O FMI já está aí, e agora vêm as medidas de austeridade, rigorosa. O problema, é que não são uns meses ou um ano. São vários anos, pelo que, quando falamos em crise e nos efeito dela, vamos ser realistas, as coisas, ainda estão no inicio, ainda não vimos nada, o pior está para vir.

A vida de muita gente vai mudar para pior. Haverá casos, em que as pessoas, terão que mudar à força, os planos que tinham a curto/médio prazo, quer para a vida pessoal, quer para a vida profissional. E eu falo de muita gente da minha geração, que chegou aos 30 anos e muitos deles, o máximo que conseguiu a nivel profssional, foram estágios não remunerados. Chegada a altura, de fazer planos a nivel pessoal, como casar, ter filhos, fazer um empréstimo para comprar casa; todos esses planos vão ficar em suspenso

O que eu achei muita graça, foi o nome de baptismo das medidas lançadas pelo governo. o FMI diz que vai lançar medidas de austeridade para combater a nossa crise. O nosso ilusionista Sócrates chamou às medidas tomadas de Plano de Estabilidade e Crescimento, já indo no terceiro plano e viu chumbado o quarto. E viu-se o crescimento que tem sido, sobretudo nas taxas da nossa dívida

O problema agora, é que o FMI vai aplicar o PREC 4, 5, 6 e sei lá se mais algum, numa só vez, mas desta vez vai ser usado o nome real do plano, o Plano de Enrabadela Coerciva

Eu nunca fui fã da adesão à moeda única, só vi a vantagem de circular por vários Países e não ter de pensar em câmbios, mas não ter poder sobre a nossa moeda era perder grande parte da autonomia do Pais. Ouvi o Prof. Marcelo há dias na TV a dizer que sair da moeda única não era solução, pois a desvalorização do escudo seria tal, que a divida quase que aumentaria cerca de 10 vezes. Sinceramente não me convenceu muito. Deviam reunir os melhores economistas de Portugal e Portugueses de renome no estrangeiro e formarem uma task force para pensarem numa saida airosa sem ser com uma recessão brutal que é o panorama que se avizinha.

Não ouvi essa entrevista do professor martelo, mas não deixa de ter razão..sair da moeda única podia ter a vantagem de intencionalmente baixar o valor do escudo e nesse caso sermos mais competitivos a nivel de exportação, mas...a nivel de importação ficaria tudo muito mais caro.

Nesse caso com a moeda desvalorizada o valor da divida externa ia ficar mais dificil de liquidar..Sem falar que como Portugal foi um dos co-fundadores do euro ia criar um situação em que depois os parceiros europeus muito dificilmente lhe emprestariam mais dinheiro.......

Para mim existem questões muito mais importantes, tais como:
-Vamos investigar onde andam os milhares de milhões que Portugal recebeu durante muitos anos e ainda recebe só que em doses mais pequenas.
-Porque é que Portugal aceitou abater grande parte da sua cota pesqueira a troco de alguns euros para agora importar-mos tudo
-Porque é que Portugal aceitou reduzir as suas cotas leiteiras e agora estamos a importar leite e os agricultores Portugueses a deitarem o leite fora.
etc. etc. etc.

Os politicos não deviam ser responsabilizados criminalmente pelos seus actos (lembro-me por exemplo de Paulo Portas que fez um negócio de submarinos com buracos(financeiros) por todos lados).

Não deviamos optar pelo recente modelo adoptado pela Islãndia após a bancarrota. As decisões mais importantes como esta recente se o estado devia salvar os bancos que sem essa ajuda estavam falidos pois já deviam mais de 4 mil milhões á Inglaterra e a holanda, essas decisões agora têm de ir todas a referendo e assim o povo têm um intervenção maior e tambem é mais responsabilizado e mais responsavel.

cmps

Meu caro, PEC não é invenção do Socrates, mas já existe há muitos anos e TODOS os Países da UE têm de apresentar em Abril na Comissão Europeia. Portuagal este ano decidiu não fazê-lo e agora fod**-se.
Quanto á moeda eu vivi com a desvalorização diária do escudo e com 2 FMI's e sobrevivi.
E é escusado consultar os Nobel da Economia porque ninguem tem solução para um País que há quase 40 anos gasta mais do que tem, todos os anos.
Se recebes 1000€ por mês e gastas todos os meses 1100€ como é que resolves o problema ?
Com uma greve, manisfestação, umas montras partidas ?

Meus caros,
Em primeiro lugar temos que estar cientes que o nosso país precisa entre 75 e 90 mil milhões de euros para não entrar em bancarrota. E este montante, se for emprestado, tem de ser reembolsado com juros. Não havia PEC 1, 2, 3, 4 ... 100 que iria resultar de tal forma em poupar a quantia referida.
Em segundo lugar este governo andou há demasiado tempo a nos enganar sobre a realidade financeira do país. Será que os nossos governantes sabem mesmo quais são os números reais. Ou temos esperar pelo veredicto da troica (estrangeira) para saber dados fidedignos da nossa economia. Qual a razão de não ter sido chamado o Dr. Medina Carreira para fazer esse trabalho? Porque é um não alinhado?
Em terceiro lugar e para mal dos nossos pecados o endividamento externo quase que duplicou nos últimos 6 anos. Agora ninguém tem culpa? Governo? Banca? Empresários? Presidente? Será que temos ainda estadistas que pensam salvar este país ou continuamos com a mesma classe política que acha que o Estado serve para fazer ngócias obscuros: submarinos? PPP? consultadoria jurícica a desfavor do Estado?
Não é tempo de se criarem mecanismos na nossa democarcia para se impedir que pessoas possam locupletar-se com os bens do Estado?

Estou convencido de que não sabem o valor real do buraco. Com tanto inteligente a fazer habilidades ao longo do tempo, com tanta desorçamentação, como poderiam eles saber? O rigor nunca foi qualidade nossa e, para além disso, somos maus a matemática.

Isto vai ser complicado: vamos amargar longos anos e vamos andar com a rédea curta. Claro que vamos ter que reestruturar a dívida e os nossos credores vão ficar sem para aí 30% da massa que nos emprestaram com demasiada facilidade. Só cá vão ficar aqueles que não puderem ir embora e vamos assistir nos próximos anos a um surto de emigração quase tão grande como o que vivemos nos anos sessenta do século passado. No fim, daqui por uns bons anos, estarão uns por cá e outros estarão por outros países, as contas estarão em dia, os juros começarão a descer finalmente e todos amaldiçoaremos a primeira década dos século vinte e um, década aziaga, década maldita.

Hoje vimos o défice actualizado para 9,1 %. Com a tropa do FMI por cá, o INE teve que se encher de brio e até trabalhou no fim-de-semana. O respeitinho é bonito.