Alguém diz com lentidão:
“Lisboa, sabes…”
Eu sei. É uma rapariga
descalça e leve,
um vento súbito e claro
nos cabelos,
algumas rugas finas
a espreitar-lhe os olhos,
a solidão aberta
nos lábios e nos dedos,
descendo degraus
e degraus e degraus até ao rio.Eu sei. E tu, sabias?
Eugénio de Andrade
A minha Lisboa não é a de Pessoa
apesar da Lisboa ter pintado os lábios continua a ser uma Lisboa airosa.Suponho que cada um de nós procure na poesia aquilo que vemos. A tua é a de Pessoa?
Confesso que nunca li "Lisboa, O que o turista deve ver" dele... portanto não sei o que ele encontrava e via na cidade...sei que a cidade está mais rica, que os bairros mais suspeitos estao mais vibrantes e que a criatividade e encontros filosoficos de café estão mais vivos e já não pertencem a uma elite. Mas também sei que, por este andar, vão começar a ser deslocados para as periferias. Lisboa está mais rica culturalmente, mais vibrante... Mas começa a roçar perigosamente a futilidade... cabe a cada um de nós
e houve um curioso deslocamento dos cafés para os parques...