Descobrem-se os prazeres carnais
sente-se o gosto e o prazer,
satisfazem-se entre as árvores e os pardais
fodemos onde o corpo da mulher nos pode aquecer.
Andamos perdidos na aventura
sozinhos a navegar sem mapa,
perdidos entre o bruto e a ternura
de uma para outra criatura que não basta.
Sentindo o frio e o calor
vendo as cores que se nos apresentam,
indecisos entre a carne e o amor
com fantasias que se inventam.
Entre corpos que não excitam
rostos fechados e não convidativos,
fracas técnicas que se aplicam
no meio de uns bosques aflitivos.
Procuramos o Eldorado num pântano escondido
no meio do lamaçal encardido,
onde não há ouro fundido
nem sequer um templo perdido.
Achamos que a satisfação paga
é assim em qualquer lugar,
que mais prazer não se suga
vindo de uma mulher a alugar.
Procuramos entre as brumas da floresta
com a pele mordida por insectos,
até vermos um grupo em festa
de aventureiros selectos.
Travamos conversas secretas
perto de uma fogueira bruxuleante,
aprendemos rotas predilectas
e descansamos a respiração ofegante.
O corpo feminino não se explora só ao luar
entre os uivos dos lobos brancos,
no meio dos ventos e da chuva que nos faz arrepiar
mas também em templos risonhos e amplos.
O prazer de uma mulher é mais do que sexo
há o serpentear do seu corpo no nosso,
os olhares cúmplices em anexo
os momentos de silêncio e uma mão que nos tiro do fosso.
Fazer amor com ritmos calmos
sentir o corpo que é outro a estremecer,
sentir a pele com vários palmos
mesmo até nos sentirmos a adormecer.
Foder como um cão com cio
apalpar um corpo até o desfazer,
explodir de prazer até ficar o vazio
é outra forma de sexo fazer.
Sem a ajuda de companheiros
os caminhos trilhados seriam outros,
teriam porventura naufragado os meus sonhos aventureiros
e os meus Tds seriam poucos.
A todos que guiaram os meus passos
fica aqui o meu agradecimento,
àqueles que não partilharam os abraços
mostro o meu descontentamento.
Ainda não encontrei o ouro
contento-me com a prata,
o meu grande tesouro
foi partilhar com a malta.