Por falar em propaganda...
Segundo o PORDATA, site que o confrade Zé Tolas já tão incisivamente citou, o PIB real Português está em ascensão desde a década de 60, à excepção do período compreendido entre de 2010 e 2016, fruto de uma incontestável crise financeira mundial. Contudo, voltou a subir a partir de 2017 e atingiu o pico em 2019, ano a partir do qual se verifica de facto uma recessão que, adivinhe-se, coincide com uma pandemia mundial...

https://www.pordata.pt/Portugal/PIB+e+P ... pita+a+preços+constantes-2953

Não sabia que era permitido espalhar fake news e desinformação no fórum...

Envio o relatório do Banco de Portugal no link em baixo de que destaco o seguinte:

"Sobre a decomposição dos fatores produtivos, segundo o estudo, entre 1960 e 1995 a convergência da economia portuguesa face à UE "resultou em larga medida de uma maior acumulação de capital fixo em Portugal", sendo que então também o ponto de partida da economia portuguesa era muito baixo. O contributo da produtividade total dos fatores foi "positivo e significativo" mas aquém do registado na UE.

Já a estagnação registada desde meados de 1990 à atualidade, considera o estudo, é justificada sobretudo com o fraco desempenho da produtividade total dos fatores, a que se soma um contexto em que "o contributo do fator trabalho se tornou negativo -- em particular, durante o período da crise -- e o contributo positivo do 'stock' de capital se reduziu significativamente".

Como na época em que este relatório foi produzido, não estavamos a viver tempos com inflação, é fácil deduzir (espero eu), que atualmente, devido à inflação, os portugueses estão a perder poder de compra, por outras palavras, já não estamos estagnados, estamos mesmo a empobrecer.

Vá, agora quem é que quer continuar com a cabeça enfiada debaixo da areia, e se chega à frente para acusar o Banco de Portugal de propaganda? lol

Relatório do Banco de Portugal: https://www.bportugal.pt/sites/default/ ... df#page=*

Confrade Samwise Gamgee, desde já deixe-me felicitá-lo pela escolha do seu nome, pois também sou grande fã do Sam.
Mas, não me parece que a análise que faz é a mais acertada. O confrade diz que a descida do PIB em 2010 até 2016 foi “fruto de uma incontestável crise financeira mundial”, ora vejamos, essa crise mundial começou em 2007-2008 portanto dois ou três anos antes de 2010, as datas batem não batem lá muito certo. Poderá dizer que a crise só se sentiu em Portugal dois, três anos mais tarde e daí só se verificar alterações no PIB nessa altura, isto porém não creio que seja verdade. Se não estou em erro, a crise em 2008 e 2009 já se fazia sentir por praticamente todo o mundo.

Eu ofereço antes um motivo alternativo para os níveis do PIB nessa altura. Em 2010 nós estávamos a ser desgovernados por um pseudo engenheiro chamado José Sócrates que roubou Portugal de tal maneira que em 2011 estávamos à beira da bancarrota e a pedir a ajuda do FMI.
Certamente que a crise também deve ter contribuído para as alterações registadas no PIB, mas não mencionar o principal culpado das dificuldades económicas que o país passou e colocar toda a culpa na crise não me parece correcto.

Aliás, colocar a culpa para cima dos outros parece um dos mais nítidos padrões dos governos em Portugal das últimas décadas. Veja-se o caso dos incêndios onde todos os anos o país arde e é destruído, muitas vezes com pessoas até a morrer e todos os anos os nossos "governantes" dizem que a culpa não é deles, que para o ano tudo vai ser solucionado e depois pouco ou nada fazem e a tragédia volta a repetir.

O confrade julga ter encontrado num Boletim Económico do Banco de Portugal de Outubro de 2019 algumas frases que sustentam a sua afirmação de que Portugal está há 30 anos a empobrecer. No entanto, está a confundir alhos com bugalhos. Uma coisa é o processo de convergência de Portugal face à EU, capítulo de onde retirou as citações, outra coisa é o alegado empobrecimento dos portugueses.

Por outras palavras, o facto de Portugal ter crescido entre 1995 e 2018 a um ritmo inferior ao da média das economias europeias, não é sinónimo de empobrecimento.

Por outro lado, o cenário está paulatinamente a alterara-se, como de resto se refere no mesmíssimo relatório que o confrade tão gentilmente nos cedeu:

“No primeiro semestre de 2019 a economia portuguesa desacelerou ligeiramente, apesar de continuar a crescer a um ritmo superior ao da área do euro.”

“No primeiro semestre de 2019 o produto interno bruto (PIB) manteve a trajetória de desaceleração obser- vada desde meados de 2017, crescendo 2,0%, em termos homólogos (2,4% no conjunto de 2018). Contudo, a atividade económica em Portugal manteve alguma resiliência quando comparada com a evolução no conjunto da área do euro, onde se observou um abrandamento mais acentuado nos últimos trimestres.”

“O crescimento da economia portuguesa ao longo dos últimos anos tem-se refletido numa melhoria dos principais indicadores do mercado de trabalho. A taxa de desemprego continuou a diminuir em 2019, situando-se num nível inferior ao observado na área do euro. O aumento do emprego tem-se centrado nos trabalhadores mais qualificados. Os trabalhadores estrangeiros têm contribuído para este crescimento, contrariando os efeitos negativos do envelhecimento da população sobre a população ativa.”

“A dívida (compreendendo empréstimos, títulos de dívida e créditos comerciais) das empresas não financeiras, em percentagem do PIB, manteve o perfil descendente verificado desde o início de 2013, sobretudo por via do aumento do PIB nominal. Este rácio encontra-se em valores muito próxi- mos da média da área do euro.”

“O stock de crédito total às sociedades não financeiras, que engloba o crédito bancário, o financia- mento por outras instituições financeiras residentes e o crédito concedido por outros credores (residentes e não residentes), aumentou ligeiramente (Gráfico I.3.13). A taxa de variação homóloga situou-se em 1,2% em junho de 2019, o que traduz uma significativa recuperação desde o final de 2018.”

“Os últimos semestres foram marcados por uma recuperação do investimento, que ocorreu num contexto de ligeira aceleração do crédito concedido às empresas portuguesas.”

“Na primeira metade de 2019, o impacto do crescimento dos salários sobre os custos unitários das empresas foi mitigado pela evolução da produtividade. A taxa de variação homóloga das remune- rações médias por trabalhador situou-se em 2,6% no primeiro semestre de 2019, o que compara com 2,5% no conjunto do ano anterior. Esta evolução, aliada a uma variação positiva da produ- tividade por trabalhador (Capítulo 5), implicou uma desaceleração dos custos do trabalho por unidade produzida, de 2,4% em 2018 para 1,7% no primeiro semestre de 2019.”

“De acordo com as projeções elaboradas pelo Banco de Portugal, a economia portuguesa conti- nua em expansão em 2019, pelo sexto ano consecutivo, mas a um ritmo inferior ao observado no passado recente. O PIB deverá crescer 2,0% no conjunto do ano (2,4% em 2018) (Quadro 1). Este crescimento é superior em 0,9 pp ao projetado pelo BCE para a área do euro.”

Podia continuar, mas não quero fatigar os restantes. De qualquer forma, não o acuso de querer plantar fake news ou desinformação, apenas o alerto para a possibilidade de estar mal informado.

Caríssimo PapaRuivas, agradeço-lhe as felicitações e retribuo fraternalmente.

Garanto-lhe que não me verá a defender o Socas tão rapidamente. É por demais evidente que se trata de um criminoso que deveria ser julgado pelos seus crimes com a máxima urgência. Mas não é possível menosprezar o peso de uma crise financeira mundial no desenvolvimento das economias. Portugal, como qualquer outro país da zona Euro, não está alheio ao impacto destas crises. Não escasseiam exemplos para lá do Português, mas para não individualizar nesta ou naquela nação, e após uma rápida pesquisa, proponho-lhe que leia este o seguinte comunicado oficial da Comissão Europeia e artigo do Jornal de Negócios:
https://ec.europa.eu/commission/pressco ... IP_17_2401
https://www.jornaldenegocios.pt/economi ... -na-europa

Quanto ao hábito de grande parte dos nossos "governantes" dizerem que a culpa não é deles, estamos de acordo, com exemplos em diferentes sectores do espectro partidário...

cum caralho estaá tudo malucccccoooooooooooooooo

No meu caso é devido a uma prolongada abstinência de visitas às nossas queridas GP's

Concordo com tudo o que disse confrade, eu penso que expressei-me mal quando disse “mas não mencionar o principal culpado das dificuldades económicas que o país passou (...)”. Dá ideia que estou a menosprezar a crise, mas não era essa a minha intenção. Deixe-me tentar outra vez, pode ser que isto saia melhor.

O meu primeiro ponto é que da forma que estávamos a ser governados, com crise ou sem crise, Portugal estava a caminho para outra bancarrota e outro pedido de ajuda financeira tal como já tinha acontecido duas vezes anteriormente. Com a crise, se tivéssemos governantes merecedores dessa palavra e estatuto, não só a crise não teria tido impacto tão grande, mas como teríamos saído dela bem mais cedo.

Como possibilidade especulativa, é possível que tenha razão.
Já me é mais difícil aceitar, mas no dia em que perder totalmente a esperança nos nossos governantes, deixo de votar e vou viver para uma cabana na floresta.

Samwise Gamgee, afirma que no país está tudo bem, que é belo e maravilhoso, nem sequer vou perder muito mais tempo a rebater e mostrar provas concretas do contrário do que afirma, nem vou buscar o recente aumento em 30% do preço da electricidade que será catastrófico na economia portuguesa e no descontrolo do índice de preços, mas o que é mesmo muito curioso, ao mesmo tempo refere está numa situação de "prolongada abstinência de visitas às nossas queridas GP's" devido à situação económica em que o país se encontra. Será que não vê a incongruência, inconsistência e incoerência do seu discurso?

É, obviamente uma tremenda mentira: como pode estar tudo bem e ser belo e maravilhoso quando continua a existir gente adulta incapaz de ler e compreender um texto curto?

O problema, meu caro, é que Zé Tolas continua a deturpar e instrumentalizar aquilo que lê da forma que lhe é mais conveniente. Em momento algum escrevi que a minha prolongada abstinência se deve à situação económica em que o pais se encontra. Mas suponho que o meu caro saiba mais da minha vida financeira do que eu próprio
Incongruente, inconsistente e incoerente é escrever-se que não se vai perder muito mais tempo a rebater, para logo de seguida se lançar a cartada da inflação dos preços da energia que, para além de não ser um fenómeno exclusivo de Portugal, continua a não sustentar a sua afirmação de que o país está a empobrecer há 30 anos.

Realmente é triste, mas julgo que o Tolkien estaria orgulhoso da resiliência do Sam