ora aqui vai um pouco da história da massa no BESA
a saga começa no final de 2006 ou princípio de 2007
o BES até 2006 não tinha conseguido passar de uma sucursal
para obter a licença de operar como um banco abriu o capital
55% BES PT e 45% angolanos (institucionais e particulares)
em Angola
com o preço do petróleo a subir e a produção a aumentar
volume de divisas é grande e existe estabilidade cambial
a inflacção continua elevada por causa das importações
a taxa de juro da dívida publica indexada ronda os 17%
adivinha-se um crescimento forte do mercado do crédito
em Portugal
o crescimento económico é anémico
o mercado bancário está saturado
as taxas e os spreads são baixos
o euro parece atingir um máximo
com estas condições o BES resolve procurar a rentabilidade fácil em Angola
canaliza volumosos recursos e transfere-os para lá (3 mil milhões em 2 anos)
como não tem rede comercial (balcões) o dinheiro é canalizado para 2 vectores: dívida publica e uma dúzia de grandes projectos
a divida publica adquirida são maioritariamente títulos a 3 e 5 anos, em moeda local e indexados ao dólar, mas não convertíveis
os mega projectos estão ligados a alguns portugueses da construção e alguns angolanos accionistas na área industrial e comercial
para além destes vectores, existe o volumoso financiamento ao próprio grupo GES em Angola, nomeadamente a ESCOM e afins
a ESCOM avançou na área mineira (diamantes), companhia de aviação, agricultura e pecuária, sempre associada com angolanos
para além disso também desenvolveu um enorme negócio na área da construção civil (escritórios, habitação e espaços comerciais)
entretanto chega a crise de 2008, que se bate à porta de Angola em Abril de 2009
até esta data o BNA sempre tinha fechado os olhos ao cumprimento da lei cambial
isto é, não era necessário apresentar documentação para a exportação de capitais
as transações internas faziam-se em dólares mesmo não sendo residentes cambiais
os bancos importavam dólares para serem exportados pelos agentes económicos
com a crise internacional o preço do barril caiu, e em poucos meses, as reservas cambiais angolanas chegam ao fundo do poço
as autoridades apercebem-se tarde que a situação estava a caminho do abismo e resolvem travar a fundo no mercado cambial
bom é aqui que começa o pesadelo do BES e do BESAem breve explico a sequência das asneiras e dos sarilhos até 2012