Caro Japonês,
sei exactamente o que sentes, infelizmente... uma crise de ansiedade, há 1 mês, levou-me ao hospital pensando mesmo ser uma porra de um enfarte, felizmente não, uma depressão!
Estou de baixa médica psicológica, sem trabalhar, sem conduzir, sem vontade para nada, daí a razão de passar imenso tempo aqui no forum no qual me tenho apoiado e confraria ajudado a passar este maldito suplício.....
Não quero sobrecarregar, apenas partilhar este momento menos bom convosco!
Abraços a todos, beijos a elas!!!!!

Obrigado GUP pelas boas dicas
É bom saber que ainda há quem se importe com os outros
Um abraço a todos vós

Abibe
Obrigado por teres visto a este tópico e pela partilha.
Infelizmente para mim, esta já é a segunda vez que tenho de lidar com a depressão. Tal como superei da primeira (embora nunca mais tenha voltado a ser o mesmo), tenho de voltar a ganhar esta batalha.
Também te desejo um rápido reestabelecimento.
Abraço

Abraço amigo,
pela força e que superes também essa fragilidade, que esperemos, temporária!
Agradeço a solidariedade e pela coragem de abrires o tópico!

Caros confrades, como disse e muito bem o GUP o exercico fisico é muito importante para o equilibrio psiquico. Mais do que muitos imaginam. O nosso corpo é uma maquina complexa que funciona em equilibrio. A pratica de exercico fisico e sempre recomendada especialmente nestes casos. A corrida e um bom escape, barato só precisa de força de vontade. Dependendo das causas da depressão desportos colectivos tambem podem ser recomendados.

Quem corre, como eu, sabe que por vezes não temos vontade nenhuma de ir correr, no final de um dia de trabalho estamos cansados (de cabeça) o corpo pede descanço. Mas sempre que vencemos esta preguiça inicial e vamos correr ganhamos outro vigor, no final ficamos com uma sensação de bem estar que e muito reconfortante. O engraçado e que parece que temos mais energia de pois de gastarmos energia...... é a quimica do cerebro a funcionar

Estas coisas acontecem, infelizmente, mas são superáveis, felizmente. Terapia, repouso, boa alimentação e vida ativa são a receita.

Cuidado com o ginásio, que pode ser excessivo, sobretudo nos primeiros tempos de tratamento. Cuidado com as emoções: jantares muito animados, saídas à noite e grandes excitações são de evitar durante uns tempos. Deitar cedo (sem ver televisão até tarde), manter hábitos diários, cuidar da higiene e da apresentação e dar uns bons passeios é fundamental.

Força amigo Japonês, um poco de exercicio faz sempre bem
vida cuidada e trata bem de ti
Melhoras e um abraço deste confrade

Boa tarde

Obrigado pelas vossas palavras amigas e apoio, em especial ao Jolinho e Russo83 a quem ainda não me tinha dirigido.

Boa tarde

Obrigado pelas vossas palavras amigas e apoio, em especial ao Jolinho e Russo83 a quem ainda não me tinha dirigido.

Ansiedade em conjunto com depressão é do pior que pode existir. Pode paralisar completamente uma pessoa.

Mas a ansiedade é mais fácil de ser combatida que a depressão.

Há bastantes técnicas que possibilitam controlar a ansiedade. Quando se está bem consciente dos sintomas e se consegue detectar um "ataque" de ansiedade é possível praticamente pará-lo nesse momento. O que facilita que a ansiedade não se torne crónica.
A ansiedade é como qualquer hábito. Bom ou mau. Como lavar os dentes todas as manhãs, ou fumar. Quando se ganha o hábito, passa a ser... habitual. Mas pode-se perder esse hábito, da mesma forma que acontece com a grande maioria dos hábitos. Basta que se tomem medidas para que se torne cada vez menos frequente. Assim, deixa de ser um hábito e passa a ser ocasional. O que é muito menos grave, e bem mais fácil de controlar. Depois, com o tempo, é possível praticamente reajustar o nosso cérebro de forma a praticamente parar de ter crises de ansiedade.

3 coisas simples que qualquer um pode fazer, sem precisar de qualquer tipo de formação são:
- "power pose"
- exposição
- controle de respiração

- "Power pose" é basicamente qualquer "posição de poder". A mais conhecida é a "posição do super-homem". Em pé, pernas ligeiramente afastadas, tronco direito, cabeça levantada, peito cheio e mãos nas ancas. Não é preciso pensar em nada de especial, sequer. A mera posição terá efeitos.
A teoria é mais ou menos esta, simplificando: da mesma forma que, de forma natural, as pessoas "deprimidas" adoptam posições "encolhidas" e as pessoas "confiantes" adoptam posições "de poder", é possível fazer o inverso. Adoptar uma posição "de poder" para se sentir mais autoconfiante, e adoptar uma posição "encolhida" para se sentir mais deprimido.
Se estão sentados, experimentem encolher os ombros, colocar as palmas das mãos juntas no meio das pernas, encolham o queixo, encolham o resto do corpo, e façam uma cara triste. Deixem-se estar 5 minutos assim e vejam como sentem. Se não se sentem "na merda", vão passar a sentir-se um bocadinho.
O mesmo acontece com as posições "de poder". 5 Minutos na "posição do super-homem", e parece que receberam uma injecçãozinha de força e confiança.

- Exposição é a técnica de nos expormos ao que nos assusta. Se temos medo de falar em publico, o melhor a fazer é falar muitas vezes em público, até que passe a ser tão fácil como comer um gelado. É o que fazem os Toastmasters.

- O controle de respiração, apesar de existirem muitas técnicas diferentes, é útil mesmo quando é feita da forma mais simples. 5 a 7 minutos a tentar respirar lentamente, a contar 1-2-3 em cada inspiração e 1-2-3 em cada expiração, é muitas vezes suficiente para se ganhar calma e alguma maior paz de espírito.

Usar estas 3 coisas ao mesmo tempo é muitas vezes mais do que suficiente para se ganhar "balanço".

Um gajo pode estar com medo de fazer qualquer coisa, como por exemplo escrever um documento que parece que está sempre a adiar.
O que pode fazer?
5 minutos em posição "de poder" a controlar a respiração e de seguida tentar fazer um pouco daquilo que o assusta, nem que seja só 5 ou 10 minutos. Nem que olhe só para aquilo, até ao momento em que aquilo começa a provocar ansiedade e se pára.
E depois repete-se. E depois repete-se novamente. E repete-se, repete-se, repete-se... até que a determinada altura já se pode conseguir aguentar 15 minutos a fazer aquilo. E dali a algum tempo já poderá ser 20 minutos. Até começar a ser cada vez mais fácil. E de repente aquilo já não provoca ansiedade e já não é preciso técnica nenhuma.

E não esquecer.... pequenas mudanças podem provocar grandes resultados.
Um pequeno ajuste na alimentação (reduzir consumo de café, por exemplo), com outro pequeno ajuste na alimentação (reduzir consumo de pão, por exemplo), com um pequeno ajuste no exercício físico (adicionar 1 caminhada por dia, por exemplo), e outro pequeno ajuste noutro mau hábito qualquer, tudo somado pode começar a provocar pequenas mudanças, que irão facilitar a adopção de outros pequenos hábitos, que por sua vez irão provocar mais mudanças, e por aí fora, tipo bola de neve, até que se alcança as tais grandes mudanças.

Caro confrade Japonês,

na minha vida tive 2 grandes depressões, que aconteceram em momentos chave da minha vida: a primeira foi quando, durante a minha adolescência, um membro de damília muito próximo de mim deixou esta existência, e a segunda foi quando tive o divórcio com a mulher que pensava eu ser a mulher da minha vida.

Na primeira depressão, fui a psicólogos e psiquiatras que, à sua maneira, tentaram resolver a tarefa em mão; de nada serviu, pois nada do que eles diziam fazia sentido, e as drogas não ajudavam, pois alteravam a minha maneira de ser de uma maneira radical ao ponto de não me sentir sendo eu próprio.
Por iniciativa própria, decidi exteriorizar o que me ía na alma através da pintura e da escultura, onde, de alguma maneira, conseguia "prender os meus demónios" nas obras que fazia (na altura, até uma revista de arte fez um artigo sobre o meu trabalho e apelidou-o de Tetricísmo neo-moderno... enfim...).
Ao mesmo tempo, como já praticava artes marciais desde os meus 4 anos de idade, decidi começar a fazer mais desporto e actividades físicas, de maneira a preencher o meu tempo e a colocar o corpo e a mende em modo auto-pilot, enxotando quaisqueres pensamentos negativos que tivesse, e permitindo, ao mesmo tempo, conhecer novas pessoas, tirando-me de uma solidão auto-imposta.

Na segunda depressão, iniciei uma fase de verdadeira pandega, na qual fiz o seguinte:
- rodeei-me de mulheres até enjoar. Durante 6 meses, tinha praticamente uma mulher diferente todos os dias. Foi duro para a carteira, por inúmeras razões, e durante esse tempo, senti que "não estava em casa". O que fez com que magoasse psicologicamente algumas mulheres, profissionais e não-profissionais, nesse processo. Ainda nos dias de hoje, volvidos quase 10 anos, estou a tentar reparar a maioria desses infelizes acontecimentos, e espero um dia conseguir voltar a ter uma consciência tranquila relativamente a isso.
- ao fim de 6 meses, decidi viajar e conhecer um pouco o mundo, de maneira a conseguir encontrar o meu "ponto Zen" no meio dessa confusão toda.
E tal aconteceu, no meio da Times Square, em Nova Iorque, onde decidi voltar à Terra e encarar a vida pelos cornos.
- ao mesmo tempo, continuei a fazer desporto, desta vez, mais radicais, sempre para me manter ocupado e para trabalhar na minha auto-estima.

Isto foi o que resultou para mim.
O único ponto em comum em ambas as "terapias" foi o desporto. Ao fazeres desporto, libertas endorfinas no teu organismo, o que faz com que te sintas "naturalmente alegre", além de que a adrenalina dá-te o boost necessário para saíres da letargia da situação. Por isso, os conselhos dos confrades Gup e Abide são extremanente válidos e eficientes nessa situação.

Gostava dizer que há uma solução mágica para uma depressão, mas não há. Porém, o que te posso dizer é que, assim que decidires saíres dela, e começares a fazer por isso, já é meio-caminho andado para uma boa recuperação.
Com bons amigos e bons hobbies, verás que não haverá depressão que te mande abaixo, de futuro.
Pois o que não nos mata, torna-nos mais fortes.

Grande abraço e coragem, confrade Japonês, pois tudo há-de se resolver para bem. É preciso é querer.

Obrigado

Isto acontece por vezes porque a recuperação é lenta - entre muitos meses e mais de um ano - e a pessoa entende que a abordagem do terapeuta não está a resultar. A abordagem está a resultar, mas a evolução é muito gradual e a expetativa da pessoa não é atingida.

Da mesma maneira, é natural a pessoa ter fases em que não se sente ela (ou dentro dela própria). Os terapeutas estão habituados a isto tudo.

Tenho um amigo que passou um calvário com uma depressão e recuperou ao fim de uns anos. Ele acha que recuperou por ele e que os tratamentos não adiantaram nada. Eu, que não sou da área, acho que ele recuperou quando chegou a hora e que os tratamentos foram determinantes.

Boas, confrade Jolinho.

Desejo apenas esclarecer o que disse relativamente aos tratamentos não funcionarem comigo, durante as fases depressivas na minha vida.
Durante a minha adolescência, eu frequentei dois psicólogos e um psiquiatra durante bastante tempo (quase 4 anos) e, olhando para trás, sou obrigado a concluír que toda a ajuda que me deram estava a alimentar cada vez mais a minha depressão, em vez de a diminuir. Sentia que os profissionais iam picando o meu cérebro à procura de causas, razões, traumas, etc... e que cada vez que saía dos seus consultórios, sentia-me mais fdd da cabeça em vez de sentir alívio.
Quando os anti-depressivos entraram ao barulho, então a coisa começou a descambar mesmo, pois eu tornei-me uma pessoa diferente do que era, mas num mau sentido.
Se não me tivesse virado para a arte e para o desporto, não sei em que condições estaria eu hoje. Felizmente, naquela altura, conheci um grupo de amigos (confrades putanheiros também ) que ainda me acompanham até hoje. Isso ajudou muito também.
Durante a minha fase adulta, após o meu divórcio, o mesmo repetiu-se. O mesmo "dissecar" mental do psicólogo e a dose de anti-depressivos do psiquiatra, que obtiveram os mesmos efeitos anti-pessoais que havia sentido na adolescência.
Desta vez, até ganhei três novas cruzes para carregar: os anti-depressivos causaram um extremo caso de priapismo (coisa que, embora agradasse às senhoras na altura, acabaria por ser extremamente doloroso), hipersómnia (uma forma de narcolepsia) e uma sensação constante de ter "nevoeiro" no cérebro (o que em termos profissionais, tendo em conta a profissão que tinha na altura, seria o meu fim). Volvidos quase 10 anos, consegui lidar com essas complicações com um pouco de Modafinil e cafeína, e assim, a vida já corre bem melhor. (mas isso é outra história...)
Também nesta altura, tive de travar a situação pois o tratamento estava a criar mais danos do que reparos, e o que funcionou na minha adolescência, voltou a funcionar em adulto.

É apenas um relato do que passei, para ser usado como uma referência para qualquer situação futura, proveniente do que o confrade Japonês está a passar.
É claro que aconselho também a visita a um bom profissional, seja psicólogo ou psiquiatra (se bem que apenas recomendo o último quando o primeiro não for suficiente), de maneira a tentar ganhar uma nova perspectiva sobre as tormentas que pairam à sua volta.
Se possível, fale com amigos também, pois os bons amigos são para as ocasiões, e são nas más ocasiões que são mais precisos.
E entretanto, caro Japonês, sempre que quiser, desabafe, mande umas crlhadas para o ar, fale um pouco aqui por estes lados, que a malta confrade estará sempre por aqui. (da parte que me toca, e suponho que muitos também pensarão assim)

Grande abraço e saudações confraternais.

Obrigado a todos pelas palavras de ânimo e de coragem, seja aqui no Fórum, como nas MP solidarias que recebi.
Vcs são uma lufada de ar fresco neste momento em que sinto uma profunda tristeza, intervalada por breves instantes, belos, e que me dão força para lutar.
Um abraço a todos.