FILHOS AMADOS DE MUITA MÃE


Chamaram-lhe “a mais velha profissão do mundo”.
Disparate.
E tendencioso.
Embora eu não tenha compartilhado com outras criaturas a origem do mundo, inclino-me mais para a hipótese de o homo sapiens ter encontrado no arremesso da maça a sua primeira ocupação. Coisas ligadas à beligerância, à ambição, ao poder e às questões do domínio de terras, alimentos e mulheres.

A prostituição, essa, terá aparecido mais tarde.
Como o supérfluo vem depois do essencial, segundo os princípios mais elementares de toda e qualquer economia.
Mas veio para ficar. Todos deparamos com ela, em locais públicos e privados, na rua, nos meios refinados, e nas circunstâncias mais inusitadas e surpreendentes.

Por definição, a prostituição é uma permuta em que homens e mulheres “prestam os seus favores sexuais em troca de uma remuneração pecuniária”. Segundo alguns sociólogos, trata-se de um fenómeno recente e característico das sociedades euro-americanas.
Para mim, é absolutamente irrelevante etiquetar este comportamento ou catalogá-lo como desviante, ou não.
Fico-me, tão só, pelo eufemismo e por umas tantas interrogações.

Soube, cedo, que há homens e mulheres que se prostituem. Pessoas que escutei e me contaram histórias de vida. Que me deixaram entrar nos seus jardins secretos e olhar a água no poço profundo das suas fantasias e receios, umas de forma autêntica, outras não.

Mulheres sós que lutam com dificuldades económicas para criar e educar os filhos e que escondem a forma como ganham a vida;
Mulheres que, apesar de terem os maus-tratos tatuados na pele, teimam na sua mudez inútil porque há um proxeneta que amam ou detestam;
Mulheres coagidas, não a vender, mas a dar os seus favores a homens sem escrúpulos, capazes de lhes prometer este mundo e o outro a troco de uma liberdade vigiada, e que, depois de tudo, aprendem a única lição possível: que são presas fáceis porque não são livres;
Mulheres que se vendem nas estradas ou em quartos de pensões duvidosas, que são o abrigo mais que certo para a doença e o alvo incerto de uma morte violenta ou traiçoeira, alvejadas pela arma que os clientes pousam na cabeceira, estranguladas ou arremessadas de uma doca, como sacos de lixo;
Rapazes que não querem o corpo com que nasceram e escondem da família os cosméticos que usam, quando se transformam nas deusas que aspiravam ser;
Rapazes que escrevem cartas desesperadas, de cortar a respiração, onde as suas vidas, sem um sexo diferente, não têm valor algum;
Rapazes que simulam o suicídio, só para que alguém os escute;
Rapazes e raparigas que fogem das escolas, para dar os seus primeiros passos na noite, bordando ruas pouco iluminadas;
Raparigas e rapazes abusados nos seus próprios lares por gente com uma proximidade parental que causa o maior nojo e repulsa.

Gente que desvendou, generosamente, o lado oculto e sombrio de vidas que não são fáceis. Os seus relatos dariam pasto para uma telenovela, nada cor-de-rosa.

A compaixão, que senti então, é igual ao desconforto que sinto hoje e sempre que os vejo nas esquinas e nas estradas, alguns ainda-meninos, outros quase-mulheres, muitos já decadentes, por terem ultrapassado a idade que Honoré de Balzac exaltou. Mulheres semi-nuas, gordas e disformes e corpos franzinos ou minados pelas drogas.

Mas há as sofisticadas, as que têm instrução e cobram um preço elevado, só acessível a uma clientela de hotel. E todos fazemos de conta e “ignoramos” que o “negócio” é próspero e justifica a criação de “empresas de acompanhantes”, geridas com um rigor contabilístico e financeiro.

Já para não falar do abominável tráfico de crianças e jovens, raptados por associações criminosas que atravessam “fronteiras”, impunemente, ao arrepio de todos os tratados internacionais para combater este banditismo.

A prostituição é tudo menos clandestina.
A prostituição é um fenómeno público e notório.
A prostituição envolve risco de vida e causa uma devassa demolidora.
A prostituição não é exercida só por quem pisa o “trottoir”.
A prostituição, por falta de controlo, ameaça a saúde pública, o que é dizer que é um dos meios mais privilegiados para a propagação de doenças sexualmente transmissíveis.

Todos sabemos.
Todos nos inquietamos.
Nada fazemos.
Numa escaramuça estéril, que já me esgota a santa paciência, toda ela eivada de moralidade e altos propósitos de inclusão e reintegração, a opinião divide-se em duas falanges: a que defende o prostíbulo e a que o condena, sem mais. Todos opinam, conservadores e liberais.
E a voz que nos interessa ouvir, a que empresta o corpo a estas duras experiências, que fazer dela?
Quantos de nós estaremos dispostos a dar, sem reserva, uma oportunidade de trabalho a quem se prostitui?
Quantos de nós seremos capazes de compreender que, se alguém se corrompe, é porque há corruptores?
E porque é que os juízos de censura nunca englobam a “clientela” que fica sempre na sombra, e que recorre a este “mercado dos favores sexuais”, como pão para a boca?
Sempre que se fala da prostituição, paira no ar uma nuvem densa de hipocrisia. Porque ninguém sabe ao certo como resolver a questão.

Mas, o que verdadeiramente me confrange é ter consciência de que as mulheres e os homens que hoje “são de toda a gente”, foram já os filhos bem amados de muita mãe.

PS – Caras amigas e amigos, esta crónica é um convite para dançar entre as frases que burilei ao ritmo do pensamento. É apenas um olhar sobre as coisas e as pessoas. Exprime sem reservas, a forma como vejo o mundo. Espero que os leve a meditar, e sempre que requisitarem os serviços de uma acompanhante se lembrem que são pessoas como nós, pessoas de bem, com sentimentos, com filhos, com mãe, com pai, com família e amigos tal como a generalidade de todos os seres humanos. Exercem uma profissão, que na maioria dos casos, não se sabe o que as levaram a enveredar por esse caminho, aturando muitas vezes o que a maioria de nós por dinheiro nenhum o faria. Tal como todos os profissionais têm dias bons e dias maus e tal como todos nós têm os seus problemas, as suas preocupações, só que em dose dupla.
Se os mais conservadores, na maioria, muitas das vezes falsos puritanos, tentam descartar-se, desenganem-se, pois de uma maneira ou de outra estamos todos neste barco chamado “Terra” a tentarmos ser felizes e só o seremos se os outros também o forem.

joma"noite"

.... e livrai-nos do mal, amen.

piotr:
.... e livrai-nos do mal, amen.

Não entres por aí, porque eu até sou ateu!
No entanto até te compreendo meu caro...

É que eu sou católico. Pecador sim, mas católico...

Mas como bom católico, ajoelha-te no confessionário que o padre perdoa-te o "mal" que fazes pelo bem que te sabe...

Exactamente. Mas prefiro quando são elas a ajoelhar...

Também eu. Nesse caso até sou católico praticante...

Não sei se acreditam no que irei contar mas tentarei

Antes de Haver a dita mulher chamada Eva, existiu a primeira que deus criou.
De seu nome Lilith, ela tentou por todos os meios seduzir Adão, mas visto ele nao corresponder ela se virou para o demonio.
Dizem que foi a primeira Vampira, A primeira prostituta.
Que satisfez todos os seus desejos e se vingou de adão satisfazendo todos os desejos daqueles que necessitavam de sexo.

me pergunto se haverá alguma veracidade nisto...

Fica aqui um excerto do que encontrei na Internet. (logo me pergunto se isto nao terá alguma logica no termo Prostituição)

Óptimo! benvindo ao melhor forum de GPs

Espero que os leve a meditar, e sempre que requisitarem os serviços de uma acompanhante se lembrem que são pessoas como nós, pessoas de bem, com sentimentos, com filhos, com mãe, com pai, com família e amigos tal como a generalidade de todos os seres humanos. Exercem uma profissão, que na maioria dos casos, não se sabe o que as levaram a enveredar por esse caminho, aturando muitas vezes o que a maioria de nós por dinheiro nenhum o faria

Completamente e de acordo com isso sim senhor confrade Joma"noite"
Assim procedo com todas as moçoilas, e normalmente o retorno é sempre bom

Tal como todos os profissionais têm dias bons e dias maus e tal como todos nós têm os seus problemas, as suas preocupações, só que em dose dupla.

Ai já não estou de acordo não, se ela estiver em um mau dia que não atenda
Pois realmente quando se contrata um serviço
Concerteza que não ficaremos satisfeitos com um mau serviço, ou com metade do mesmo
Se quero pintar a casa que pinte a casa toda ou então nem começe
De toda a forma parabens pela maneira como expôs as suas convicções
E concordando ou não com tudo o que esta escrito, reconheço que foi bem e muito sim ao postar sua opinião

Saudações

Radar

ou não.... conheço algumas mães que se os apanham na frente até os trituram ..... de qualquer maneira gostaria só de acrescentar á tua maneira de ver a coisa o seguinte:

2º a wikipédia diz assim :



e não só:

A versão da lenda/mito de Lilith que conheço é diferente (li por aí mas já não me lembro bem de onde): a Lilith queria dar uma queca com o Adão mas na posição de cowgirl/girl on top (juro que é verdade!...). Isto é, reafirmando simbolicamente a autoridade matriarcal das sociedades anteriores ao modelo patriarcal judaico-cristão que adoravam divindades várias e a Deusa-Mãe. É por isso que o modelo patriarcal vencedor a retrata como "vampira" e "prostituta": o fdp do Jeová ganhou...

A moral da história: o Adão era um totó! Girl on top é muito bom!!!

Eh, eh, eh!

Tal como todos os profissionais têm dias bons e dias maus e tal como todos nós têm os seus problemas, as suas preocupações, só que em dose dupla.

Ai já não estou de acordo não, se ela estiver em um mau dia que não atenda
Pois realmente quando se contrata um serviço
Concerteza que não ficaremos satisfeitos com um mau serviço, ou com metade do mesmo
Se quero pintar a casa que pinte a casa toda ou então nem começe

Caro Radar
Ainda bem que não estamos todos de acordo em tudo, se assim fosse, não valeria a pena este Forum.
Tenho dado uma vista de olhos por vários Foruns deste género. Depois de "avaliar" todos eles, resolvi participar no gp-pt.
Porque é nacional e o que é nacional é bom!
Parece-me que aqui se respeita a opinião de cada um, sem entrar em "peixeiradas", embora mal entrasse, o nosso confrade "Piort", como é obvio, tratou muito inteligentemente de averiguar quem aí vinha
Escreverei, sempre que tiver oportunidade para tal, uma cronicazinha. Darei a minha opinião sobre os variados temas propostos na Sala de Convívio, mas...
TD's meus amigos, não farei. Entendo que gostos não se discutem, e porque prometi às nossas "amigas" gp's não o fazer por uma série de razões, que talvez um dia aqui as divulgue.
Quanto à primeira croniqueta que escrevi, falo na generalidade, é claro que não há regra sem excepção. Conheço algumas "gp's", e "ex-gp's", que não se enquandram em nada daquilo que acima escrevi. Poucas, mas há...
Por fim, parabéns ao gp-pt e que continui neste trilho, pois na minha modesta opinião é um Forum saudável!

Como esta comprovando confrade joma"noite" tentamos dar o mais liberdade possivel a todo mundo dentro das regras deste Portal, e as vezes até as ultrapassando
Os pensamentos e as opiniões divergentes aqui são acarinhadas sim
Senão toda a gente tinha um Fiat 600 côr de penico mal lavado como o Wandas
Pois realmente é um espaço de debate e troca de ideias
E concerteza que as suas ideias e pensamentos terão sempre lugar, e serão bemvindas aqui
Se não quiser escrever TD's, tudo bem é um direito que se lhe assiste-lhe e o respeitaremos
Pois já por isso mesmo este forum tem outras Àreas para se ser participativo nelas assim querendo
Pelo que mais uma vez seja bem vindo

Saudações

Radar