DANTE
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- Voyeur
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 Boate Help - Anita
Boate Help - Avenida Atlântica, 3432 - Copacabana - Rio de Janeiro
Era uma dessas noites quentes de verão. Passei o dia me convencendo a relaxar tranqüilo em casa. Talvez, assistir a um DVD ou adiantar algumas das inúmeras leituras que preciso terminar.
Porém, o calor foi se tornando sufocante e atiçou a lareira dentro de mim. Decidi sair. Meus pulmões queriam se refrescar na maresia de Copacabana.
Esquentei os motores do Sucatão e atravessei o Rebouças em direção a Atlântica. Beirava às 22h:30, foi uma viagem rápida, não havia trânsito. O rádio, involuntariamente, sintonizado na Jovem Pan, tocava o Ritmo da Noite. O ar quente misturado ao brilho do néon que emanava dos letreiros junto com o burburinho intenso das calçadas, tudo isso fazia meu sangue ebulir entusiasmado.
Cheguei ao Terraço Atlântico às 23h. Após estacionar, fui dar uma olhada na feira de artes que realizam todos os fins de semana na pista central da Avenida. A visão das pinturas acalmou minha inquietude, acabei adquirindo um quadro. Voltei ao carro para guardar a obra e fui comprar o ingresso para a Help antes que badalasse meia-noite.
A pista não estava muito cheia quando entrei. O movimento foi se intensificando aos poucos.
Às 2h da madrugada os espaços eram poucos, a boate estava tomada de mulheres de todas as belezas e homens de diversas etnias. Nunca fico parado num único ponto, não acho produtivo. Vou me deslocando, em intervalos pequenos, por toda a extensão da pista.
Perto do bar, vejo uma loira jovem, alta, bonita, cabelos compridos e com um corpo bem trabalhado. Tento contato visual, insisto, mas não houve nenhuma receptividade, nem fui notado. Percebi que ela tentava flertar com um gringo. Fui rodar mais um pouco...
Vinte minutos depois cruzo novamente com ela, continuava sozinha. Resolvi ser ousado e me aproximei.
- Não posso ir embora sem saber seu nome... – Arrgh! Às vezes, até eu me surpreendo com as minhas cantadas de segunda.
- Anita. – Ela respondeu sorrindo.
- Lindo seu nome. Pensei que fosse querer saber o meu nome também... – Agora, fui eu quem respondeu sorrindo.
- E qual o seu nome?
- Dante.
A bela Anita morava em Nova Iguaçu, trabalha numa loja de Shopping e vai a Help, como muitas hoje em dia, com o pretexto de complementar a renda, vai raramente, mas me confessou porque ia.
Convidei-a para sentarmos no andar superior, onde poderíamos tomar uns drinks e nos conhecermos melhor.
A bebida amolece quase todos os corações, nos beijamos...
A melhor e maior das viagens está contida no beijo da mulher que desejamos.
Esquecemos a hora conversando, ela olhou o relógio e se assustou, disse que havia ficado muito tarde para voltar sozinha. Havia sido abandonada por uma amiga. Foi a deixa para o ataque, perguntei se ela não queria passar a noite comigo, aguardar amanhecer e eu mesmo poderia levá-la em casa. Ela hesitou, mas aceitou.
Terminamos a noite no Hotel Love Time, no Catete. Houve apenas troca de carinhos, não se falou em cachê. Mas na hora de ir embora, não quis prejudicá-la e a presenteei com R$ 100,00.
Ela não quis que eu a levasse até Nova Iguaçu, pediu para que eu a deixasse na rodoviária. Trocamos telefone e ainda nos falamos, saímos duas vezes desde então e todos os momentos passados com a Anita são maravilhosos.
Lembro de quando saí do Hotel no dia em que a conheci , o amanhecer tinha um tom avermelhado e vivo. O horizonte soprava o infinito. Senti uma imensa sensação de liberdade.
Tantos universos que já conheci, tantos que ainda há para conhecer... Respirei feliz por ser livre, por ser sozinho...
DANTE
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