Voltando ao tema dos problemas das séries documentais de hoje em dia...
Outra série que parece ser de encher chouriço é a
The Curse of Oak Island.
É do tipo de tema que gosto. Tesouros, piratas, templários...cool.
Saquei a série toda, e comecei a ver. Depois percebi como é que funcionava. E assim vi 4 temporadas em menos de 3 horas.
Aquela malta exagera um bocado. Um bocadinho muito. Um bocadinho demasiado.
Não tenho nada contra os maninhos caçadores de tesouros. Até parecem genuínos, e bons rapazes. Ou se calhar enganam muito bem.
Mas a série, os produtores da série, os realizadores da série... que valentes montes de bosta.
Primeiro, em cada episódio, mais metade do tempo são excertos de outros episódios. E muitas vezes dos mesmos. 5 minutos servem para encher mais de 200 minutos, pois acho bastante provável que haja bocados que passaram mais de 40 vezes.
Segundo, as teorias.
Arranjam 1001 teorias do que será que existe na ilha, e de quem levou para lá o que supostamente existe.
Esta é a parte que me irrita, porque é mesmo brincar com o imaginário das pessoas.
Vão buscar tudo o que as pessoas acham interessante... ou foram os templários, ou foram os romanos, ou foram os fenícios, ou foi o Cristóvão Colombo, os foram os portugueses, ou foi o Francis Bacon, ou foram os piratas, ou foram os ingleses...
O que pode lá estar lá... um tesouro pirata, ouro do Maias, tesouros espanhois, tesouros dos ingleses, tesouros dos templários, a arca da aliança, o santo graal, a menorah...
Onde há indicios... em tudo o que é calhau, igreja ou castelo deste mundo. Até foram a Rennes-le-Château e à Capela de Rosslyn. UAU! Que original. E não é que encontraram lá indicios de que há tesouros em Oak Island?
E depois, como se não bastasse, ainda enchem episódios com... visitas dos filhos, das netas e dos bisnetos dos gajos que exploraram a ilha há dezenas de anos atrás.
Mas os pobres coitados parece que nunca encontram nada.
Lá apareceu uma moeda espanhola, um prego dum navio, uns bocados de madeira velha, um botão, e uns bocados de fibra de côco, mas pouco mais...
Ok.
Pode lá estar isto e aquilo, como pode não estar lá nada.
Pode achar-se que já fizeram grandes descobertas, como se pode achar que nunca descobriram nada de jeito.
O problema não é o que fizeram ou deixaram de fazer, ou o que descobriram ou deixaram de descobrir como caçadores de tesouros.
O problema é que o que a série nos mostra chegava para encher talvez um documentário de hora e meia, e pouco mais.
Não há material suficiente para 4 temporadas de uma série.
Onde repetem as mesmas coisas 1000 vezes, para encher minutos de cada episódio.
Os gajos que fazem a série devem ter um daqueles aparelhos de fazer massa italiana. Metem lá o pouco material que têm, mas esticam aquilo até ao infinito.