Deviam ser tempos divertidos

Para encontrar fulano ou sicrano, tinham de saber o número de telefone:

De casa
Do restaurante que ia com frequência
Do 2o restaurante que ia com frequência
Do café que frequentava
Do bar que frequentava
Do boteco que frequentava
Do café perto da esquina onde parava aquela profissional que fazia um bico como veludo. Porque tirava a dentadura antes

...

Eu nasci em 1981 mas admito que deviam ser tempos divertidos

Porque também os vivi, lembrando me bem

Fonix. Um gajo quando chega a idade da Sarah Sweet sente se velho

Eram tempos divertidos. Tinha os meus dezassete e entrei pela primeira vez num quarto com uma senhora, que deveria ter o dobro da minha idade. A excitação era tão grande que nem me lembro bem como foi. Era uma casa em Faria Guimarães, com uma velhota que abria a porta, o corredor cheio de clientes a fumar e uma sala ao fundo, com as meninas sentadas a tricotar.

O cliente, que vergonha, assomava, fazia um sinal e a menina levantava-se e lá vinha. Lembro-me com nitidez do traseiro dela ao subir as escadas de botas altas. Depois o meu nervosismo aumentou e recordo-me de ela a pegar-me nas mãos e a colocá-las nas tetas, que me pareceram colossais. Depois foi meter lá para dentro, com a ajuda dela, bombar e jorrar. Isto passou-se antes do 25 de Abril e antes dos preservativos.

Os preservativos, como regra, só chegaram uma década mais tarde e os telemóveis uns quinze anos depois dos preservativos. A pintelheira, cuidada, era de rigor, para ficar arranjada (mas sem aparar). Não se beijava, não era próprio, e um broche era um bónus do caraças. Minete, nem pensar.


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Neste momento sinto-me um puto!

Desencanta aí um V -TEC para irmos dar uma volta

Esses tempos nunca os vivi mas também não os invejo, um tempo de pouca higiene em que um homem metia a pila numa rata onde antes descarregaram meia dúzia de caralhos e a dona nem a passava por àgua... só de pensar dá-me vômitos.
Atualmente, em que se vive a época do preservativo, também acho o sexo frustrante.
As próximas gerações terão mais sorte, as doenças que hoje existem estarão controladas, a higiene dos homens e mulheres é cada vez melhor, o sexo mais liberal, beijos, oral e anal já fazem mais parte das relações, fazer tudo ao natural com GPs voltará a ser normal e deixar de ser uma preocupação.
A menos que surjam novas doenças.
Estarei a ser muito otimista?

Efetivamente houve uma mudança muito grande nos últimos 40/50 anos e não foi só no GPs. Houve um salto qualitativo na qualidade de vida que, só quem viveu nesses tempos, poderá avaliar. Higiene, assistência médica, ensino, etc.

No que toca a GPs chegava a ser surreal, eram tempos do caraças. A casa da história que o SpongeBob contou em Faria Guimarães eu conhecia, fui cliente durante algum tempo e antes tinha funcionado na Gil Vicente. As meninas estavam expostas e os clientes postavam-se em frente, escolhiam e subiam pros quartos. Fui feliz lá várias vezes!

Ainda recordo o número da porta de Gil Vicente e de Faria Guimarães. Era uma época em que a gonorreia andava por aí à solta. Eram ossos do ofício: cada putanheiro apanhava de vez em quando.

Era também uma época em que os clientes eram muitas vezes muito jovens: grupos de colegas, primos e irmãos mais velhos que levavam os mais novos, e até tios e padrinhos (estes eram para as iniciações). Um conhecido meu encontrou o pai uma vez em Faria Guimarães. Tudo bem: cena de homens.

Não tenho a experiência das gerações passadas. Mas penso que em nenhuma época foi seguro fazer sexo ao natural. Se não eram as doenças, corria-se o risco de engravidar alguém.

A higiene não é a única coisa que melhorou. As mulheres agora sabem mais sobre o sexo e sobre o seu prazer, e isso melhora substancialmente a qualidade do sexo.

O futuro mais próximo... será melhorado com a tecnologia: pílula masculina, preservativos menos invasivos, robôs sexuais (excelente para os confrades que gostam delas "perfeitas").

Tenho para comigo que, se os robôs sexuais não vierem a redefinir completamente aquilo que hoje se entende por prostituição, as relações tenderão a ser cada vez mais assépticas, com preservativos não apenas no pénis mas na vagina ou na boca, por forma a evitar outras formas de contacto.
E não sendo tão velho como alguns confrades também me lembro dum tempo em que os preservativos tinham uma conotação bem diferente, uma vez um dos meus amigos ficou em brasa comigo por eu lhe censurar ter estado com uma miúda que eu conhecia bem sem usar um... A ideia de que se podem apanhar doenças com quem não se pagou era quase tábu.

Atenção que o problema da sida e muitas outras DSTs são relativamente recentes. Há 30/40/50 anos apanhavam-se infecções facilmente tratáveis com penincilina....e lavagens desinfectantes com permanganato. Havia, claro, muitos problemas de higiene com o GPs de beira da estrada.

Não sou tão velho como ir aos puteiros com a família mas sou tão velho quanto ainda nunca se ter ouvido falar de sida...

Houve um tempo em que antes de avançar para um embate passava na farmácia a comprar preservativos. É que a probabilidade de a menina não os ter era relativamente grande. Gradualmente a situação evoluiu, mas ainda foram alguns anos de surpresas.

Lembro-me de uma gostosona que tinha todo o tipo de acessórios e até tinha chantilly; só faltavam os preservativos.

Boas pessoal.
Estive a ler e comparo esta história aos carros em segunda mão..
Se encontrar-mos um carro num stand limpinho a brilhar muitas das vezes com os quilómetros martelados, qualquer um de nós o compra,confiando na palavra do vendedor em como está novo!!!
Mas se encontrar-mos esse mesmo carro uns meses antes todo esfarrapado depois de várias pessoas o terem utilizado sem qualquer cuidado, nem o queremos ver nem adquiri-lo...
Isto para dizer que muitas vezes basta o contexto onde se insere a paixão para alterar tudo...
Se calhar se o confrade a tivesse conhecido num bar na noite e se apaixona-se provavelmente ela não iria dizer o que fazia e corria tudo pelo melhor...
Eu costumo dizer as mais honestas são as que anunciam o que fazem...as outras é uma carta fechada podemos ser corno sem o saber e há aí muitos...

Se a luxuria permite a partilha, já o amor é egoísta.

Nem Mais.