Se alguém os tiver no sitio para tomar atitude de liberar a prostituição e as drogas leves eu aplaudo de pé, mas... num país de mansos como o nosso em que apenas se revoltam com um fora de jogo ou penalti roubado a sua equipa, não me acredito!!

Nada tenho contra as prostitutas, antes pelo contrario, são uma mais valia a sociedade e das profissões mais importantes, mas se forem legalizadas, com uma reforma em condições, iria haver mais proteção para elas e para nós também!!

Se legalizarem a prostituição, o efeito vai ser mais ou menos o mesmo que o aumento do IVA. Pensavam eles que iam arrecadar mais uns trocos com o aumento do IVA e acabaram por levar com o inverso, entrou menos nos cofres porque as pessoas deixaram de ter poder de compra, e menos compras, menos IVA.

Ora agora olhando para a prostutuição, tendo em conta que grande percentagem das profissionais faz o trabalho porque só assim conseguem um rendimento suficiente para sustento próprio e em grande parte dos casos para a familia, o que iria acontecer se tivessem de se legalizar, é que deixariam a actividade pois passaria a dar mais prejuizo que lucro!

Tal e qual como se passou com váriadissimas empresas que só sobreviviam porque faziam economia paralela, e desde que começaram a ser controladas pela fiscalisação, começaram a abrir falencia.

Carla,

Começo por corrigir a questão do IVA. As últimas execuções orcamentais provam que o aumento da taxa de IVA resultou num aumento de receita, mesmo com redução do consumo.

Em relação a pagar impostos nos serviços de acompanhante, acho muito bem, pois eu também pago impostos pelo meu trabalho.

Reforço que as acompanhantes só teriam a ganhar com a legalização e respectiva carga fiscal associada à sua condição/profissão, aliás como a maioria das gp's concorda.

Para mim seria como na Holanda. Quem quer ser acompanhante tem de pagar uma licença mensal de x euros, quem não tiver a licença é multado e bem multado. Esta licença garantiria acesso ao sistema de segurança social e IRS igual aos trabalhadores independentes consagrados na legislação em vigor e que preenchem o modelo B do IRS.

as poucas experiências de legalização da prostituição foram feitas para servir vários objectivos, mas nunca com o propósito do aumento da receita fiscal

legalizar a actividade (como no exemplo holandês), torna muitos aspectos difíceis em fáceis ... mas também alguns fáceis em difíceis

para além da sempre questão da moral e da cultura, no presente, o maior entrave à legalização da prostituição na Europa, seja a mobilidade e emigração

Certo Kwacha, mas nesse caso mais fácil seria expatriar. Sem licença eram colocadas fora do país.

Não vejo outra forma melhor de tributar/regular as gp's sem ser assim. É que estar à porta delas a contar o número de clientes ou fazer estimativa de imposto em virtude do estilo de vida que levam não tem sentido.

Matic

estou-me a referir ao facto de uma legalização à escala europeia acabar por ser demasiado "atraente" aos não europeus

Mas porque dizes isso? Com a legalização é muito mais fácil fiscalizar e deter uma emigrante ilegal.

Quem lucra com redes de tráfico de mulheres teria o seu trabalho dificultado na Europa, onde de certo gostam de trabalhar.

É claro que nós poderíamos sair prejudicados, pois em termos de concorrência entre gp's ficaríamos mais limitados.

Lembram-se da senhora a quem cortaram o subsídio de desemprego, porque recusou o trabalho, oferecido pelo centro de emprego, como prostituta?

Em Portugal ia ser uma festa.
O chulo à porta do centro de emprego a escolher as boazonas que entrassem, e a telefonar de seguida para o subornado que lá trabalhasse, para as direccionar para a empresa do chulo.

Pelo menos era capaz de ser o declínio do império do silicone... que por aí na rua farto-me de ver grandes mamas, e não pode ser tudo "plástico".

Sim o IVA aumentou a receita mas não nos valores que eles especularam, nem parecido, além de que, se por um lado tiraram daí uns bons trocos, também aumentou o numero de pedidos de ajuda a segurança social para pagar contas de gastos obrigatorios como agua, luz e gás.

Em relação a pagar impostos como acompanhante, seria bom estar legal para ter algumas vantagens em termos sociais, mas não esqueçamos que muitas profissionais, têm outros empregos, estão legais, fazem descontos e isto é apenas um part time porque o que ganham não chega, logo já pagam impostos e descontam para a seg social.


E tem ainda a contra partida do caso que o gup falou, da obrigatororiedade de aceitar emprego nessa área, porque afinal era um emprego como outro qualquer.
Estou mesmo a imaginar aí as esposas/senhoras/meninas desempregadas a receberem as cartinhas do centro de emprego para irem trabalhar numa casa de alterne, e sem opção de recusa para não lhes cortarem os subsidios.

Ainda ha outro facto a ter em conta, prostituição legal seria para homens e mulheres, logo os homens também começariam a ser chamados para esses empregos.

Também concordo inteiramente com a legalização. A prostituição já foi regulamentada em Portugal e foi ilegalizada apenas em 1963, durante o Estado Novo.

É claro que o mercado paralelo iria sempre continuar, principalmente nesta actividade. Já estou mesmo a ver a cena:
- Então filha, quanto é que é?
- Queres com factura ou sem? Se quiseres factura tens que pagar o IVA.
- Quero com factura, está claro. Até porque todas as facturas são automaticamente inseridas na minha conta das Finanças e habilito-me a ganhar o Audi e um grande par de patins da minha mulher, quando ela for verificar as facturas para entregar o IRS.

Tásse mesmo a ver, num tásse...

Vocês acreditam todos no pai Natal... Ainda não perceberam que quem se mete com o estado sai sempre fodido...


Já estou a ver as capas dos jornais: "aumento de impostos nós combustíveis, tabaco, álcool e nas GPs"



Ou então os estrategemas hipócritas para aumentar a carga fiscal:


fiscalidade anti-infidelidade = sobretaxas para casados

Fiscalidade anti-dst

Fiscalidade pro-natalidade



Com as mentes maquiavélicas do fisco...

Isso não é bem assim. Esqueceste-te daqueles que se metem com o estado e raramente se fodem. Como deputados, ministros, secretários de estado, etc, etc, etc.

Esses não se metem com o Estado.
Esses metem-se no Estado...

Vendo bem como o nosso sistema funciona as gajas só seriam prejudicadas. Eu pudesse também deixava de pagar impostos..

Volto a dizer o que disse várias vezes. As GP's não precisam de declarar que são GPs para se legalizarem. Podem coletarem-se como trabalhadores independentes e descontarem o mínimo para a Segurança Social e assim terem todos os direitos de uma cidadã normal. Conheço uma estrangeira que até a nacionalidade consegui com este esquema.