Com o desemprego quase nos 20%, jovens licenciados oportunidades de trabalho e a classe média a empobrecer a olhos vistos, pensar que só vai para gp quem quer satisfazer necessidades consumistas é um delírio a que só pode dar-se ao luxo quem não viver ou não conhecer o país em que vive. Claro que esta é apenas a minha opinião.

E a opinião das nossas confreiras e GPs? Qual será? Aparte o bom testemunho da nossa querida Sara Sweet... Mais ninguém se atreve? Será que afinal o tabu, ainda existe?

Concordo totalmente com o que diz o Confrade Brad4pito. Se vos faz sentirem-se melhor e com menos problemas de consciência, ou menos sentimento de pena, pensarem que quem se mete nisto é para satisfazer necessidades consumistas de futilidades, em vez de pensarem que se calhar quem se mete nisto é para pagar contas e dar de comer aos filhos,,, estejam à vossa vontade!!!!!
Não digo que não haja desses casos, mas acho que pensar isso é, como disse o BradPitt, não fazer a minima ideia das necessidades que as pessoas passam... Não digo que não haja também um pensamento "não, eu não quero ir lavar escadas, nem tirar cafés, nem trabalhar que nem uma escrava num call center..", claro que há, principalmente para quem tem formação e educação-.... claro que além de NAO HAVER emprego, muitas também não estão para se levantar às 7h, entrar às 9h, levar com merdas de colegas e chefes,,,, etc....
Agora que quem se mete nisto é para comprar sapatos e telemóveis.. não me parece... será mais pagar as contas da casa, a escola e o leite dos filhos................ enfim, uma mulher que não tenha um homem para tomar conta dela (excepção feita eventualmente às médicas e engenheiras, deputadas), tem que se virar sozinha, e às vezes, porque não? pensa neste tipo de actividade.......................

neste meio sempre houve e haverá quem entra para por comida na mesa e quem entra para satisafazer os seus "projectos" de luxo...
deixa-me dar-te um "insight":
-à cerca de dez anos foi a idade de ouro da GPs...havia dinheiro! na noite por exemplo as meninas pediam aos 300/400 euros por hora e a maioria entrava nisto para ter acesso a luxos...
-à cerca de cinco anos atrás as portuguesas começaram a invadir o mercado...na sua maioria mães que se viram sozinhas com as crias...
-à cerca de dois anos começaram a aparecer miudinhas de 16/18/20 que viam este trabalho como uma forma de comprarem o ipad,o iphone,as botas de 200 euros...

na prostituiçao há "movimentos" cíclicos... haverá sempre de tudo...um exemplo à parte: conheci uma moça que o estava a fazer para pagar uma dívida, e todps os tostões eram religiosamente guardados...assim que atingiu o objectivo, saiu

nao podemos ser lineares, mas conforme a sociedade vai mudando, vao também mudando as "levas" de gp's...

beijinhos doces

Gostei das duas participações! Mas estou mais inclinado para a leitura da realidade da Sarah, e explico porque. Todos sabemos que ha de tudo. Mas o que tenho sentido ultimamente é uma invasão cada vez maior de pitinhas...

Alias, é sobre essa percepção que este tópico versa.

Bem verdade. E agora, como que por magia, todas se dizem estudantes universitárias. E fazem questão de o mencionar. Acredito que muitas o serão, mas muitas há que "vão de boleia" porque até é uma boa justificação. Talvez esta questão explique, em parte, a "invasão" de novinhas nesta arte. Particularmente, prefiro as de 25/30, embora de vez em quando apeteça uma pitinha...

Quanto ao momento conjuntural do país, julgo que irão continuar a aparecer muitas gp's porque há mesmo muita gente aflita.

Sim, sao todas estudantes universitárias e todas estudam psicologia...!?

obrigada pelo insight, Sarah, vê-se que és uma mulher inteligente e gosto disso!
pois, haverá de tudo.. eu falo pela minha realidade... claro... embora goste de conhecer as realidades dos outros também.
e tu? entraste por que motivo? e ficaste porquê? só respondes se quiseres, claro.. beijinhos

Muito interessante este tópico!

Para responder à questão levantada no início pelo Vidlok, diria que há uma coisa que me faz imensa confusão neste meio: é o facto dos preços contrariarem a lei da Oferta e Procura.
Se cada vez há mais oferta e se a procura não aumenta então os preços deveriam cair, mas não, continuam ao mesmo nível de há dois, três anos.

Relativamente às razões que levam as mulheres a enveredarem por esta vida, penso que há várias e cada caso é um caso. Para além de não haver emprego, existe muita discriminação feminina. Infelizmente ainda é uma realidade. Há muitos empresários que preferem oferecer emprego a homens porque estes têm mais disponibilidade para ficar até altas horas no escritório enquanto que as mulheres tendem a sair um pouco mais cedo para tratar dos filhos, da casa e do jantar. Há ainda os que temem que elas fiquem grávidas e existem os que oferecem emprego às mulheres mas dão-lhes um nível de remuneração inferior à dos homens que exercem a mesma função. Isto acontece no sector privado. É uma mentalidade errada porque conheço mulheres talentosas e com níveis de produtividade superiores a alguns homens. Começa logo na universidade onde as notas mais altas nos cursos de medicina, farmácia e gestão são obtidas por mulheres, isto para não falar de cursos como aquitectura e alguns das áreas humanísticas.

Quanto às GPs fazerem-se passar por universitárias, fica bem porque ninguém gosta de barbies. Pessoalmente tenho encontrado algumas que são mesmo estudantes universitárias porque consigo aferir isso pelas respostas que dão às minhas perguntas e com algumas até já coloquei questões específicas e obtive respostas certas. Obviamente que existem as que anunciam que são universitárias sem o serem, mas isso é como tudo na vida...

Essa questão da discriminação é bem verdade, Pedro Onze. Quantas vezes fui a entrevista de emprego e quando digo que tenho dois filhos, sinto logo pela cara que fazem "já me queimei!!!" (aliás, não podes ocultar essa informação porque estão como teus dependentes no irs, embora possas tentar não dar a informação, ou dá-la o mais tarde possivel na entrevista). Muitas vezes na entrevista é-nos logo questionado "tem filhos?"; "que idade têm?", "e tem quem tome conta deles"? "e disponibilidade para trabalhar alguns sábados?", etc...

Se a resposta é sim (aos filhos) e não (aos sábados), pronto, já me queimei.. e já era assim há uns bons anos atrás, mesmo antes desta tão falada crise.

Isto na fase das entrevistas.. se chegas mesmo a alcançar o emprego... eu vivi essa realidade.. quem se dá bem são as mais jovens, ainda sem filhos, e eventualmente (raramente) uma mais velha com filhos mas que tenha um marido porreiro que faça tudo (buscar à escola, banhos, jantares, trabalhos de casa) e que não lhe chateie a cabeça a ela porque ela tem que ficar no escritório até mais tarde... ou seja, um marido que mais tarde não "cobre" isso, ou que nao lhe esteja a ligar para o tlm a perguntar quando é que chegas... (é bastante raro)... e portanto normalmente quem se dá bem junto das chefias sao essas mais jovens, porque podem sem problemas ficar até mais tarde, trabalhar sábados, horas extra, nunca faltam, nunca chegam atrasadas.. as que têm filhos, inevitavelmente, hão de um dia ligar para o emprego a dizer que o filho está com febre, que nao podem ir, ou estao a trabalhar as 4 da tarde e ligam-lhes do infantario a dizer para ir buscar o menino que está com febre ou diarreia,, e lá vao elas, e por acaso naquele dia até era fecho de contas... ou era preciso fazer inventário ou ficar até mais tarde.. depois há sempre aqueles olhares, aquela dúvida, será verdade, ou a gaja está a mentir?

Sim, é bem verdade que é muito complicado ter um emprego e filhos e é verdade que há essa discriminação. Infelizmente...

Concordo consigo, Sarah, e se olhar para a minha assinatura podemos dispensar outros comentários. Efectivamente o mundo mudou com a crise e não voltará a ser igual.
Recordo que nos anos 90 as miúdas na casa dos 20 anos que encontrei pelo caminho cobravam valores entre os 100 e os 200 Euros e era prática comum só aceitarem deslocações. Normalmente eram marcadas através de agências com anúncios no DN, CM e Capital e tinham o ar de quem só fazia aquilo para reforçar a mesada. O problema hoje será muito diferente, pois uma parte das famílias está a passar por grandes dificuldades e os pais não têm condições para apoiarem os filhos. É só uma opinião, mas julgo que o empobrecimento súbito das famílias de classe média será um dos principais motivos para a entrada de muitas gp, independentemente da idade. As gp mais jovens estão claramente incluídas nesse leque.

Sim, é mais ou menos isso....
Mas se entram para comprar botas de 200 euros, verdade se diga que algumas, passados poucos meses, quando têm sucesso, passam é logo a comprar botas de 400 euros... como eu já vi...

Até dói...
Só de pensar que se fosse à Promoção do Pingo Doce podia comprar quase 1500 Minis....

Podes crer!!! Assumindo que bebemos cerca de duas minis por dia, dá para dois anos! Minhas ricas minis!!!

patricia nao te vou responder pq razao entrei...estaria a expor elementos da minha vida pessoal e q nao é para aqui chamada...
pq fiquei? pq nao encontrava outras opcoes viaveis...num outro forum perguntaram me pq n ia eu lavar escadas? bem....é q com 500eur mês ou pagaria as contas ou a comida...
as histórias dos "porques" so as ouvirás na "sala das meninas" (o nosso espaço dentro de uma casa)...

bjinho ;)

Ò gup, minis !!! eu pensei logo q 400€ dava para 10 fodas em low cost, q mediante a minha fase de pré-reforma dava quase para 1 ano