-nos "usados" e é ai que procuramos resolver as nossas fantasias com as chamadas "mulheres da vida".

já assumi track-day´s e sinceramente, não é o que mais gosto porque não existe quimica. é como que um aluguer de carro em que se dá uma volta e tudo fica terminado!

estou prestes a decidir uma massagem com descompressão...talvez seja relaxante e estimule melhor o contacto entre ambas as partes.

Quando se diz que uma GP é uma psicologa é verdade, pois elas atendem aos pedidos do cliente satisfazendo e preenchendo com o que falta na vida quotidiana do mesmo.

Se trocar dinheiro pela "terapia" é desadequado? ...talvez, mas quantas vezes há pessoas que vão a psicologos falar sobre a vida e no entanto, nada passa de uma consulta mal dada por um profissional que por sinal, até é pouco profissional no que faz!? ...assim como nas GP´s, também há outros trabalhadores que são pouco profissionais no que fazem! É um risco e temos que assumir sempre a melhor escolha para aquilo que pretendemos.

Carlinha,

Não leves a sério aquilo que eu digo se conhecesses a putona que existe dentro de mim, óh óh.