Boas,

Pois é confrade Jolinho, mas de certeza que se forem ao hospital não vão recusar tratamento... só se a pessoa for reincidente e estiver sempre a recorrer ao hospital quando tem um caso de risco, não nos podemos esquecer que os nossos dadds ficam registados nos ficheiros do hospital, tratamento que foi administrado, análises efectuadas, tudo...

Na realidade fica muitissimo mais barato ao estado um tratamento durante 30 dias com boas probabilidades de exito do que não proporcionar o tratamento e, se acontecer o azar de realmente ficar infectado, terem de custear o tratamento com antiretrovirais durante o resto da vida a esse paciente...

Mas também não convém entrar em paranóia, felizmente o VIH é de muito dificil contágio, e mesmo no sexo vaginal e anal sem preservativo não é fácil o contágio. mas. trata-se de um virus mortal e muitas vezes assintomático, muitas vezes o hospedeiro nem sabe que está infectado até atingir o estágio de SIDA, e aí já as probabilidades de sucesso da terapia antiretroviral são menores. Por isso quem vai arriscar sexo desprotegido? Ou é inconsciente ou já não quer saber da sua vida nem da dos outros...

Boas fodas com juizinho...

Ja agora so uma curiosidade para quem nao sabe, uma pessoa com sida ou virus, nao significa que possa ter sexo desprotegido com outra pessoa tambem infectada, sem problemas.Porque na verdade a carga viral para cada uma dessas pessoas aumenta por cada relacao.

Boas,

Em parte sim. O virus está sempre em mutação, um pessoa infectada com uma determinada estirpe do VIH pode infectar outra pessoa com o "seu" virus, reinfectando essa pessoa, mesmo já sendo seropositiva.

Normalmente as fases de maior contágio do VIH são a fase "aguda" da doença, entre 1 e a 6 semanas após o contágio, onde o virus se replica virulentamente e destroi as defesas do organismo e na fase de SIDA onde as defesas já sofreram o desgaste do virus.

A fase aguda ocorre, em média, entre a 1 e a 6 semana após o contágio, essa fase é caracterizada pela exponencial multiplicação do virus no organismo e a destruição das suas defesas, este periodo pode ser assintomático, ou seja, não temos sinais de contágio ou podem ocorrer sintomas do tipo gripal (febre acima dos 38 graus, dores musculares, dores nas articulações, dores de cabeça (por detrás dos olhos), erupções cutâneas, etc..), mas como os sintomas são comuns a muitas outras doenças, só saberemos se estamos infectados fazendo análises. No fim deste periodo e havendo infecção, o organismo da pessoa já tentou "derrotar" o virus sem qualquer sucesso, criando anticorpos ao virus, é no fim deste periodo da infecção aguda que a pessoa se torna "seropositiva ao VIH".

Depois da fase aguda vem a fase assintomática que pode durar entre 2 a 10 anos, onde a pessoa geralmente não tem sintomas, mas o virus no organismo está a "demolir" silenciosamente as nossas defesas, até que por fim surge a fase SIDA...
Nesta fase de SIDA as defesas do nosso corpo já estão tão debilitadas pelo virus que uma simples constipação pode ser mortal...

É na fase "seropositiva" que os medicamentos anti-retrovirais intervêm com mais sucesso, prolongando o tempo de seropositividade sem nunca chegar à fase de SIDA, actualmente, devido à terapia anti-retroviral de alta eficácia (HAART em inglês), muitas pessoas seropositivas têm esperança de vida muito semelhante a pessoas seronegativas.

MAS... a medicação NÃO CURA a doença, o virus é controlado, muitas vezes para níveis não detectáveis nas análises, mas o virus não desaparece.

A terapia obriga à toma de vários comprimidos por dia, várias vezes ao dia, a horas certas, PARA TODA A VIDA, se uma pessoa falhar uma dose que seja à hora certa, o virus aproveita para se multiplicar e o sucesso da terapia pode ser arruinado... obrigando a mudar para outra terapia...

Nem todas as pessoas conseguem uma boa adesão à terapia, ou seja, ainda existem pessoas que não conseguem aderir bem ao tratamento o que vai trazer problemas no combate ao virus... embora a maioria (cerca de 80%) consegue uma boa adesão...

Já pensaram nisto? Tomar comprimidos todos os dias, à hora certa, sem falhas! Senão corre o risco de falhar a adesão à terapia, durante toda a vida? Ir ao hospital várias vezes para fazer análises, ir a consultas, levantar medicamentos, etc... a familia saber que somos seropositivos, a mulher, os amigos, já sem contar com o que a sociedade pensa de uma pessoa seropositiva...

Valerá a pena tudo isto por uns minutos de prazer "sem camisinha"?...

Boas fodas, com juizinho...

Eu pensava que um seropositivo teria apenas que ter cuidado com a saúde e fazer testes periódicos e, desde que o CD4 estivesse normal, nada era necessário fazer. Se o CD4 baixasse abaixo de 200, aí a terapia teria que ser iniciada. De qualquer forma, eu julgava que o seropositivo poderia viver muito tempo sem fazer terapia.

Sim confrade Jolinho, está correcta a sua análise, no que diz respeito ao numero de células T4, considera-se que abaixo de 200 por microlitro de sangue a defesa imunitária deixa de ser eficiente e é geralmente nessa altura que se começa a terapia HAART. Se a contagem das células T4 se mantiverem entre 200 e 350 células/mm e não houver doenças associadas ao VIH, o inicio da terapia deverá ser avaliado pelo médico e conversado com o paciente. Mas também existe a carga viral, ou seja, a quantidade de virus por microlitro de sangue, e se este for elevado, também entra em consideração para o inicio do tratamento. O Problema não é o inicio da toma da medicação, o problema é a continuação, dia após dia, até ao fim da vida... sem falhas...

O médico e o doente podem vigiar as células T, os niveis de virus no sangue, através de análises regulares e sendo certo que mesmo para as pessoas seronegativas cuidar da sua saude é um bom hábito, para um seropositivo terá de ser um estilo de vida...

Cada caso é um caso, e hoje em dia muitos médicos aconselham o inicio da terapia HAART o mais cedo possível, ainda antes das defesas do organismo atingirem esse limite, muitos pensam que iniciar a terapia HAART quando a contagem das células T estiver entre as 200 e 350 células/mm trará futuramente um beneficio maior ao paciente.

Desde o inicio da terapia, se houver uma boa adesão, os níveis de de virus no sangue baixam drásticamente, muitas vezes até niveis indetectáveis, mas a recuperação das células T4 é mais lenta. Fará sentido esperar que o virus corra livremente no nosso corpo destruindo as nossas células até estas atingirem os níveis considerados limites? Sabendo também que a qualquer momento poderemos começar a ter sintomas de SIDA?

Só o médico e o paciente, em conjunto, podem decidir o inicio da terapia, lembremo-nos que uma vez começada, a terapia é para toda a vida...

Abraço

Uma coisa que esqueci de salientar, uma vez seropositivo, nunca saberemos quando vão aparecer os primeiros sinais de SIDA, podem aparecer entre 2 a 10 anos, podem aparecer antes de 2 anos e depois de 10 anos, tudo depende do tipo de virus, da pessoa infectada, e de muitos outros factores que ainda hoje os médicos desconhecem. Por isso, sem medicação é como estarmos a viver com uma bomba debaixo do travesseiro, nunca sabemos quando vai explodir... podemos ter a sorte de estar anos e anos sem problemas, como podemos um dia acordar e... já vamos tarde...
Com a medicação e havendo uma boa adesão, essa bomba estará controlada...

Abraço

bladerunner Rules!
Já não vinha aqui há algum tempo, mas vejo que aprendemos todos uma grande lição.
Obrigado pelas excelentes explicações dadas sobre a matéria.

Pormenores à parte, gostaria de dar os parabéns ao confrade bladerunner pelo conhecimento que partilhou com a confraria.
Muitas vezes pensamos que sabemos tudo, mas efectivamente estamos sempre a aprender.

Um conjunto de posts... Stealth approved.

Só isto. E boas entradas para todos.

Abr.

Boas,

Confrades Stealth e Spedro aquele abraço.

Eu é que tenho de agradecer a todos os confrades que leram, a paciência que tiveram ao lêr os post's, tentei ser o mais resumido possível e ainda ficou muito por escrever. Mas o essencial ficou escrito:

1º Se acontecer um "acidente" com a camisinha, o risco de contágio é muito baixo e existe ainda a possíbilidade da PPENO que praticamente elimina o risco de contágio.

2º É sempre bom saber um pouco mais sobre o VIH porque ajuda a que as pessoas pensem duas vezes antes de terem comportamentos de risco.

3º Assumo que corro riscos ao receber oral sem preservativo, também sei que o risco é mais teorico que real, existem muitos estudos com casais heterosexuais e homosexuais serodiscordantes (S. Francisco - Estados Unidos) onde o sexo oral desprotegido é recorrente e nesses estudos não houveram registos de casos de contágio com este tipo de relação (oral sem camisinha). Mas... já existiram casos (muito raros) onde o sexo oral poderá ter sido a via de contágio.

4º Realizo testes de despistagem ao VIH todos os 6 meses (podem ser de 3 em 3 meses), no CAD do Porto (Centro de Aconselhamento e Detecção Precoce do VIH/SIDA, fica na Rua da Constituição, 1656 (onde era a BCG) tel. 228 317 518, realizam o teste de "picada no dedo" e temos o resultado em minutos, é gratuito e totalmente confidencial e não nos pedem a identificação, portanto ninguém sabe quem somos. Aconselho a quem anda nesta vida de putanheiro e queira saber se está tudo bem e ir confirmando que se mantém tudo bem...

Boas fodas....

Confradíssimo Blade Runer:

Este tópico já aqui estava em repouso há uns meses mas, já que me parece uma pessoa esclarecida, gostava de lhe perguntar porque diz que o risco de contágio é baixo?
No oral sem protecção há baixo risco também?.... é que achava que era igualmente perigoso.

Já agora, desculpe a mini consulta médica, mas ainda gostava de colocar mais duas questões à confraria:

Têm algum cuidado especial para não romper os preservativos.... é que comigo é quase cada tiro cada preservativo furado.
E beijos na boca? Não haverá riscos de apanhar a temível hiv?
E em relação à arte mineteira?

Saudações e obrigado pelas autenticas lições dadas pelos confrades mais informados!

o papilomavírus humano (HPV) contraído através dessa prática sexual pode causar certos tipos de cânceres de garganta (amídalas, língua e garganta propriamente dita) tanto em homens quanto em mulheres.

Inclusive, o HPV se mostrou um fator de muito maior risco cancerígeno do que, por exemplo, o fumo ou o consumo de álcool........
Os preservativos podem ser eficazes na prevenção como das infecções sexualmente transmissíveis (IST). No entanto, para que os preservativos sejam realmente eficazes, as pessoas têm que saber usá-los de forma constante e correta.

Proteção contra HIV/AIDS. Os preservativos são altamente eficazes na proteção contra a infecção do HIV, desde que sejam usados corretamente em todo tipo de relação sexual. Ps: nunca usar persevativos fora do prazo.

Só não sei elisabetiiiiii, joãogin, tonicha, rabuçadinho, etc, etc, etc, é se esse tal de HPV se transmite apenas quando a menina executa um felaciuuuuuuuuuuuuu desprutejido profundo, vulgarmente xamado de garganta funda até tucar nas amidalas, ou tamebem se trasmite se fôr só a cabecinha ??? Esta duvida é por causa deste meu poste...

Boas a todos.

Como é óbvio a minha resposta à pergunta do tópico é não, mas escrevo mais para agradecer publicamente ao bladerunner pelas explicações que postou e para deixar o link para uma notícia de 2005 que deixou muita gente de colhões na mão em Viseu e nos arredores (muitos capazes de dizer "Sexo com uma put* sem preservativo?! Nem pensar").


E foi este o meu primeiro post neste fórum bastante interessante.

ainda bem que nunca fodi em viseu... nem conheço ninguem com a alcunha de bela italiana... fogo!!! Mas quem arrisca ir a uma GP que faz convívio totalmente natural está a jogar roleta russa... por mais baixa que seja, há sempre uma probabilidade de correr mal...

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