Caro Pescador

É bom, a paixão…
Não há nada para nos preocupar,
sobretudo, se com a razão,
não nos deixarmos apanhar.

De preferência, numa de poli…
sem nos deixarmos perturbar…
a vida até é mais bela
e ninguém andamos a enganar!

Vou ter de saír, estou farto de estar onde estou
Estou com os calores e vontade de me divertir
Quem eu queria em Lisboa ainda não chegou
Sendo assim ainda não sei para onde me dirigir

Desbravamento ou short-list? Eis a questão!

Hoje eu escreveria um verso
para rir da sua cara torta
não cortaria os pulsos por você nem morta
fala dos meus pecados
e enfia os seus debaixo da porta

Beijaria meu fogo selvagem?
(por que reclama meus beijos?)
Assumiria minha roupa fora de moda?
(por que se veste como otário?)
Riria da cárie no meu dente?
(por que não lava sua boca suja?)

Eu não fui feliz.
Este foi meu pior pecado
e até disso me redimi.

Dá-me seu dinheiro
que lhe escrevo um verso
para provar meu amor
corto os pulsos por você.

Deseja meus beijos.
(tenho nojo dos seus)
Teme meu fogo selvagem.
(não quero seus vírus carruagem)
Sente vergonha de minha roupa indiscreta.
(tão burguesa sua blusa etiqueta)
Detesta meu dente sem escova.
(vomito com seu bafo de alcova)
Vamos, em mim se reconheça.

Pois, farto também eu estou!
Mas por duvidas não me deixo levar.
Nem em Lisboa, nem em Sintra!
Hoje, em Cascais vou atacar!

Eu cá continuo cada vez mais a achar
Que o truque é tratá-las como princesas
Nunca deixar quando ela nos tentam espezinhar
Aproveitar bem, que a vida não é só tristezas

Lá fui ao repeteco,
chave para confirmação.
Saí de lá patareco
com tamanha revelação.

Depois de muito me chupar
e de eu a lamber com prazer,
atacou-me até me encarquilhar,
até me esvair em prazer.

Beijos açucarados,
conversa à mistura,
diz ter três rebuçados
e eu confirmo com compostura.

Mas fiquei intranquilo;
não sabia ser possível;
ter um terceiro mamilo
era coisa inconcebível.

Mas agora mais tranquilo,
hei-de lá voltar,
pois com o terceiro mamilo
também vou querer brincar.

E nestes tempos de crise,
quem poderá criticar
o confrade que acha GP e meia
sem sequer a sonegar!

Que doçura... que simpatia... que beleza
Tem a menina mil e uma qualidades
Transpira classe pura dos pés à cabeça
Saio de lá e pouco depois já tenho saudades

Por aqui a espiolhar-me,
duas doces tentações,
uma que conheço "bem"
e a outra ainda sem tradições.

Difícil agradar às duas.
A carteira não é elástica.
Para a semana as ter nuas
hei-de arranjar forma bombástica!

Por vezes quando menos se espera
Há coisas boas que nos acontecem
Nem sempre continua a ser o que bom era
Mas há sempre surpresas que aparecem

Há coisas que não se explicam
Existem somente como elas são
Sentimentos que simplesmente ficam
Mesmo errados nunca são em vão

Prefiro continuar por enquanto assim
Tenho esperança de conseguir perdoar
A voz dela ainda produz efeito em mim
Apetece pagar só para a poder beijar

Às vezes voa para longe,
quando menos estou à espera.
Visto o hábito de monge
que tanto me desespera?

Aguardarei serenamente,
no meio de mato a desbravar,
o regresso da repetente
que tudo faz para agradar!

De manha pela fresquinha
Com tesão acorda o mangalho,
Ergue-se e pede uma rapidinha
Vou pô-lo a trabalhar antes de ir para o trabalho.

A mulher , como sempre, não me quer
E a amante hoje não está capaz.
Vamos às GPs e seja o que Deus quiser,
Tenho mesmo de aliviar o rapaz.

Sábado à noite, sofá e tablet na mão
Mas que raio de moleza me está a dar
Não estou a ver grande solução
Que me ocorra para ir desbravar

Sábado à noite, e eu a postar
aquele TD inesperado
pelo qual não tive que aguardar
pois a ele estava fadado.

De surpresa em surpresa,
a ele cheguei
e sem qualquer certeza
mais uma desbravei.

Foi noite linda e bem mágica,
aquela que ontem tive.
Dificilmente superável
por tudo que dela retive.

Mas algo bem mais importante
mais duas horas me fez ficar.
É tão bom sábado à noite
ela poder recordar.

Fim de semana mesmo muito bera
Mas hoje acho que me vinguei
Telefonei à que parece uma doce fera
Mas as saudades ainda não matei

Por isso lá teve mesmo que ser
Um desbravamento primeiro
Não foi surpresa, mas foi um prazer
Mais um pouco e não saía inteiro

Depois fui finalizar o que a outra começou
Em terreno já mais vezes percorrido
Pois a esta já sei bem ao que vou
E nunca saio de lá arrependido