Isto vai lá... vai demorar o seu tempo, mas vai lá...
A conversa de "os putos têm de crescer entrando aos poucos numa equipa composta por jogadores mais experientes" já não me convence muito.
Isso terá lógica em algumas situações, mas pura e simplesmente não tem em outras.
Depende.
Depende do treinador, dos jogadores, da qualidade dos jogadores, da maturidade dos jogadores, do passado dos jogadores na formação, da qualidade da formação que os jogadores tiveram, da forma como é feito o enquadramento dos jogadores na equipa principal, da qualidade dos anteriores treinadores, do apoio psicológico que foi dado na formação, etc, etc, etc...
Para dar um exemplo, falemos da maturidade.
Até agora do que se tem visto de Nélson Semedo, Gonçalo Guedes e Renato Sanches comparando com Taarabt, Carcela e Bilal, qual acham que é o trio mais maduro?
É que Taarabt e Carcela são mais velhos e experientes e até Bilal, apesar de muito novo, já tem mais experiência tendo realizado 18 jogos a época passada pelo Twente.
Experiência e idade não equivalem a maturidade.
A experiência muitas vezes é importante. Entre 2 jogadores de qualidade técnica e táctica equivalente, o mais experiente normalmente será melhor opção.
Se não há dinheiro para um jogador bom, muitas vezes compra-se um jogador menos bom, mas experiente.
A experiência algumas vezes compensa alguma falta de qualidade.
Mas existindo qualidade e maturidade, a experiência passa a não ser assim tão importante. Se existisse seria melhor, mas não existindo não é problema. Pois a qualidade e a maturidade dum jogador, existindo em quantidades generosas, são mais do que suficientes para compensar a falta de experiência.
Eu vi um Ajax limpar a final da Liga dos Campeões contra um grande Milan, cheio de jogadores de qualidade e muito experientes, orientados por um super Fabio Capello. E esse Milan tinha uma defesa estrandosa. Baresi, Costacurta, Donadoni e Maldini, com Albertini e Desailly como trincos. E Rossi na baliza. Era quase intransponível.
O Ajax que me lembre tinha 2 ou 3 jogadores muitos experientes... Rijkaard e Blind são os que me lembro.
Tinha uns jovens de 23/24/25 anos... Van der Sar, os irmãos de Boer, Finidi e Litmanen.
O resto era praticamente só putalhada.... Reiziger, Bogarde, Seedorf, Davids, Overmars... e o Kanu e o Kluivert tinham uns 18 anos. Aliás, um deles acho que ainda tinha 17 ou acabado de fazer 18 uns dias antes.
O que existia era muita qualidade.
Qualidade suficiente para ganhar a Liga dos Campeões... apesar da falta de grande experiência da maioria dos jogadores.
Nao é o bilhete de identidade que define a qualidade dum jogador.
E um jogador não precisa obrigatoriamente de "entrar aos poucos".
Se está pronto, se tem qualidade, se tem maturidade, se é competente, profissional, responsável e atinado, pode não existir necessidade de entrar aos poucos.
Depende. Depende de muita coisa. È uma questão que tem de ser avaliada, caso a caso, pelos treinadores, com muito cuidado e de forma constante. Mas se não existir uma razão válida para o jogador ir para o banco, não faz sentido mandar o jogador para o banco só para se cumprir a mitológica "quota mínima de jogos no banco obrigatória para quem tem menos de 20 anos".
Se exitirem alguns jogadores experientes, que sejam bons líderes, e um treinador com capacidade para lidar com um equipa recheada de juventude, não é obrigatório uma equipa ter 18 jogadores experientes para integrar bem os 7 ou 8 novatos. Isso não tem quase lógica nenhuma. Se existirem 18 jogadores novatos de elevada qualidade e maturidade, pode chegar perfeitamente 7 ou 8 jogadores experientes para equilibrar a equipa a nível de experiência.
Não digo que seja esse o caso do Benfica.
O que eu digo é que... depende. É uma questão de se ir avaliando.
O que eu sei é que o Benfica tem alguns jogadores muito experientes que são excelentes líderes, como Luisão e Julio César, e um treinador que parece ter capacidade para liderar uma equipa recheada de jovens.
Se os jogadores mais jovens tiverem já capacidade e estofo suficiente para jogar ao mais alto nível, não vejo necessidade de ir comprar jogadores experientes para "tapar" o lugar que pode ser deles, só para simplesmente cumprir a "quota de experiência" que alguns acham que todas as equipas devem ter.
A questão é... estão prontos ou não estão prontos.
Se ainda não estão completamente prontos... ok, tudo bem, tem de existir obrigatoriamente um jogador mais capaz que ocupe a posição deles com maior regularidade, e eles vão "entrando aos poucos".
Mas se estão prontos... que joguem, que joguem muito, e que sejam titulares sempre que for necessário e apresentarem condições para isso. Mas ficarem no banco regularmente só porque são novos é que acho que não tem lógica nenhuma.
