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 No Delta de Vénus 
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Prata
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Mensagem No Delta de Vénus
Na contracapa da edição portuguesa do Delta de Vénus de Anais Nin (a minha, da Bertand) lê-se:
"Na altura em que todos nós escrevíamos histórias eróticas a um dólar a página é que eu vi que, durante séculos, houvera apenas um único modelo para esse género literário - o dos homens. Já então eu estava consciente de que as concepções masculina e feminina da experiência sexual eram diferentes... As mulheres, pensava eu estavam mais aptas a unir a sexualidade à emoção ao amor, preferiam um único homem à promiscuidade. Mas apesar da diferença fundamental entre a atitude da mulher e a do homem acerca de tais questões, nós não disponhamos ainda de uma línguagem que a expimisse. ... Será (o seu livro) uma prova de que as mulheres nunca separaram o acto sexual do sentimento e do amor pelo homem, todo ele."

Aqui temos um resumo da perspectiva de alguém que, sendo mulher, inteligente e indubitalvelmente talentosa parece embarcar numa concepção, a meu ver, extremamente machista do que são as mulheres e os seus desejos. Se lermos os seus diários não ficamos assim tão convencidos da sua preferência por um único homem face à promiscuidade, mas todos temos o nosso ângulo cego.
Quero dedicar este tópico à minha doce mas venenosa amiga que tão bem me soube lembrar que 'mulheres há muitas' e nem todos podemos gostar do amarelo.
Para tópico proponho a necessidade da prostituta de separar o acto sexual do sentimento e do amor e a aparente necessidade do frequentador destas lides de os misturar. Fazê-mo-lo mesmo, umas e outros? Amam as mulheres o homem todo ele e nós as que têm as melhores mamas?

Nós homens, queremos mesmo uma entrega tão total que deixemos de poder pô-la de lado quando a sessão acaba? Queremos uma prostituta que se torne a nossa 'amante'? Ou queremos uma relação tão unilateral que enquanto que ela se dá inteira, nós a esquecemos ao sair da porta ou só a recordamos como vazadouro e inspiração literária?

Vocês mulheres, revêem-se nas palavras desta outra mulher? Ou acham, como eu, que pode existir um enorme hiato entre saber escrever e entender o que se escreve, vive e sente? Será que ela fala por todas, como parece presumir? Oiço muitas vezes que as mulheres variam mais entre si do que nós, que têm mais cambiantes. Adorava ver essa diferença reflectida nas próximas páginas.

Boas fodas

17 Jul 2017

 
 
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Mensagem Re: No Delta de Vénus
Só agora percebi o que era o Delta de Vénus querido PK.

"Para tópico proponho a necessidade da prostituta de separar o acto sexual do sentimento e do amor e a aparente necessidade do frequentador destas lides de os misturar."

Esta proposta demonstra sensibilidade, inteligência e coragem tudo de uma só vez.

Já li umas coisas da Anais Nin, mas foi quando era puto e não me lembro bem. Acho, só a partir da obra que publicaste neste forum, que és melhor que ela.

A minha tese é que as diferenças entre homens e mulheres nesta matéria se estão a esbater a enorme velocidade desde que a pílula foi inventada. A espécie humana é cada vez mais cultural e as diferenças físicas que estão na génese da diferença entre homens e mulheres no que ao sexo diz respeito foram já vencidas pela técnica.

Voltando à Anais recordo alguma desilusão, talvez as más traduções ajudassem, mas em parte derivava de estar à espera de muito por ela ser bastante mencionada e com muita admiração na correspondência entre o Henry Miller e o Lawrence Durrell que li com grande avidez.

Era muito puto e cheio de ilusões literárias. Para mim durante muitos anos o Lawrence Durrell era o melhor escritor de sempre. Hoje em dia já não acho o mesmo, mas não me arrependo de nada do bem que disse dele.

Desculpa a misturada. Gosto muito de ti.

18 Jul 2017
Prata
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Mensagem Re: No Delta de Vénus
Vou desiludir-te, para mim o melhor escritor do mundo é o gordo da "Guerra dos Tronos"(George R. R.Martin).
A forma como ele consegue juntar uma forma narrativa arriscada, um enredo épico e fantástico, descrições poéticas e brilhantes e uma construção/análise psicológica digna de Shakespeare e muito menos massadora, com uma componente érotica explícita que a época não permitia ao primeiro, bate todos aos pontos. Único grande defeito, é um ser humano bastante miserável e o sucesso está a matá-lo, literalmente. Eu sou gordo mas se ele não puser uma rolha na boca não dura o suficiente para acabar "A song of Fire and Ice", a série de romances que deu origem à da TV. (se não leste e o teu inglês chega lê no original, ele não foi traduzido pelo Cesariny ou pelo Pessoa. :mozilla_wink: )
E considero a Anais superior aos outros dois, especialmente o Miller que sempre considerei aborrecido e pouco imaginativo. Mas eu fui gaja na última encarnação, só pode. De pessoa para pessoa detesto-a, aquela bruxa teve um filho na barriga até aos seis meses e depois abortou-o, "em nome da escrita". Para mim, ela era tipo a Piaf do "La Vie en Rose", o que tinha de talento tinha de loucura e desumanidade. Claro que um tipo que estourou a fortuna que lhe deixaram em GPs não tem moral para dizer estas coisas, mas pronto. Já que vou morrer cedo e sem filhos, acho que no fim acaba por ser uma homenagem a quem a construiu e ma deixou.
Abraço

18 Jul 2017
Prata
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Mensagem Re: No Delta de Vénus
Bom, já que ninguém se chega à frente eu começo e a resposta é um claro Não. Eu não quero que todas as prostitutas fiquem de quatro por mim (por vezes quero mas no sentido literal). Na minha vida fora das lides o máximo que já geri foram quatro e dava um trabalhão, no fim acabei por perder a melhor. Agora imaginem se as dez ou doze do último mês começassem a mandar mensagens, a querer combinar encontros, etc...
Eu aprecio particularmente alguma envolvência, sou um gajo que gosta de dar prazer, que detesta fingimentos e tenho por mim que sei o que ando a fazer na cama. Portanto, se ela deixar (em princípio) vai gostar. E eu quero que goste, se há uma coisa que me massaga o ego é não ver alguém à meses ou anos e ela lembrar-se melhor do que aconteceu do que eu. Mas já houve quem deixasse as lides por mim e nunca valeu a pena. É que eu não nasci para ser fiel, sou por natureza desconfiado em relação ao amor e ainda tenho dinheiro suficiente para atrair muita interesseira.
A verdade é que nem me posso queixar de, ao longo da vida, ter sido muitas vezes enganado por quem veio sem anunciar o preço, preços altos paguei-os sim mas a nível emocional. Mas como não me conseguia abstrair do que as que eram ou foram prostitutas faziam ou tinham feito, desconfiei de quem não devia, confiei em quem não devia e a maior parte das vezes não fui mais feliz do que se as tivesse deixado onde estavam. Tive, mas já não tenho, o complexo do salvador, que tira o grande amor da sua vida de um bordel. Eu era surfista, porque é que não me havia de ter dado para salvar afogadas?
O problema é que até publicar o meu mapa, eu só me consegui alguma vez dar valor por uma coisa. E portanto, quem melhor para me apreciar do que quem sabe de facto avaliar o que valho? Se me pedirem para explicar como fuciona um disparate destes na minha cabeça, não consigo. Mas sei que todas as vezes que tentei que alguém continuasse na minha vida usei sempre e só o mesmo atributo e os resultados nem sempre foram os melhores, como o D. Juan de Marco eu só me prendi áquela que se foi embora.
Hoje a minha cabeça de baixo já não funciona como antes, talvez por isso esteja a dar espaço à de cima. Eu quero estar com uma mulher que se entregue o suficiente para poder tirar prazer do fight, mas não estou aberto a que toda a mocinha mal-vivida a quem dou dois orgasmos se ponha a prantear à minha porta. Hoje (e note-se que eu estou no site à pouco mais dum mês) fico feliz quando um confrade confirma os meus "entrega-se" e "veio-se", à dez anos nunca mais falava a nenhum dos dois. Eu quero ter mais mil mulheres e se a saúde e o guito o consentirem hei-de conseguir. Mas estou mais prático e realista, não quero ter mais mil mulheres só para mim, não quero arcar com os custos emocionais disso.
Agora, há mulheres e Mulheres.

18 Jul 2017
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Mensagem Re: No Delta de Vénus
Complicado... Tema bastante complicado e delicado para ser debatido levianamente!
Estou com sono e a precisar de tempo para mim, e para os meus "eus" ( os meus fantasmas e os meus demónios...)!
Tentarei responder a altura merecida... Talvez amanhã... Talvez !
Mas assim como tudo na vida...
Há homens... e há Homens!

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Mensagem Re: No Delta de Vénus
punhakiller Escreveu:
Hoje a minha cabeça de baixo já não funciona como antes, talvez por isso esteja a dar espaço à de cima. Eu quero estar com uma mulher que se entregue o suficiente para poder tirar prazer do fight, mas não estou aberto a que toda a mocinha mal-vivida a quem dou dois orgasmos se ponha a prantear à minha porta. Hoje (e note-se que eu estou no site à pouco mais dum mês) fico feliz quando um confrade confirma os meus "entrega-se" e "veio-se", à dez anos nunca mais falava a nenhum dos dois. Eu quero ter mais mil mulheres e se a saúde e o guito o consentirem hei-de conseguir. Mas estou mais prático e realista, não quero ter mais mil mulheres só para mim, não quero arcar com os custos emocionais disso. Agora, há mulheres e Mulheres.


Precisamos de mulheres nas nossas vidas, mas não consigo imaginar viver uma vida exclusivamente com GPs. A relação com uma GP é assimétrica: o cliente tem o poder e o controle da relação e nenhuma responsabilidade em dar nada (para além do que encargo financeiro). Damos prazer a GPs, mas sabemos que é por uma questão do nosso ego masculino. Isto tudo é muito bom até um dia quando acaba o guito, ou precisarmos de alguém que satisfaça as nossas carências emocionais em dias de chuva, ou nos aqueça os pés em dias frios.

19 Jul 2017
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Mensagem Re: No Delta de Vénus
Freddo Escreveu:
Precisamos de mulheres nas nossas vidas, mas não consigo imaginar viver uma vida exclusivamente com GPs. A relação com uma GP é assimétrica: o cliente tem o poder e o controle da relação e nenhuma responsabilidade em dar nada (para além do que encargo financeiro). Damos prazer a GPs, mas sabemos que é por uma questão do nosso ego masculino.

Estou completamente de acordo, infelizmente não tenho, de momento, uma companheira disposta a aceitar que derreta despreocupadamente o pé-de-meia familiar a frequentar prostitutas, portanto assimétrica por assimétrica... que disto tenho a certeza, se a visse a escrever TDs no Grandes Paus, não ficava bem comigo ou não ficava bem com ela. E eu nem me tenho por um gajo inseguro e com falta de autoestima.
Já o dei a entender muitas vezes mas não me importo de o explicitar, paguem o que pagarem são os clientes quem fica a ganhar. Afinal, é só dinheiro e somos nós quem o gere.

19 Jul 2017
Prata
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Mensagem Re: No Delta de Vénus
Ops, falta acrescentar: e isso não nos premitisse comprar um livro, ir ao cinema, planear umas férias. É que para bem ou para mal já vivi aproximadamente o que descrevi, embora ela não lhes pagasse e os posts fossem num site de BDSM, coisa que não me motiva particularmente, em especial do lado Dominante e a verdade é que não me sentia lesado. Agora se a visse benzer o dinheiro trocado pela Magnum 44 de outro, quando a minha Smith & Wesson é 32...

19 Jul 2017
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Mensagem Re: No Delta de Vénus
Não sei se percebo o que dizes mas concordo com tudo

20 Jul 2017
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Mensagem Re: No Delta de Vénus
Um tema interessante. Até as obras de crianças como Mary Poppins têm histórias sobre o quanto e porquê um homem precisa de uma mulher.

09 Fev 2023
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