Ainda bem que reconhece que é um problema seu! É o primeiro passo para o resolver...

Já que não gosta de tudo o que é antigo, ia recomendar-lhe começar pelo museu nacional de arte contemporânea. Mas como é no Chiado talvez não seja apropriado...

Mas tem também o Museu Berardo com uma colecção excepcional de arte moderna e contemporânea, que fica numa zona mais ao seu gosto, em Belém e ainda o Museu de arte moderna na Gulbenkian, nas avenidas novas, com jardins espaçosos e uma cafetaria muito agradável onde se pode almoçar em família por um preço muito aceitável...

Fica a sugestão.

Há algum Museu de GPs neste País?

Confrade poliveira,

Não consigo resolver esse problema porque não tenho sensibilidade para esses temas.
Ir a um museu, entrar numa galeria, ir ver uma peça de teatro são coisas que não me dão pica. Já nem paciência e tempo tenho para ler um romance. Já bastam as dezenas de mails do trabalho que tenho que ler diariamente e responder e olhe que alguns tenho que ler duas ou três vezes para dar uma resposta adequada porque são assuntos complexos não em termos científicos mas coisas em que se não tenho cuidado posso entalar-me. Isto para não falar de manuais que tenho que digerir para conseguir sustentar uma discussão sobre um assunto técnico qualquer.
Gostava de pertencer a esse mundo descontríado e com tempo para visitar museus e coisas parecidas.
Em todo o caso obrigado pelas sugestões.
Na próxima encarnação talvez escolha um ramo de actividade mais calminho...

Desculpe se pergunto mas, como também não gosta de bola (desinteresse que eu partilho), quando não está a trabalhar... fala de quê?

cânones de beleza

Meu caro P11, sabes que simpatizo naturalmente contigo e até estive para não comentar estas tuas últimas intervenções… mas pões-te mesmo a jeito! Por isso, lá vai…



Esta tua afirmação não poderia estar mais longe da verdade!
Se há povo que respeita a sua própria cultura são os norte-americanos. Pelos vistos, nem sequer imaginas a quantidade de movimentos e organizaões civis que defendem e cuidam do património americano — desde o Mount Vernon (residência de George Washington) até ao Ground Zero.
Precisamente porque só têm pouco mais de 200 anos de história, tudo para eles é História e serve para tentar unir 50 Estados numa mesma identidade cultural.

Não te podes iludir com os bips e cliques do teu mundo actual. Isso é passado. Se queres o futuro tens mesmo de viver num laboratório de 3ª ou 5ª geração. O mais moderno dos utilitários tecnológicos que seja posto há venda daqui a dois anos na realidade é já passado…

A propósito, a Baixa Pombalina e o Chiado têm apenas mais 21 anos que os EUA…



Eu diria que esse teu amigo é um "sábio instruído"!
Então não sabes que é através da cultura que o Homem avança? Da sensibilidade que tem pelo que o rodeia?
Assim de repente, lembro-me de te aconselhar dois livros (já do passado) que foram visionários e inspiraram o pessoal da NASA (entre outros) a desenvolverem o futuro. O primeiro é o famoso 2001: Odisseia no Espaço, de Arthur C. Clarke, onde se "inventa" o satélite de comunicações. O segundo é o Robot Perfeito, de Isaac Asimov, onde se "inventam" as Cinco Leis da Robótica.
Ora, já viste se tivesses as tuas leituras actualizadas? O que poderias descobrir do Futuro?

Quanto a Museus, parece-me que manténs aquela ideia que nos foi vendida na 4ª Classe de que os museus são apenas para relíquias (e muito bem) ou para coisas do passado (e muito bem).
Aconselho-te a estares atento a muitas das exposições permanentes dos grandes museus do mundo (portugueses incluídos). Nunca sabes o que poderás encontrar.
O de História Natural e o de Ciências de Londres são especialistas em deixar os visitantes de boca aberta. Ex.: A Ciência do 007 (tinhas lá todos os gadgets, veículos e armas futurísticas do agente secreto).

Caro GM,

Sabes que te tenho em muito boa consideração não só pela tua integridade como pessoa mas também pela bagagem cultural que tens.

Infelizmente pertencemos a mundos opostos. Enquanto tu tens tempo e pachorra para fazer todas essas coisas (leituras, visitas a museus e outras coisas do género) eu ando sempre stressado, sob pressão e com muitas coisas para fazer que não estão minimamente relacionadas com as que defendes. A vida para mim, corre muito depressa.

Respeito o valor de um livro mas como bem sabes os livros em formato de papel estão em extinção. Sei que o importante é o conteúdo e não o formato mas há uma mudança de paradigma em relação ao livro. Na América é muito comum as pessoas comprarem o audiobook para ouvir nas filas de trânsito em Los Angeles e outras grandes cidades com muito tráfego e em que os yuppies e executivos saem de casa de manhazinha e regressam à noite. Já existem muitas escolas em que as crianças praticamente não usam livros em papel. Todo o suporte é electrónico e isso também acontece no MIT onde é muito comum usar-se o tablet. O estudante universitário paga X de propinas e recebe um kit com um tablet com tudo lá dentro. Longe vão os tempos das fotocópias. É a era do paperless. A General Motors já não entrega carros com manuais de instruções e livro de revisões em papel. Os carros vêm com um tablet e um certificado electrónico e cada vez que há uma actualização é colocado lá um PDF. Sei que o que interessa é o conteúdo e não o formato. Mas aquela ideia antiga que havia de que as pessoas tinham que ler muitos livros e que se tinha de andar com o livro debaixo do braço está a desaparecer. A coisa que mais me irrita é quando os jornalistas perguntam aos políticos que livro é que estão a ler no momento. Parece que as pessoas têm que andar sempre a ler um livro. Há tanta coisa para fazer...
Quanto aos museus qualquer dia não têm visitantes porque o Google Indoor vai permitir fazer uma visita no conforto de um sofá ou de uma esplanada.

Pessoalmente e agora fora de brincadeiras, não tenho tempo para ler. Já tenho que ler dezenas de mails diariamente no trabalho. São bastante complexos e tenho que respondê-los com cuidado porque as matérias são muitas vezes críticas e têm a ver com o negócio da empresa. Tenho ainda que ler manuais técnicos e propostas comerciais para poder construir o discurso e a argumentação junto dos colegas e dos clientes. E muitas vezes são centenas de páginas, slides e tabelas que tenho que processar. Pertenço a um mundo completamente diferente do das pessoas que têm tempo para andar a ler livros e visitar museus. Vivi e trabalhei alguns anos em Inglaterra. Nunca me passou pela cabeça ir visitar o Museu da História Natural ou de Ciências. E eu até gosto de ciência mas não consigo entrar num museu.

Ainda há tempos estava no aeroporto para apanhar o avião e como o voo era intercontinental, atrevi-me a comprar um livro. Li os primeiros quatro capítulos no avião e quando cheguei ao destino não voltei a ter tempo.
Durante a semana não tenho tempo sequer para me coçar. Trago trabalho para casa todos os dias e deito-me sempre depois da 1:30 da madrugada para me levantar às 6:30 e pôr-me no trânsito para o trabalho. O pessoal que trabalha nas áreas técnicas pertence a um mundo completamente diferente da malta das artes, letras, desporto e afins (as tais pessoas da cultura...). Peço desculpas pela arrogância mas sinceramente, eu vejo e sinto a descontração de muita gente que tem uma profissão que lhes permite andar sempre descontraídas e por isso conseguem tempo para tudo e mais alguma coisa. Tempo é coisa que não tenho mesmo!!!

Ó Pedro, não me digas que não tens tempo para dár umas fodas!!!!

É óbvio que ele tem tempo para amandar umas fodas

Para mandar uma queca bastam 30 minutos enquanto que ler um livro ou visitar um museu levam muito mais tempo.
Isto para não falar do prazer que dá mandar uma queca...

"Essas coisas" não se fazem por ter "tempo e pachorra". Fazem-se, tal como dar uma queca gloriosa, por PURO PRAZER!
E o que "corre muito depressa", dessa maneira, é um simulacro de vida.



Não estão. http://www.huffingtonpost.com/the-natio ... 34890.html Tal como a televisão não acabou com o cinema nem com a rádio e o cinema não acabou com o teatro, e o DVD não acabou com o cinema - e todos fomos ouvindo essas "profecias" -, o e-book não acabou com o livro em papel. E o CD não matou o vinil que, aliás, sobrevive muito melhor à pirataria. Haverá (há) espaço para todos os suportes.



Não "têm que", Pedro. Não é uma obrigação nem uma imposição. Pode parecer-lhe estranho mas, acredite que, para muitos, é um prazer. Como foder, lá está.



A forma definitiva como o Pedro dispara opiniões disfarçadas de previsões apocalípticas (erradas) é impressionante. Leia!



England was wasted on you.

Em termos de "cuntura" o Pedro só vai ao salão erótico

Tinoni,

Não tenho necessidade de vir aqui armar-me em alguém importante, que trabalha muito e que acha que outros não têm nada para fazer.

A verdade é que vivo uma realidade bem diferente da maioria das pessoas e volto a repetir que não tenho muito tempo livre. Quando tenho algum tempo livre aproveito para fazer coisas mais prioritárias. Até compreendo que alguém vá a um museu, mas já tenho dificuldades em perceber o resultado objectivo da visita. Só se for mesmo por prazer ou como actividade de lazer. Objectivamente, não aumenta a produtividade, não cria valor e não tem nenhum resultado prático ou palpável.

Gostava imenso de poder fazer uma série de actividades como frequentar um ginásio como já fiz no passado e não consigo tempo. Até poderia frequentar mas tinha que abdicar de outras coisas ou dedicar menos horas a coisas mais importantes.

Conheço muita malta que se balda a certas coisas e depois as consequências ficam à vista de todos. É o mau estudante que não estuda e não faz os trabalhos e depois as notas são baixas, é o profissional que não prepara as tarefas em casa que tem que ter prontas e acaba por falhar com as datas de entrega e fica mal visto no emprego, etc, etc...

De facto tudo depende do brio profissional de cada um e do que cada um quer atingir na vida

Nada vem do nada. As coisas conseguem-se com muito trabalho.



Caro Vicente,

Porquê que a cultura passa por ter conhecimentos a nível de História, artes, música, etc...

Há muita gente que dedica tempo a essas coisas, não acrescenta nada à Economia e depois não sabe aquilo que é fundamental para a vida moderna, por exemplo não sabe sequer resolver uma equação de segundo grau, não percebe como é que os aviões conseguem voar, qual o princípio de funcionamento de um automóvel, como funciona a bolsa e os mercados de capitais, as lei da oferta e da procura, como surge a inflação, etc, etc...
Para mim tudo isto é mais útil do andar a ler livros do Eça do Queirós (que tive que ler porque fui obrigado), visitar o Convento de Tomar (que tive que visitar porque fui obrigado), de aprender a ler pautas musicais (porque fui obrigado e já me esqueci e isso não serve para nada), etc, etc...

A conversa sobre a cultura tem muito que se lhe diga. Temos muitos homens "da cultura" que vivem às custas do financiamento do Estado. Para mim, as coisas têm que ter valor palpável e só assim contribuem para o desenvolvimento humano. A Alemanha é o que é porque tem uma grande indústria: BMW, Mercedes, Audi, Porsche, Siemens, Bayer, Thyssen, Bosh, submarinos U-boot, aviões Junker, Airbus (porque são eles que fazem a parte de engenharia, os franceses ficaram com a parte da gestão), etc, etc. É o poderio tecnológico que ajuda as nações a afirmarem-se. E sei que a Alemanha teve grandes filósofos e pensadores como Kant, Hegel, Nietzsche, escritores que foram Nobel da Literatura como Gunter Grass, mas não acrescentaram nada à Economia. A Alemanha é o que é pela sua indústria e know-how tecnológico. Tudo o resto vem depois....

Veja-se o caso da Áustria que sempre andou com as músicas e pinturas se conseguiu alguma coisa....

Portanto cultura meus amigos....

Admiro a sinceridade do Pedro!

Num mundo em que muitos anunciam que lêem este é aquele livro em nunca colocaram a vista.

Pessoalmente também não sou muito ligado a culturas. Já fui a filmes onde adormeci( literalmente), saí de peças de teatro onde não entendi " puto' e a julgar- me estúpido por não entender e já nem falo em exposições de pintura, de onde geralmente saio mal disposto de ver tanto rabisco...

E no entanto sinto - me sempre à parte, porque a maioria fala maravilhas do que viu...

Portanto, o melhor é mesmo ir à um restaurante ou cervejaria onde me sinto mais no meu meio...

E isso não basta e não é importante?



Primeiro, não é realmente verdade. Como dizia alguém, um médico que só saiba de medicina ou um advogado que só perceba de direito, por muito que saibam de medicina e de direito, nunca serão um bom médico e um bom advogado. Depois, ninguém deseja viver num mundo em que o único objectivo é "ser produtivo" e "aumentar a produtividade". O Pedro não lê mas, se lesse, saberia que esse pesadelo já foi imaginado e descrito por bastante gente. E nunca será bonito de se ver.



A questão é para quê uma vida dessas...



Lá está... se lesse qualquer coisita nunca lhe passaria pela cabeça fazer essas perguntas...



Só posso dizer que o Pedro é um exemplo vivo do que é o desastre da educação em Portugal. E particularmente grave e significativo porque quem faz afirmações dessas é alguém que teve formação superior.



I rest my case... (ou, como diz o outro, descanso a minha mala)