Data/Hora: 17 Jun 2025

 
 


Criar Novo Tópico Responder a este Tópico  [ 576 mensagens ]  Ir para página Anterior  1 ... 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 ... 39  Próximo
 Crise Financeira 2.0 
Autor Mensagem
Confrade

Registado: 18 Mar 2011
Mensagens: 2452
Positivos
11
Neutros
5
Negativos
3



TD's nos últs 90 dias: 0 - Voyeur
Mensagem Crise Financeira 2.0
... e apesar dos prejuízos a administração continua a ganhar uns milhões largos ?

26 Out 2013

 
 
Bronze

Registado: 20 Mai 2010
Mensagens: 1040
Positivos
8
Negativos
1



TD's nos últs 90 dias: 0 - Voyeur
Mensagem Re: Crise Financeira 2.0
só se quebram contratos com os pequenos...

26 Out 2013
Iniciado

Registado: 27 Jan 2011
Mensagens: 2


TD's nos últs 90 dias: 0 - Voyeur
Mensagem Re: Crise Financeira 2.0
Para quem tenha alguma paciência.deixo a seguir um pensamento sobre o sistema monetário internacional, vigente, o qual bem vistas as coisas é o principal causador das desigualdades existentes entre países, e por consequência, entre pessoas. Deixem os vossos comentários, até para podermos melhorar este pensamento.
REFLEXÕES SOBRE O DINHEIRO

Quando a humanidade se começou a organizar numa sociedade, isto é: quando deixou de ser uma comunidade de pescadores e caçadores e passou a sedentarizar-se e cultivar a terra, começou a debater-se com a necessidade das trocas comerciais. O agricultor que cultivava trigo tinha necessidade de escoar os seus excedentes e ao mesmo tempo adquirir aquilo que não cultivou. Eu que nasci numa pequena aldeia de Trás-os-Montes, ainda assisti à troca directa entre um alqueire de trigo por um litro de azeite, por exemplo.
Quando as comunidades começaram a expandir-se para alem do seu território de influência, e ao mesmo tempo contactar com outros povos, punha-se o problema da troca directa, embora esta pudesse efectuar-se, agora o problema do transporte era fundamental, porque alem de terem que transportar a sua mercadoria excedentária, tinham também que transportar a mercadoria proveniente da troca.
A humanidade chegada aqui, teve que inventar uma mercadoria, que fosse aceite por todos, uma mercadoria da troca.
Desde os primórdios da humanidade que os metais preciosos (ouro, prata e platina) eram a mercadoria mais preciosa e valiosa e consensualmente aceite pela grande maioria dos povos da antiguidade. A história diz-nos que foram os Fenícios, o primeiro povo a cunhar moeda em ouro e prata, e assim a desenvolver uma economia ao longo de todo o mediterrâneo.
Passou-se então de uma economia baseada na troca directa, para uma economia baseada na troca da mercadoria por outra mercadoria padrão, tinha-se inventado o dinheiro.
Durante séculos a economia desenvolveu-se deste modo, mas em que o dinheiro era, ele próprio, portador de um valor facial que correspondia ao seu valor real, uma moeda em ouro, valia o seu peso em ouro, a prata a mesma coisa etc. este sistema ainda chegou aos nossos dias, se visitarmos uma colecção de moedas antigas, ainda nos deparamos com muitas moedas em ouro e prata,
Com o aumento das trocas comerciais este sistema torna-se cada vez mais desajustado, porque era necessário transportar grandes volumes destes metais para realizar as grandes trocas, daí a humanidade sentir novamente a necessidade de arranjar um novo padrão para fazer a troca entre mercadorias, padrão esse que tinha que ser aceite por todos, tal como o anterior.
Ora nem nessa época, nem nos dias de hoje, a humanidade foi capaz de descobrir uma mercadoria padrão, que cumprisse esta função, e que fosse aceite por todos, a não ser os metais preciosos.
A humanidade optou então por manter os metais preciosos como mercadoria padrão, mas armazená-los nos cofres dos seus bancos nacionais emissores, fazer circular em sua substituição, qualquer coisa que o representasse, nasce assim o dinheiro papel.
As primeiras notas em papel, até mais ou menos, meados do século XX, alem de terem impresso o seu valor facial, era-lhes acrescentada a palavra ouro. Isto queria dizer que a entidade responsável pela emissão destas notas, possuía à sua guarda o valor equivalente em peso de ouro.
Puseram-se então a circular notas em papel, cujo valor real era apenas a soma do custo do papel, mais o custo da impressão, mas com a garantia dada pelo emissor destas notas, que existia ouro guardado em reservas nacionais que cobria por inteiro o valor facial indicado nas notas. É claro que um sistema destes pode funcionar, mas terá que cumprir sempre a premissa importante; ser aceite por todos.
Este sistema pouco tempo vingou, porque era difícil, ou quase impossível, rastrear a veracidade do sistema, se existia, ou não, ouro suficiente que garantisse a cobertura total das notas de papel em circulação.
É claro que os países economicamente mais poderosos, começaram a não aceitar as notas dos países com economias mais débeis, e assim chegámos à situação actual; o valor do actual padrão de trocas é: custo do papel em que está impresso, mais o custo da impressão, e sem ninguém perceber exactamente o que este papel representa.
Na actual situação mundial, só poucos países conseguem fazer trocas de mercadorias, utilizando a sua moeda nacional, sem incorrer em grandes erros nomearia os E.U.A (dollar), U.E (euro), Japão (iene), Inglaterra (libra), Suiça (franco), Canadá (dollar) e poucos mais, se os houver. Quer isto dizer que 90% dos países mundiais utilizam a sua moeda nacional para fazer trocas no seu mercado interno, e uma outra moeda que não a sua (normalmente o dollar) para fazer trocas com qualquer um dos outros países mundiais.
De seguida vamos dar um exemplo da troca de mercadorias entre alguns países mundiais
Vamos analisar, por exemplo, a compra de 2.104 barris de petróleo a Angola por parte dos E.U.A.
1º- Angola envia 2.104 barris de petróleo para os E.U.A e recebe em troca 2.106 USD.
2º- Angola pretende adquirir trigo, mas não pode utilizar a sua moeda nacional (kwanza) porque nenhum dos outros países os aceitam, então tem que utilizar os dollars provenientes da venda do seu petróleo. Neste caso compraria 2.103 toneladas de trigo à Austrália em troca dos seus 2.106 USD.
3º- A Austrália compra 2.104 toneladas de café à Colômbia, mas tal como Angola terá que utilizar os 2.106 USD, provenientes da venda do seu trigo, porque a Colômbia não lhe aceita a sua moeda nacional.
4º- Por fim a Colômbia negoceia com a China e adquire 2.109 de chinesices e entrega-lhe 2.106 USD provenientes da venda de 2.103 toneladas de café à Austrália.
Todas estas actividades comerciais, como qualquer uma, são uma mera troca de mercadorias, utilizando para a sua realização um facilitador de trocas; vulgo dinheiro. Quer Angola, Austrália e Colômbia cumpriram na íntegra esta premissa:
Angola trocou 2.104 barris de petróleo por 2.106 toneladas de trigo.
Austrália trocou 2.103 toneladas de trigo por 2.103 toneladas de café.
Colômbia trocou 2.103 toneladas de café por 2.109 de chinesices
Resta-nos então a China e os E.U.A, como se vê no esquema a China trocou 2.109 de chinesices por 2.106 unidades de facilitador de trocas cujo valor real, como vimos, é o valor do seu custo (custo do papel mais o custo da impressão), isto se estes 2.106 forem impressos, porque se forem virtuais que é o que normalmente se utiliza hoje, nos movimentos internacionais, então o seu valor será zero.
Os E.U.A receberam 2.104 barris de petróleo, a sua comunidade consumiu-os e entregaram zero (2.106 unidades de facilitador de troca).
Falta-nos ainda analisar a relação China vs E.U.A. percebe-se perfeitamente que aquilo que a China vai entregar aos EUA são 2.106 USD, os quais finalmente regressam à proveniência, isto é; a quem os emitiu, e também não há dúvidas que os EUA têm que assumir a responsabilidade da sua emissão, e ao longo das últimas cinco ou seis décadas em que este sistema funciona sempre a assumiram. Será que vai ser sempre assim? No futuro os EUA mesmo que queiram assumir a sua responsabilidade, será que o poderão fazer?
Presentemente a balança comercial chinesa export/import é muito favorável à China, isto é: a China exporta mais do que importa, e porque todas estas trocas são realizadas utilizando o USD como facilitador de trocas, o resultado é a China acumular enormes quantidades de USD, que não lhes servem absolutamente para nada.
Não lhes servem para serem utilizados como facilitador de trocas, no seu mercado interno, para isso têm a sua moeda nacional, que lhes custou o mesmo, o que custaram os USD aos EUA, zero, e pelo contrário os USD que possuem agora em excesso, tiveram que entregar um monte de chinesices para os obter.
Não lhes servem para fazer mais compras fora da sua comunidade, porque já fizeram todas as suas operações de import em USD
Então só lhes resta enviá-los para os EUA, cujo destinatário é a reserva federal americana.
Vi ou li em qualquer lado a seguinte afirmação: Actualmente o maior credor da dívida soberana dos EUA é a China. Dou comigo a pensar, mas como isto é possível? De certeza absoluta que os EUA não pediram USD emprestados à China, porque na eventualidade de os EUA precisarem de USD, então porque não os emitiram, como sempre fizeram e a um custo zero?
Muito menos pediram à China moeda nacional chinesa, porque não a querem, nem precisam dela, esta moeda não serve para o mercado interno americano e se porventura servisse para o mercado externo, para isso têm a sua, a qual é aceite por quase todas as comunidades do planeta, e mais uma vez seria muito mais lógico produzi-la, a custo zero, do que pedi-la emprestada.
Agora percebo perfeitamente qual a origem da dívida soberana dos EUA em relação à China, resulta desta montanha de USD que sobram aos chineses e para os quais os EUA não têm nada para dar em troca, e de cuja emissão foram responsáveis, então só lhes resta uma via para assumirem a sua responsabilidade e que os chineses sejam capazes de aceitar, emissão de dívida pública soberana, na forma de títulos do tesouro americano, e entregá-los aos chineses, e finalmente estão pagos os 20.000 barris de petróleo que os EUA adquiriram a Angola. Quanto tempo passou?
E quanto mais tempo chineses e americanos vão aguentar esta situação?
É conhecido que os americanos ao longo, de pelo menos meio século, fizeram uma enorme sementeira de dollars por todo o mundo, não exageramos se afirmarmos que 80% dos países mundiais têm utilizado o dollar para efectuar as trocas comerciais entre comunidades diferentes
Entretanto na última década apareceu na cena internacional, um novo player o qual em termos comerciais está a crescer imenso, ao ponto de já ser considerado o 2º pais mais poderoso do mundo, isto em termos económicos. Prevê-se que na próxima década ultrapasse mesmo os EUA, este país é a China
Dado que se arranjou um caminho preferencial e um ponto de confluência para a circulação destes dollars, que é a China, será que este país vai aceitar indefinidamente que os EUA paguem em títulos de dívida este excesso de dollars? E quando a China se tornar na 1ª potência económica do mundo? Não tentará impor a sua moeda como a principal moeda de troca? E qual será a resposta dos EUA?
São tudo interrogações e inquietações que não afectam somente estes dois países, mas sim todos os países do mundo, não só economicamente, mas também em termos de segurança, pois nunca será de excluir o uso da força para resolver este tipo de situações.
Penso que chegou a hora de todas as comunidades mundiais, interiorizarem que existe realmente um problema monetário internacional e que chegou o momento de agir, mostrando a quem nos governa que é possível encontrar um sistema a nível global, onde todos os países estejam representados, não de uma forma igualitária (os países não são iguais), mas sim de uma forma justa para todos e que finalmente seja aceite por todos, reinventando a filosofia que esteve na origem da criação do sistema inicial.

Reflexões Sobre O Sistema Actual
Quando o sistema começou, século V ou VI a.c. com os Fenícios, as trocas dentro de uma mesma comunidade eram feitas de forma directa, a comunidade era pequena, os produtos a trocar eram poucos, e a troca realizava-se quando era aceite pelos dois intervenientes.
Quando os Fenícios saíram da Fenícia, por mar, estiveram em contacto com outras comunidades ao longo do Mediterrâneo e de certeza que continuaram a fazer trocas directas com as diferentes populações que foram encontrando, dado que já as faziam no interior da sua comunidade
Muito rapidamente, este povo, deveria ter chegado à conclusão que as trocas directas realizadas nestas condições não resultavam ou resultavam mal, porque tinham que largar com os barcos carregados de mercadorias, excedentárias para eles, e que queriam trocar. Quando retornavam à Fenícia voltavam com os barcos mais uma vez carregados com o produto das trocas.
Chegado aqui, este povo teve que imaginar um tipo de mercadoria que fosse trocável por qualquer uma das outras, e surgem então os metais preciosos (ouro, prata e platina). Porquê ouro, prata ou platina? Porque era aceite por todos. Quer compradores quer vendedores aceitavam trocar as suas mercadorias por qualquer um destes metais preciosos, e o sistema funcionava não porque a mercadoria da troca fosse o ouro a prata ou a platina, mas porque era aceite por todos.
Trouxe novamente estes primórdios da humanidade, em que aconteceu o aparecimento do dinheiro, para reafirmar que o sistema só funciona quando for aceite por todos. Eu tenho uma mercadoria para trocar, só a trocarei se aquilo que me querem dar em troca for aceite por mim, e como é lógico os outros farão igual.
O sistema de trocas baseado nos metais preciosos como moeda de troca, funcionou bem, durante muitos séculos, porque quer vendedores quer compradores recebiam a sua mercadoria no exacto momento da troca.
Este sistema só foi abandonado porque se tornou obsoleto, não pela sua funcionalidade mas porque se tornou demasiado pesado, pesado no verdadeiro sentido da palavra.
O próximo passo não foi o abandono completo do sistema de metais preciosos, mas sim fazê-lo representar num rectângulo de papel a que chamaram nota. Este sistema baseava-se em retirar os metais preciosos de circulação, guardá-los nos cofres dos bancos nacionais emissores e por a circular em sua substituição um rectângulo de papel, onde era impresso um valor quantitativo e qualitativo e que representava a sua quota-parte do metal precioso, entretanto armazenado
Uma nota de (100) emitida pelo banco de Portugal era impressa com o número 100 e as palavras escudos e ouro. A mesma nota emitida em Espanha era impressa com o mesmo número 100, mas com as palavras pesetas e ouro.
Estas notas embora quantitativamente sejam a mesma coisa (100), são diferentes na sua qualidade, escudos e pesetas, porque não representavam a mesma quantidade de ouro.
Penso cá para mim, que foi logo a partir daqui que a humanidade começou a lidar mal com o dinheiro, porque se este é apenas um facilitador da troca entre mercadorias diferentes e representavam a mesma mercadoria (ouro), porque razão não se fez uma nota mundial e se imprimisse apenas o que ela representava?
Tinha-se evitado logo aqui uma série de trapalhadas, com câmbios, taxas de câmbio, moedas fortes, moedas fracas etc.
Este sistema não durou muito tempo porque as pessoas não acreditavam nele.
Os portugueses poderiam ter dúvidas que os espanhóis armazenassem a quantidade correcta de ouro em relação ao papel em circulação.
Os espanhóis poderiam ter dúvidas que os franceses armazenassem a quantidade correcta de ouro em relação ao papel em circulação, etc., etc., etc., isto é: deixou de ser aceite por todos, e ao acontecer isto começou a haver papel com valor e papel sem valor, havia papel que era aceite em praticamente todas as comunidades e outro que só era aceite pela comunidade onde era emitido. Praticamente ainda todos nos lembramos, que para comprarmos caramelos em Badajoz, era necessário arranjar pesetas antecipadamente.
Ora como já ninguém acreditava no ouro armazenado e a economia tinha que acontecer, o homem em vez de parar um pouco para pensar, fez a fuga em frente, já que ninguém acredita no ouro, para quê fazer-lhe referência nas notas? A partir de agora estas serão apenas um pedaço de papel (no verdadeiro sentido da palavra) e a frase chave que durante milénios deu credibilidade ao sistema, ser aceite por todos, passou a ser: tem que ser aceite por todos, logo um sistema imposto; finalmente chegámos à actualidade! É claro que para impor ao mundo um sistema como este, não é só necessário ter uma economia forte, também é preciso ser-se forte fisicamente!


FUTURO

Será que este sistema, tal como existe, vai durar muito mais tempo? Um sistema imposto é, e será sempre, um sistema injusto, desigual, prepotente e que beneficia sempre os mais fortes em detrimento dos mais fracos, por isso acredito que mais cedo ou mais tarde a humanidade irá rejeitar este sistema e substitui-lo por outro que seja finalmente aceite por todos.
Tal como a sociedade está organizada, fazendo girar tudo à volta do dinheiro, é impensável criar um novo sistema sem dinheiro. Então porque não criar um novo sistema tirando partido daquilo que o dinheiro tem de bom, e retirar-lhe alguns malefícios que o tornam tão injusto?
Na criação de um novo sistema monetário, há algumas premissas que têm que ser cumpridas, a saber:
-1º O sistema tem que existir a nível global
-2º O sistema tem que ser aceite por todos
-3º O sistema tem que ser simples, que todos os intervenientes o compreendam
-4º O sistema tem que tratar todos de uma forma justa, não de uma forma igualitária, os diferentes países não são iguais
Para cumprimento do 1º e 2º, só há um local no planeta onde é possível discutir-se um sistema destes, são as Nações Unidas, local onde todas as comunidades mundiais estão representadas. Para cumprimento do 3º e 4º vamos nós tentar abordar o problema.
Todos os países do mundo têm a sua moeda nacional, moeda essa que serve perfeitamente para as comunidades fazerem as suas trocas internas. O dollar utilizado dentro dos EUA tem o mesmo valor que o metical utilizado em Moçambique, ambos conseguem ser a moeda de troca entre mercadorias diferentes, portanto 100% dos países mundiais conseguem fazer as suas trocas internas utilizando a sua moeda nacional, e apenas 10% conseguem utilizar a sua moeda nacional, nas trocas internacionais, logo o que torna este sistema injusto é precisamente este ponto, que apenas 10% consigam fazer trocas internacionais, com a sua moeda nacional
Em relação ás trocas internas estamos entendidos, todos os países do mundo utilizarão a sua moeda nacional para fazerem as trocas comerciais dentro das suas comunidades, e só, quer isto dizer: - o dollar só terá valor dentro dos EUA, o real só terá valor no Brasil, a libra só terá valor na Inglaterra, etc.
Para completar o sistema falta-nos algo que consiga efectuar as trocas internacionais de uma forma justa, e que seja aceite por todas as comunidades, e é neste ponto que a ONU voltará a intervir.
A ONU criará um banco mundial, e uma nova moeda, à qual nós chamaremos por agora unidade monetária mundial (UMM), quer o banco mundial quer as UMM, não precisam de existir fisicamente, é suficiente que existam apenas de uma forma virtual.
O banco mundial será a única instituição nova a criar, toda a restante estrutura do novo sistema monetário internacional já existe, faz parte do actual sistema monetário, a saber:
- Dinheiro papel, cada país tem o seu.
- Bancos comerciais, já existem.
- Bancos nacionais emissores, cada país tem o seu.



RESPONSABILIDADES E COMPETÊNCIAS

Todos os indivíduos, pessoais ou colectivos, duma comunidade, operarão entre si utilizando ou não os seus bancos comerciais, mas servindo-se apenas da unidade monetária atribuída à sua comunidade, por outras palavras; no 1º nível as actividades comerciais far-se-ão tal como acontece hoje, com a simples nuance de serem feitas recorrendo apenas ao seu dinheiro.
Os bancos comerciais existentes operarão entre si e os indivíduos da sua comunidade, utilizando sempre, e só, a unidade monetária dessa comunidade.
Haverá sempre um, e só um, banco nacional emissor por cada comunidade. Este banco será o emissor do dinheiro para a sua comunidade, controlará as actividades internacionais dos respectivos bancos comerciais, vigiará e regulará as actividades internas dos bancos comerciais, tal como acontece hoje.
O banco mundial, dependendo directamente da ONU, será a única instituição nova, a criar. Quando a ONU criar esta nova instituição, dotá-la-á das UMM necessárias para o funcionamento do sistema, é claro que para fazer esta dotação terá que haver um critério, critério esse que terá que ser o mais justo possível, e como os países não são iguais, quer em termos de população, quer em termos económicos, e como a dotação inicial, a meu ver, terá que fazer reflectir essencialmente estes dois parâmetros, a ONU criaria no banco mundial uma quantidade de UMM para cada comunidade, igual ao PIB anual dessa comunidade, dado que este representa o número de habitantes e a riqueza de cada país. A ONU só precisará de fazer esta dotação apenas uma vez, logo de início quando do lançamento do sistema, dado que a partir daqui estas UMM são imutáveis, em termos de sistema.
UMM = K
O somatório das unidades monetárias mundiais é sempre a mesma (constante). De realçar, mais uma vez, que quer o banco mundial, quer as UMM não têm existência física, ambos são virtuais. Dado que os diferentes países irão trabalhar com o dinheiro que já possuem, a ONU além de estabelecer a quantidade de UMM a cada país, terá de estabelecer também o factor de paridade entre cada uma das moedas mundiais e a UMM, e este factor de paridade também é sempre o mesmo, acabam-se portanto as valorizações e desvalorizações artificiais das moedas.
E pronto chegámos ao fim da apresentação de um novo sistema monetário mundial
Vamos tentar com alguns exemplos demonstrar a simplicidade do sistema, e o quanto ele poderia ser eficaz, se porventura algum dia fosse implementado.
1º Exemplo - Trocas dentro da mesma comunidade.
As trocas comerciais dentro das comunidades (trocas internas), far-se-ão entre os indivíduos, pessoais ou colectivos, dessa comunidade, utilizando ou não, os respectivos bancos comerciais, tal qual acontece presentemente, mas com a pequena diferença de usarem apenas, e só, o dinheiro dessa comunidade.
2º Exemplo – Trocas entre comunidades diferentes.
Estas trocas são aquelas operações comerciais vulgarmente conhecidas como operações de importação / exportação, trocas externas. Nestas operações já entram em acção os bancos nacionais emissores e o banco mundial, vamos dar um exemplo prático:
Os U.S.A. pretendem adquirir uma determinada quantidade de petróleo a Angola; operação de importação para os U.S.A. e de exportação para Angola, pelo valor total de X.
O importador dirige-se a um dos bancos comerciais da sua comunidade, onde transforma o valor X (dollars) em UMM, aplicando para isso o factor de paridade da sua comunidade:
X/K = YUMM.
Este valor sobe até ao Banco Mundial (B.M.), através do Banco Nacional emissor dos U.S.A. (B.N.), aqui, e imediatamente, o valor Y é deduzido aos créditos (PIB) dos U.S.A. e somado aos créditos (PIB) de Angola. No final da operação os créditos dos U.S.A. ficam. PIB – Y, e os de Angola ficam: PIB + Y, daqui se depreende que a totalidade das UMM é sempre constante.
A quantidade YUMM é enviada para Angola através do Banco Nacional de Angola e de um dos seus bancos comerciais, onde é transformada no dinheiro deste país aplicando o factor de paridade de Angola: YUMM.K = Z (Kwuanzas). Está assim completa a troca entre comunidades diferentes
Estas são as únicas operações que se fazem com o dinheiro, troca de mercadorias dentro das comunidades (trocas internas), e troca de mercadorias entre comunidades diferentes (trocas externas), mas é claro que para as executar todas, há um sem número de variedade e complexidade, as quais, dentro do possível iremos apresentando.
Apresentado assim o sistema, parece ser de concepção muito simples, e de facto assim é, porque o sistema actual funciona do mesmo modo; 100% dos países utilizam a sua moeda nacional para fazerem as trocas internas, e 90% dos países utilizam uma moeda, que não a sua, para fazerem as trocas entre comunidades diferentes, portanto só cerca de 10% dos países utilizam a sua própria moeda para fazerem as trocas entre comunidades diferentes. O que alterámos? Que apenas 10% dos países mundiais deixassem de ter o privilégio de fazer trocas entre a sua comunidade e as outras com a sua própria moeda, e passassem, tal como os restantes 90%, a utilizar uma moeda que não a sua (as UMM) para fazerem as trocas entre comunidades diferentes,
Se algum dia um sistema como este, ou outro semelhante, fosse implementado haveria sempre o problema da sua inicialização, porque teria que haver sempre o cuidado de não retirar a uns para entregar a outros, provocando deste modo uma injustiça, que é aquilo que se pretende retirar ao sistema actual, as injustiças que provoca.
Vamos imaginar que este sistema era implementado! Os custos iniciais seriam praticamente inexistentes; o dinheiro já existe, cada comunidade tem o seu, as instituições já existem, bancos comerciais e bancos nacionais, a única instituição a criar, banco mundial com as suas UMM, é virtual, só existirão informaticamente, deste modo o custo do lançamento do sistema será muito baixo; por outro lado há instituições que deixariam de existir porque deixaria de haver uma razão para a sua existência; tais como: FMI, o actual Banco Mundial, Mercado de Capitais, instituições estas que têm causado mais mal à humanidade do que bem, logo aqui o que a humanidade poupava superava em muito o que iria gastar com o lançamento do novo sistema
Dado que o lançamento deste sistema não implica o prejuízo ou beneficio para qualquer comunidade em particular, haveria que ter atenção a dois pontos principais:
1º- Dividas de cada país.
2º- Dinheiro de uma comunidade que se encontra fora dessa comunidade.
Para a resolução destes dois pontos, as Nações Unidas dariam, por exemplo, um período de um ano para a sua resolução, os quais seriam resolvidos do seguinte modo.
Em relação às dívidas dos países há dois casos a considerar:
- Dívidas internas, os países devem dinheiro a investidores privados dentro da sua comunidade, estas dívidas mantêm-se tal como estão, dado que elas serão pagas com a moeda da própria comunidade.
- Dívidas externas, os países devem dinheiro a investidores externos. Nestes casos, o montante destas dívidas será retirado das UMM iniciais aos países devedores, e acrescentado às UMM dos países credores; vamos dar um exemplo.
Imaginemos que a dívida do Brasil é 100% do seu PIB, assim distribuída:
- 20% Desta dívida a investidores internos.
- 40% Desta dívida a investidores americanos.
- 20% Desta dívida a investidores chineses.
- 20% Desta dívida a investidores canadianos.
Em relação aos 20% da dívida pertencente a investidores nacionais, ficaria tal como está, o Brasil pagaria a dívida aos seus credores nacionais com o seu próprio dinheiro, o real.
Em relação à restante dívida, esta seria paga com as suas UMM iniciais:
- Retira 40% das suas UMM iniciais e entrega-as à América.
- Retira 20% das suas UMM iniciais e entrega-as à China.
- Retira 20% das suas UMM iniciais e entrega-as ao Canadá.
No final fica:
- O Brasil com 20% das suas UMM iniciais, ou seja 20% do seu PIB em UMM.
- A América com seu PIB inicial mais 40% do PIB brasileiro em UMM
- A China com o seu PIB inicial mais 20% do PIB brasileiro em UMM.
- O Canadá com o seu PIB inicial mais 20% do PIB brasileiro em UMM.
Este procedimento far-se-á para todas as comunidades, e é bem possível que algumas comunidades fiquem com o seu PIB inicial em zero. Os países nesta posição ficarão na situação de contrair dívidas para continuarem com a capacidade de poderem importar mercadorias para a sua comunidade. Estas dívidas agora são feitas em UMM, e estas são controladas pelas Nações Unidas, por isso esta organização determinará um juro, o qual será igual para todos os países, sem intervenção de qualquer mercado financeiro. No caso os países com PIB a zero terão que pedir UMM aos países com PIB em excesso e pagar os respectivos juros definidos pela ONU.
Em relação ao dinheiro que está fora da comunidade a que pertence, é fácil de resolver, porque para este não perder a sua validade terá que regressar ao país que o emitiu, dentro do prazo definido inicialmente pela ONU. Vamos dar um exemplo.
Imaginemos que no Brasil existem 100.000.000 USD na posse de investidores privados e institucionais. Esta quantidade de USD terá que dar entrada nos bancos comerciais, onde serão trocados pela moeda nacional, no caso o real, enviados para o país emissor através do Banco Nacional e Banco Mundial, aqui estes USD são convertidos em UMM e acrescentados ao PIB brasileiro e retirados ao PIB americano.
Quero ainda acrescentar que a força deste sistema advém do facto de o dinheiro só ter validade dentro de cada comunidade, qualquer moeda fora da sua comunidade de emissão, perde automaticamente o seu valor, por essa razão passa a não ser possível fazer a circulação do dinheiro! Aquilo que é o ponto forte do sistema monetário actual, a livre circulação de capitais, passa a não ser possível neste novo sistema, esta pequena diferença implica desde logo as seguintes vantagens sobre o sistema actual:
- Os paraísos fiscais ou off shores extinguem-se automaticamente porque ao não haver livre circulação de capitais, estes perdem a sua razão de existir.
- Torna muito mais difícil a existência da grande corrupção (corrupção internacional) porque o dinheiro envolvido nestas operações, ou fica no país do corruptor ou no país do corrompido, e dificilmente poderá sair de lá, logo muito mais fácil de encontrar em possíveis buscas futuras.
- A existência da corrupção dentro das próprias comunidades é sempre possível, mas muito mais difícil em esconder o dinheiro, produto dessa corrupção, uma vez que ele tem que permanecer sempre dentro de cada comunidade, fora dela perde a validade.
- A existência de tráfegos (droga, armas, etc.) também são dificultados, ao não ser permitida a circulação de capitais.
Ainda outra grande força do novo sistema é a não existência de câmbios, porque uma vez estabelecidas as diferentes taxas de paridade entre a UMM e cada uma das diferentes moedas mundiais, estas permanecerão sempre inalteráveis, nunca mudam. Isto acarreta logo a eliminação dos mercados financeiros (não dos mercados bolsistas), e não vai ser mais possível ganhar dinheiro com dinheiro!
Porque esta reflexão já vai muito longa, embora muito mais coisas possam ainda ser ditas sobre este assunto, e porque a minha principal intenção é o despertar a sociedade civil para um problema que é bem real, e que ninguém se iluda; enquanto não for resolvido, a grande maioria das comunidades deste planeta terá cada vez mais problemas.
Por esta razão, a sociedade civil em vez de fazer manifestações contra (políticos, instituições, etc.), as quais ninguém leva a sério, vamos manifestar-nos a favor de causas bem reais, que essas sim podem trazer algo de novo e diferente para a vida de todos nós.

.

28 Out 2013
Ouro
Avatar do Utilizador

Registado: 08 Jan 2011
Mensagens: 8708
Positivos
61
Neutros
7
Negativos
4



TD's nos últs 90 dias: 0 - Voyeur
Mensagem Re: Crise Financeira 2.0
um pequeno alerta

pela 4ª vez este mês recebo "informação de mercado" com certos receios ...
o excesso de liquidez está a promover uma renovada irracionalidade ...
a continuar ... vamos ver o que acontece ao tubarão e ao mexilhão ...

_________________
a sorte dá muito trabalho

30 Out 2013
Iniciado

Registado: 28 Jan 2010
Mensagens: 505
Positivos
1
Neutros
1



TD's nos últs 90 dias: 0 - Voyeur
Mensagem Re: Crise Financeira 2.0
Caro kwacha,
pode ser mais especifico quando se refere a excesso de liquidez, e em que medida isso e' mau? Refere-se exactamente a que tipo de produto financeiro?
Ja' agora, renovada irracionalidade? Poderia explicar o que e' isso da racionalidade do mercado?
Não leve a mal estas perguntas, mas e' que tenho alguma dificuldade em perceber essa relação liquidez vs racionalidade do mercado. Alias, ainda não consegui perceber como e' que se fala em racionalidade de mercado...
Se o confrade Kwacha ou algum outro confrade quiser responder agradeço.

Cumprimentos

30 Out 2013
Ouro
Avatar do Utilizador

Registado: 08 Jan 2011
Mensagens: 8708
Positivos
61
Neutros
7
Negativos
4



TD's nos últs 90 dias: 0 - Voyeur
Mensagem Re: Crise Financeira 2.0
a crise 1.0 trouxe a desconfiança
a primeira vítima foi o futuro
conversão abrupta dos prazos

as contramedidas foram pró-ciclícas
os governos injectaram mais liquidez
e baixaram as suas taxas directoras

cocktail perigoso (excesso de liquidez e taxas de juro baixas)
se perdurar por muitos trimestres pode ser explosivo de novo

migração em doses maciças de capitais
valorizações irracionais e especulativas
mercado accionista e "commodities"
algumas grandes bolhas imobiliárias

o mercado está em permanente desequilíbrio
o mercado está em permanente "a desconto"

quando o nível de atomização era elevado
a probabilidade de manipulação era menor
e a racionalidade das decisões vingava
com o surgimento dos grandes fundos
o mercado perdeu a sua racionalidade
ganhou em opacidade e manipulação

por mais estranho que possa parecer
continuamos a subestimar os erros
para melhor percepção, consultar
http://www.bis.org/

_________________
a sorte dá muito trabalho

30 Out 2013
Iniciado

Registado: 28 Jan 2010
Mensagens: 505
Positivos
1
Neutros
1



TD's nos últs 90 dias: 0 - Voyeur
Mensagem Re: Crise Financeira 2.0
Caro simas,
como ninguém lhe respondeu, eu respondo .Você já ouviu falar de bitcoins? Procure no seu motor de busca favorito pelas tais moedas virtuais e talvez resida ai um mercado monetário parecido ao que idealiza. Veja as semelhanças e as diferenças e depois conte coisas.

Caro kwacha,
pois eu pensei que estava a falar de outra coisa quando se referia a liquidez. :mozilla_undecided:

Quanto a esta parte:
Citar:
"...valorizações irracionais e especulativas
mercado accionista e "commodities""

+
Citar:
"...e a racionalidade das decisões vingava
com o surgimento dos grandes fundos
o mercado perdeu a sua racionalidade
ganhou em opacidade e manipulação"


Devo dizer que de tudo o que já vi e li/estudei me leva fortemente a crer que racionalidade e mercados não andam nada de mãos dadas. Pelo menos do modo que usualmente se pensa.
Isso de ser racional pode ser bastantes coisas, onde ha' diferentes abordagens e diferentes resultados. Como uma boa base de partida temos abordagens académicas sobejamente conhecidas como este livro e' exemplo (e bom livro, recomendo) http://www.springer.com/economics/financial+economics/book/978-3-540-36146-6 (ha' muitos mais por ai).
Claro que estas ideias expostas no livro são bastante criticáveis, como a titulo de exemplo, as básicas funções de utilidade, ou algo mais amplo como a teoria da utilidade esperada (Expected Utility Theory) ou a muito mais coerente como a teoria do prospecto (Prospect Theory). Ou ainda o famoso APT e CAPM, que so' por acaso agora viram um dos seus grandes defensores receber o premio nobel da economia (Eugene Fama).
São tudo abordagens diferentes que tentam explicar a racionalidade/funcionamento do mercado, mas que na pratica pecam por não aderirem muito a' realidade, porque relaxam algumas/muitas e importantes características do mercado real, para alem de terem alguns pressupostos de todo irreais.
A ideia do racional nos mercados e' tudo menos racional. Eu, no que já li, nunca consegui encontrar nada que explique o iracional, ou, algo que forme o mercado racional.

Por outro lado, e isto vai parecer um contrassenso, os grandes fundos mundiais (como o kwacha refere) gerem as suas carteiras baseados em algoritmos matemáticos muito bem calibrados e geridos de forma automática por computadores.
E isto parece um contrassenso porque? Porque ao fazerem isso, estão a por alguma ordem nos mercados. Aqueles algoritmos respeitam uma ordem, a ordem da sua própria rigidez matemática. Claro que ja' são algo evolutivos mas mesmo assim "marcam" o mercado com uma certa ordem (afinal já se parecem qualquer coisa racionais :-k ).

Eu acredito que os mercados não são nem nunca foram racionais, a não ser que se considere racional relações altamente não lineares.

Cumprimentos

31 Out 2013
Confrade

Registado: 09 Mai 2012
Mensagens: 1023
Positivos
6
Negativos
1



TD's nos últs 90 dias: 0 - Voyeur
Mensagem Re: Crise Financeira 2.0
xiii... se para perceber o post do kwacha era preciso ter lido o sammuelson, para perceber o do zé pombo, era preciso um doutoramento em modelos estocásticos.

está fixe :smt023

31 Out 2013
Confrade

Registado: 27 Nov 2008
Mensagens: 62


TD's nos últs 90 dias: 0 - Voyeur
Mensagem Re: Crise Financeira 2.0
Confrades,

O post do confrade kwacha refere aspectos importantes.

O que está dito e não sei se vou conseguir interpretar e colocar em linguagem simples, é o seguinte...como os governos (para tentarem evitar uma crise mais profunda) colocaram o dinheiro a um preço baixo, alguns compraram activos tóxicos (perdoando erros de alguns bancos ou privados), emprestaram dinheiro ao sistema, etc....actualmente há demasiado dinheiro "barato" no sistema. Quando o dinheiro é "barato", os agentes assumem um risco superior ao razoável (como o dinheiro é barato, pode compensar) o que pode levar a uma valorização generalizada e injustificada de algumas classes de activos, nomeadamente acções e obrigações.

Assim, o risco é de repente termos uma desvalorização generalizada a provocar nova crise financeira.

...

Abraço

31 Out 2013
Iniciado

Registado: 27 Jan 2011
Mensagens: 2


TD's nos últs 90 dias: 0 - Voyeur
Mensagem Re: Crise Financeira 2.0
Caro Zé Pedro

Aquilo que eu pretendo transmitir nas minhas REFLEXÕES SOBRE O DINHEIRO, nada tem a ver com as bitcoins, nem pouco mais ou menos, pois estas são mais um produto financeiro inventado pela banca, para atrair incautos.
Se ler com mais atenção aquilo que eu escrevi vai constatar que eu pretendo dizer o seguinte:
- 1º O sistema monetário internacional vigente não trata todas as comunidades mundiais de igual modo, logo nunca poderá ser um sistema justo. e ao acontecer isto, a humanidade mais cedo ou mais tarde vai rejeitá-lo, eu estou convencido disso.
-2º O novo sistema criado, terá forçosamente que corrigir os erros do sistema actual, não poderá permitir o aparecimento dos paraísos fiscais.
O exemplo que eu dei serve apenas para nossa reflexão, eu estou convencido que se a humanidade trabalhasse com um sistema, como aquele que eu proponho, a grande maioria dos problemas que nos afectam deixariam de existir.

Um abraço

01 Nov 2013
Iniciado

Registado: 28 Jan 2010
Mensagens: 505
Positivos
1
Neutros
1



TD's nos últs 90 dias: 0 - Voyeur
Mensagem Re: Crise Financeira 2.0
Caro madstuf,

Citar:
2...como os governos (para tentarem evitar uma crise mais profunda) colocaram o dinheiro a um preço baixo, alguns compraram activos tóxicos (perdoando erros de alguns bancos ou privados), emprestaram dinheiro ao sistema, etc....actualmente há demasiado dinheiro "barato" no sistema."


Então mas o fim a que se destina o dinheiro "barato" não e' financiar a economia? (entenda-se, apoiar projectos novos(ou já em andamento) e financiar a baixos custos as empresas que produzem e que contribuem para o desenvolvimento do pais, dando empregos ás pessoas)

Quando se altera o proposito e se mete o dinheiro "barato" nos mercados financeiros, já se sabe o fim acaba por ser única e exclusivamente a pensar em lucros... o pensamento e': mais volatilidade melhor, mais oportunidade de maximizar lucros.

Citar:
"Quando o dinheiro é "barato", os agentes assumem um risco superior ao razoável (como o dinheiro é barato, pode compensar) o que pode levar a uma valorização generalizada e injustificada de algumas classes de activos, nomeadamente acções e obrigações. "


Pois, isso e' pelo facto de se tentar maximizar o nosso investimento considerando o dinheiro emprestado como risk free, ou de outra forma, com juros muito muito baixos. A pergunta e', que modelo usam para gestão do risco? Capto as seguintes palavras suas "...risco superior ao razoável..." e "...pode compensar...". Isso e', se formos amantes do risco (neste caso e' mesmo ganancia)... Tudo depende de como nos relacionamos com o risco, como estamos expostos a ele.
Ja' quando fala de valorização generalizada e injustificada de algumas classes de activos, ha' os muito mais perigosos. Na realidade, mais uma vez, existe uma errada compreensão geral de que quem esta' a atuar em mercados financeiros (nos mais diversos produtos), esta por uma questão diferente do lucro pela oscilação. Isso e' uma espécie de justificação da existência dos mais diversos produtos financeiros, mas que na realidade, a esmagadora maioria do mercado move-se porque se tenta obter lucro, nada mais.

Citar:
"Assim, o risco é de repente termos uma desvalorização generalizada a provocar nova crise financeira."


Quanto a desvalorizações generalizadas... isso acontece ciclicamente, e não e' negativo para todos os que têm posições no mercado. Outra coisa bastante interessante nos mercados e' podermos assumir posições contrarias ao mercado e apostar na desvalorização...

Já as desvalorizações abruptas dependem da falta de regulamentação e sobretudo ganancia. Vou dar um exemplo ja' muito conhecido: acontecem frequentemente os chamados flashcrash ou microcrash. Fica aqui o site da wikipedia para esclarecimento http://en.wikipedia.org/wiki/2010_Flash_Crash
Tais desvalorizações não têm diretamente a ver unicamente com o custo do dinheiro; acontecem porque os computadores foram programados para responder de certa fora a sinais negativos e positivos.

Como informação extra, derivado a estes flashcrash, ja' anda por ai (EUA) a ideia de alterar alguma regras aplicáveis aos mercados, como por exemplo aplicar taxas por cada ordem posta, ou como exemplo limitar o numero de cancelamentos de ordens, etc... Todas essas medidas (que na minha opinião nunca vão ser aplicadas) teriam um enorme impacto negativo no mundo financeiro (e logo no nosso mundo do dia a dia). Como as coisas estão, neste caso e' mau não haver maior controle, mas se o impusermos, havera' certamente uma abrupta desaceleração dos mercados, muito menos volatilidade e muito menos volume transacionado.

E' como digo, nos mercados tudo se move por lucro, ganancia, quanto mais melhor (não estou a fazer juízos de valor, estou a constatar um facto).

Cumprimentos

01 Nov 2013
Iniciado

Registado: 28 Jan 2010
Mensagens: 505
Positivos
1
Neutros
1



TD's nos últs 90 dias: 0 - Voyeur
Mensagem Re: Crise Financeira 2.0
Caro simas,

Citar:
" Aquilo que eu pretendo transmitir nas minhas REFLEXÕES SOBRE O DINHEIRO, nada tem a ver com as bitcoins, nem pouco mais ou menos, pois estas são mais um produto financeiro inventado pela banca, para atrair incautos."

Correção, não foram inventadas pela banca. Pelo menos não existe ligação conhecida entre as bitcoins e nenhuma entidade financeira. Ja' agora, bitcoin e' uma moeda já reconhecida por alguns países, inclusive pela Alemanha (se não me engano).
O propósito não sera' atrair incautos, mas sim ligado a questões de anonimato, de descentralização, etc... uma espécie de moeda rebelde que também esta' a ser utilizada para fins menos aceitáveis. Aconselho a ver os sites http://bitcoin.org/en/ e http://www.weusecoins.com/en/ pois acho que não assimilou bem as características da moeda.

Citar:
"- 1º O sistema monetário internacional vigente não trata todas as comunidades mundiais de igual modo, logo nunca poderá ser um sistema justo. e ao acontecer isto, a humanidade mais cedo ou mais tarde vai rejeitá-lo, eu estou convencido disso.
-2º O novo sistema criado, terá forçosamente que corrigir os erros do sistema atual, não poderá permitir o aparecimento dos paraísos fiscais."


Eu acho, por exemplo, que as bitcoins tentam responder a isso. Não acha?

Cumprimentos

01 Nov 2013
Iniciado

Registado: 28 Jan 2010
Mensagens: 505
Positivos
1
Neutros
1



TD's nos últs 90 dias: 0 - Voyeur
Mensagem Re: Crise Financeira 2.0
Caro gpgrelo,
quando chegarmos ao apreçamento de derivados, como por exemplo opções, ou então modelos de taxa de juro ou de risco... ai e' que a coisa se torna bonita. Ai sim, começa a ser rocket science :lol:

Cumprimentos :smt023

01 Nov 2013
Confrade

Registado: 09 Mai 2012
Mensagens: 1023
Positivos
6
Negativos
1



TD's nos últs 90 dias: 0 - Voyeur
Mensagem Re: Crise Financeira 2.0
modelos financeiros tipo hull whites, casiceks e coisas assim?

nah... isso já é areia a mais para a minha camioneta.

eu fico-me por umas análises de markov e structural equation modelling, e muitas vezes ainda tenho que ir aos apontamentos :-"

02 Nov 2013
Confrade

Registado: 09 Mai 2012
Mensagens: 1023
Positivos
6
Negativos
1



TD's nos últs 90 dias: 0 - Voyeur
Mensagem Re: Crise Financeira 2.0
ze_pombo_ist Escreveu:
Citar:
"- 1º O sistema monetário internacional vigente não trata todas as comunidades mundiais de igual modo, logo nunca poderá ser um sistema justo. e ao acontecer isto, a humanidade mais cedo ou mais tarde vai rejeitá-lo, eu estou convencido disso.
-2º O novo sistema criado, terá forçosamente que corrigir os erros do sistema atual, não poderá permitir o aparecimento dos paraísos fiscais."

Eu acho, por exemplo, que as bitcoins tentam responder a isso. Não acha?
Cumprimentos

by the way, este argumento, foi superiormente esgalhado :smt023 :smt023 :smt023

algures no tempo tentei perceber os BTC, mas não consigo compreender como é que alguém pode espetar os seus oiros num mercado ainda menos regulado do que o mundo real... sendo que este já dá enormes dores de cabeça.

mas a haver uma resposta aquelas questões, as bitcoins, são de fato, a (única) resposta.

ab.

02 Nov 2013
Mostrar mensagens anteriores:  Ordenar por  
Criar Novo Tópico Responder a este Tópico  [ 576 mensagens ]  Ir para página Anterior  1 ... 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 ... 39  Próximo


Quem está ligado:

Utilizadores a ver este Fórum: Nenhum utilizador registado e 3 visitantes


Criar Tópicos: Proibído
Responder Tópicos: Proibído
Editar Mensagens: Proibído
Apagar Mensagens: Proibído
Enviar anexos: Proibído

Ir para:  

 
 

Powered by phpBB © phpBB Group.
Designed by Vjacheslav Trushkin for Free Forums/DivisionCore.
Traduzido por phpBB Portugal