Faço minhas as tuas palavras, Joma!

Uma UI? Vocês estão bem? É que conceptualmente isso até podia ser muito giro mas não terá nunca pernas para andar.
Percebo portanto que estamos na abordagem utópica, muito bem.

DC

Ora eis um tópico interessante (não que os outros não o sejam, hehehe).

As palavras do Piotr são de facto sábias, ofensiva militar não seria aceite e Portugal como país passa ao lado de muita gente lá fora. Mas a melhor conquista não é feita à custa de armas mas de uma maneira pacífica; para quê unir ou conquistar este país ? Basta apenas controlar os aspectos-chave e posições de poder dentro dele; ditar as leis de uma maneira geral e permitir a ilusão de tomada de decisões independentes ao povo em geral. Sacar os lucros e livrar-se das chatices de governar, e isso já Espanha o faz de algum modo.

Já o "nunca ter pernas para andar" discordo caro DC. Se é desejável isso já não discuto mas que pode acontecer pode - basta meia dúzia de marmanjos o decidir, começar a colocar o "teatro de operações" a jeito e moldar a opinião pública para tal (nada que uma lavagem cerebral bem feita com a ajuda dos media não faça com tempo). Depois de estar feita começam a "limar-se as arestas". Claro que isto não é de um dia para o outro, leva tempo. Quem nos garante que já não estão em andamento essas rodas ? Afinal, já as ouvimos várias vezes "no ar" e até já o falamos aqui ....

Mas foi exactamente isso que eu disse! Claro que não precisa, vai-se fazendo na prática, sem sobressaltos, sem excitar "patriotismos" incómodos, peça a peça do puzzle, sem pressas. No fim do processo - como eu também dizia - continuaremos alegremente "independentes" com a bandeirinha, o hino e a nossa selecção! Não vai doer nada...

Em 1640 é que a coisa podia ter corrido bem melhor para nós e pior para a Catalunha... agora... é demasiado tarde!

Curioso... esta questão histórica parece que não nos larga. Uma nação independente à quase 900 anos, mas cujas elites sempre tentaram anular...
Basta lembrar a nossa História para perceber que as nossas elites estão a tentar a união ibérica (começou por ser apenas com Castela) desde a crise de sucessão no final do século XIV (e mesmo durante a 1ª dinastia existiram tentativas).
Em todas elas (e foram numerosas) falharam. Mas o mito continua... esqueçam, não dá.
E não dá principalmente porque os portugueses (esses canalhas que não se governam, nem se deixam governar) não deixam. É coisa antiga, mas que hoje encontra eco na real crise institucional que Espanha atravessa. Garanto-vos, no final deste século ainda seremos a mesma nação (velha, ranhosa, comodista, o que quiserem) mas a Espanha não existirá.

E é triste ver que alguns de nós se propõem perder aquilo que muitos "espanhóis" estão a tentar alcançar: a independência de Castela.

De todos os grupos que foram atacados pelo Sócrates (os "privilegiados"...), o único que esperei que respondesse à altura eram os militares. Por razões históricas, por razões institucionais, e por uma questão prática (estão, literalmente, armados).
Não responderam, à excepção dos sargentos, rapidamente punidos pela própria instituição castrense.
Como sabes, sou anti-militarista, e não tenho especial apreço pelas forças armadas. Como também sabes, tenho alguma memória histórica e, como tal, um respeito profundo pela instituição militar. Não estava à espera deste silêncio. Se calhar tu também não...

Um abraço
RUC

Dar... até dava. Eles (espanhóis) é que deixaram de estar interessados. Para retirar todas as vantagens que antigamente só se obtinham conquistando territorial e militarmente um país, hoje basta fazer o que eles (não são burros) estão a fazer: comprá-lo, fatia a fatia, sem excitar nacionalismos nem comprar aborrecimentos políticos.



À excepção de franjas nacionalistas lunáticas como a ETA ninguém quer realmente ser independente de Castela. Agitam é o papão da "independência" (como durante décadas com os magníficos resultados que conhecemos fez o Pujol na Catalunha) para com a força dos votos de cada região, fazer chantagem política sobre o poder central. O resto é só teatro para entreter o pagode. Ora nós, com os nossos 5 ou 6 milhões (é mais ou menos isso...) de eleitores até nem nos safávamos nada mal... Mas é verdade... agora já não vale a pena sonhar com isso.

No fundo, se virmos bem, é exactamente o que há 30 e tal anos faz o Jardim na Madeira: jogar as peças dos deputados madeirenses para garantir que os €€€€ continuem a escorrer. E quando as coisas apertam lá reanima o espantalho da "independência contra os cubanos do contenente"... é uma receita antiga.

Se calhar porque as elites (é verdade que as nossas nunca foram lá grande coisa... ) costumam ver mais longe que o povão...

Ou então porque cedo compreenderam que "nem se governam nem deixam governar" e como tal... passa ao outro e não ao mesmo!

Sobre eles não sei. Mas que entre nós existem numerosos candidatos a Migueles de Vasconcelos...



Podes ver isso dessa maneira. Mas entre a proposta cínica do Alberto João e o real sentimento da Catalunha, Galiza e País Basco... garanto-te que vai uma longa distância (histórica e sociológica).
Daqui a 3 décadas falamos

Claro que o pano de fundo histórico é completamente diferente. O método é que é exactamente o mesmo.

Pois mas o método é relevante a curto prazo, os objectivos finais só serão visíveis a longo prazo.
E os madeirenses querem a independência tanto como eu quero mais um buraco na cabeça. Quanto a catalães, bascos e galegos... como sabes a história é outra.

O problema de Espanha é que é uma federação dentro de uma futura federação. Como as nações vão continuar, e se (e apenas se) a união europeia evoluir naturalmente para uma federação, a Espanha enquanto país perderá razão de existir. Mas isso são vários se's que veremos ao longo das próximas décadas.

Caros:

Claro que o 25 de Abril não se fez para isto. Conheci pessoalmente gente que arriscou vida, carreira, futuro, para que este país tivesse um futuro que não este.

E não é dificil repensar que com um problema de descolonização serôdia, isto poderia descambar. Tenho saudades e assumo que lutei em África, e que conheci militares e políticos estruturalmente sérios e honestos.

Ramalho Eanes, um dos homens mais sérios deste país, Melo Antunes, um social democrata a quem os africanos sobretudo, traíram e a descolonização deu no que deu, Salgueiro Maia, um militar puro e corajoso, Jaime Neves, com coragem até Almeida, e alguns mais, que me levam a ponderar a mediocridade e a desonestidade, de muita da classe política que está no poder ou à sua guarda se acolhe.

Infelizmente sou dos que acredito que isto não tem saída e a pouco e pouco, pela porta da economia, os espanhois mandarão cada vez mais em nós, enquanto a nossa emigração não parará de crescer!

Talvez Guterres, não me desse hoje a mesma resposta, que já lá vão aproximadamente 25 anos me deu! Federação Ibérica - sou estruturalmente contra, disse ele.

E a pergunta deve colocar-se novamente: aconteceu o 25 de Abril, para isto!?

Deixa lá... hoje há festa o Socras faz 51 anos

Logo no dia daquele barco de moços alegres... ...nada... esquece.