A biologia é lixada. Ao que parece o XX é feminino, XY é masculino. Mas não falta quem queira complicar o que é simples

"A biologia é lixada."- plenamente de acordo...

"Ao que parece o XX é feminino, XY é masculino"- justamente por (como muito bem foi escrito e merece ser repetido) a biologia ser lixada, por vezes surgem casos em que o que parece não é, ou o que é não parece. Ou nem é nem deixa de ser...

Ver o caso dos "chamados hermafroditas"...
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hermafrodita
No caso da espécie humana, o termo intersexo é mais apropriado para designar as pessoas que nascem com características sexuais que não se enquadram nas noções binárias de corpo masculino e feminino, podendo apresentar variações genitais, gônada e/ou padrões cromossômicos.[5] Em geral, o que define um homem e uma mulher, nos termos da biologia, são as determinações cromossômicas (XX ou XY), no caso de variações desses sistemas, o sistema mais desenvolvido será determinante.[4]

Por outro lado, em termos sociais, o que é ser um homem e ser uma mulher ganha outro sentido na sociedade contemporânea, já que os fatores biologizantes não são características determinantes. Portanto, a identidade de gênero de um indivíduo está ligada a forma em que este indivíduo se vê, é reconhecido e se reconhece na dicotomia homem x mulher. Esse processo de reconhecimento envolve uma construção moldada pelo comportamento social ao longo da vida, podendo a identidade de gênero ser uma categoria mutável e flutuante, independentemente de características biológicas.[7]

"não falta quem queira complicar o que é simples" - totalmente de acordo com essa afirmação, e com a inversa: não falta quem queira simplificar o que é complicado...

https://pt.wikipedia.org/wiki/Transexualidade
Transexualidade refere-se à condição do indivíduo cuja identidade de gênero diverge do gênero ligado ao sexo físico biológico que lhe foi atribuído ao nascimento. Uma pessoa transexual pode realizar processos que melhorem seu bem-estar pessoal, através da forma como se apresenta e de intervenções no corpo com o intuito de alterar as características sexuais secundárias e fenótipos das características sexuais primárias.[1]

O processo de transição de gênero pode envolver aspectos comportamentais, de vestimenta ou vestuário e biológicos anatômicos ligados ao dimorfismo sexual na espécie humana, como a administração de hormônios, cirurgias plásticas e/ou cirurgia de redesignação sexual,[2][3] sendo o último menos acessível financeiramente.

A transexualidade atualmente é tida como uma variação esperada da diferenciação biológica entre os sexos.

Pessoas transexuais podem passar pela disforia de gênero, que apresenta-se não só como a aversão por características primárias e secundárias sexuais, mas também pelo desenvolvimento de apatia, ansiedade, depressão, e outros transtornos desenvolvidos pela angústia do indivíduo de viver em desacordo com sua identidade de gênero, sendo diferente do transtorno dismórfico corporal.

Entrevistas com Laerte Coutinho, cartoonista do Brasil desde os anos 70 (que considero genial, recomendo pesquisar o seu trabalho...), que fez transição de género já na idade madura, artista consagrado com esposa e filhos, e se diz feliz com as decisões que tomou (e que não terão sido simples, mas foram suas, e a família apoiou):

https://www.youtube.com/watch?v=DH2do4Ng5qw
LAERTE COUTINHO ABRE O CORAÇÃO SOBRE SUA TRANSIÇÃO E O PROCESSO DE SE TORNAR ELA MESMA

https://www.youtube.com/watch?v=vL2uMI0VdTo
Laerte fala sobre perda do filho, transição de gênero e política no Alt Tabet

Há um caso curioso: o ator Nacho Vidal, estrela do cinema porno (um indivíduo com várias facetas um tanto obscuras, e que filmou inúmeras cenas de sexo com, digamos, pouco "respeito" pelas parceiras de cena) teve um filho que, segundo ele, desde os 6 anos afirmava sentir-se mulher; ele não o(a) procurou reprimir. Essa história inspirou um livro, "Mi Nombre Es Violeta"

https://brasil.elpais.com/brasil/2018/0 ... 47547.html
Nacho Vidal: “Minha filha não está no corpo errado, é uma menina com pênis”

Pessoalmente, ainda não consigo ver as pessoas trans de um modo totalmente natural. Mas entendo que o problema não é delas e deles. O problema é meu, e da forma cheia de preconceitos como foi a minha educação em criança, adolescente e mesmo em adulto.

Por isso, repito, concordo, acrescento e sublinho: não falta quem queira complicar o que é simples ...nem simplificar o que é complicado.

Pensei que isso da biologia era tão óbvio... mas parece que já não é.
https://www.youtube.com/shorts/qwQzl40w7YA


A cena do género é outra coisa que toda a gente confunde e anda tudo muito baralhado. É basicamente isto: é culturalmente determinado e variável consoante as épocas. Isto não tem nada a ver com o facto de o sexo ser binário (exceptuando condições médicas que aqui se fez referência).

Exemplos:
1. Mulheres vestirem calças. É cultural e género. antigamente só o homem vestia calças.
2. Faraós usarem cosmética. cultura e género flutuante
3. Homens heterosexuais usarem cor de rosa. outra vez, preferências, identificam-se mais com algo que culturalmente está associado ao feminino

O género não tem nada que ver com existirem só dois sexos. A identificação com um determinado (e inventado, ou culturalmente adotado) género é perfeitamente independente do sexo. A União Soviética foi o primeiro país onde as mulheres eram incentivadas a combater e não ficar em casa (a guerra é coisa de homens). Existe um histórico enorme de sufrágio universal promovido por mulheres (pensar e decidir é cena de homens). Tudo isto é cultura e relações de género e identificações, não tem nada a ver com o sexo, que é, outra vez e só, binário. A cultura muda, o sexo não. Ainda está para existir um terceiro sexo, funcional, reprodutivo e geminativo (Hermafrodita existe noutras espécies funcionalmente, mas não é um terceiro sexo).

Quem transita deve saber isto, claro. E mais: acho estúpido não termos o pudor suficiente para evitarmos falar de género. É cringy... antes disso somos todos homo sapiens sapiens. O resto são preferências e só preferências. Just like that, as a fart in the wind. Os anarquistas sabem dar o toque de graça nesta conversa (POLÍTICA) liberal: fodam como quiserem (a liberdade é a natureza humana), desde que consentido e não meta menores ao barulho. O resto são condições burguesas que alienam, julgam e distraem (dividir pra reinar).

O tema do tópico era mais: haverá gato por lebre no mundo GP. Ao menos o Apartado faz questão de sublinhar que não há serviço trans.

Confrade DonCorleone obrigado pelos links. Já agora podia também ter procurado e divulgado as estatísticas sobre as altas taxas de suicídio entre os trans.

A biologia e a psicologia são lixadas! E quando temos a sociedade (ou nichos) a complicar, ainda mais, situações particulares individuais, pior!

É claro que a descriminação de que os trans são alvo, quase sempre com não aceitação e recriminação pela própria família, afastamento dos "amigos", e sendo olhados de lado ou com troça pela sociedade em geral, e sobretudo com ódio por alguns segmentos, vai conduzir a situações de solidão, angústia, desespero ou revolta, e pensamentos de suicídio.

E há tristes estatísticas ao alcance de todos para confirmar isso.
As estatísticas de suicídios nesse grupo são trágicas.
Mas em muitos países muito mais graves ainda são as estatísticas de assassinatos.

E tudo isso também acontece com muitos homossexuais em países onde são considerados criminosos e até podem ser condenados à morte. Só que não há estatísticas disso.

As redes sociais têm o seu papel: são muito mais eficazes a espalhar mensagens de rejeição, instilar ódio, e regar preconceitos com frases que exploram a desinformação e estimulam violência, do que a incentivar à reflexão e ao conhecimento.

Para muitos políticos mundo afora explorar essa descriminação dá votos e ajuda a ganhar eleições.

Para muitos "influencers" dá aumento no número de seguidores, com mais fama, prestígio e dinheiro.

Um fórum de putanheiros também pode ter um efeito, para um lado ou para outro. Pode-se estimular a reflexão, ou não.

O mundo já teve muitas evoluções de mentalidade, e regressões também, sobre tudo o que é relacionado com a sexualidade, moralidade e não só.

Mulheres, homossexuais, raças e etnias minoritárias, indivíduos com características físicas ou mentais fora do comum, foram e são tratados de forma opressora, dominante, humilhante, violenta e que nalguns lugares pode ser criminosa, mas em outros é legal e moralmente aprovada.

Nos EUA, em decisão muito recente, o governo está num processo de deixar de reconhecer a existência de pessoas trans, seja como indivíduos em transição de género, seja como grupo ou comunidade. Caminho aberto para dificultar a sua existência e sobrevivência, e até criminalizar qualquer cirurgia de mudança de sexo. Today there, tomorrow elsewhere, soon maybe everywhere...

E é talvez um bom momento para lembrar que as nossas atividades heterossexuais praticadas a troco de remuneração, que são neste fórum descritas por todos nós de forma rotineira, são atualmente criminalizadas, em França, Suécia e outros países. Lá seríamos todos "fora-da-lei" (ou "outlaws", embora "hors-la-loi" seja plus chic...).

Se já todos aqui ponderaram o que é ser visado pela polícia, perseguido, criminalizado, processado, preso e multado... ou, noutra esfera, também insultado e agredido por se ser um putanheiro , podem todos pensar e compreender melhor os problemas de outros.

Links:
https://portugues.medscape.com/verartig ... 2?form=fpf
https://g1.globo.com/bemestar/blog/long ... lhas.ghtml
https://antrabrasil.org/2018/06/29/prec ... oas-trans/
https://agenciabrasil.ebc.com.br/direit ... no-passado
https://magg.sapo.pt/celebridades/artig ... -elon-musk
https://www.nbcnews.com/nbc-out/out-pol ... rcna194969
https://www.bbc.com/portuguese/vert-tra-47004853