Morreu um GRANDE escritor, para além disso um resistente e um humanista, de que NUNCA me esqueço de uma frase "a unica vez que homem devia olhar para outro de cima para baixo, seria para o ajudar a levantar"...

Foi um grande embaixador da sua América latina, nasceu na Colombia, viveu em Cuba e morreu no México!

Obras como os "cem anos..." ou "a crónica de uma morte anunciada" são dois grandes livros,...

Até sempre, companheiro!

Apesar de eu não ser de esquerda G.G.M. foi um escritor que me tocou e acompanhou toda a vida. Era eu um adolescente virgem quando li o 100 anos de solidão, amor nos tempos da cólera. Obras que me marcaram para sempre.
No entanto a memória mais pessoal que tenho é relativamente recente, terá 6 anos. Sento-me num bar de hotel a ler o "memória das minhas GPs tristes" enquanto esperava um amigo. Nisto no sofá em frente
senta-se uma loiraça polaca a ler o mesmo livro em polaco....
ela olha, percebeu que estávamos a ler o mesmo livro, meti conversa e....
estivemos juntos alguns meses
só por isto ele será para sempre uma memória para mim

Foi e continuará a ser, de facto, um nome grande da literatura mundial.

Eu não tenho o habito de ler, mas a julgar pelo episodio do confrade tdi devo ter perdido algumas coisas...

Grande homem,humanista,visionário e também um confrade putanheiro . Quiçá o mais ilustre da nossa vasta confraria
Até sempre Gabo

Li os "Cem anos de solidão" logo a seguir ao 25A e foi uma experiência incrível. Ainda tenho o livro da Editora Europa-América. Li outro livro dele mas não recordo qual. O tipo de escrita marcou na 1ª vez.
Ouvi uma citação dele que se ajusta totalmente á minha vida : " Todos temos 3 vidas - uma pública, uma privada e uma secreta".

como já alguém disse: este autor foi um verdadeiro putanheiro.

Se tivrrem oportunidade leiam "memórias das minhas GPs tristes " um pequeno livro narrado por um velho putanheiro que recorda os seus td's mais importante

É um grande começo, este:

"Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o Coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o gelo."

(cem anos de solidão)

O meu contributo aqui.

E o Shakespeare era "de direita" ou "de esquerda"? E o Cervantes? E o Homero? Não leve a mal a observação mas esta ideia de que um escritor é "melhor" ou "pior" por ser branco, verde ou amarelo, redondo ou quadrado, do Benfica ou do Manchester sempre me fez comichão. Um escritor é um escritor. Como também dizia o gaysíssimo (e magnífico escritor) Oscar Wilde, "não há livros morais e imorais, há livros bons e livros maus".

O nazismo/fascismo era politicamente repugnante. É por isso que vou deitar para o lixo o Ezra Pound ou o Céline?...

(se calhar,até estamos mais de acordo do que parece... )

isso mesmo Tinoni.

No caso do nazismo até existe outro grande escritor que praticamente foi apagado da história por ter sido um apoiante de Hitler: o norueguês Knut Hamsun que até ganhou um Nobel.

Só referi este "eu até sou de direita" para realçar a minha admiração pela obra do ggm. O seu génio ultrapassa em muito os grilhões das ideologias.

abraços

"O sexo é a consolação que tens quando não podes ter amor"

Grande Escritor, foi-se o seu corpo mas deixou a sua obra de valor incalculável.

Apesar da conversa não ser comigo e peço desculpas por estar a intrometer, acho bem que se identifique um escritor como sendo de direita ou de esquerda para que toda a gente saiba de antemão as ideias de quem escreveu o texto ou a obra que está a ler.

É certo que Gabriel Garcia Marquez era de esquerda assim como são de esquerda outros escritores famosos e alguns também laureados com o prémio Nobel. Estou-me a lembrar do José Saramago(que agora está a ajustar contas com Deus ), do Günter Grass, do Pablo Neruda, de Jean Paul-Sartre, do Noam Chomsky(este não-Nobel, grande adversário do George W. Bush) e muitos outros que não mencionei.

Alguém acha que um indivíduo de direita se revê na obra de Saramago, O Evangelho segundo Jesus Cristo?
Alguém acha que um indivíduo de direita se revê na crítica que Günter Grass faz à burguesia na sua obra O tambor?
...
Alguém de direita se revê na sátira de Chomsky contra George W. Bush, A nova guerra contra o terror?

Existem igualmente excelentes escritores de direita e continuo a achar importante saber o que as pessoas pensam para não sermos influenciados.

Para as principais obras de GGM parece-me irrelevante.

Já sobre o Evangelho Segundo Jesus Cristo, nem é preciso ser de Direita para não se rever. A muitas pessoas de outras ideologias, e não estou a falar de política, também causará repugna.

Aliás, basta ter astigmatismo para que qualquer obra de Saramago cause repulsa.

E quem não tem, ao fim de meia página fica com dúvidas.

Aproveito para transcrever para aqui o que escrevi há uns tempos no tópico da literatura acerca de Garcia Marquez e de "Memória das Minhas GPs Tristes" e que já dupliquei após a notícia dada pela Confrade Pedro Onze.

[…]
Primeiro há que dizer que aprecio muito a escrita de Gabriel Garcia Márquez. Sei que as generalizações são perigosas e, muitas vezes, obtusas, mas coloco Garcia Márquez naquele patamar de escritores latino-americanos que conseguem criar personagens inesquecíveis, sempre com alguma característica especial que fazem com que se imprimam na nossa memória de forma indelével. Posso ainda citar os nomes de Jorge Amado […], Skármeta, Neruda e Federico Andahazi (que aprecio particularmente).

Quanto ao livro em questão, a premissa de um velho jornalista de 90 anos que nunca se deitou com uma mulher sem ser a pagar, já é algo de insólito. E que por esta mesma via vai encontrar o amor numa jovem virgem que lhe é indicada por uma madame, parece ser ainda mais insólito.
Mas é a desconstrução deste insólito, tornando-o num mero facto da vida, em algo que os outros podem dizer ser impossível de acontecer, que dá o cunho de Garcia Márquez ao romance.
Seria normal, com tal personagem, o autor ficar-se pelas reflexões sobre a velhice e filosofar acerca do queimar os "últimos cartuchos" em paixões e alegrias descomedidas. Mas não! Ele fá-lo, mas vai muito mais longe, dando ao leitor motivo de reflexão sobre a intemporalidade do amor, ele surgir de onde menos esperamos, e da possibilidade de não se morrer apenas de solidão, doença ou velhice… mas também de amor.
[…]

Fico triste quando se cala para sempre uma voz que me toca mais que as outras.
Da minha parte, tudo farei para perpetuar a sua memória.
D.E.P.

Já li centenas de livros cujos autores não faço a mínima ideia se são (ou eram) "de esquerda" ou "de direita" e isso não me fez falta absolutamente nenhuma para gostar ou não deles. A questão de fundo é até outra: cada vez faz menos sentido a classificação "esquerda" e "direita".



(e, já agora, o "Caim"). Eu que até suponho que não sou "de direita" (lá está, seja isso o que for... ) e sou ateu não me revejo nessas bostas do Saramago simplesmente porque são inexplicavelmente analfabetas e... aterradoramente mal escritas. Como a maioria das coisas dele, aliás. E não é por ter sido canonizado com o Nobel que mudo de opinião.



Claro que, sendo obras explicitamente políticas, nem sequer é preciso ir procurar saber. Mas até gosto muito de ler livros (e ver filmes e conversar com pessoas) que defendem pontos de vista totalmente opostos aos meus. Não há nada mais aborrecido do que estar de acordo à partida.



Mas eu quero "ser influenciado"! Depois, existe a própria cabeça para aceitar e rejeitar influências. Convém usá-la sempre.