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 Trabalhadore(a)s do sexo e o HIV 
Autor Mensagem
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Mensagem Trabalhadore(a)s do sexo e o HIV
De acordo com o Público online de hoje: http://www.publico.pt/sociedade/noticia ... iv-1595666

Isto assusta e dá mesmo muito que pensar.

27 Mai 2013

 
 
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Mensagem Re: Trabalhadore(a)s do sexo e o HIV
Por um lado, gostava muito de saber como se chega a essas percentagens e qual foi o universo de sex workers abrangido. Por outro, se "Portugal surge também entre os países que relatam uma percentagem mais elevada no uso do preservativo entre este grupo, com taxas que rondam os 90% — mais precisamente, 87% (homens) e *% (mulheres)", tudo funciona muito maioritariamente como deve. Por último, se alguém souber quem é a menina da foto, é favor informar. :smt003

27 Mai 2013
Confrade

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Mensagem Re: Trabalhadore(a)s do sexo e o HIV
:lol:

Esperavas encontrar prevalências maiores em que grupos?

É preciso não perder de perspectiva que o nº de novos infetados em Portugal, desce continuadamente à mais de uma década.

É pena não terem dito qual a % que está em tratamento. Mas é muito bom saber que há uma alta taxa de despites. Só assim as pessoas sabem que estão infetadas e podem tratar-se. Estando tratado e usando preservativo, é meio caminho andado para o efetivo controlo da infeção na comunidade.

Mas não se iludam. Com os antiretrovirais atuais, uma pessoa infetada desde que certinha na toma da sua medicação, é igualzinha a uma pessoa que não tenha infeção pelo VIH. Para além disso, há quem esteja 7/10 anos infetado, sem necessitar de tratamento, muitos sem saber sequer que estão infetados. Sem tirar nem por.

Priviligiem meninas com higiéne 5 estrelas e quecas com preservativo.
Sempre.

ab.

PS: Quem é a gaja que está lá esticada? Tem umas pernas do fdp!

27 Mai 2013
Diamante
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Mensagem Re: Trabalhadore(a)s do sexo e o HIV
Sao números que assustam, pois se todo o universo de GP's tivesse sido analisado, então em cada 11 ou 12 gp's com quem estive uma tinha HIV.

Julgo que o universo analisado seja o escolhido para dar mais respostas positivas e impressionar a opinião publica. Se o resultado desse 0,5% a noticia nem era publicada, para além de que poderia levar a haver um efeito perverso de despreocupação nos utilizadores deste serviço.

De todo o modo, o caminho é a protecção e nisso parece-me que estamos bem, quer pelo que diz a noticia, quer pelo que lemos por exemplo neste fórum, onde se vê que existe uma enorme consciencialização para o uso do capacete.

Foder é bom, mas nada de foder a vida [-X

_________________
Definição de BOP = Baba Ovo de put*, ou seja, um Babão Escravo de GPs.

27 Mai 2013
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Mensagem Re: Trabalhadore(a)s do sexo e o HIV
Boas confrade,
quanto a noticia, assim desprovida de mais informação, parece quase uma coisa de amadores, ou melhor, parece uma coisa tão mal feita quem devia não ser publicada.
Senão vejamos: "a prevalência de VIH no grupo de trabalhadores do sexo na Europa está acima de 1% em 22 dos 27 países que participaram", ou seja, pode ser qualquer % pois só limitaram inferiormente a percentagem, logo pode ser 2% pode ser 60%. Repara tb que 5 países têm uma prevalência de menos de 1%, segundo o estudo. Agora era altura de dizer qual a prevalência de uma população heterogénea, para podermos comparar qualquer coisa certo?! :smt023

Depois vem: " O relatório nota que os números divulgados não são resultado de um estudo nacional e estão baseados em amostras." Ora amostras??? então mas as GPs estão todas em laboratório? lololol como fizeram as amostras? foram ao CM, ao diversos sites de acompanhantes, vieram aqui ao fórum buscar contactos, e depois fizeram uma base de dados, contactaram as GPs, elas foram em carreirinho fazer exames??? =D>
Ou será que foi tipo, uma gaja/o e' apanhado numa analise as DST e o médico, como e' obrigado a reportar, pergunta: como apanhou a doença? e a pessoa responde, sou put*, ou, sou acompanhante masculino lololol
Isto não lhe parece muito vago, muito no ar???? :-k Esta coisa de amostras pode ser qualquer coisa, ou seja, sem credibilidade nenhuma, pelo menos para mim.

E ainda mais grave e' a generalização "No caso de Portugal, trata-se de dados recolhidos em quatro cidades: Porto, Coimbra, Lisboa e Faro."
Então so' ha' trabalhadores do sexo, como eles dizem, nestas 4 cidades? lololol e depois extrapolam para todo o pais, ou seja tem o mesmo peso uma cidade como Lisboa, de uma como Beja, ou Guarda lolololol ou ate de uma vila estilo pardais de cima :smt005 \:D/

Referem ainda, que temos elevada prevalência, ora elevada em relação à media europeia? mas não deveríamos antes comparar o ser elevado ou não em ralação a própria população portuguesa? Não parece muito mais razoável? :-k (Se nem apresentamos dados em relação a nossa própria população, sera' que faz sentido comparar com realidades bem diferentes? como por exemplo, Alemanha, ou Holanda onde as GPs ate estão legalizadas, têm sindicatos e vão ao médico...) :-"

Repare na frase: "Por fim, nos dados sobre a cobertura desta população nos programas nacionais do VIH, nomeadamente com acções de prevenção, constata-se que as percentagens ficam-se pelos 43% nos homens e 40% nas mulheres."
Isto nem merece comentários de tão parvo que e'. Aqui já parece estarem a falar da população em geral... enfim que coisa parva.

Ou seja, o " Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC, na sigla inglesa)" pode ter as suas competências, mas estes estudos nao sao em nada beneficos para uma imagem de qualidade. Isto so' passa ao olhar de quem não pesca nada de nada destes assuntos de estudos e so olha para os números e as conclusões. Isto nem e' noticia, nem e' estudo nem e' nada. Isto parece ser feito por uma cambada de amadores, muito ao estilo dos novos xicos espertos, como o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, o tal que tinha mestrado mas afinal nunca teve mestrado nenhum, e depois de descoberto, diz que foi um erro de quem escreveu o seu CV. lololol

27 Mai 2013
Confrade

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Mensagem Re: Trabalhadore(a)s do sexo e o HIV
Custa-me a acreditar nesses números assustadores! hummm. Parece que é noticia feita para causar sensacionalismo... badd

28 Mai 2013
Confrade

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Mensagem Re: Trabalhadore(a)s do sexo e o HIV
--> O paper em discussão:
http://www.ecdc.europa.eu/en/publicatio ... orkers.pdf

--> Quase 9% dos trabalhadores do sexo em Portugal têm VIH
A prevalência em toda a população portuguesa é de 0.6% ou seja, 55.000/60.000 pessoas estão infetadas com VIH.
Aproximadamente 40.000 em tratamento.

Para os mais desprendidos, notem que a notícia é sobre o grupo dos trabalhadores do sexo. Não é sobre a população portuguesa. Nem faz extrapolações para.

--> As amostras
Uma amostra é algo a que se recorre na impossibilidade de não se atingir o universo. São tão válidas para este exercício, como qualquer outro onde nos dê jeito. São recolhidas a partir das fontes de mercado que todos conhecem: inquéritos em CATs, contatos com GPs de rua, CM, casas de massagens and so on. Não há nada que critcar nisto: é onde a informação está que se tem que procurar. Em Portugal as ONGs como Abraço, GAT, Ser+, Positivo, etc, funcionam muito bem, e tem um papel social muito importante, e válido neste tipo de pesquisa. Quando se diz que 42.8% (M); 40.3% (F), na prática significa que muito dessa cobertura é feita por ONGs.

In Latvia, for example, only street sex workers were included in the sample because of limited access to sex workers in clubs, massage parlours and other venues.

--> Distribuição dessas amostras
Porto, Coimbra, Lisboa e Faro são, são os principais centros de tratamento e focos de infeção. Pelos anúncio, apartadoxes e afins, não teremos nestas 4 zonas 70% a 80% dos trabalhadores do sexo em portugal?

No http://www.conviviocm.pt/indexa.htm estão lá 712 anúncios, com a seguinte distribuição:
3,*% Alentejo
10,25% Algarve
20,65% Centro
64,19% Grande Lisboa
0,98% Madeira e Açores

Talvez mais, porque aqui não está o porto.

Na pag 20, para a estimativa da prevalência, podem ler que a informação agora veiculada, refere-se a dados recolhidos em 2010, com uma amostra de Sample size 213 (M 37; F 176). Uma amostra interessante quando comparada com as de outros paises:
França: 166 female, 62 transgender a nd 23 male sex workers
Holanda: Estimate for female sex workers, based on mathematical modelling :)
Espanha: Sample size 1 547 (M 136; F 1 141)

Estes estudos não são feitos por Jeroen Dijsselbloem's e afins. São feitos por técnicos.
Os Jeroen Dijsselbloem's somente assinam de cruz, e metem no CV.

É sempre melhor ter alguma informação sobre a dimensão dos problemas, e monitorizá-la ao longo do tempo, do que não ter nenhuma.

ab.

28 Mai 2013
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Mensagem Re: Trabalhadore(a)s do sexo e o HIV
Caro gpgrelo,
Obrigado pela sua resposta informativa. Concordo consigo quando diz "É sempre melhor ter alguma informação sobre a dimensão dos problemas, e monitorizá-la ao longo do tempo, do que não ter nenhuma." :smt023
Mas permita-me alguns apontamentos.

Começando pelas amostras, eu sei o que são amostras, mas concordará comigo, amostras sem saber o tamanho da população (neste caso de trabalhadores do sexo) não lembra o diabo, sendo que o que eles têm aqui e' uma suposta amostra duma população que nem sabem ao certo o seu tamanho.
Mas vamos por partes, a noticia e' sobre trabalhadores do sexo, e sim eles fazem uma conclusão do numero total de trabalhadores do sexo infectados com VIH. Até dão uma percentagem, ora isso não faz grande sentido, pois não e' conhecido o nosso universo.

Quanto a' procura de informação, ela deve de existir, agora resta saber se o que encontramos serve ou não o propósito. Dizer que temos uma cobertura de 42.8% (M); 40.3% (F) para cobertura desta população nos programas nacionais do VIH, e que para o uso do preservativo temos 87.6% (M); *.7% (F) no total da população (de trabalhadores do sexo) e' pura brincadeira ou ingenuidade Então como chegamos a estes números? Onde esta' descrito como foram obtidos? que diretrizes foram usadas?

Quanto a' própria amostra, como ela e' construida, pode destruir completamente um estudo, e esta amostra não e' descrita de forma minimamente clara em nenhum lado do artigo, logo não pode ser levada a serio. Por exemplo, tenha em atenção a pagina 11 "Monitoring Indicators" onde existem duvidas (e eu ainda fiquei com mais duvidas) :-k Lendo esta pagina fico logo com a ideia/certeza que cada país mede coisas diferentes e como consequência obtêm resultados diferentes (e' como estarmos a comparar alhos e bugalhos).
Como voce referiu e bem, "In Latvia, for example, only street sex workers were included in the sample because of limited access to sex workers in clubs, massage parlours and other venues." , sendo que só isto já da' uma ideia da desvirtuação de todo o estudo que com cada "pontapé" destes, esta' completamente enviesado.
Para dar uma ideia simples, e' como fazer um inquérito telefónico e depois dizer que X% da população, baseando-nos naquele inquérito sofre da doença Y. Ora fazer assim um inquérito produz um resultado que não serve para nada pois e' recolhida uma amostra e ate conhecemos o nosso universo, mas a amostra só "apanha" quem tem telefone ](*,) .
Ora com este estudo passa-se o mesmo, o modo de acesso ao grupo em estudo, em lado nenhum, esta documentado como foi feito, e nem se sabe ao certo o nosso universo total. Na pagina 20, como refere, tem o tamanho da amostra, e a minha pergunta e': como foi escolhido o tamanho da amostra? É que isso conta. Já agora, está lá escrito "Data not nationally representative." Acho que não e' preciso dizer mais nada...
Alias, se reparar, aquele estudo e' uma grande confusão em que nada bate com nada, nem ninguém segue as mesmas guidelines...
Aquilo parece que estão todos a atirar números para dizer que têm algo e o próprio centro publica algo para dizer que publicou um monte de números de qualquer coisa, coisa essa mal feita...
O relatório ficou bonitinho, a verde, cheio de números e quadros tb com bonitos números, mas aquilo ta muito mal feito (não tem pés nem cabeça), e como técnicos, deveriam ter mais atenção ao que publicam.

Permita-me as seguinte "bicada" :smt003 , o confrade acabou de fazer a sua própria amostra com aquela tirada do:
No http://www.conviviocm.pt/indexa.htm estão lá 712 anúncios, com a seguinte distribuição:
3,*% Alentejo
10,25% Algarve
20,65% Centro
64,19% Grande Lisboa
0,98% Madeira e Açores

Talvez mais, porque aqui não está o porto.


Vá em frente com isso que o seu estudo e' capaz de ter mais valor que o que foi publicado e que estamos a discutir \:D/ =D>

28 Mai 2013
Administrador

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Mensagem Re: Trabalhadore(a)s do sexo e o HIV
Eu fui bem precipitado ao criar o tópico, pois o título da notícia é sensacionalista.

A "amostra" que usaram não é significativa das pessoas que trabalham no meio; é uma amostra enviesada.

28 Mai 2013
Moderador
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Mensagem Re: Trabalhadore(a)s do sexo e o HIV
gpgrelo Escreveu:
:lol:


PS: Quem é a gaja que está lá esticada? Tem umas pernas do fdp!


Chama-se a isto não perder o foco certo :razz:

_________________
O sexo é sujo? Só se for bem feito ( W. Allen)

28 Mai 2013
Confrade

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Mensagem Re: Trabalhadore(a)s do sexo e o HIV
Jolinho, não foste nada precipitado. Acho que fizeste muito bem para consciencialização de quem por aqui anda. Às vezes parece-me que a malta fica aborrecida por trazer a lume assuntos que levam as pessoas a discutir e a raciocinar, quando é para isso que todos nós temos 1 cérebro :|

Não existem amostras "significativas" ou não. Existem amostras representativas ou não e aleatórias ou não.

O estudo não está a dizer que a amostra é representativa, muito pelo contrário, refere claramente que "números divulgados não são resultado de um estudo nacional" e alerta para a ausência de grupos específicos que não se apanharam nas fase de recolha de dados. Aleatória não será seguramente (também não diz que o é), na medida que, para ser aleatória teria que ter o seu universo listado, o que dificilmente seria possível. Quem fez o estudo, não caí na tentação de apresentar uma margem de erro (só possível de ser apresentada em estudos por amostragem aleatória), facto este que confere por si só, credibilidade a quem o fez. Mas até essa margem de erro seria possível apresentar.

Não obstante a falta de representatividade e de aleatoriedade, isso não significa que não vale um caralho. Significa que só se aplicam aos casos que contribuiram com a sua opinião para o estudo. Este é o único ponto de algum "sensionalismo" porque fala em Portugal, mas existindo aqui 4 amostras, proveniente dos 4 centros com maior incidência de VIH do país, oferece uma boa fotografia da coisa.

Elucida-me que - grosso modo - a cada 12 profissionais com quem eu me cruzar nestes 4 centros, tenho a possilidade de encontrar 1 que está infetado pelo VIH. Pessoalmente, é um facto importante para a minha vida de putanheiro. Eu diria que me compele a ir mais às meninas na medida que eventualmente esse 1 caso poderá ser um que apanhei há 15 dias, e já posso ir a mais 23 [bigsmile] até encontrar outro. Como não recorro a prostitutos e travecos, também não será 1 em 12, se calhar é só 1/2 gaja em cada 12... Também posso pensar que essa 1/2 gaja é provável que tenha uma oferta muito desajustada do meu interesse, e que estou a aventurar-me com relativa segurança no mundo da GPs. E como uso preservativo, essa 1/2 gaja tem pouca expressão na minha vida dupla.

Pessoalmente, interessa-me é que eu passo a ter um indicador que baliza o meu risco "local" nas minhas aventuras de putanheiro, assim como já sabemos o risco de fazer um bico com capote, e de dar uma enrabadela sem ele.

ze_pombo_ist Escreveu:
amostras sem saber o tamanho da população (neste caso de trabalhadores do sexo) não lembra o diabo, sendo que o que eles têm aqui e' uma suposta amostra duma população que nem sabem ao certo o seu tamanho.

Na estatística, não obstante seja desejável, não é condição sine qua non ter um universo para se ter uma amostra. Se assim fosse, nunca seria possível analisar realidades que se desconhecem à partida, como é o caso. O conhecimento é uma coisa que se constrói, não é algo que aparece e permanece estático para todo o sempre.

ze_pombo_ist Escreveu:
Quanto a' procura de informação, ela deve de existir, agora resta saber se o que encontramos serve ou não o propósito. Dizer que temos uma cobertura de 42.8% (M); 40.3% (F) para cobertura desta população nos programas nacionais do VIH, e que para o uso do preservativo temos 87.6% (M); *.7% (F) no total da população (de trabalhadores do sexo) e' pura brincadeira ou ingenuidade Então como chegamos a estes números? Onde esta' descrito como foram obtidos? que diretrizes foram usadas?

Bom, se trabalhadores do sexo são prostitutas, prostitutos e travecos/as, não é necessário tecer grandes considerandos sobre se a informação que aportam é pertinente ou não. Mas quanto á cobertuda desta população nos programas nacionais do VIH, isso suscita dúvidas, dúvidas essas mais sobre a forma como se chegou a elas, do que pela credibilidade das instituições que estão por trás a suportar esse dado, que é muito boa. Devia explicar isso, mas também não é que seja um dado MUITO importante no que o relatório se propõe a analisar. Quanto à % de uso do preservativo, já me parece um dado fácil de explicar.

ze_pombo_ist Escreveu:
Por exemplo, tenha em atenção a pagina 11 "Monitoring Indicators" onde existem duvidas (e eu ainda fiquei com mais duvidas) :-k Lendo esta pagina fico logo com a ideia/certeza que cada país mede coisas diferentes e como consequência obtêm resultados diferentes (e' como estarmos a comparar alhos e bugalhos).

Nada a contrapor na tua argumentação. Em alguns países entram travecos, clubes noturnos, massagens e noutros não. Alguns até partem de simples modelos de estimação. É, de fato uma crítica válida e relevante. Não se conhecendo o universo, nunca se saberá se essas diferenças que consideramos "alhos e bugalhos" não representam MESMO a realidade de cada pais. Na impossibilidade de se confirmar, fica ao critério de cada um ajuizar acerca da "bondade" dessas amostras.

ze_pombo_ist Escreveu:
Para dar uma ideia simples, e' como fazer um inquérito telefónico e depois dizer que X% da população, baseando-nos naquele inquérito sofre da doença Y. Ora fazer assim um inquérito produz um resultado que não serve para nada pois e' recolhida uma amostra e ate conhecemos o nosso universo, mas a amostra só "apanha" quem tem telefone ](*,) .

Agora estás tu a juntar alhos e bugalhos [bigsmile]
Um estudo de uma doença, é um estudo epidemiológico, que obedece a um protocolo de investigação fechado, com envolvimento das entidades hospitalares. Para este estudo, que é de comportamento e atitudes no mundo da GPs, não é necessário ser-se tão "científico".

Nota que o estudo não se vende, nem o jornalista pareceu-me que o fez, como um state of art acerca destas problemáticas. Os trabalhadores do sexo são pessoas muito fechadas sobre si próprias, com preocupações de estigma social e de difícil acesso para quem dinamiza estas iniciativas. Para um primeiro approach a esta realidade, pareceu-me bastante bem conseguido, sendo necessário melhorar em edições futuras, nos aspetos já identificados no próprio relatório. No fundo, é um processo semelhante a todo aquele cujo objetivo é gerar conhecimento sobre realidades que existem e que se desconhecem.

Como é sponsorizado pela UE, não me parece que haja aqui grandes intenções de espalhar alarme na opinião pública. Até porque o país onde seria mais favorável ter essa finalidade (grécia) tem dados de 2009 que não traduzem a nova prática lá do burgo de infetarem-se propositadamente para ter acesso ao SNS.

ab.

28 Mai 2013
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Mensagem Re: Trabalhadore(a)s do sexo e o HIV
Caro jolinho,
pelo contrario, agradeço muito ter trazido a discussão de um assunto importante, e claro, se uma referencia como e' o Centro Europeu de Controlo de Doenças faz uma publicação, nos só temos a obrigação de a conhecer e discutir.
Alias, esta noticia acabou por sair em muitos meios de comunicação, e com títulos sensacionalistas.
Estou certo que todos os que passaram por aqui ficaram satisfeitos pelo conhecimento do estudo, e eu ainda mais pois gosto destes assuntos.
Repare que o seu post originou comentários interessantes, nomeadamente o do amigo gpgrelo que ate teve a gentileza de postar o link directo do estudo (o que agradeço).
Cumprimentos a todos

28 Mai 2013
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Mensagem Re: Trabalhadore(a)s do sexo e o HIV
Caro gpgrelo,
agradeço a sua resposta pronta e ponderada. :smt023
Respondendo aos seus reparos (em sentido ascendente) :mozilla_tongue: , começo pelo fim :smt003 da sua resposta. Realmente eu frisei que era para dar uma ideia simples, e nem me preocupei muito em conectar essa ideia ao estudo em questão, pois o que estava a tentar explicar era que a forma (cuidada ou não) como construimos a amostra pode destruir completamente o nosso estudo. O exemplo que dei e' bem simples e da' uma imagem rápida disso. (acho eu) :D

Citar:
"Bom, se trabalhadores do sexo são prostitutas, prostitutos e travecos/as, não é necessário tecer grandes considerandos sobre se a informação que aportam é pertinente ou não. Mas quanto á cobertuda desta população nos programas nacionais do VIH, isso suscita dúvidas, dúvidas essas mais sobre a forma como se chegou a elas, do que pela credibilidade das instituições que estão por trás a suportar esse dado, que é muito boa. Devia explicar isso, mas também não é que seja um dado MUITO importante no que o relatório se propõe a analisar. Quanto à % de uso do preservativo, já me parece um dado fácil de explicar."


Bem, aqui já não concordo com tudo o que diz, pois aqui a informação e' tudo, basicamente. Tem razão nas duvidas que aponta, mas quando diz "...não é que seja um dado MUITO importante...", eu ai digo e' muito importante explicar de onde e como "apareceram" aqueles números. Qualquer estudo (principio de estudo :!: ) tem de ter bem definido de onde vêm os dados e tem de ter o cuidado de explicar (em algum lado do estudo) de onde aparecem os números, senão vale zero.
Quanto ás instituições que referiu, nada a apontar. (não conheço a realidade destas)

Citar:
"Na estatística, não obstante seja desejável, não é condição sine qua non ter um universo para se ter uma amostra. Se assim fosse, nunca seria possível analisar realidades que se desconhecem à partida, como é o caso. O conhecimento é uma coisa que se constrói, não é algo que aparece e permanece estático para todo o sempre."


Percebo o que diz e não discordo, e ate acrescento como exemplo, as "series temporais"(não tendo nada a ver com este tipo de estudo meramente descritivo).
Agora, para este estudo, afiançar percentagens, "chutar" números assim, não me parece o mais correcto, dado que para mim, a amostra estar muito mal construida.
Descontando a simplicidade do estudo em questão (meramente descritivo), e' de lembrar que as conclusões inferenciais são muitas vezes, condicionadas pela validade do modelo proposto.
Há que responder à questão: "que população e' representada pela amostra?". (aqui eles próprios dizem que depende de pais para pais, tudo meio vago)
Alias, para se conhecer de forma completa uma população, temos de analisar todos os seus elementos, com sensos ou indagação completa. Ora isto quase nunca e' possível (pelos mais variados motivos), logo o estudo ser em conjunto finito (amostra).
O que aqui esta em causa e' o processo de amostragem, pois este e' determinante para a qualidade das inferencias possíveis que nos lembremos de fazer.
Aqui neste estudo, deixam ao acaso a selecção de elementos que venham a integrá-las, pois e' ate dito que cada pais tem a sua forma de o fazer. (já temos portanto o estudo comparativo entre países todo minado :-k )
Aqui, chegamos mesmo a admitir que muito possivelmente a amostra não e' casual, mas sim dirigida (com as devidas consequências que isso acarreta).
Posto isto, está fora de questão a comparação entre países (parece claro este ponto). Mesmo olhando so' a nível nacional, como o confrade gpgrelo o faz, tem algumas limitações o estudo, mas já não são tão grosseiras.

Bem dos 4 centros, elucide-me o confrade gpgrelo se o centro de Lisboa engloba Vale do Tejo (margem sul toda, ou seja distrito de Setúbal). É que so' esse distrito tem uma das mais altas taxas de incidência de VIH do país (aqui estou a assumir o que já foi divulgado, mas que não disponho de referencia para postar).
Só este pequeno pormenor já faz muita diferença.

Bem não quero monopolizar aqui o tasco :smt005 mas de qualquer forma agradeço mais uma vez a quem participa, e ao amigo gpgrelo pelas suas respostas.
Cumprimentos

28 Mai 2013
Confrade

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Mensagem Re: Trabalhadore(a)s do sexo e o HIV
ze_pombo_ist Escreveu:
...forma (cuidada ou não) como construimos a amostra pode destruir completamente o nosso estudo. O exemplo que dei e' bem simples e da' uma imagem rápida disso. (acho eu)

Compreendo. Para o leitor do GP-PT, o exemplo serve. Digamos que, para quem percebe destas coisas, a comparação saiu grosseira, mas para o comum dos leitores, balizar a ideia com o extremo em referência pode ajudar a uma compreensão mais clara da ideia que se pretende passar. Desde que tenhas ciente que a pesquisa na área da saúde é um mundo à parte de tudo resto, está-se bem.

ze_pombo_ist Escreveu:
Bem, aqui já não concordo com tudo o que diz, pois aqui a informação e' tudo, basicamente. Tem razão nas duvidas que aponta, mas quando diz "...não é que seja um dado MUITO importante...", eu ai digo e' muito importante explicar de onde e como "apareceram" aqueles números. Qualquer estudo (principio de estudo :!: ) tem de ter bem definido de onde vêm os dados e tem de ter o cuidado de explicar (em algum lado do estudo) de onde aparecem os números, senão vale zero.

O que eu considero que não é muito importante neste estudo, é unica e simplesmente o indicador sobre a taxa de cobertura desta população nos programas nacionais do VIH. Simplesmente, porque não tem interesse para a populaça. É preciso considerar que as instituições em causa, mesmo que credíveis e muito meritórias na sua atividade, também precisam de sobreviver. Sobrevivem via orçamento do estado. E uma das coisas que justifica o investimento crescente nestas instituições por parte do OE, é exatamente essa cobertura que o relatório fala. Quanto menor, mais é necessário investir para garantir o controlo da coisa, mais justifica a (maior) transferência de verbas. Eu desprezo esse indicador no relatório devido a esta perspetiva (talvez errada porque nem sei como se chega a ele) de ver as coisas. Só metade dos países apresentou este indicador, pelo que, não será facil de o apurar. Mas como as ONGs tugas são altamente dependentes do OE, a força das circunstâncias leva-nos a ser (moderadamente?) criativos.

Especulando como se pode chegar a este indicador: quando não se tem uma ideia dos parâmetros de referência da população que se analisa, usa-se como referência o mesmo indicador de um pais semelhante ao nosso. Poderá ser o caso. Concretizando: num pais XPTO semelhante a Portugal, o peso dos profissionais do sexo é X%, e adoptamos esse peso como o nosso (nota que 90% das estatísticas epidemiológicas portuguesas são feitas desta forma). Essa percentagem traduz um determinado nº de individuos em PT. Depois é relativamente acessível o nº de profissionais do sexo abrangidos por atividades de monitorização e acompanhamento pelas ONGs, CATs and so on. Com estes dois valores, é só dividir um pelo outro e fica logo uma taxa de cobertura 5 estrelas :)

Quanto à necessidade de "ter bem definido de onde vêm os dados e tem de ter o cuidado de explicar", enquanto princípio, eu concordo com o que referes, mas não sou "purista" porque estas realidades são muito dificeis de analisar. Quando analisamos tudo o que seja UE, isso é um bocado relativo. Quando se olha para a União Europeia / Comissão Europeia e tudo o que é Entidade Europeia, desde a sua génese que o princípio subjacente é o de que "a europa é grande, multifacetada e conflituosa, pelo que a europa tem que confiar em quem a dirige e nos técnicos que a aconselham nas decisões". Ou seja, se olhares retrospectivamente, vais perceber que raros foram os referendos europeus em que a populaça tomou opinião. Cargos relevantes são decididos em colégios internos aos organismos da UE. Decisões muito importantes são tomadas sem compreensão da realidade, mesmo que muitas vezes os nossos parlamentares sejam ouvidos (os quais também vivem alheados da vida da populaça, por isso dá no mesmo). Tudo funciona lá na quintazinha em que meia dúzia de macacos acha que é o supra sumo da barbatana, e que o povão não percebe nada. Portanto, o que vem da Europa, não está propriamente virada para ser muito detalhado, ou esclarecedor. Mas 90% das vezes a coisa está bem feita, porque se não tiver, também há mecanismos de controlo da "bondade" do dinheiro gasto, que geram incómodos.

ze_pombo_ist Escreveu:
Agora, para este estudo, afiançar percentagens, "chutar" números assim, não me parece o mais correcto, dado que para mim, a amostra estar muito mal construida.
Descontando a simplicidade do estudo em questão (meramente descritivo), e' de lembrar que as conclusões inferenciais são muitas vezes, condicionadas pela validade do modelo proposto.

Claro, e a validade do modelo proposto (estatístico, presumo, sendo que aqui só podes estar a equacionar a palavra "modelo" a umas simples análise de variância / dispersão) depende unica e exclusivamente da verificação dos seus pressupostos, os quais só interessam verificar se a amostra for recolhida de forma aleatória. Se não for aleatoriamente formada (como é aqui o caso) não verificas pressupostos nenhum e utilizas estatística inferencial não-paramétrica, a qual, por ser não-paramétrica não significa que é menos robusta do que a paramétrica nas conclusões a que se chegam. A partir daqui há dois caminhos: o científico que conclui que a amostra está ferida de representatividade pelo que as percentagens "chutadas" só se podem referenciar aos casos que nela participaram; e o prático que valoriza a situação extraordinária que é ter estes dados acessíveis e que leva em consideração que estão aqui os 4 grandes centros do país e logo considero que as percentagens "chutadas" são uma aproximação bastante meritória para o meu pais.

Mas elabora lá mais um pouco sobre isso: alguma vez ela existirá uma amosta bem construida num país como PT? Ou que permita uma comparação entre os paises da UE? Científicamente, isto é um exercício académico, nada mais, mas ainda assim suficiente forte para não se ignorar as suas conclusões e enfiar a cabeça na areia. Não é ao acaso que os resultados da holanda são estimados por um modelo: a prostituição está legalizada, logo é quantificável, e não se presta a outras condicionantes que não seja analisar o IRC lá do sítio com o CAE GPs. Creio que a tua perspetiva está talhada por uma preferência pessoal / enfoque científico / ligação profissional, a sectores ou assuntos muito técnicos e sistematizados. Isto são pessoas, não são séries temporais que podem ser analisados com modelos ARIMA cheios de pressupostos teóricos, não são controlo de qualidade da produção de uma máquina onde se pode aplicar critérios científicos exaustivamente comprovados por simulações de monte carlo, sistematizados numa ISO qualquer. Existem dezenas de condicionantes na realização de um estudo como este. Ter 213 observações no indicador de incidência é uma cena muito boa a roçar o fantástico.

28 Mai 2013
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Mensagem Re: Trabalhadore(a)s do sexo e o HIV
ze_pombo_ist Escreveu:
Agora, para este estudo, afiançar percentagens, "chutar" números assim, não me parece o mais correcto, dado que para mim, a amostra estar muito mal construida.
Descontando a simplicidade do estudo em questão (meramente descritivo), e' de lembrar que as conclusões inferenciais são muitas vezes, condicionadas pela validade do modelo proposto.

Claro, e a validade do modelo proposto (estatístico, presumo, sendo que aqui só podes estar a equacionar a palavra "modelo" a umas simples análise de variância / dispersão) depende unica e exclusivamente da verificação dos seus pressupostos, os quais só interessam verificar se a amostra for recolhida de forma aleatória. Se não for aleatoriamente formada (como é aqui o caso) não verificas pressupostos nenhum e utilizas estatística inferencial não-paramétrica, a qual, por ser não-paramétrica não significa que é menos robusta do que a paramétrica nas conclusões a que se chegam. A partir daqui há dois caminhos: o científico que conclui que a amostra está ferida de representatividade pelo que as percentagens "chutadas" só se podem referenciar aos casos que nela participaram; e o prático que valoriza a situação extraordinária que é ter estes dados acessíveis e que leva em consideração que estão aqui os 4 grandes centros do país e logo considero que as percentagens "chutadas" são uma aproximação bastante meritória para o meu pais.

Mas elabora lá mais um pouco sobre isso: alguma vez ela existirá uma amosta bem construida num país como PT? Ou que permita uma comparação entre os paises da UE? Científicamente, isto é um exercício académico, nada mais, mas ainda assim suficiente forte para não se ignorar as suas conclusões e enfiar a cabeça na areia. Não é ao acaso que os resultados da holanda são estimados por um modelo: a prostituição está legalizada, logo é quantificável, e não se presta a outras condicionantes que não seja analisar o IRC lá do sítio com o CAE GPs. Creio que a tua perspetiva está talhada por uma preferência pessoal / enfoque científico / ligação profissional, a sectores ou assuntos muito técnicos e sistematizados. Isto são pessoas, não são séries temporais que podem ser analisados com modelos ARIMA cheios de pressupostos teóricos, não são controlo de qualidade da produção de uma máquina onde se pode aplicar critérios científicos exaustivamente comprovados por simulações de monte carlo, sistematizados numa ISO qualquer. Existem dezenas de condicionantes na realização de um estudo como este. Ter 213 observações no indicador de incidência é uma cena muito boa a roçar o fantástico.

ze_pombo_ist Escreveu:
Há que responder à questão: "que população e' representada pela amostra?". (aqui eles próprios dizem que depende de pais para pais, tudo meio vago)
Alias, para se conhecer de forma completa uma população, temos de analisar todos os seus elementos, com sensos ou indagação completa. Ora isto quase nunca e' possível (pelos mais variados motivos), logo o estudo ser em conjunto finito (amostra).

Concretizando, para se conhecer de forma completa uma população é preciso fazer um census. Mas o que sugeres não faz sentido porque um census é muito caro, e é por isso que só se faz 1 à população portuguesa de 10 em 10 anos.
Nenhuma população está representada nesta amostra. O próprio relatório diz que a amostra não é representativa de coisa alguma. Por isso, reflecte tão somente a vivência / experiência daquelas 213 pessoas que nela participaram. Científicamente, o jornalista esticou a conclusão no título que deu à peça, mas qual é aquele que não o faz?

ze_pombo_ist Escreveu:
O que aqui esta em causa e' o processo de amostragem, pois este e' determinante para a qualidade das inferencias possíveis que nos lembremos de fazer.
Aqui neste estudo, deixam ao acaso a selecção de elementos que venham a integrá-las, pois e' ate dito que cada pais tem a sua forma de o fazer. (já temos portanto o estudo comparativo entre países todo minado :-k )
Aqui, chegamos mesmo a admitir que muito possivelmente a amostra não e' casual, mas sim dirigida (com as devidas consequências que isso acarreta).
Posto isto, está fora de questão a comparação entre países (parece claro este ponto). Mesmo olhando so' a nível nacional, como o confrade gpgrelo o faz, tem algumas limitações o estudo, mas já não são tão grosseiras.

Jamais podes considerar que este estudo foi feito de forma casual / aleatória. Simplesmente porque as prostitutas, prostitutos, travecos e veados que vendem a anilha não estão listados para seleção. Isto é um grupo de pessoas de muito dificil contato que só se encontra por amostra bola de neve ou por influência do contacto próximo das ONGs.

ze_pombo_ist Escreveu:
Bem dos 4 centros, elucide-me o confrade gpgrelo se o centro de Lisboa engloba Vale do Tejo (margem sul toda, ou seja distrito de Setúbal). É que so' esse distrito tem uma das mais altas taxas de incidência de VIH do país (aqui estou a assumir o que já foi divulgado, mas que não disponho de referencia para postar).
Só este pequeno pormenor já faz muita diferença..

:) tu és um gajo muito fino. Fazer essa asssociação não é para todos. De fato assim é, mas não sei se Lisboa é Grande Lisboa porque não se especifica no relatório. Mas como existe lá instalações da Abraço e outros centros de apoio, inclino-me a dizer que inclui.

Eu concluo que as minhas diferenças para as tuas estão no enfoque que nos orienta. tu não reconheces o substrato científico da coisa, enquanto que eu dispenso-o neste caso e reconheço que esta informação ajuda-me a decidir a minha vida. Nesta palheta toda, admira-me nunca teres "puxado" o argumento de que grande parte das prostitutas são estrangeiras - e que deita por terra qualquer intenção de representatividade - pelo que presumo que ainda não fizeste a tua primeira incursão no mundo da GPs :lol:

já agora, ist do teu nick é um mero acaso, ou vens ali do 1º da rovisco pais?

ab.

28 Mai 2013
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