Medida constante do programa do governo, que eu saúdo. Não sou contra o comboio de alta velocidade, mas considerarmos prioritária a ligação Lisboa-Madrid sempre foi algo que me arrepiou.

Façamos um exercício: somemos, ou imaginemos fazê-lo, o tráfego entre Vigo e Setúbal com o tráfego entre Lisboa e Madrid - falo de tráfego rodoviário, ferroviário e aéreo - e chegaremos à conclusão que o primeiro é várias vezes maior do que o segundo e que o a rentabilidade do projecto é muito maior.

Claro que isto é uma análise simplista e há uma enorme quantidade de variáveis em jogo. Até por isso sempre me chocou ver o projecto entregue ao ministério das obras públicas, quanto estas questões são mais de estratégia (têm a ver com economia, têm a ver com a forma como nos organizarmos como nação e têm a ver com a forma como nos relacionamos com o exterior e nos assumimos no plano internacional. Depois dessas questões ponderadas é que se entrega o assunto aos engenheiros, que são quem sabe projectar e construir.

Vamos ter que esperar uns anos - e vão ser uns bons anos. Encontrei uns dados interessantes da OCDE, que prevêem que as nossas finanças públicas estejam de boa saúde em..........2037. (Dados - http://www.gfmag.com/tools/global-datab ... z1QapZJ4Is)

tb concordo...

Eu estou de acordo com o Jolinho, quando diz que o TGV é uma questão de opção política e que tem mais a ver com a imagem para o exterior, também concordo que a sua rentabilidade seria totalmente discutível, mas, também é verdade que há anos que este projecto tem vindo a ser avaliado e reavaliado, mas ninguém o descartou e, mesmo a sua suspensão, tem a ver apenas com o investimento e não como "conceito".
Se não tivéssemos caído nesta situação, o TGV faria todo o sentido, em minha opinião, porquanto, iria animar uma séries de áreas de actividade, seria, no entanto, necessário avaliar bem quem é que iria participar na sua construção, isto é, dar prioridade às empresas portuguesas, como forma de viabilizar algumas e combater o desemprego.
Historicamente, foi sempre o Estado a dar o pontapé de saída nas alturas de crise, porquanto, os privados nunca querem correr riscos e seria, mais uma vez, o Estado a tomar essa iniciativa. Poderemos criticar se algumas alturas seriam as melhores para fazer as grandes obras públicas, mas, a verdade, é que alguém tem de tomar as decisões e arranjar forma de mexer este país.
Digam-me qual foi a última grande iniciativa das entidades privadas?

Eu que estava a contar com o TGV para ir às GPs a Madrid quando me reformasse vou ter que me contentar com o Peinador.
Viva El Peinador em Vigo. Há voos low-cost ida e volta.

Como diz o Zé Povinho "Quem não tem dinheiro não tem vícios"... e nos já temos uma carrada de brinquedos para pagar que já nos vão dar conta do ordenado pelo menos nas próximas 3 encarnacoes

Mas há assim TANTA gente a viajar constantemente entre Vigo e Setúbal...? Não fazia ideia disso.....

Acho k não percebes.t o Jolinho...
Não é povo a viajar de vigo para setubal e setubal-vigo, é pessoal a fazer viagens no espaço compreendido entre estes 2pontos, exemplos: vigo-porto, porto-lisboa, etc
1abraço

Lol, eu entendi - o que o confrade jolinho quis dizer é que em Vigo há um ponto de atração cuja acessibilidade deve ser assegurada e encorageada.... : A Boite Peinador em Vigo

Sem duvida, ainda bem que pelo menos para já mandaram parar isto ( já agora o aeroporto tb). Não sei se estou a dizer bem mas pelo que li, o tgv era apenas para pessoas, não dava para mercadorias, não sei se é possivel mas fazia todo o sentido fazer um tgv que tanto leve pessoas como carga.... digo eu

Não me parece que fosse minimamente discutível. É garantido que seria um buraco gigantesco.


Leia-se: O anterior governo, pressionado por empresas do regime e pelos interesses Franco-Alemães, bem que tentou
arranjar maneira de nos vender a ideia de que o TGV seria positivo para a nossa economia.
Fartou-se de encomendar estudos, e quando estes estudos não chegavam à conclusão pretendida, encomendavam outros.

O "conceito" de haver um TGV para Madrid é óptimo, tal como o é o "conceito" de eu ganhar o euromilhões e passar
o resto da vida na "Playboy Mansion" a ouvir Dimitri from Paris, rodeado de coelhinhas, com cocktails coloridos na mão.

É assim como vender com 90% de desconto um Maserati Quattroporte novo a um pedinte:
O pedinte não tem os 10% que faltam, e mesmo que os tivesse, não tem certamente carcanhol
para a gasolina, para as revisões e para a manutenção avulsa de um brinquedo de luxo.

O pedinte ainda poderia esmifrar-se todo a arranjar os 10%, e depois ir vender com lucro o dito bólide; com o TGV
nem esse hipótese se punha.


O TGV só faria sentido se nos fosse oferecido (construção comparticipada a 100%), e a sua exploração
fosse auto-suficiente. Como seria um equipamento que garantidamente daria prejuízo, é caso para dizer que
nem oferecido o queria; não seria mais que um gigantesco sorvedor de dinheiros públicos.


Isso foi o que o anterior 1º Ministro tentou fazer, quando mandou anular o concurso público para a construção
do troço Lisboa - Poceirão, depois de saber que os espanhóis tinham apresentado uma proposta muitíssimo inferior
às nossas.


Esse argumento de combater o desemprego é pura fantasia, quando se sabe que o emprego gerado por estes
projectos é absolutamente precário e na maior parte dos casos composto por mão d'obra "importada" e muitas
vezes em situação ilegal.


Pois... e por isso é que estamos no buraco que estamos.


Os privados normalmente não se querem meter em projectos que à partida sabem que vão dar prejuizo.
Pessoalmente, enquanto cidadão, também não gosto de deitar dinheiro à rua.
O Estado também não deveria meter-se, para depois não ter de andar com o rabo entre as pernas a mandar vir
o avião do FMI.

Peço desculpa pelo trabalho que lhe dei, mas, concordando com alguns pontos consigo, noutros não estou e explico porquê:

- Quem iniciou o projecto TGV foi um governo PSD/CDS. Carmona Rodrigues, por exemplo, prometeu o TGV concluído em 2013.
- Num país periférico como o nosso, é fundamental que esteja ligado ao núcleo central, no caso específico à Europa.
- Um projecto destes nunca será viável e a sua existência será sempre uma questão política e estratégica. Não é em vão que o projecto Espanhol contemplava a ligação connosco.
- Dificilmente este tipo de projecto seria comparticipado a 100%, até porque, para todos os efeitos, o grande beneficiário seria Portugal, porquanto, o acesso ao país ficaria facilitado e isso poderia trazer mais turismo, além do transporte de mercadorias, penso que não contemplado nesta fase. É válido o exemplo que deu dos custos de manutenção, mas há situações em que um país não pode continuar no "orgulhosamente sós", porque nós vivemos da Europa e é com ela que temos de ter as grandes vias de ligação.
- Todos os modelos que pretendam resolver o problema do desemprego são temporários. Veja-se o exemplo dos USA, na reconstrução das escolas, é, naturalmente, uma forma de minorar temporariamente um problema, no entanto, estas iniciativas são necessárias como forma de empurrar todo os sistema e, muitas vezes, contribuem para dar o primeiro empurrão para o levantar de uma economia em dificuldades. Ainda sobre emprego, não nos podemos esquecer de um problema de fundo, que é o facto de nós já nos considerarmos demasiado "instruídos" para desempenhar alguns trabalhos, sobretudo, braçais.
- Quando tiver oportunidade de ler o pacto social de uma multinacional, vai reparar que, em caso algum, é mencionado o lucro, afirma-se que a empresa deverá ser rentável, como forma de garantir a sua subsistência, além das garantias de bem estar e sociais aos seus empregados e depois servir os seus clientes. Esta é a diferença entre os grandes investidores e a esmagadora maioria dos nossos. Talvez fosse bom comparar a percentagem liquida de uma Auto-Europa e aquela que uma média/grande empresa portuguesa têm como lucro líquido final e ficará surpreendido.

É sempre um prazer discutir ideias, mesmo quando não estamos totalmente de acordo.

Numa coisa todos concordamos, se em vez de fazerem tanto km de auto-estradas tivessem feito o TGV (à 15anos+/-) aproveitando os fundo europeus da altura, certamente o projecto tinha ido de vento em poupa e era actualmente um sucesso... Hoje em dia não faz sentido! Ainda à meia duzia de anos gastaram milhoes no Alfa... mt se fala de lisboa-madrid, mas iamos ficar só com essa linha?? Certamente depois construiam porto-lisboa, e os milhoes do alfa iam para o lixo?? (para ganhar mais 50km/Hora?)

Aeroporto novo de lisboa, outra estupidez! porque nao construir outro para trabalhar em simultaneo?!? Mais direccionado para as lowcosts!... Quando há mts milhoes esbanja-se muuuuuuuuito dinheiro!!!

Continuo a pensar que é um erro desistir do TGV Lisboa- Madrid mesmo que adiem o troço Poceição- Lisboa optando pela solução Ponte 25 Abril. Estar só dependente dos aviões para nos ligarmos á Europa é um risco, como já se provou com nuvens de cinzas e greves em Portugal,Espanha e França. Ainda por cima parar agora pode ter custos muito altos.

Quanto a Aeroportos estou de acordo em estar quieto. A Portela está longe de esgotar e bastava tirar de lá a tropa e ganhava-se 20% de espaço. E como felizmente temos bom tempo quase todo o ano, tambem não temos prolemas com esperas para aterragem/descolagem.
E há outras soluções. Á vertical de Lisboa podemos ver 5 pistas de aterragem : Portela, Montijo, Alverca, Sintra e Tires. E excepto Tires todas têm mais de 2.000 mts.

O projecto segundo consta foi apenas adiado, lá para 2035 poderão iniciar a construção de um TGV do Poceirão para Marte. Esse pelo menos não terá o problema das muitas paragens pelo caminho.
Pq 2035 ? Com tantas medidas de austeridade será que não conseguem gamar tudo em menos tempo ?

O tema tem sido muito discutido, mas quase sempre de um modo pouco claro.
Ultimamente, quem estava contra o governo de Sócrates, era contra o TGV para Madrid.
Mas já pensaram que Portugal tem o melhor porto de águas profundas da Europa e nao tem uma linha de grande velocidade de ligaçao à Europa ?
Agora, se calhar, nao é viável "relançar" o TGV para Madrid, mas a obra é fundamental se o país quiser ser uma plataforma de entrada de mercadorias na Europa.