Caros,
Como ando a preparar-me para iniciar, muito brevemente, um curso de escrita para criação de argumentos e/ou romances

, decidi criar esta história (por episódios) em jeito de ensaio. O tema tem como base, não podia deixar de ser contextualizando com o local deste post, a GPs em ambiente rural na aldeia de Vale da Rasca. Lá, onde não existem GP's mas sim uma única P**** (a intitulada "porc* da Ilda"), mora o Tio Manel que após muitos anos de vida "tranquila" a receber do que o campo lhe dá, reencontra o único sobrinho filho do seu outrora e adorado mas, agora, falecido irmão que foi para França para fugir à incorporação de '69. Este post pretende relatar o regresso temporário do "petiz" à terra Natal do seu falecido Pai, assim como a experiência marcante e
sui generis provocada pela iniciação do rapaz na vida da GPs num local muito pouco provável para a descoberta de um "pérola".
Advertência: Para as mentes mais impressionáveis, considere-se implícita a "bolinha" vermelha no canto superior direito
deste tópico. Bom, mas seja como for, relembre-se e faça-se outro uso da barra vermelha supra exibida que até se adequa
na ausencia de outra marca relevante.
Episódio 1 - O Encontro na Eira(Que é como quem diz...
rencontre sur le battage... dito assim parece mais fino)
Num dia solarengo capaz de fazer transpirar qualquer "tuguês" ou "n'galês" ao ponto de uma leve brisa,
por mais leve que a imaginem, transportar o perfume "sovakina" ou "Katina" até à cidade mais próxima,
em típico Verão de Agosto, já passavam das 3 da tarde, quando o Tio Manel escarrapachado
numa cama de rede pendurada entre duas oliveiras e em jeito de luxuosa demonstração de comodidade
contrastando com o resto das facilidades logísticas circundantes, ajeita a sua boina de tecido xadrez
carcomida pela traça mas ainda snob quanto baste. O Tio Manel era homem para sessenta e muitos anos mas que aparentava
oitenta e muitos devido à severa vida do campo. O trabalho "sol a sol" durante anos a fio, deixou bem visíveis as indeléveis marcas
no seu rosto estreito e bronzeado. Apesar de o seu cabelo grisalho e mal tratado não esconder a idade avançada, não apresenta
sinais de calvície como outras pessoas mais jovens. Esse era o seu orgulho, afinal, não era em vão que se costumava
pavonear ao espelho por alguns breves minutos. Seja como for, apesar do penteado já se ter tornado uma imagem de marca da sua pessoa
por apresentar mais gordura que um pau de sebo daqueles que se usavam nas cavalhadas embora não tão afamadas as de tradição como em Vildemoinhos, essas sim,
remontam ao séc. XVII.
Coçando a cabeça de forma mais frenética e a tempo, franze de forma consistente a sua sobrancelha farfalhuda de fazer inveja
ao famoso Leonid (sim..esse tal intitulado socialista). Não percebendo se estava a sonhar ou se era um reflexo de um ataque de piolhos
ou formigas invasoras querendo expandir o seu território para além da, em tempos, mui nobre e jovial oliveira que sustentava o peso
deste espécime humano, sente simultaneamente um aroma no ar desconhecido e deveras intrigante.
Não era "sovakina" e muito menos "katina". Seguramente uma mistura de aroma pestilento com perfume falsificado daqueles
que se vendem naquelas feiras de Agosto. Sim, podia ser um BOOS, HOGO ou LACOSTELLE mas quase a cheirar a "podre".
- Pardon... mérde! - diz repentinamente um outro espécime humano tentando amparar a queda do Tio Manel, tal foi o
súbito balanço provocado pela surpresa de um olhar estranho na sua direcção.
- Aiiii, porra! Mas é que vocemessê acertou mesmo, irra... tava-me mesmo a cheirar a uma mistura dessa coisa... - exclamou em tom
de indignação pela demonstração de fraqueza humana. Sim, isto de ficar estatelado na eira preso por um pé, ainda por cima,
perante um estranho é de certo modo uma mutilação ao orgulho. No entanto, rapidamente ajudado pelos fortes braços de um
jovem rapaz de tez esbranquiçada e nariz empinado, mas que lhe parecia familiar, o Tio Manel consegue-se erguer depois de soltado
o seu pé descalço da sua rede, fiel companheira das sornas de início de tarde.
(CONTINUA... brevemente)Ab.
P.S.: Continuarão os próximos espisódios que isto de escrever tem que se lhe diga... é preciso imaginação, paciência e tempo.
![hehehe [bigsmile]](./images/smilies/snork_lach.gif)