Tive a iniciativa de criar este tópico com o objectivo de abrir uma área de reflexão, de 'brain storming' como se diz hoje em português vulgar, sobre os serviços de massagem que 'o mercado' oferece.
Importa começar por reconhecer que o segmento tem apresentado um crescimento exponencial e uma diversificação também acentuada. Como em tantas outras áreas da actividade humana, é mesmo possível identificar tendências para criar novos nichos de oferta, com um processo de concepção, teste e 'roll-out' (uma das nossas hotliners escrevia que só poderia lançar novos 'produtos' depois de os testar e afinar).
Perante esta proliferação de ofertas, precisamos de começar a entender o que estamos a comprar. Como argutamente observou um dos confrades, já há meninas que podem dizer (são, porém, demasiado argutas para cair em tal 'naïveté') que, por 80 euros, nem se despem. É um aviso sério ao nosso discernimento. Estaremos a alimentar uma oferta feita muito mais de marketing (através dos TDs e das postagens nas hotlines) que de verdadeiro valor?
Penso que a oferta actual se pode segmentar em quatro grandes tipos:
Tipo 1. O das massagens autênticas, oferecidas por massagistas que não são meras autodidatas, por mulheres que estudaram, fizeram cursos, frequentaram workshops. Por mulheres cujas mãos (e cotovelos, antebraços, pés, joelhos, etc.) sabem de anatomia, de nervos, tendões e músculos, de técnicas de relaxamento muscular, de técnicas de indução de equilíbrios psico-físicos.
Tipo 2. O da paródia ao conceito de massagem, impingida por mulheres que - talvez louvavelmente - querem oferecer-nos algo mais do que 'oral, vaginal e anal', eventualmente para diferenciarem a sua oferta da das outras 'meras trabalhadoras do sexo'. Por mulheres que apenas alcançam a espalhar-nos uns óleos pela pele e deslizar por ela umas mãos inábeis, que nada sabem de tendões, músculos ou nervos, como medíocre e rápido preliminar para o broche ou a foda, ou o que seja.
Tipo 3. O do 'tertium genus', oferecido por mulheres que têm conhecimentos de massagem e os aplicam (muito parcimoniosamente) com inegável garbo delas e proveito nosso, mas lhes insuflam uma carga de erotismo tendencialmente muito acentuado (digo 'tendencialmente' porquanto nem todas têm arte para alcançar esse patamar). São, em geral, mulheres elegantes, no corpo e no gesto, sensuais, interessantes, espirituosas. Oferecem, sempre, uma sequência final de convívio ou de quase convívio, entre a plenitude dos prazeres físicos e uma mera masturbação.
Tipo 4. Quase elusivo, o das mulheres capazes de conjugar, pondo-os em prática (não os doseando em meros 'cheirinhos' para introdução a algo diverso), todas as qualidades, todos os saberes do Tipo 1, com uma oferta sexual e sensual de primeira qualidade. Chamar-lhe-ia o tipo 2-em-1 honesto e de mão cheia, de mulheres verdadeiramente polivalentes sem quebra de qualidade.
E então, para que serviu esta preocupação classificatória?
Bem, para apresentar algumas teses sobre como, em minha opinião, se devem classificar as ofertas existentes, tendo em vista caracterizar as que mereçam o título de 'excelente massagem/massagista'.
Primeira tese: - para se classificar uma 'performance' massagística como excelente, importa clarificar primeiro o que queremos. Ou seja, há uma componente subjectiva que é fundamental perceber: o que queremos comprar? Isto condiciona a avaliação do que nos vendem.
Segunda tese: - o grau de subjectivismo não é pleno. Ou seja, a maioria tenderá a concordar que uma GP que se inclua no Tipo 2 acima não é uma boa massagista, nem oferece uma 'massagem' aceitável. Claro que há quem não se importe verdadeiramente com a (falta de) qualidade do arremedo de massagem e esteja 'focado' no 'convívio'. Perfeitamente legítimo, mas toda esta temática ser-lhes-á, nesse caso, alheia.
Terceira tese: - Quanto mais tónica uma massagista puser na carga erótica e na criação de um clima sensual de antecipação do que se vai seguir à massagem (Tipo 3), tanto menos tenderá a valorizar uma verdadeira massagem de qualidade, algo que possa merecer o qualificativo de excelente. Penso que uma grande parte, senão a maioria dos confrades, verá como uma muito boa oferta de valor este posicionamento. Afinal, este é um forum sobre GPs, não sobre massagistas mais ou menos 'assexuadas'. Por outro lado, estas massagistas são, efectivamente, sabedoras da arte da massagem e suficientemente flexíveis para adequar a oferta, caso a caso, às preferências percebidas de cada cliente. Parece uma fórmula ganhadora.
Quarta tese: - Manifesta-se uma tendência para estas massagistas (do Tipo 3), mulheres em geral dotadas de uma inteligência prática elevada (vejam-se os habilíssimos escritos que colocam nas hotlines), sobrevalorizarem a oferta, criando inovadores 'conceitos' de experiência sensorial, doseadamente orgástica, a preços cada vez mais insólitos. Também se sobrevalorizam a elas mesmas, nalguns casos, até com assomos de 'síndroma de menina mimada e convencida', como já se viu por aqui. No fundo, atribuem um preço elevado à sua conjugação de capacidades massagísticas (cada vez menos praticadas) com habilidades sensuais. Um preço provavelmente desfasado do que, afinal, vendem, e que tenderá a sofrer a erosão da explosão da oferta.
Quinta tese: - As massagistas do Tipo 1 estão em retracção, varridas pela 'vistosidade' da oferta complementar das do Tipo 3. Penso que apenas uma pequena minoria de confrades aprecie uma massagem dada por alguém cujas mãos (e cotovelos, antebraços, pés, joelhos, etc.) sabem de anatomia, de nervos, tendões e músculos, de técnicas de relaxamento muscular, de técnicas de indução de equilíbrios psico-físicos, como atrás escrevi.
Sexta tese: - As raríssimas massagistas do Tipo 4 têm – neste contexto de um forum sobre GPs – a fórmula para a oferta de uma equação de valor mais digna de uma avaliação de 'Excelente', em termos absolutos.
Sétima tese: - Retomando a primeira tese, temperada pelas restantes, poderemos dizer que uma excelente massagista se pode, consoante os nossos gostos individuais, e também a nossa predisposição para pagar preços proporcionados ou inflacionados, enquadrar nos Tipos 1 (minoria ínfima de foristas), 3 (maioria absoluta de foristas) ou 4 (minoria substancial de foristas).
Apostila: será que se encontram GPs ou massagistas que se enquadrem em cada um dos tipos? Claro que as há! Muitos dos foristas (restrinjo agora a Lisboa) são capazes de identificar umas tantas. Mas ainda não chegou a hora de pôr nomes às coisas...
Abraços à confraria e beijinhos às hotliners massagistas (a todas, independentemente da tipologia

).