
Re: Trabalho sexual e relações humanas
Faz muito sentido o que é dito no vídeo. Boa partilha
Uma vida sexual saudável tem um impacto positivo grande na minha saúde (mental e física). Neste momento da minha vida a melhor e mais barata forma de o obter é recorrendo aos serviços de profissionais.
Teria tido uma adolescência e jovem idade adulta bem mais tranquila se tivesse tido acesso a serviços sexuais de qualidade. Não tive. O pouco acesso que tive foram serviços de merda. Aposto que teríamos menos tiroteios em escolas e bombistas suicidas se o tabu de recorrer a serviços sexuais pagos não fosse o que ainda é.
Nem todos somos gajos super bonitos cheios de charme a quem as mulheres se atirem constantemente aos pés. Dizemos todos que somos mas sabemos que não é assim. Alguns até têm deformações físicas que os tornam repugnantes só de olhar. E outros simplesmente só pretendem um relacionamento casual de alguns momentos ou no máximo de uma noite, entre duas pessoas que se respeitem e se tratem bem mutuamente. Isto é condenável em 2024 porquê? (pergunta retórica

)
Um aspeto que me parece relevante é o impacto positivo que o trabalho sexual tem na independência e na melhoria do seu nível de vida de muitos profissionais sexuais.
Claro que não é trabalho para todos. Muitos não têm jeito ou simplesmente não gostam muito de sexo (o que varia em alturas diferentes da vida). Mas para algumas mulheres e homens, que gostam e sabem foder, é a profissão ideal.
Não é glamoroso? Depende. Para alguns pode ser muito glamoroso. É como todas as profissões, suponho: ser mecânico de uma equipa de fórmula 1 é glamoroso (pelo menos pa quem vê de fora), já ser mecânico da garagem de esquina aqui da rua nem tanto.
E apesar de toda a carga negativa que a sociedade lhe imprime e castiga, o trabalho sexual é muito oferecido. Alguma coisa estão a ganhar os profissionais e em alguns casos não é só dinheiro: é também realização sexual e saúde.
Mas herdamos tradições que condenam fortemente o trabalho sexual.
A palavra "prostituta" ou qualquer sinónimo têm uma conotação pejorativa muito forte (até quando descontextualizadas do seu significado original). Ser chamado de "filho da put*" é das piores coisas que se pode chamar a alguém. Isto não é só na moral abraâmica (que inclui Judaísmo, Cristianismo e Islamismo, entre outras) mas também noutras culturas milenares em maior ou menor grau.
Esta moral fazia algum sentido na altura que surgiu, mas com o aparecimento de meios contraceptivos e profiláticos eficazes perdeu muita da sua mais valia. Com o aparecimento de testes DNA que verificam a paternidade de qualquer humano, essa moral passou a ser obsoleta, parece-me. Agora é só uma relíquia do passado que atrasa o progresso e prejudica a saúde das pessoas.
A boa notícia é que o trabalho sexual está mais normalizado do que nunca. Hoje em dia há mais e melhores opções para qualquer pessoa poder ter uma vida sexual saudável. E é mais fácil uma pessoa assumir que recorre e que fornece serviços sexuais.
Boas phodas e divirtam-se, que isto não vai durar para sempre
