Hoje fui fazer mais um repeteco que não irei descrever. Há situações em que no final, independentemente da qualidade da mesma, saio com um vazio enorme e com uma “montanha” de dúvidas insanáveis:
- Qual será o pensamento de uma GP depois de “esfolar” o 100€ ao tanso?
- Perderá algum tempo a pensar se fez tudo o que podia para satisfazer o gaijo?
- Pensará se o tanso irá avaliar racionalmente o serviço que prestou, ou apenas o corpinho e o oral “taparam” todos os buracos?
Quando fazemos repetecos, a maioria de nós, penso eu, reavalia “estratégias” para o próximo e, na maioria, também penso, avalia a sua performance e na próxima vai tentar aplicar, pelo menos eu funciono assim.
E elas, “preocupam-se” com isso? Ou pura e simplesmente realizam mecânicamente, com maior ou menor entusiasmo, o seu “trabalho”.
Hoje senti saudades das minhas namoradas, que não o faziam por dinheiro, apesar de, às vezes saírem mais caras do que as GP’s e poderem vir a causar mais problemas.
É uma gaita...

Muitas gp´s ficam todas contentes por esfolar os 100 Euros e se uns quantos voltam e aprecem uns de novo é porque está tudo bem.

Desde que viraste azul, passaste a ler-me os pensamentos!!

A melhor GP que eu conheço para repetecos, mantenho-me com uma "ordem de restrição em relação a tal beleza", mas tirando ela, especial e pertencente ao meu passado, também me assolam essas essas "dúvidas pós repeteco"!! E digo-te mais, espera por amanhã e no outro dia e depois quando o sangue esfria e um gajo analisa a coisa a frio e aí é k se vê o quanto fomos esfolados e o quão banais foram aqueles euros que tanto custam a ganhar!!!

é fudido!

aquele abraço

Ah ah ah!
Eu tenho um poiso certo onde tenho tratamento VIP e nunca senti estes dilemas, porque noto empenho em cada vez, mas, depois, há outros "poisos" em que noto uma automatização e cujo resultado "hoje" foi pior que "ontem" e é isso que me aborrece e me faz "esfriar" completamente e recomeçar noutro, senão, passamos o tempo a comer bacalhau com batatas que, mesmo bem temperados, é sempre bacalhau com batatas.
Ok. Vamos ter de procurar por outros pombais.
1 abraço

Muito, muito bom! Uma crónica muito bem espelhada pelo caro confrade!!

Aquele abraço!

Hoje estamos muito pensativos.
Concordo com a descrição, até parece que estamos a prever o futuro de alguém, mas a verdade é que se cumpre o ciclo natural da vida, mais queda menos queda.
E o que é que nos acontecerá nesse mesmo período?
-Vamos continuar a nesta vida até quando?
-Até os Euros existirem?
-Vamos engordar 10 kgs?
-Mesmo com 10 kgs a mais continuaremos com as pitinhas, ou iremos visitar a garota do exemplo para matar saudades e poupar uns Euros?

Nós somos a “pecinha” fundamental desta engrenagem, sem ela a coisa complica-se, não é?
Nós que não nos anunciamos nos websites – por enquanto, é claro – qualquer dia vamos também publicar na bíblia: “Homem ainda capaz, está disponível para GP’s entre os 18 e os 30 anos e pagamos o quarto”.
Ah ah ah!

Fala-se aqui em "futuro" e para mim, "futuro" é algo que não existe na minha relação com as Gp´s. E é um dos encantos dessa vida. O "futuro", naquilo que é bom e mau, existe na minha vida profissional e na minha vida pessoal. Há compromissos assumidos a cumprir, contratos a cumprir, sejam a curto, médio ou longo prazo. E depois, vem aquele momento, em que vamos alterar o "statuos quo", de uma relação, quer profissional ou pessoal, aquele momento em que chegou o dia, em que pela mais variadas razões, vamos quebrar essa relação. E as coisas têm de ser feitas devidamente, não podemos ignorar, e seguir em frente, antes de seguir em frente, é preciso encarar essa pessoa de frente, e ter a "última conversa". E essa "última conversa", que pode ser com uma namorada, mulher ou patrão, é extremamente dificil, quase nunca o assunto fica aí resolvido e por vezes essa conversa tem repercussões, não só na nossa vida, como na vida de outras pessoas, próximas de nós.

Pois bem, como atrás disse, com as Gp´s, para mim há o presente, nunca o futuro. Há o dia e a hora em que decido marcar o fight, que uma semana pode ser a um dia e na outra a outro dia, e com as horas idem aspas. E depois há o fight, termina o mesmo, saio do apartamento, e ponto final, não há qualquer tipo de compromisso quanto ao futuro. E depois chega o dia, em que há uma dada GP, com temos uma relação fidelizada de vários anos deixa de nos satisfazer, independentemente ou não, de ela ser aplicada. E chegado a essa dia, pura e simplesmente, não telefono, nem marco mais nenhum fight. E faço isso com a maior tranquilidade, sabendo que não estou a agir de forma incorrecta, e que não preciso, propriamente, de ter a tal "última conversa" em que eu vou ter de explicar, as razões de lá não voltar.

Há pouco tempo, estive um mês sem visitar uma GP, com quem, normalmente, costumo estar semanalmente. Quando lá voltei, findo esse mês, a GP, "bombardeou-me" com perguntas acerca do que tinha feito nesse mês, que Gp´s tinha visitado, e porque é que não lhe tinha telefonado a dar uma "satisfação", para o facto de lá não ir há um mês. Postura curiosa, vinda de uma GP, que já me disse, por mais de uma vez, que a sua saida destas lides está póxima, e quando isso acontecer, é um adeus até nunca, e não vai haver qualquer contacto entre nós. E nada tenho contra, acho isso normal, pelo que, aproveitei para lhe dizer, que as coisas eram iguais para ambas as partes, ou seja, não havia ali "futuro" entre nós, nem justificações; um belo dia ela abandona a profissão, e eu vou deparar-me com um telefone desligado, vou insistir nos dias seguintes, até que desisto e sigo a minha vida para outro lado, ou então, um dia deixa de receber telefonemas e marcações minhas, porque eu já não tenho interesse em estar com ela, e também não há satisfações ou justificações, a vida dela continua e há outros clientes para receber.

E portanto a minha relação com as Gp´s, é feita, de momentos presentes em que o futuro não existe, e em que eu não estou preocupado em saber se a GP "x" ou "y", vai ou não abandonar a actividade, nem eu faço planos, para ao fim de um "x" tempo deixar de estar com uma dada GP.

Eu estou num ponto da minha vida em que não penso na minha "relação" com esta ou aquela gp, mas na minha relação com as gp´s. Na vida tudo tem um ponto final e eu sinto que já faltou muito mais. Quanto tempo mais estarei em actividade? Não faço ideia, pois há muita coisa que não controlo (a minha saúde, por exemplo). Um dia darei conta que terminou, quando olhar para trás e vir que já não faço um td há meses, me encontro com as amigas apenas para lanchar e as minhas vindas até ao fórum se tornaram espaçadas.

Se a minha vida tiver oitenta anos, o que me parece realista, faltam-me vinte e cinco apenas. Vinte e cinco anos não é muito tempo; há que aproveitá-los bem e uma forma de o fazer é vivendo mais devagar e acelerando menos. Lugar para as gps nisto tudo? Cada vez menos. Claro que não vou acabar como o vôvô da história do Juca Chaves que fazia amor uma vez por ano e estava todo excitado. "Porquê toda essa euforia?" "Porque é hoje!"

nem mais.



Obrigado confrade, só mesmo um homem do norte experiente para compreender bem os meandros da GPs. Dos frouxos não reza a história,
Abraço.

Vamos viver o presente,porque o futuro é uma incógnita e o passado já foi.
No entanto espero que o presente não seja assim.



Geração à rasca foi a minha !

Dasabafo de um português com 60 anos sobre o movimento dos jovens à rasca em Portugal:

Geração à rasca foi a minha. Foi uma Geração que viveu num país vazio de gente por causa da emigração e da guerra colonial, onde era proibido ser diferente, pensar que todos deveriam ter acesso à saúde, ao ensino e à segurança social.

Uma Geração de opiniões censuradas a lápis azul. De mulheres com poucos direitos, mas de homens cheios deles. De grávidas sem assistência e de crianças analfabetas. A mortalidade infantil era de 44,9%. Hoje é de 3,6%.

Que viveu numa terra em que o casamento era para toda a vida, o divórcio proibido, as uniões de facto eram pecado e filhos sem casar uma desonra.
Hoje, o conceito de família mudou. Há casados, recasados, em união de facto, casais homossexuais, monoparentais, sem filhos por opção, mães solteiras porque sim, pais biológicos, etc.

A mulher era, perante a lei, inferior. A sociedade subjugava-a ao marido, o chefe de família, que tinha o direito de não autorizar a sua saída do país ou de ler-lhe a correspondência.

Os televisores LED, ou a 3 dimensões eram uns caixotes a preto e branco onde se colocava à frente do ecrã um filtro colorido, mas apenas se conseguia transformar os locutores em ET s desfocados.

Na rádio ouviam-se apenas 3 estações a oficial Emissora Nacional, a católica Rádio Renascença e o inovador Rádio Clube Português. Não tínhamos então os Gato Fedorento, mas dava-nos imenso gozo ouvir Os Parodiantes de Lisboa, ou a Voz dos Ridículos.

As Raves da época eram as festas de garagem, onde se ouvia música de vinil e se fumava liamba das colónias. Nada de Bares ou Danceterias. As Docas eram para estivadores, e O Jamaica do Cais do Sodré para marujos.

A Night era para os boémios. Éramos a geração das tascas, das casas de fado e das boites de fama duvidosa. Discotecas eram lojas que vendiam discos, como a Valentim de Carvalho ou a Vadeca.

As Redes Sociais chamavam-se Aerogramas, cartas que a nossa juventude enviava lá da guerra aos pais, noivas, namoradas ou madrinhas de guerra.
Agora vivem na Internet, ora alimentando números de socialização no tromba*book, ora cultivando batatas no Farmville. Os SMS e E-Mails cheios de k e vazios de assentos eram as nossas cartas e postais ou papelinhos contrabandeados nas aulas.

As viagens Low-Cost na nossa Geração eram feitas por via marítima. Quem não se lembra do Niassa, do Timor, do Quanza, do Índia entre outros, tenebrosos navios que, quando embarcávamos, só tínhamos uma certeza - a viagem de ida, quer fosse para Angola, Moçambique ou Guiné.

Ginásios? Só nas coletividades. Os SPAS chamavam-se Termas e só serviam doentes. Coca-Cola e Pepsi? Eram proibidas. Bebia-se laranjada, gasosa ou pirolito.

Na minha geração, dos jovens só se esperava que fossem para a tropa ou emigrassem.

Na minha Geração o país, tal como as fotografias, era a preto e branco.

Grande post, confrade.

Caraças! Depois desse post tens de alterar o teu nick, não mais poderás continuar a ser "Estroina", porque um "estroina" nunca poderia relatar tão bem a realidade de um passado, como o acabaste de fazer.
Felizmente que, na minha organização de memória, apago sempre o que não interessa e, daí, dar-te os parabéns por este post, coisa que eu nunca conseguiria escrever, apesar de o ter vivido como relatas.
Se me permites, vou adoptar o teu nick e tu arranjas um novo, como, por exemplo: "Felizmente Vivo"
Ah ah ah!
1 abraço

Bravo, caro Estroina,tal e qual, o nosso país era esse, cinzento, opressivo, com uma guerra colonial sem soluçao.
A RTP1 passou nos dias 24 e 25 de Abril, com continuaçao a 26, um excelente programa sobre José Afonso.
Os mais novos ficam obrigados a ve-lo.
Abraços