Phallus
Registado: 29 Dez 2017 Mensagens: 763
Positivos
71
Neutros
4
Negativos
5
TD's nos últs 90 dias: 4
- Ajudando o Forum a Crescer
|
Re: Expressões idiomáticas portuguesas
Mais algumas, usadas pelo menos na minha terra: À Lagardère A pão de pedir A ver passar os ciclistas Abafar a palhinha Abanar o capacete Avantesma (abantesma) Acertar-lhe o passo Acordar com os pés de fora Acordar de cu p'ró ar Adianta um grosso Andar em manobras Armar ao pingarelho Arrear na vertical Bais às Antas? Cheio de nove horas Que traço! Ah, faneca! Ainda a procissão vai no adro! Isto está cá uma sarrabulhada! Esse gajo pega de empurrão! ou atraca de popa! Isto vai tudo para o maneta! Quando nos secar o céu da boca vai tudo para o malagueiro! Jesus, que pomada! Não percebo a ponte de um chavelho! Isso é de murrinhanha! (O significado está implícito na cena deliciosa que a seguir reproduzo de um jornal minhoto) Afazeres profissionais levaram-me ontem a Viana do Castelo, no regresso tive de passar por Braga para me encontrar com dois colegas que tinham ido a Chaves, também em serviço, e vão ficar hoje pelo Porto, regressando terça a Lisboa. Ontem já eu tinha pedido à D. Eduarda do café que me arranjasse umas caras de bacalhau e umas pencas da terra para jantar com estes colegas e amigos. Como o dia se foi atrasando, eu fui informando a senhora do café desse mesmo atraso e pelas 18 estabelecemos que se jantaria por volta das 22. O outlete de Modivas era onde eu deveria encontrar-me com mais três colegas do sul por volta das 19 horas, telefonei-lhes e constatei que também eles estavam atrasados, marcou-se então encontro para o café da D. Eduarda. Vinha eu já na Maia, quando toca o meu telemóvel, o número era o da D. Eduarda, atendi…Do outro lado escutava-se “tou, tou”, muito alto, e muito ruído de fundo, vozes a discutir aos berros, sobressaía a voz de mestre Joaquim que tem um vozeirão, mas ouviam-se muitos palavrões, e foi necessário gritar eu também… Ó D. Eduarda, D. Eduarda, mande calar aí o pessoal senão nem a senhora me ouve nem eu a entendo…Com um ríspido e sonoro “calai-vos caralho”, a D. Eduarda calou toda a gente, e falando comigo com voz de quem estava extremamente nervosa (nervosa é o estado normal dela), “ó senhor José, apanhamos os filhos da put*, andavam a rondar a sua porta, já estão aqui amarfanhados, já chamei a guarda”. Fiquei em pânico, só podiam ser os meus colegas… Pedi à D. Eduarda para não lhes tocarem, desliguei, acelerei, e liguei para o Rocha, um dos tais que ficara de ir ter ao café. Lá estava a confusão, mal atendeu, que barulheira, pedi-lhe que mantivesse a calma que estava a chegar, e cheguei passados 6 ou 7 minutos… Mal entrei no café, mestre Joaquim virou-se para mim e gritou “são aqueles?”, ao que respondi afirmativamente, agarrou-se logo às golas do Guimarães e ia já de cabeça feita para uma cabeçada, meti o braço a meio e consegui impedir que o meu colega fosse parar ao hospital. Ó mestre, são estes que vêm jantar comigo. Também tive de entrar na berraria, e depois de uns calma, caralho, foda-se, tudo em altos berros, as coisas acalmaram e pude dizer que tanto os que eles tinham agarrado à minha porta como os que tinham acabado de chegar comigo, eram os colegas que ficaram de lá jantar, jantar que estava encomendado. Virei-me para a D. Eduarda e em tom mais ou menos duro perguntei-lhe se não tinha desconfiado que seriam os meus colegas. Levei logo um insulto, mandou-me para esta banda e aquela, e disse com uma certa razão que ficáramos de ir lá jantar, não a minha casa, e como sabiam que andavam a ameaçar-me, julgaram tratar-se de alguém para me fazer mal. Prontos, lá foram mais uns “aéreos” para vinho, cafés, bagaços, e tudo acabou com uma jantarada animada. Já bem bebido, o mestre Carlos só dizia “ó senhor José, se vossemecê não chega tão lesto aquele ali” apontando para o Rocha “já estava com o destino traçado, ia enfardar e depois… banho”. Já tínhamos acabado de jantar, estava tudo na conversa, aos berros como sempre, a D. Eduarda a perguntar-me “môr, queres gelado, queijo com marmelada, que queres?”, quando da porta da entrada se ouviam sirenes… Fez-se silêncio, alguém disse “é fogo ou foi grande acidente”, e ao fundo da praceta quase a despistar-se com os semáforos ligados e o tinóni em altos berros aparece um jipe da GNR, e mais outro, e um carro de comando…Já ninguém se lembrava deles, tinham sido chamados pelas 18 horas era quase meia-noite. “Aqui é que chamaram a guarda?” perguntou o ordenança, “foi, mas já foi há 15 dias” respondeu mestre Joaquim. Conclusão, o teatro ia recomeçar. Expliquei tudo ao sargento, mandaram-se vir mais uns copos, e tudo acabou em bem. Era já uma hora da manha quando as tropas (GNR) retiraram, o último deles a sair foi o sargento que virando-se para a D. Eduarda disse “toca a fechar que já passa da meia-noite”, de imediato “vá mandar em sua casa, vá pró caralho" respondeu-lhe a D. Eduarda. São neste momento 3:15, cheguei a casa há um quarto de hora, já está o pessoal todo a descansar, 2 tiveram de ficar numa das casas da senhora do café, e eu vou também ver se durmo. DAQUI A DIAS BOTO MAIS, TÁ BEM?
Beijinhos para ti, Sarah
|