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Uma "Noite" entre tantas outras... https://gp-pt.net/forum/viewtopic.php?f=35&t=3537 |
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Autor: | joma"noite" [ 30 Dez 2007 ] |
Assunto da Mensagem: | Uma "Noite" entre tantas outras... |
Manuel não estava de serviço. Na realidade, a redacção estava meio vazia. Conceição gostaria que houvesse ali alguém com quem pudesse conversar. Ouvia as grandes impressoras a matraquear lá em cima, sentia a vibração em todo o edifício. Então lembrou-se que nem sequer tinha ceado, embora não sentisse a menor vontade de comer. Paulo mandou-a para casa hora e meia antes de terminar o turno, dizendo-lhe que havia muito pouco serviço e que ela não parecia estar muito bem. Conceição ficou satisfeita por se poder ir embora. Meteu-se no carro, não tinha a certeza se iria dormir com João, ou se ele apenas passaria lá por casa dizendo que não podia ficar lá essa noite. O carro trepou na escuridão embrenhando-se nas ruas estreitas. Ao chegar, surpresa, foi encontrar João já deitado. Sem pensar, distraidamente, acendeu a luz e acordou-o. Depois pediu desculpa, mas sentou-se pesadamente na beira da cama, perto dele, ainda com o casaco vestido e a mala a tira-colo. - Oh! João – desabafou -, que noite eu tive! Nem podes calcular. - Que te aconteceu? - Tudo. Tudo o que podia acontecer. Acho que vou dar em doida! - Não vais nada. - Bom ainda bem que o dizes. Começou a despir-se, começando com a mala e o casaco, e, enquanto ia deixando cair para o chão cada peça de roupa, ia-lhe contando, em tom emocionado, os vários incidentes da noite. - Tudo há-de passar – disse João. – Vais ver que de manhã tudo parece menos negro. Conceição sentiu que a proximidade do seu corpo o excitara. As calças do pijama dele pareciam ter desaparecido. Conservou-se muito junta a ele. A conversa tornou-se mais quente e ofegante. Ela recebeu lhe a carne, lentamente, com breves movimentos das ancas, como se respirasse com as costas. - João, nunca me abandones... Abraçou-o mais, querendo misturar se a ele, e a proximidade de ambos tornou-se mais completa. João fez com que aquilo se passasse muito lentamente, como se estivesse a saborear. Ela respondia com espasmos ansiosos, mas ele continuava calmamente. Os lábios dele molhavam-lhe a pele, as mãos contornavam-lhe os seios, depois rebolou-se, arrastando-a consigo, recomeçando os movimentos. Finalmente, como numa apoteose, deixou-se arrastar pelo frenesim dela. - Foi muito bom - suspirou ela depois. - Obrigada! Ela manteve-se agarrada ao que restava daquele abraço, até que ele se afastou para dormir. Sabia que ele estava cansado, ficou quieta um bocado, no escuro. - João... murmurou ela. Ele não respondeu. Ela rebolou-se e apertou-se contra ele. - Oh! João! Quando não me agarras, sinto-me tão só! - Estás é cheia de nervos. - Reunamo-nos. - Mas já nos reunimos! - Outra vez. Quero ser só uma contigo. Estou com tanto medo que não posso ficar só eu. - Estou cansado - protestou ele. - Sabes quantas horas dormi a noite passada? Precisamente zero. - Eu sei, João, mas estou com os nervos em franja. Tu nem sabes a noite que eu tive! Segura-me. - Mas eu não consigo dormir agarrado a ti! - Então faz isso só mais uma vez, que depois já eu posso dormir e deixar-te dormir. - Não. - Por favor! - Cala-te, anda! Acordaste-me logo que chegaste e agora preciso dormir. - Afastou se dela. - Oh, João! Eu nunca te digo que não. João não respondeu. - Se tu fosses uma rapariga, e eu fosse um rapaz, eu não te recusava! - Obrigado. - És uma fraude - disse ela -, és o único homem nesta cama, devias considerar isso um dever cívico! Ela estendeu a mão e começou a acariciá-lo e a provocá-lo. - Deixa-te disso! - Não. Hei-de-te fazer cócegas até quereres. Ele retirou-lhe a mão devagarinho, mas ela voltou a agarrá-lo e a provocá-lo. - Deixa-me em paz! - pediu ele. - Posso brincar com isso, se quiser, porque tudo o que temos é em comum. Vá, vamos. - És indecente. - Ergue-te e caminha. Cá está, vês!? Já começas a estar interessado. - Conceição mudou de posição. - Sejamos obscenos, João. - Vês, estás a gostar? Ele virou-se para ela, com a respiração ofegante, e ela ajeitou-se melhor, puxando-lhe os ombros e as costas, querendo juntar-se ainda mais a ele. - Ah! Não estás mais contente, agora? - murmurou ela. - Eu bem te disse que havias de ficar contente. Conceição sentia a pressão do peso dele. A tensão prolongou-se, com pequenas sacudidelas dos dois corpos. As mãos dela sentiram o retesamento da coluna vertebral, premiram as omoplatas que se moviam sob a pele. Vamos fazer isto durar muito tempo - pediu ela -, e nunca acabar. Ele beijou lhe o pescoço e descansou o rosto na almofada, com a face contra a dela. - Podemos ficar assim toda a noite? - perguntou ela. - Duvido. - Vamos! - Impossível! Ela deixou que os pés flutuassem no ar, na escuridão. - João... - Que é? - Tu amas-me? - Amo. Conceição apontou o bico do pé, como uma bailarina, para um canto do tecto, mas mal podia ver, apenas uma sombra na negrura ambiente. A cidade estava silenciosa e ela ouviu um relógio distante bater uma badalada; Conceição pensou se seriam duas e meia. Foram brincando lentamente como se quisessem reduzir o sentido de contacto às suas delicadezas mais subtis. Mesmo assim, ele provocou-lhe uma excitação febril, até que aquela infindável tantalização se tornou intolerável. Ela apertava-o dentro de si e ele parecia inchar; mesmo quando ambos ficavam completamente quietos, era como se estivessem suspensos numa corda bamba. Mais uma vez ele se deteve, controlando-se, durante as convulsões dela. - João, João! És maravilhoso! João não respondeu. - João… Esperou e depois voltou a repetir o nome dele, baixinho. - Que é? - perguntou ele com voz ensonada. - Achas que eu sou ninfomaníaca? - Não. Conceição ficou calada até que a respiração dele se tornou outra vez compassada. - Sabes o que é que vai acontecer amanhã? Conceição ficou à espera que ele respondesse, mas ele não respondeu. Ela rebolou para o outro lado da cama, de forma que ficaram costas com costas, com vários centímetros a separá los. Fechou os olhos e durante alguns minutos tentou realmente adormecer. Ouviu o ruído dos carros que passavam na rua. Depois voltou a pensar nos acontecimentos dessa noite. - João - chamou ela. Ele teve um grunhido de sobressalto e começou a virar se para ela. - Oh! João! Palavra! Já alguma vez te sentiste tão só à noite que te desse vontade de gritar?! - Estava quase a dormir - disse ele. - E tu acordas me para me perguntar isso?! - Voltou a rebolar para o outro lado. Conceição encostou a face ao lençol, estendeu-se toda nua sobre o tecido macio, com as mãos bem abertas. Depois descontraiu os músculos do rosto. Ele estendeu-lhe um braço, ela encostou a cabeça ao ombro e ficou a chorar baixinho contra o peito de João. ´ João adormeceu; mas Conceição ficou acordada muito tempo e, mesmo depois de adormecer, acordava com que frequência, ansiosa. Quando chegou a hora de João se levantar, já ela estava a pé, embora o próprio gato ainda estivesse a dormir, todo enroscado no seu canto, junto aos armários por baixo do balcão; mas Conceição começou a preparar o pequeno almoço. Doíam-lhe os olhos, sentia-se exausta. Teve um ataque de espirros. Finalmente, depois de João tomar um duche, barbear-se e vestir-se à pressa, teve de engolir o pequeno almoço de qualquer maneira e sair a correr. Conceição voltou para a cama, dormiu, à luz do Sol, várias horas, até que o gato a acordou, já da parte de tarde, ao saltar-lhe para o pescoço. Joma |
Autor: | Radar [ 31 Dez 2007 ] |
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Ora ai esta mais uma aventura do nosso confrade Joma no seu melhor estilo ![]() ![]() ![]() Será que ele estaria por aqui nesta historia encarnando o Manuel de folga ![]() ![]() ![]() Ou o Paulo preocupado com o aspecto da Conceição... ou será o João ![]() ![]() ![]() Enfim talvez mesmo isso não importe para o caso, mas sim a historia de um personagem ![]() ![]() ![]() Que dentro da sua rotina, tenta suavemente nunca defraudar as expectativas das companhias de ocasião ![]() ![]() ![]() Parabens pelo excelente escrito ![]() ![]() ![]() Radar ![]() ![]() ![]() |
Autor: | logan [ 31 Dez 2007 ] |
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o JOMA !! uma historia tua só podia ser a noite, toma lá um abraço. |
Autor: | Piotr [ 31 Dez 2007 ] |
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Gostei de ler! Revi-me no João... há anos atrás, eu fui o João ![]() Um abraço e venham mais em 2008 ![]() ![]() ![]() |
Autor: | Debora [ 04 Jan 2008 ] |
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Xi ho jominha...isso já parece aquelas histórias da Sabrina e Bianca por aí fora...devias te dedicar a um livrito nah????Parabéns e bjinhos pa ti ![]() |
Autor: | alexandra_porto [ 13 Abr 2008 ] |
Assunto da Mensagem: | Não sei se posso postar aqui... |
De qq das formas, aqui estou eu ![]() Eu sei q nós mulheres somos 1 bocado complicadas mas as "Conceições" só querem 1 abraço e dormir enroscadas. Quanto aos "Joões", mt práticos, querem é dormir 100 distúrbios. Adorei Joma, será q há +?? ![]() ![]() ![]() ![]() |
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