Viva,
Estive com uma GP de rua romena, dois dias depois de ela ter chegado a Portugal, tem 21 anos e a comunicação foi difícil, mas pelas entrelinhas lá nos fomos entendendo.
Apercebi-me nesse dia que ela era inexperiente, e que devia ter vindo para Portugal para começar nesta vida, ao ponto de eu a ajudar a colocar o preservas, que ela nem tava a ver de que lado é que se desenrolava e foram precisos dois e a minha ajuda para o fazer.
Voltei a estar com ela dois dias depois, e perguntei-lhe se ela na Roménia já fazia isto (tendo eu quase a certeza que não) e ela disse que não, acho que ficou um pouco sentida com a pergunta, talvez triste sei lá, não foi antipática comigo nem nada, mas eu apercebi-me que ela ficou tocada, de modo que eu nem toquei mais no assunto...
Agora eu pergunto-me, como é que uma miúda destas vem para PT assim nestas condições? é fuga do país, obrigada pelos pais? enganada por uma proposta de emprego?, confesso que até eu fiquei incomodado, pois apercebi-me que ela ficou sentida quando lhe fiz a pergunta.... mas pronto, isto é só um desabafo, para termos assuntos!

Há as GPs por vocação, por necessidade e ainda as obrigadas (não querem, mas terceiros obrigam).

Que eu saiba nunca apanhei esta última opção. Prezo muito o direito á liberdade e iria sentir que a estaria a violar se soubesse que ela era obrigada a estar ali comigo, ou seja, que não foi uma escolha.

Acho que o meu primeiro impulso seria perguntar-lhe se queria voltar para casa que eu pagava-lhe o bilhete de avião. E ainda a levava ao aeroporto.

Tráfico de seres humanos é muito reles

Car Matic, concordo inteiramente,
Pena tenho eu de não poder oferecer-lhe a viagem de retorno caso assim ela quisesse.
Apesar da minha pouca experiência, foi a primeira vez que me aconteceu, ter a perceção de tal coisa, mas como ela não falava muito a língua de camões, não consegui perceber ao certo o que a levou a embarcar nesta vida, ela enquanto esteve comigo esteve bem, mas quando lhe falei na "pátria" senti que ela ficou triste. Estas visitas foram na mesma semana, e foi na segunda vez que a questionei.
Estou a ponderar visitá-la de novo, mas deixar passar algum tempo, e depois tentar saber, caso ela colabore, sobre o porquê!

Já agora, thank's pelo edit do titulo do tópico, está melhor assim!

O problema é que, se lhe oferecesses a viagem de regresso, provavelmente ela não tinha para onde ir. Se está cá, a milhares de quilómetros de casa, é porque alguém organizou a viagem. Ou foi vendida pelos pais, ou foi alugada, ou foi expulsa pela família.

Vamos ser frios na análise: acredito que ela esteja muito melhor cá, a dar o corpo ao manifesto, do que na miséria no país dela.

Talvez sim ou talvez não. Eu queria dar uma opinião ao confrade Tugab que nos colocou esta questão. Se a moça está presa - é a palavra - a uma rede de tráfico humano, uma intervenção bem intencionada como a que o Matic referiu não serve para nada: mesmo que conseguissem iludir o controlo deles e a devolvessem à Roménia, ela teria lá á espera retaliações duras contra ela e mesmo contra a família. A única forma de podermos ajudar perante a suspeita de um caso desses é pedir a intervenção da polícia e olhem que eles intervêm mesmo e ajudam.
Mas não me parece que seja esse o caso. Nestes circuitos "normais" que nós frequentamos , não há disso felizmente. Essas situações verificam-se em espaços fechados e geralmente isolados onde eles conseguem garantir a segurança da operação e o sequestro das mulheres.
Eu já estive com romenas cá em Portugal e também na Roménia, que é uma boa terra para as nossas atividades bélicas, e nunca me apercebi de qualquer situação dessas. Neste caso, parece-me que a moça estará com saudades de casa, ou a sofrer o impacto inicial desta nova atividade, o que até acho normal , mas não me parece que tenhamos indícios de que ela estará ali obrigada. Mas acho muito bem que o confrade Tugab lá volte e o meu conselho é que se nessa altura tiver algum indício mais forte de que a moça está ali contra a vontade dela, então não hesite e recorra à polícia.

Já houve prisões e condenações de uma rede de tráfico das romenas da Praça da Figueira/Poço do Borratém.

No Porto, recentemente também existiram condenações pesadas no âmbito de um caso de tráfico de mulheres romenas, que se prostituiam na rua....

É preciso ver o que é que se entende em Portugal por "tráfico".
É como a figura do Lenicídio, pouco importa se elas estão de livre vontade ou não,
qualquer madame que lucre com o negócio arrisca-se a ir dentro. Se a prostituta for
estrangeira a madame além de lenicída também é automaticamente traficante.

Eu por acaso até sei que enquanto os traficantes dessa suposta rede do Poço do Borratém
estavam a ser engavetados pelo SEF, as meninas que não tinham sido detidas para inquérito
continuavam alegremente a aliviar confrades em pensões ligeiramente mais distantes.

Sei, por exemplo, que a Catarina do Poço completou a sua comissão de serviço, neste momento
é mãe e voltou para a santa terrinha dela na Roménia. E sei de muitas outras que vão à Roménia
passar o Natal com a família, e depois voltam. E que mandam Moneygrams para a familia todos
os meses. E não tenho conhecimento de nenhuma Brasileira que não soubesse ao que vinha.

Não posso afirmar que neste universo não haja casos pontuais de mulheres que se prostituem contra
a sua vontade, mas nas realidades de que se debate aqui no forúm essas serão a agulha no palheiro,
felizmente.

Tráfico de mulheres, com rapto ou promessa ardilosa de trabalho, qualquer coisa que envolva uma mulher a
prostituir-se conta a sua vontade é nojento e os criminosos responsáveis deviam passar algumas décadas
a apanhar sabonetes na prisão.

A meu ver, o problema é que na mesma malha caem os que se limitam a proporcionar a rede logística para que uma
mulher que se decide prostituir venha para cá 5 anos ganhar o mesmo que ganharia a vida inteira a trabalhar
como mulher a dias na Roménia.

Em 2005 junto á agora rotunda (na altura não existia ) do Ervedal no sentido para a Figueira da Foz da nacional 109 andava uma morena Brasileira muito novinha bonita e boa como o milho a atacar, passado pouco tempo foi encontrada esquartejada dentro de sacos de plásticos na praia do Cabedelo (Cova da Gala-Figueira da Foz), passava todos os dias por ela.Triste fim da miúda!


http://www.cmjornal.xl.pt/nacional/port ... -cima.html

Tráfico de seres humanos é muito reles!

Falta de interesse da comuna

Outra coisa não seria de esperar, seriamos os dois. E ainda á gente reles que fala mal do GP. Ás tantas não me admiraria nada que esses ou essas fossem os ditos exploradores!!

Isto é capaz de mostrar um pouco sobre muito!

Realmente essa gente devia ser pendurada na ponte como diz o Dragon!!! Odeio esses filhos das GPs

Nesse filme podem ver como os pais vivem desesperados a procura dos filhos... não têm dó de nada, não se importam se elas têm familia ou filhos.. até usam isso para o que precisam muitas vezes...

Eu se fosse homem e soubesse desses casos, e mesmo sendo mulher, o que faria era tentar ajudar fosse de que forma fosse.

Se fosse legalizada e (altamente) controlada poder-se-ia acabar com muitas situações de tráfico humano. Achar que a proibição da prostituição acaba com ela é como achar que a casa está limpa quando se varre o lixo para debaixo do tapete... Acho que se traficantes humanos (ou esclavagistas) fossem julgados como criminosos contra a humanidade e passassem o resto na vida da prisão (ou até mesmo executados) a coisa era bem diferente... Mas sejamos realistas; há muitas pessoas no poder a quem isso não interessa, point in case, o Sílvio de Itália.