O interesse em saber se estamos infetados é que a doença pode ser controlada com medicação permitindo uma vida longa e com mais qualidade. Também interessa evitar contagiar outros diminuindo os comportamentos de risco e através da redução da carga viral provocada pela medicação.
Quem tem VIH e não sabe continua inconscientemente a propaga-lo e ao fim de alguns anos, quando os sintomas de sida forem evidentes e for parar num hospital, o sistema imunitário já está de tal maneira fragilizado que a duração e qualidade de vida ficam seriamente comprometidos.

Caro Confrade e Amigo Estorninho,
Não podia concordar mais consigo, até porque é exactamente o que eu digo no meu post, um parágrafo adiante.
A minha pergunta: Qual o interesse de fazer o teste só para saber se estou infectado", tinha a ver com um comentário de outro Confrade que remetia para o teste que podemos fazer para saber sobre a condição de estarmos infectados ou não. O teste é importante, mas depois o impacto de um diagnóstico dessa natureza só pode ser devastador, mesmo apesar da ciência já ter progredido muito de modo a melhorar a qualidade de vida do seropositivo. O que é verdade é que a vida de uma pessoa altera-se para sempre.
Acho que concorda comigo quando digo que o mais importante ainda é fazer com que a propagação da doença seja menor, sendo que isso está também nas nossas mãos.

A comunicação social generaliza e no que diz respeito ao HIV transmite a ideia de que uma relação sexual desprotegida é muito perigosa, enquanto que a protegida é totalmente segura. Na prática será um pouco diferente pois cada caso é um caso. Com esta cultura de pensamento presencio casos frequentes de pessoas que se dedicam a diversas práticas sexuais como o esfreganço direto entre os genitais, dedadas ginecológicas, oral natural até ao fim inclusive com deglutição do sémen, contato das mãos com os fluidos genitais do parceiro e de seguida com os próprios genitais e sem cuidado com ferimentos, ausência de lavagens antes e depois dos contactos sexuais, tudo isto sem a mínima preocupação, mas quando há referência a uma penetração sem proteção, mesmo de apenas 1 segundo, meu deus, parece que o mundo vai acabar, é logo caso para irem a correr fazer testes de HIV e das outras DST, não dormirem durante dias, etc.

Generaliza-se porque presume-se que em "99%" dos casos a relação sexual consiste em penetração com troca de fluidos, principalmente de sémen. Mas não tem necessariamente de ser sempre assim.

Vou expor o meu caso, que foi o que me fez ficar hoje a pensar nestas coisas.
Sou circuncidado, como tal tenho a pele da glande tão seca e grossa como a dos lábios. Um outro pormenor, há muitos anos que sou completamente seco, ou seja, durante a relação sexual não liberto lubrificante, sou capaz de estar a foder ou masturbar durante horas e se espremer a ponta não sai uma gota.
Posto isto, num caso idêntico, um homem seropositivo que não tenha ferimentos na pila nem outras DST, presumo que caso pratique uma relação sexual desprotegida mas não ejacule o risco de transmitir o vírus seja irrisório, talvez inferior ao de fazer um minete (é verdade que a quantidade de HIV na saliva é insignificante, contudo é muito habitual haver pessoas que sangram da boca).
No caso inverso, mulher para homem, presumo que o risco será maior pois a vagina inevitavelmente estará inundada de fluídos que acabarão por penetrar na uretra do homem. Ainda assim tenho mais receios de contágio por outros pormenores que me têm ocorrido, por exemplo:
Recentemente estive com uma GP em que fiz dedada ginecológica longa e enérgica, já em casa apercebi-me de um corte que tinha no dedo ocorrido poucas horas antes de estar com a GP, no momento em que estive com ela nem me lembrei do ferimento e a verdade é que episódios como este já me ocorreram diversas vezes.
Também na boca já me feri muitas vezes, trinquei os lábios (sangrou e não foi pouco) ou gretaram de cieiro, feri a gengiva com a escova dos dentes, surgiram aftas, etc, no entanto fiz minetes com uma gulosice como se o mundo fosse acabar amanhã e sem me lembrar dos ferimentos.
Outra situação frequente é em algumas maratonas sexuais ficar com a pila ferida e que normalmente terminam em punheta, atualmente tenho o cuidado de lhes pedir pra lavarem as mãos antes da punheta final, mas houve tempos em que era frequente ter relações sexuais que terminavam em punhetas que me feriam e depois das mãos delas estarem em contacto com a vagina, ou o pénis ferido em contacto com a boca.

Conclusão, acho que nem todas as relações sexuais são iguais e algumas relações desprotegidas serão de pouco risco para o HIV.
No meu caso tenho mais receio dos pequenos descuidos que referi terem-me ocorrido do que das poucas relações que tive desprotegidas.
Isto é apenas a minha opinião, vale o que vale.

Gostei do que li Estorninho e concordo plenamente na sua descrição assino por baixo!