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 Falemos de dívida pública 
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Mensagem Falemos de dívida pública
Encontrei um artigo muito interessante, do qual retirei dados da OCDE relativos a dívida pública. Tinha uma tabela muito grande, com os valores da dívida pública entre 1992 e 2010 (est.) e uma previsão para o valor de 2011. Dela retirei alguns números (percentagens do PIB):


2000 2006 2011

Itália 121,6 117,7 134,7
Grécia 114,9 108,3 138,6
Bélgica 113,8 *,6 105,1
Áustria 71,1 66,4 77,4
Espanha 66,5 74,6 99,8
França 65,6 46,2 78,4
Portugal 62,0 73,1 98,7
Alemanha 60,4 69,2 84,2

Japão 135,4 172,1 204,6

Islândia 72,9 57,4 128,0

USA 54,5 60,9 94,8

Acho curioso que se tenha arrancado com o Euro com toda a tranquilidade quando os défices de uns quantos países europeus já eram excessivos. Veja-se os casos de Itália, Grécia e Bélgica, que tinham já dívidas preocupantes.

Portugal até nem estava especialmente mal; pena o descalabro de 2006 em diante; apesar de tudo, e de tanto se ter falado, a dívida não duplicou nos últimos anos (aumentou 59%, se tomarmos como referência o ano 2000.

Os valores da Irlanda, que não estão no quadro, são, respectivamente, 40,2 (!), 29,0 (!!) e *,5.

O Japão lá vai andando e carregando a dívida gigantesca, que conseguirá financiar porque tem reservas colossais de divisas e enormes excedentes comerciais.

Os USA serão the next BIG problem.

Vivemos tempos interessantes.

(Fonte dos dados - http://www.gfmag.com/tools/global-datab ... z1QmaBxnpl)

PS - Fiz o quadro com todo o cuidado, mas ele desformatou-se todo.

30 Jun 2011

 
 
Diamante
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Mensagem Re: Falemos de dívida pública
A divida publica não pode ser vista apenas per si. O facto de estarmos com este aperto todo, é porque a nossa trajectoria de crescimento economico nos ultimos anos, foi sempre inferior á media comunitaria, o que faz com que os mercados/credores duvidem da nossa capacidade de pagamento. Alem disso andamos a fazer contabilidade criativa, fazendo sucessiva desorçamentação e retirando do perimetro da divida publica, boa parte do sector empresarial do estado, cronicamente deficitario. Nos ultimos tempos Bruxelas tirou-nos esse tapete... :-"

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30 Jun 2011
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Mensagem Re: Falemos de dívida pública
Claro: se a nossa economia tivesse crescido durante os últimos dez anos a uma taxa normal, a nossa dívida seria, mesmo com o descontrole dos últimos tempos, de 80% do PIB (palpite) e não de cerca de 100. Se o valor fosse esse, não estaríamos em apuros; mesmo assim teríamos que mudar de vida, mas teríamos margem de manobra.

30 Jun 2011
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Mensagem Re: Falemos de dívida pública
Contabilidade criativa que começou com Manuela Ferreira Leite.
Os casos da Alemanha, Itália e França, eu compreendo pelo potencial que têm, já o da Bélgica entendo menos.
Nós somos pequeninos e funciona como lá em casa, onde o puto pequenino leva porrada dos mais velhos, é exactamente como eles nos tratam, até pela nossa dependência desses mercados.
Não há mais explicações, quer dizer, quando eles têm uma crise nós apanhamos porrada por tabela. Deveríamos tornar-nos independentes dos Europeus e iriam ver que eles passavam a olhar-nos com outros olhos, ou, então, sacar de lá todos os nossos cérebros e trabalhadores, que teria efeito semelhante.
Riram-se? Não se riam, porque, para alguns países europeus, nós somos a mão de obra mais classificada que eles têm por lá.
Eu gostava era de estar dependente da China, do Japão e de alguns Palop's, pena que estes últimos paguem mal.

30 Jun 2011
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Mensagem Re: Falemos de dívida pública
De acordo com as estimativas da OCDE, há países que vão levar uns bons anos a ter as finanças públicas em dia:

• Japão: 2084

• Itála: 2060

Portugal: 2037

• Bélgica: 2035

• U.S.A: 2033

• Islândia: 2032

• Grécia: 2031

• França: 2029

• Alemanha: 2028

• U.K: 2028

30 Jun 2011
Bronze
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Mensagem Re: Falemos de dívida pública
Amigo Jolinho, eu já escrevi algo sobre isto por aqui, mas repito:
O discurso que eu tive para o meu filho, quando ele me disse que queria comprar casa, foi dizer-lhe que era um erro, porquanto, com a nossa entrada na Europa, ele passou a ser um cidadão Europeu, que trabalha onde lhe paguem melhor.
É normal que muitos jovens se pirem de cá, com isto mau ou bom, quando se muda de país cresce-se em todos os aspectos e passa-se a ter uma visão diferente do mundo.

30 Jun 2011
Prata
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Mensagem Re: Falemos de dívida pública
jolinho, o ponto não é a dívida pública. É a dívida externa (e as prespectivas de crescimento da economia)!

Sendo a nossa dívida externa numa moeda que não podemos desvalorizar, de um montante superior a 100% do PIB e com as prespectivas de crescimento que temos, só com um milagre (tipo este governo ser contituído por todos os super-heróis da Marvel e afins) é que a conseguiriamos pagar.

Como milagres e super-heróis é coisa que não se arranja em qq esquina, a estratégia será tentar cumprir o plano da Trioka para quando se tornar evidente que mesmo assim não conseguimos pagar, os nossos credores atendendo ao nosso esforço aceitem reestruturar a dívida, sob pena de que quanto mais tentarem impôr medidas de austeridade mais a economia tuga afunda e mais difícilmente os investidores verão a cor ao seu graveto.

Aliás isto já se começa a desenhar na Grécia, ainda que de uma forma tímida pois ainda só se fala em prolongar a maturidade da dívida que vai vencendo. Isto são peanuts e vai ser preciso fazer um haircut (50% será um valor realista) se não se arranjar uma solução política. As consequências desse haircut é que ninguém sabe quais serão, mas suspeita-se que poderão despoletar uma coisa de pouca monta tipo um armagedão financeiro.

Temos aqui um belo imbróglio: por um lado é políticamente inaceitável para os países do centro da Europa "bancarem" as dívidas dos periféricos, por outro lado as perdas dos países do centro poderão ser enormes se essa ajuda não for dada.

Estão assim reunidas as condições para que nos próximos tempos assistamos a acontecimentos extraordinários, sejam eles uma maior integração da zona Euro ou uma completa desagregação. Isto no meio da ponte é que não vai ficar!

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01 Jul 2011
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Mensagem Re: Falemos de dívida pública
Estamos de acordo, amigo Jonny.O nosso principal problema é o endividamento total da economia, que atinge valores colossais. Se tivéssemos dívida pública elevada, mas o resto da economia estivesse saudável, tudo rolaria.


jolinho Escreveu:
....apesar de tanto se ter falado, a dívida não duplicou nos últimos anos (aumentou 59%, se tomarmos como referência o ano 2000.


Isto que escrevi é uma burrice. Uma coisa é compararmos o crescimento da dívida, outra coisa é fazermos contas com o seu valor em percentagem do PIB, pois o valor do PIB varia de ano para ano.

01 Jul 2011
Diamante
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Mensagem Re: Falemos de dívida pública
JonnyBigode Escreveu:
jolinho, o ponto não é a dívida pública. É a dívida externa (e as prespectivas de crescimento da economia)!


Quase de acordo...acho que o ponto é termos uma elevada divida publica e uma elevada divida externa, defices gemeos. O modelo de crescimento economico assente em obras publicas e/ou despesa publica, por forma a aquecer a economia e o consumo , está esgotado. A "consolidação orçamental" que o governo do Ingenheiro de domingo fez durante o seu 1º mandato, ao contrario daquilo que a propaganda socialista nos tentou vender, foi sempre feito pelo lado da receita, tendo a despesa continuado a crescer. A social, principalmente na area da saude, mas principalmente a de de funcionamento. Nesse indicador brilhamos a grande altura. Para sustentar o apetite voraz do MONSTRO é preciso dinheiro e ainda convem sobrar algum, para fazer obras de regime, como o TGV, ou o novo aeroporto de Beja. Obras que alias, estão em linha com os estadios do euro 2004, era então o Querido e Grande Lider secretario de estado do desporto. Obviamente tudo obras que se pagavam a si proprias :lol: .
Ao contrario daquilo que aqui foi escrito, a questão da contabildade criativa não começou com a Manela...começou com um rapaz que foi ministro das finanças do ultimo governo do Guterres e que como recompensa pelos serviços prestados, foi enfiado pelo Zé á frente do tribunal de contas.

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01 Jul 2011
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Mensagem Re: Falemos de dívida pública
A dívida externa é que nos fode. Repara nos dados que o jolinho apresentou acima para o Japão. Uma dívida pública gigantesca, mas se fores ver a dívida externa do Japão é um caganito. Quer isto dizer que os japoneses têm internamente riqueza para comprar a dívida soberana por eles emitida. Estaríamos nós bem se tivessemos o mesmo nível de riqueza dos japoneses. Podiamos transformar a dívida externa em interna e não dependíamos dos investidores estrangeiros para nos financiarmos.

Resumindo, somos uns tesos a viver à custa da poupança alheia!

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Mensagem Re: Falemos de dívida pública
JonnyBigode Escreveu:
Resumindo, somos uns tesos a viver à custa da poupança alheia!


Aqui está resumido o problema de Portugal e de alguns outros Países europeus. Com a entrada no Euro quem ganhava 100 gastava 100 e comprava casas de 1ª, 2ª e até 3ª habitação porque os bancos emprestavam a juros de 2 e 3%. Compravam carros topos de gama a 500€ mês a pagar em 7 e 8 anos. Poupar só a velhada que comprava certificados de aforro. Agora andam todos a ganir e atirar a culpa ao Socrates.
É como o acidente do outro - a culpa é do pneu.

01 Jul 2011
Ouro

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Mensagem Re: Falemos de dívida pública
A ganir só os cães.
Raça da qual tenho pena em não pertencer senão poderia morder em muitas canelas. [bigsmile]

Pessoas protestam e lamentam-se, neste caso do engenheiro trabalhador e estudioso em dias santos, de terem confiado num trapaceiro da pior espécie.

E quando se afirma ser tal personagem trapaceiro não se mente já que é facílimo demonstrá-lo.

E em aspectos políticos, pessoais, sociais ...
8)

01 Jul 2011
Confrade

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Mensagem Re: Falemos de dívida pública
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01 Jul 2011
Ouro

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Mensagem Re: Falemos de dívida pública
Até que enfim que fiquei a conhecer a "entourage" de um forista!!
:smt077

02 Jul 2011
Confrade

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Mensagem Re: Falemos de dívida pública
Faltou a foto do próprio :
viewtopic.php?p=363418#p363418

Censos 2011: Uma em cada duas famílias tem dois alojamentos

Temos mais casas e mais famílias
Portugal conta com 10 555 853 habitantes, repartidos por 4 079 577 famílias que possuem 5 879 845 alojamentos. Em termos médios, em cada duas famílias, uma possui duas casas. Há mais 200 mil habitantes em relação a 2001, cuja maioria (*%) corresponde a imigrantes.


A construção civil fez uma festa com os patos-bravos ( depois o Liding arranja uma foto) a vender casinhas ao Bancos e o pessoal a paga-las em 30 a 50 anos e a viverem penhorados para sempre.
Claro que pagar impostos só em caso extremo, mão de obra emigrante, boas prendas nas Camaras e a qualidade de construção tipica do Cacem ou Quarteira.

02 Jul 2011
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