Enquanto estou a começar a escrever o post, a ideia que tenho é que este é um post obvio, talvez demasiado obvio para mim e para todos os restantes “seasoned” putanheiros que ja levam milhas de pista... Para alguns n00bs, talvez nem tanto... por isso e para todos que vivem este lifestyle, aqui vai como é fazer o teste do HIV na primeira pessoa...


Depois de lerem pensem em também realizarem um teste pois hoje pois para alem da importância de sabermos o estado da nossa saúde, com o avanço da medicina o seropositivo pode ter uma esperança de vida semelhante a um seronegativo desde que seja acompanhado desde o estagio primário da doença.


Relembro que não sou da area medica, toda a informação que posto aqui é referente a conhecimento adquirida por interesse meramente acadêmico e que em caso de problema deverão SEMPRE consultar um profissional de saúde.



Geralmente tento fazer o teste 1 vez por ano, mas a verdade é que a vida corre muito rápido e as vezes esse intervalo aumenta em multiplos de 2, 3!


Para realizar o teste de despistagem do HIV, geralmente recorro aos CADs (centro de aconselhamento e deteção), onde podemos fazer o teste de forma anónima e gratuita. Existe uma rede de CADs espalhado pelo país, sendo que podem consultar as localizações e horários de funcionamento neste site:



Neste momento decorre uma acção (temporária?) onde também se pode fazer o teste nos centros de saúde, calculo que tal não seja ideal para quem viva em meios pequenos pelo que tem sempre a hipótese de o fazer longe da vossa zona de residência.


Por mero conforto pessoal, costumo visitar o CAD do Restelo, que fica numa zona de fácil acesso e estacionamento. O centro funciona numa sala da Fundação Nossa Senhora do Bom Sucesso, onde funcionam outro tipo de serviços de saúde para crianças e gravidas.


O processo em si é bastante simples, basta entrar na sala especifica para tal e manifestar o interesse em fazer o teste que imediatamente a psicologa nos convida a acompanha-la a uma sala privada onde inicialmente nos fala sobre a metodologia do teste, do significado dos possíveis resultados do mesmo e acerca do HIV. A conversa decorre num tom muito informal e estamos sempre à vontade para colocarmos duvidas ou quaisquer questões (de qualquer natureza) de forma bastante aberta e sem qualquer .


Ja aqui realizo testes ha mais de uma decada, e sempre apreciei bastante a qualidade do pessoal com quem falei nesta fase do teste, tanto pelos conhecimentos demonstrados, como pela simpatia, assertividade e pela capacidade de serem pragmaticos sem nunca esquecerem o lado “humano” .


Nesta fase irão receber um cartão datado como este, onde vai ser colado um autocolante com um numero (CT/XXXX). Outros autocolantes com a mesma numeração serão colados no vosso teste e posteriormente no resultado do vosso teste.





Vamos falar então do teste... Este é feito noutra sala e por uma enfermeira. Outrora este teste era feito através da recolha de sangue e posterior analise, sendo o resultado entregue passado alguns dias.


Neste momento houve uma evolução o teste é realizado utilizando o um teste rápido da VIKIA de detecção de anticorpos sericos anti-HIV1 e HIV2 onde apenas é necessário a recolha de uma pequena amostra de 2 ou 3 gotas de sangue (obtidas através de uma picada no dedo).


Este teste é de leitura visual, e usa uma tecnologia imuno-cromatográfica que permite a detecção qualitativa de anticorpos. Apesar da aparente simplicidade é eficaz para testar sangue, plasma ou soro.


Tenho algumas fotos para ilustrar, o dispositivo é muito pequeno, tendo apenas cerca 6 ou 7 centímetros.





O sangue recolhido é inserido no poço de amostragem marcada pelo símbolo S no dispositivo. A este adicionam-se 1 ou 2 gotas de anticoagulante pois senão a amostra secaria logo ali e não “correria” pela fita. A zona de posterior leitura de resultado aparece com a marcação T


No caso de estarem interessados em ver o processo de recolha e processamento podem ver este video


Este teste tem apenas a capacidade de despistar situações de risco ate mais ou menos 6 semanas.


Isto quer dizer que no caso de acontecer hoje uma situação de potencial exposição, devem esperar as 6 semanas ate poderem fazer este teste por forma a saber se estão infectado, pois esse é o período necessário ao vosso corpo desenvolver anticorpos (proteínas geradas automaticamente pelo vosso sistema imunitário) que serão detectadas pelo teste.


Após a picada no dedo, vem a parte mais chata: ter de esperar 30 minutos pelo resultado.


O melhor é ir prevenido e levar um jornal, de preferência um com anúncios de GPs, ou então o tablet para consultar os sites "do costume" e preparar um belo TD a seguir a receber o resultado. Rebentar rebuçados ou estoirar porcos com pássaros também são boas alternativas.


No caso de não levarem "literatura" correm o serio risco de ficar a olhar para as paredes e inevitavelmente terão aquele gajo chato chamado “consciência” a pesar-vos durante a espera e a pensar em todas as situações em que poderão ter estado expostos.


Eu sei o que isso é, ja realizei alguns teste onde ia mais nervoso, no caso deste teste estava “tranquilo” como diria o nosso seleccionador, pois a aparte de alguns contacto com a genitália de algumas GPs durante alguns preliminares mais “quentes” e de uma tentativa de penetração por parte de uma GP (desconfio que não com as melhores intenções) não havia nada que me preocupasse.



Assim que o tempo necessário à reacção do teste passa, somos novamente convidados a falar com a psicóloga que nos revela o resultado do teste. No caso de dar positivo penso que o protocolo será realizar uma contra-analise usando um processo complementar laboratorial para confirmar o teste (analise de Western-Blot, pesquisa de antigénio p24 ou determinação de carga viral). O resultado do teste é vos entregue num papel igual a este:





Nada melhor que comemorar um resultado negativo com belo TD... não fiquem contudo eufóricos: se não morrem de HIV vão de certeza morrer de outra coisa qualquer


Portem-se mal e tentem-se proteger no maior numero de situações

Boas,

Aqui no CAD Porto, Rua da Constituição, apenas esperamos uns minutos (5 minutos max.) nunca 30 minutos.

E o tempo minimo para realização do teste rápido após a exposição de risco são 12 semanas (3 meses).

É lá que realizo o meu teste todos os anos. Se não quiser esperar tanto tempo para realizar o teste, já existem laboratórios onde fazem o teste de 4ª geração (anti HIV + p24) onde dão o resultado no próprio dia caso façam a colheita de manhã cedo, ou no dia seguinte. O teste de 4ª geração já dá um resultado fiável após 4 semanas (1 mês).

Boas fodas

Caro Blade runner, sabe dizer qual a localização desses laboratórios e qual a metodologia do teste por favor?

Obrigado

Os VIKIAs nos CADs são testes de 4ª geração (detectam o Antigénio p24 e anticorpos anti-HIV ).

Para Localidades e Moradas, seguir:
http://abraco.pt/?page_id=359

As clínicas fazem pelos métodos P24 (deteção) e Imunofluorescência (confirmação).
Existe ainda o teste Western blot (confirmação) que é muito caro.
É pedir análises ao médico e ir ao lugar do morto.

Pode ser útil para contextualizar:
http://www.mdsaude.com/2009/01/exame-teste-sorologia-hiv-aids-sida.html

Curiosidades:
Teste ao Antigénio P24 – teste precoce - a fazer durante o possível período da janela imunológica, pode possibilitar o diagnóstico antes da positividade do teste HIV.
o período de janela imunológica para detecção de antígeno p24 é aproximadamente 17 dias
90% das infecções são detectadas até aos 29 dias

Antigénio é uma substância (micróbrio, célula de espécie diferente, substância química ou orgânica, etc.) que entra no organismo e provoca a formação de anticorpos.
Portanto, se há Antigénio... há virus.

Conhecer mais aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=oQbFK7CgzEU

ab.

Boas,

Atenção ás informações erradas! Os testes no CAD do Porto são de 3ª geração, daí só fazerem o teste ás 12 semanas (3 meses), no entanto, como não conheço os outros CAD não descarto a hipotese de já alguns terem testes rápidos de 4ª geração, portanto, nada como telefonar para lá a perguntar.

As clinicas que fazem o teste de 4ª geração fazem um teste combo (anti hiv + P24) onde fazem análise aos anticorpos e simultaneamente a proteina P-24. Tantos os testes rápidos como os feitos nas clinicas são ensaios de triagem. Caso haja um resultado positivo é então feito um ensaio comprovatório (ex. Westerbolt)

O de 4ª geração faço aqui: www.lacgaia.pt/‎

Fonte: INFARMED
http://www.infarmed.pt/portal/page/port ... IV_1_2.pdf

Vide pag 2.
Sensibilidade dos painéis de Seroconversão
Testados 29 painéis comerciais de seroconversão e o painel SFTS, demonstrando a precocidade da detecção de VIKIA HIV 1 / 2. Este estudo foi também efectuado com 29 painéis de seroconversão pós sobrecarga com um volume equivalente de hemácias do grupo O. Os resultados deste estudo demonstram que o teste permite uma detecção tão precoce quanto a maioria dos testes ELISA (3ª e 4ª geração).

Eu também não sabia até a menina do nariz empinado da Lapa ter-me dito isso.
Confirmei nesta ficha do produto do Infarmed, e identifiquei outras fontes que também referem o elevado grau de sensibilidade e especificidade dos VIKIA HIV 1 / 2, que os equipara a um teste de 4ª geração.

Não posso contudo garantir que os testes na Zona do Porto sejam os mesmo VIKIA HIV 1 / 2 que se fazem na Lapa ou no Restelo (pic que o Safado postou no início)

ab.

As clínicas de análises geralmente já fazem todas testes HIV de 4ª geração.

O combo (Anti-P24 e HIV) faz-se como uma análise normal ao sangue.

Fiz um na LabMed de manhã e ao fim da tarde tive o resultado.

Em conversa com o director de imunologia da LabMed do Porto as informações que ele me deu foram que com os testes de 4ª geração os do anti-gene P24 têm eficiência de 90% nos primeiros 15 dias de exposição e que os HIV de 4ª geração têm uma taxa de eficiência de 99,99% ao dim de 28 dias de exposição.

No CAD da constituição o teste rápido é indicado como sendo de 3ª geração e que por via das dúvidas só a partir do 3º mês de exposição recomendam o teste. Se forem lá e indicarem que fizeram um teste de 4ª geração num laboratório depois dos 28 dias de exposição, o que geralmente vos dizem é que nem é necessário fazer o teste rápido. Só mesmo em caso de descargo de consciência. Mas atenção que não se recusam a fazer.

As técnicas do CAD Porto são muito acessíveis e até acabam por desmistificar muitas das situações relativas à transmissão do HIV.

Parabens pelo tópico ... muito util e informativo

Bem confrades, o bichinho pelos vistos apanhou-me mais facilmente que eu pensava.

Tinha postado num tópico que a probabilidade de pegar alguma DST pelo sexo oral (passivo) era quase nula e bem, não foi bem assim para mim. As fontes em que me fiei não foras as melhores

Depois de um encontro com uma GP, oral desprotegido e vaginal protegido, fiz um teste completo DST + HIV no CAD da Lapa, 25 dias (3,5 semanas) após a exposição.

Resultado: - a tudo, + Gonorreia.

Apesar de tudo, fiquei aliviado porque é uma cena de fácil trato e ainda por cima detectado tão precocemente. Lá levei a injecção contra a coisa e toca a andar.

Tendo em conta que o teste HIV que fazem nas consultas é 4G (AO+P24), com recolha de sangue, que pelo que li em estudos detecta entre 95% a 99% dos casos de infecção precoce a partir dos 20 dias (3-4 semanas), nem pensei mais nisso.

A merda foi o medo que a médica me meteu, a dizer que se apanhei Gonorreia também posso ter sido infectado com HIV com este meu fight, que devia fazer outro teste aos 90 dias (12 semanas) porque este não é todo conclusivo. Agora e apanhar informação que não seja contraditória?

Já apanhei fontes em que dizem que não preciso mais de me preocupar que o teste às 12 semanas é apenas para seguir as normas internacionais da coisa que estão desactualizadas e que é mais umas cena de "secretaria" outros que um teste aos 25 dias (ou 28) não quer dizer nada e que tenho que testar efectivamente às 12 semanas. Em que ficamos afinal?

Retirado do fórum AIDSPortugal



A verdade é que a médica criou-me uma carga de ansiedade que nem consigo funcionar bem.

De facto existem muitas DST e ate nos beijos podemos apanhar algumas, tipo herpes, felizmente são aquelas que não dão chatices. No caso do HIV pelo que sei é quase impossível apanhar no oral pois teria de haver sangrento ou infecção na boca da menina e mesmo assim o virus não iria sobreviver na saliva. Mesmo a probabilidade de apanhar no vaginal é baixa.

Agora outras doenças, mesmo a Gonorreia (muitas passam por nos, desaparecem e nem damos por isso) ate nos locais / wc públicos podemos apanhar.

Tenho plena consciência disso. Aliás quando fui ao Cad pela primeira vez fazer o teste do Hiv a psicóloga disse-me exactamente o mesmo. Apenas o receptor (quem faz) tem risco teórico, para o insertivo teria de haver uma grande abundância de sangue na boca para haver risco - ou seja, vermos mesmo a jorrar sangue da boca. Contudo a médica (e não deveríamos confiar nos médicos?) começa-me com esta conversa. Estava tranquilo e quero acreditar que o resultado do teste é conclusivo mas agora não consigo deixar de pensar nisso e a meter tudo em causa. Se estava bem protegido no vaginal, etc.

No caso do oral ao natural apanhamos muitas coisas, muitas delas nem se manifestam e nem são motivo de preocupação.
Até sem ser ao natural podemos ter alguma irritação no penis ou a volta do penis.

Basta que a médica seja uma pessoa preconceituosa, que acha que tem pela frente um devasso, para começar com essa conversa. Há gente assim.

Uma vez mostrei a uma médica umas análises que tinha feito - e estava lá a do HIV (negativo). Fez expressão de horror quando chegou a esse ponto - e à saída já nem me estendeu a mão.

Pode ter sido isso, o que eu acho incrível, a ser verdade.

Quando ela me deu o diagnóstico, não fiquei contente claro, mas deve-se ter notado um certo alívio porque ela me perguntou porque estava tão pouco apreensivo.

Disse-lhe que embora não estivesse contente, o facto de ter um resultado negativo no HIV aliviou-me a tensão que tinha. E foi ai que ela começou a dizer que se acusei Gonorreia posso acusar HIV mais tarde, porque o teste AO/P24 aos 25 dias não é conclusivo.

Disse-lhe que li vários estudos que referem que um teste de 4G encurta a janela de detecção para os 15-20 dias e que é bastante fiável ao detectar 95% de novas infecções à 4 semana/28 dias, embora um teste conclusivo tenha que ser feito aos 3 meses. Ela disse que estava totalmente errado, que o teste só refere que não estou infectado há 3 meses e tal, por isso tenho que voltar a fazer o teste lá quando bater os 90 dias, que este não vale nada.

O mesmo em relação ao oral, que os riscos são os mesmos e que o risco que corri é o mesmo.

Caro durd3n,
e você não presta contas a ninguém? (namorada/mulher)
Se tem de prestar contas, como descalçou a bota?

Cumprimentos