(*Pinóquio: do latim Pinoquius Erectus, aquele que dá pinocadas, fornicador, fodilhão, pinante, quecante – vide Dicionário Universal Verbo).
Caros Confrades,
Lembrei-me deste invulgar tópico devido a um TD que correu mal, tão mal que nem correu.
Então foi assim…
Um belo dia abalei para um TD num apartamento onde trabalham duas GPs. Embora já tenha experimentado as duas, há uma significativa diferença de qualidade entre ambas, pelo que o Zézinho já ia programado para uma em especial.
Ao chegar ao local, passo de carro à porta do prédio e vejo um confrade lá plantado, com ar comprometido, de telemóvel em punho, sem duvida a perguntar qual era o andar.
Mau Maria, estaciono e dirijo-me ao antro de perdição temendo o pior. E assim foi. Toco, subo e atende-me, não a prometida ao Zézinho, mas a outra, a mais ou menos.
Pois a colega estava ocupada, só estava ela disponível (declinei com educação), e se quisesse podia esperar na sala ou ir tomar um café e voltar mais tarde.
Lá saí para tomar o café, algo chateado com a ideia de enfiar o Zézinho numa pachacha ainda quente do marsapo anterior, que é um pensamento que nunca nos é confortável, mas a vida de putanheiro é mesmo assim, o que é que se há de fazer?
Aguardei o tempo suficiente para que o confrade anterior se viesse condignamente, lavasse as partes podengas e se despedisse da menina, e voltei ao local do crime.
Viro a esquina e à porta do prédio…outro confrade com ar muito nervoso.
Ele olha para mim, eu olho para ele, ele fica ainda mais nervoso e eu disfarço e sigo noutra direcção.
“Foda-se que hoje não é o vosso dia” digo para os gémeos enquanto marco o número das GPs, a ver se o confrade escolheu por sorte a outra.
Toca, toca, ninguém atende, devem estar as duas na labuta, e lá me fui embora, frustrado e com os coisos cheios.
Pelo caminho pensei no ar comprometido dos confrades à porta do prédio, e de como essa sensação me é familiar.
Quem é que nunca sentiu essa angustia da espera pela porta que teima em não se abrir?
É o momento em que estamos mais vulneráveis, aquele espaço de tempo que medeia o tocar à campainha e a porta ser destrancada. Nessa altura pode aparecer a nossa mãe, a nossa mulher, os filhos, a madrinha, o Sr. Padre que nos casou, o patrão, testemunhas de Jeová, alguém a fazer um inquérito ou até um colega da primária que já não víamos à anos a dizer “olha quem é ele!!! O que estás aqui a fazer pá?”.
Claro que se aparecer alguém conhecido, é bom ter uma imaginação fértil e o dom da palavra para sair airosamente daquela situação. Mas só o facto de estar à porta do prédio é comprometedor e, nestes tempos de crise, pensei num negócio rentável para ultrapassar essa situação: O DISFARCE.
Apresento pois as minhas propostas:
Disfarce nº 1 ENTREGADOR DE PIZZAS
Material – capacete de moto, macacão vermelho, caixa de pizza (pode estar vazia)
Vantagens – ninguém liga aos entregadores de pizza e entram em qualquer local sem levantar suspeitas. Além disso o capacete, se for integral, esconde a cara. Pode-se imitar o argumento de um filme porno, pois a situação do entregador de pizza que acaba a sticar com a cliente, é um clássico.
Desvantagens – como só ando de carro, é um bocado estranho sair do carro de capacete na cabeça.
Disfarce nº 2 – Testemunha da Jeová
Material – gabardine castanha cor de merda, bíblia, folhetos, óculos de fundo de garrafa.
Vantagens – As pessoas evitam-nos e olham logo para o lado não vá serem interpeladas.
Desvantagens – Se o prédio tiver vídeo porteiro, o mais provável é que a GP não abra a porta.
Disfarce nº 3 – Papá
Material – Marioneta de criança de três anos em tamanho real, bata da escola, mochila do Nody ou das princesas Disney, lista telefónica dentro da mochila para fazer peso e volume.
Vantagens – Ninguém pensa que alguém com uma criancinha anda a visitar GPs.
Desvantagens – É difícil que ninguém repare nos fios da marioneta.
Disfare nº 4 – técnico da TV Cabo
Material – mala de ferramentas, sweat shirt a dizer MEO, ZON ou OPTIMUS, cabo de TV enrolado á volta do ombro, dois telemóveis (não sei porquê mas os homens da TV cabo têm sempre dois telemóveis).
Vantagens – as mesmas do entregador de pizzas.
Desvantagens – Perigo de engravidar a GP, toda a gente sabe que 80% das crianças que nascem em Portugal são filhos de técnicos da TV cabo.
Aceito encomendas, podem começar a telefonar.

Hilariante, muito bom. Quem não passou por estas cenas ?
Por acaso já uma vez fiz uma sugestão num post de uma GP que tinha um medo terrivel dos vizinhos : levar um envelope A4 de preferencia castanho e quando estiver a entrar ir olhando para o envelope como que a confirmar a morada.
É muito menos criativo que as sugestões do confrade mas funciona até para eventual perguntas da viznhaça - a Srª Maria da Conceição é no 3º esq? . O pior é se a resposta for ;Não, aí é uma casa de GPs!