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GES / BES https://gp-pt.net/forum/viewtopic.php?f=529&t=46808 |
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Autor: | rodado [ 12 Dez 2014 ] |
Assunto da Mensagem: | Re: GES / BES |
De todos, menos do Salgado... Ele é daqueles puríssimos, que quando morrer, a sua reputação, honra e caracter, saírão impolutas... |
Autor: | Lorde Baelish [ 12 Dez 2014 ] |
Assunto da Mensagem: | Re: GES / BES |
Mas o kwacha claro que tem toda a razão. O rasto do €€€ vil metal continua todo por explicar. |
Autor: | SpongeBob [ 12 Dez 2014 ] |
Assunto da Mensagem: | Re: GES / BES |
Continua e continuará, já que não estou a ver como é que vai ser possível investigar isso. A massa saiu do banco, parte dela em notas; agora pode estar em muitos sítios. Algo me diz que Ricardo Salgado e Álvaro Sobrinho sabem onde está o dinheiro. |
Autor: | kwacha [ 12 Dez 2014 ] |
Assunto da Mensagem: | Re: GES / BES |
Lorde Baelish Escreveu: Mas o kwacha claro que tem toda a razão. O rasto do €€€ vil metal continua todo por explicar. ok eu já vou contar uma parte da história |
Autor: | kwacha [ 13 Dez 2014 ] |
Assunto da Mensagem: | Re: GES / BES |
ora aqui vai um pouco da história da massa no BESA a saga começa no final de 2006 ou princípio de 2007 o BES até 2006 não tinha conseguido passar de uma sucursal para obter a licença de operar como um banco abriu o capital 55% BES PT e 45% angolanos (institucionais e particulares) em Angola com o preço do petróleo a subir e a produção a aumentar volume de divisas é grande e existe estabilidade cambial a inflacção continua elevada por causa das importações a taxa de juro da dívida publica indexada ronda os 17% adivinha-se um crescimento forte do mercado do crédito em Portugal o crescimento económico é anémico o mercado bancário está saturado as taxas e os spreads são baixos o euro parece atingir um máximo com estas condições o BES resolve procurar a rentabilidade fácil em Angola canaliza volumosos recursos e transfere-os para lá (3 mil milhões em 2 anos) como não tem rede comercial (balcões) o dinheiro é canalizado para 2 vectores: dívida publica e uma dúzia de grandes projectos a divida publica adquirida são maioritariamente títulos a 3 e 5 anos, em moeda local e indexados ao dólar, mas não convertíveis os mega projectos estão ligados a alguns portugueses da construção e alguns angolanos accionistas na área industrial e comercial para além destes vectores, existe o volumoso financiamento ao próprio grupo GES em Angola, nomeadamente a ESCOM e afins a ESCOM avançou na área mineira (diamantes), companhia de aviação, agricultura e pecuária, sempre associada com angolanos para além disso também desenvolveu um enorme negócio na área da construção civil (escritórios, habitação e espaços comerciais) entretanto chega a crise de 2008, que se bate à porta de Angola em Abril de 2009 até esta data o BNA sempre tinha fechado os olhos ao cumprimento da lei cambial isto é, não era necessário apresentar documentação para a exportação de capitais as transações internas faziam-se em dólares mesmo não sendo residentes cambiais os bancos importavam dólares para serem exportados pelos agentes económicos com a crise internacional o preço do barril caiu, e em poucos meses, as reservas cambiais angolanas chegam ao fundo do poço as autoridades apercebem-se tarde que a situação estava a caminho do abismo e resolvem travar a fundo no mercado cambial bom é aqui que começa o pesadelo do BES e do BESA em breve explico a sequência das asneiras e dos sarilhos até 2012 |
Autor: | kwacha [ 13 Dez 2014 ] |
Assunto da Mensagem: | Re: GES / BES |
a primeira asneira foi o BES emprestar dinheiro ao BESA ao invés dos outros bancos portugueses (BPI e BCP) que procuraram efectuar um crescimento orgânico e equilibrado, começando por aumentar a rede de balcões, o número de clientes (particulares e empresas), captar depósitos para depois poder avançar com crédito à economia ... ***** a partir de Abril de 2009, a carteira de crédito do BESA começa a dar sinais de fragilidade - os empréstimos à indústria mineira (diamantes) começam a entrar em incumprimento, como tinha sido concedido à ESCOM e à elite angolana, o BESA opta por fazer sucessivas reestruturações na esperança que a crise no preço dos diamantes fosse passageira, sem nunca efectuar provisões ... nalguns casos terá concedido créditos adicionais para dissimular os juros vencidos ... - os empréstimos para a ESCOM se meter em projectos faraónicos e ruinosos, foram dados sem garantias firmes ... - os empréstimos concedidos a alguns construtores portugueses (cuja relação vem de Portugal) foram determinados pela necessidade de os apoiar em Angola para no futuro resolver alguns problemas em Portugal com o BES (principalmente da zona de Braga); a título de exemplo: as empresas ALFA PT (mãe) e ALFA AO (filha) a ALFA PT vendia (exportava para Angola) à sua associada ALFA AO, com preços inflacionados parte do seu equipamento usado o BESA emprestava à ALFA AO para importar o equipamento, este entrava no BES para resolver o crédito vencido da ALFA PT quando chegou a crise em Angola à construção civil, a ALFA AO deixou de poder cumprir com o BESA como o BESA tinha emprestado sem garantias porque o cliente tinha "boas referências" vindas do BES o BESA ficou agarrado este exemplo bastante comum no BESA (e um pouco no BCP) acabou por ser uma exportação de crédito mal parado de Portugal (BES) para Angola (BESA) - depois temos o crédito concedido a alguns grupos da elite angolana ... outro desastre completo no que respeita à avaliação de risco e às garantias conexas ... desastre que se agravou com a crise cambial e com as sucessivas rupturas com o núcleo VKD e com SMG - por último o dinheiro empatado na dívida pública angolana à medida que os títulos foram vencendo, o Tesouro foi liquidando em kwanzas, sem o BESA ter qualquer hipótese de o exportar para PT sem clientes no mercado interno a quem emprestar essa liquidez, voltou a comprar títulos de curto prazo, com taxas muito mais baixas ***** porque razão o José Eduardo dos Santos resolve conceder uma garantia de Estado ? numa próxima oportunidade explicarei o meu ponto de vista |
Autor: | rodado [ 13 Dez 2014 ] |
Assunto da Mensagem: | Re: GES / BES |
Bom trabalho de investigação, meu caro... Agora começo a comprender melhor esse conturbado e obscuro negócio e suas ramificações... |
Autor: | kwacha [ 13 Dez 2014 ] |
Assunto da Mensagem: | Re: GES / BES |
Rodado o problema da ESCOM e as suas implicações no BES e no BESA são enormes |
Autor: | SpongeBob [ 13 Dez 2014 ] |
Assunto da Mensagem: | Re: GES / BES |
rodado Escreveu: Bom trabalho de investigação, meu caro... Agora começo a comprender melhor esse conturbado e obscuro negócio e suas ramificações... É mesmo; a gente lê e começa a entender um pouco aquilo que se passou. |
Autor: | Safado [ 13 Dez 2014 ] |
Assunto da Mensagem: | Re: GES / BES |
A altura em que se saia de Angola com o dinheiro que se queria na carteira já lá vai... hoje em dia contam-te o que levas na carteira e se por acaso passar 100 ou 150 podem crer que eles ficam lá com ele |
Autor: | kwacha [ 18 Dez 2014 ] |
Assunto da Mensagem: | Re: GES / BES |
hoje é o dia de Álvaro Sobrinho responder à comissão parlamentar http://expresso.sapo.pt/generais-angolanos-pressionam-sobrinho-a-contar-para-onde-foi-o-dinheiro-no-besa=f903132 entretanto, na auditoria forense ao BES, a Deloitte tem uma linha de investigação, em que admite que nem todo o financiamento do BES ao BESA terá chegado a Angola, isto é, em parte terá sido desviado para o GES ... mais logo dou a minha opinião com base no que soube em 2012 ... |
Autor: | kwacha [ 18 Dez 2014 ] |
Assunto da Mensagem: | Re: GES / BES |
kwacha Escreveu: entretanto, na auditoria forense ao BES, a Deloitte tem uma linha de investigação, em que admite que nem todo o financiamento do BES ao BESA terá chegado a Angola, isto é, em parte terá sido desviado para o GES ... porra ! estou muito phodido ! afinal a elite corrupta angolana não ficou com a massa toda ! |
Autor: | kwacha [ 18 Dez 2014 ] |
Assunto da Mensagem: | Re: GES / BES |
kwacha Escreveu: hoje é o dia de Álvaro Sobrinho responder à comissão parlamentar ... a primeira clarificação do processo o truque de utilizar de forma abundante crédito por assinatura como passo intermédio para o crédito desembolsável |
Autor: | SpongeBob [ 18 Dez 2014 ] |
Assunto da Mensagem: | Re: GES / BES |
Achei o Álvaro Sobrinho muito seguro durante o depoimento - e também achei os nossos deputados muito mal preparados. Dá a ideia que se preparam lendo a comunicação social. |
Autor: | kwacha [ 19 Dez 2014 ] |
Assunto da Mensagem: | Re: GES / BES |
excelente texto do director do Económico (António Costa) O mundo de Ulrich mudou Os problemas do BCP e a falência do BES transformaram o BPI no banco do sistema e do regime, o banco português que tinha sobrevivido à catástrofe. E isso traduziu-se numa estratégia de publicidade agressiva nos últimos meses com slogans como o ‘banco das PME' ou ‘o melhor grande banco'. A exposição do BPI a Angola, através da posição de controlo no BFA, colocou os rácios de capital do banco sob pressão e a exigência de diminuir o limite dos ‘grandes riscos' em cerca de três mil milhões de euros. Há vários caminhos para chegar a Roma, um aumento de capital não é a única solução, talvez não seja sequer a mais provável. Mas a posição do BPI em Angola, a única fonte de lucros do grupo BPI neste momento, vai sofrer uma clarificação, e a necessidade de ganhar o Novo Banco passa a ser uma questão de vida ou de morte para o banco. Quando, no início da década passada, o BPI e o BES discutiram a fusão, que acabou por cair, Fernando Ulrich estaria muito longe de pensar que, afinal, o futuro do banco estaria tão dependente do que é hoje o sucessor do BES, o Novo Banco. A quota de mercado do BPI em Portugal é insuficiente para ganhar dinheiro, mas Ulrich teve a habilidade para gerir com pinças a posição em Angola. E o BFA compensou os prejuízos no mercado português. Agora, está num dilema. Ulrich pode vender uma parte da posição em Angola, resolve o problema dos rácios, mas perde uma fonte de lucros. Ou aumenta o capital, coisa difícil nas circunstâncias actuais para os acionistas do banco. A escolha da primeira solução torna ainda mais urgente a candidatura ao Novo Banco, dramática mesmo para a sobrevivência futura do BPI, e isso vai forçar uma clarificação também da estrutura accionista em Lisboa. Provavelmente, a mudança de nome do BPI será mais cedo do que tarde. Para qual? Para La Caixa. |
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