— Bolas! Faltei ao encontro…!
»— O Gentle Man descobriu e não reagiu nada bem. Prendeu-me as mãos e amordaçou-me.
»— Só agora consegui roer a mordaça… mas acho que é tarde de mais…!

Que mal lhe pergunte ó Man Gentle... que história é essa agora de pôr comas antes dos travessões?...



Boa noite...

— Ou talvez não! Uma réstia de esperança se afigura no aparo do escritor…
»— Procura no emaranhado de palavras; os olhos fogem-lhe para a cor certa; e encontra-as… as duas aglomerações de letras que procurava!
»— Suspira fundo… espera… nada!
»— Talvez amanhã… talvez!

— É para saber que sou só eu… apenas eu… sem o outro a estorvar. Há quem coloque só as aspas, sem travessão.
»— Mas há quem faça como eu. Assim a Miana sabe que a conversa continua, mas a uma só voz.
»— Para desaparecer a aspa, tem de haver diálogo, estilo "dizes tu, digo eu".
»— A propósito, boa noite também (uff!).

Boa Noite para voçes...presentes....
Eu só passei de gaz.....
Isto aqui é muita areia para a minha camioneta....

Até amanha....
E "façam o favor de ser felizes" (têm aspas porque estou a citar....acho que Raul Solnado)

Cyber


PS - gentle man hoje vi sinais de fumo lá para os lados da Serra da Lua...mas depois nada...

— Amigo Cyber, é natural que tenha visto sinais de fumo. Hoje acendi a lareira… e ontem também… e antes de ontem…
— Olha, olha, quem está de volta! É o Gentle Man!
— Shhh! Que estou a falar com o Confrade Cyber.
— Mas…?
— Não ligue ao Man Gentle. Anda aqui sozinho há tantos dias que já não está bom da cabeça.
— Mas não tenho estado sozinho, conf…
— Pois, pois! Como ia dizer, amigo Cyber, o telefone tem estado off-limits, mas amanhã já vai estar operacional. Até amanhã!
— E eu? Não quer saber da minha vida, Confrade Gentle Man?
— Pois, deve ser muito interessante! Com qual amigo imaginário falou desta vez?
— Falei com a M…
— Pois, pois! Até amanhã, Confrade Man Gentle!

Então caralho?

É este o sitio para quem anda "fodidito" pa adormecer?

Hoje nao està nada a correr bem,já tomei algumas merdas e nada!!

Boa "night" ao forum.

— Hoje sinto-me como o escritor do andar de cima.
»— Na sua máquina de escrever acaba de bater duas frases: "Era uma vez uma rapariga muito bonita, muito assustada. Ela vivia sozinha, excepto pela companhia de um gato sem nome."
»— À janela do andar de baixo, a rapariga toca e canta o Moon River. Uma boneca de luxo, está no seu momento secreto, o momento de maior simplicidade. Acabada de sair do banho, de toalha enrolada na cabeça, vestida de jeans e camisola simples, vai dedilhando a guitarra.
»— Eu, inclino-me da minha janela, em silêncio, a beber todo aquele momento secreto. Vejo-a como ninguém a vê…
»— Ela acaba de cantar, ergue a cabeça e vê-me. Diz-me olá. Digo-lhe olá.
»— E o destino há-de tomar conta do resto…
»— I wish…

— Hoje sinto-me como o escritor no táxi.
»— Ao seu lado está a rapariga. Distante. Altiva. Separada dele pela largura de um corpo. No colo leva o gato sem nome.
»— Discutem. Ela manda parar o táxi, abre a porta e lança o gato para a chuva.
»— O táxi avança uns metros pela rua alagada. Mando-o parar. Aquilo tinha sido a gota de água. A distância infinita entre ela e tudo o que amava.
»— Salto para fora do táxi… para a chuva copiosa. Vou à procura do gato sem nome.
»— O táxi avança mais uns metros e pára de repente. Ela salta para a chuva, passa por mim já encharcada.
»— Naquele beco, grita: "Gato?! Gato?!"
»— Mas o gato sem nome não responde.
»— Desesperada, como se tivesse perdido tudo na vida, volta a gritar: "Gato?! Gato?!"
»— Mas o gato não responde.
»— De cabeça caída, como que vencida, debaixo da chuva que não pára, ela dá meia volta e prepara-se para partir a caminho da solidão.
»— Mas o gato responde… com um único miau. Salta-lhe para o colo, com o pelo ensopado.
»— E ela diz: "Gato! Gato!"
»— À entrada do beco, assisto à cena, estático, enquanto a chuva me escorre pela cara.
»— Ela aproxima-se de mim, enquanto a chuva lhe escorre pela cara.
»— E abraçada ao gato sem nome, aproxima os lábios dos meus e beija-me… enquanto a chuva escorre pelas nossas caras.
»— I wish!

Estamos numa de devaneio lírico hoje é?

Mais um com insónias por aqui..

— Olá, Miana!
»— Devaneio? Talvez. Lírico? Sem dúvida.
»— Original? Não! São duas cenas do Breakfast at Tiffany's, do Truman Capote, versão cinema com a Audrey Hepburn (linda!), contadas à minha maneira.
»— Às vezes é bom ser lírico. Outras, é melhor ter os pés bem assentes… Mas bom, bom é misturar o lirismo e o pragmatismo e tornar sonhos realidade. Não acha?

Deve-me ficar muito mal dizer que nunca vi a película em questão...

On the other subject... Talvez.

— Mal não fica! É impossível (infelizmente) ver todos os (bons) filmes e ler todos os (bons) livros.
»— Quando estiver numa de acreditar… aconselho esta pérola do T. Capote. O livro também está publicado em Portugal, pelo menos em edição de bolso.
»— Ainda bem que o Gentle Man anda fora deste tópico, Miana, senão dizia já que do Capote só o A Sangue Frio.
»— Sabe… o Gentle Man até não é mau rapaz… um pouco calculista, pragmático…
»— Já eu, sou sonhador e fazedor de sonhos…
»— Juntos até funcionamos bem. Entre o sonho e a realidade, transformamos os sonhos em realidade…