Faz hoje, dia 7 de Janeiro de 2009, um ano que me registei no

e comecei logo a postar. Decidi assinalar a data com a inauguração de um avatar (de que estava virgem...), à escolha do qual agradeço a sugestão de uma queridíssima amiga - muito e muito obrigado, Joaninha (

). E inspirado pelas magníficas crónicas do confrade Dante (vénia, saravá!), decidi deixar aqui, modestamente, um pequeno texto, ao jeito de desabafo e profissão de fé.
SOU UM PUTANHEIRO E GOSTO
Isso mesmo. Exactamente. Sou um putanheiro e gosto. Há muito, muito tempo que frequento GPs, que ando nas meninas, que vou às GPs, que me deito com acompanhantes. E gosto. E fiz amizades. E cultivei afectos. E criei laços. E fiz descobertas. Tudo nesse território "improvável" e multiforme a que se convencionou chamar "da prostituição". Pois é, sou um putanheiro e gosto.
Na imaginação colectiva, um putanheiro é, à escolha, um perverso dissoluto, um aleijado emocional, um frustrado amoroso ou um prisioneiro do vício. E é alvo, à escolha, da condenação, do ostracismo, da diabolização, da dissecação ou das piedades da "sociedade", essa massa informe tantas vezes invocada para os mais variados fins e com as mais díspares intenções, mas sempre tão mal definida.
Que se dane a imaginação colectiva, não me reconheço nem revejo nas suas imagens, representações, juízos e preconceitos. Lamento e desprezo o olhar míope, reprovador e piedoso que a "sociedade" me lança, apesar de não me poder revelar, revoltar contra ele e pôr-lhe um olho negro e o outro inchado. Mas aqui posso dizer em liberdade, alto e ufanamente: sou um putanheiro e gosto.
Ich bin ein putanheiro!, recorrendo, com a necessária adaptação, às palavras do presidente John F. Kennedy, ele próprio priápico militante, fodilhão crónico e putanheiro emérito. Estou - estamos - em muito boa companhia, a julgar apenas por este exemplo. E há tantos, tantos mais e tão ilustres...
E agora desculpem-me, mas vou às meninas, deixando-vos na companhia uns rapazes do meu tempo.
http://www.youtube.com/watch?v=kDZHMvBPYsI