Adminstrador Radar,
Julgo que já li por aqui que não são bem-vindas a este fórum alusões a comportamentos desviantes.
E o "patrão da loja"

diz que ele próprio metia os dedos no senhor Scolari...
Adiante, e agora a sério. Alterei um pouco o que pensava acerca do Scolari dos tempos em que treinou a nossa selecção.
Em seu abono, lembrei-me de algumas opções intransigentes (válidas ou não) que tomou logo no início da sua campanha.Penso que esteve bem ao não ceder às habituais pressões dos reis que mandavam e desmandavam nas escolhas para a selecção nacional.
Também teve o mérito de aproximar os Portugueses à "equipa de todos nós", era uma figura com imagem dura e ao mesmo tempo paternalista e dedicada, com um título mundial no currículo e consegui agregar os jogadores num espírito de equipa sólido.

O que para mim, em selecções, é mais importante que certos aspectos tácticos, porque nem sequer há tempo suficiente para os treinar. Os êxitos de Espanha e Alemanha assim o comprovam. Selecções baseadas em jogadores que actuam em conjunto, em equipas de sucesso, têm fortes hipóteses de ganhar competições. Como a Espanha com o Barcelona e agora a Alemanha com B.Munique e Dortmund.
Mas apesar do seu discurso moralizador e galvanizante, teve uma boa ajuda no facto de comandar a selecção pela primeira vez numa competição em casa. Isso foi um grande factor que contribuiu para a adesão dos adeptos. Logo aqui o seu mérito é repartido com essa circunstância.
Tivesse ganho o Europeu, bastava que o raio do grego

tivesse cabeçeado por cima e o Ronaldo, ou o Figo, ou Rui Costa tivessem uma pontinha de sorte num remate à baliza e seria por ora o melhor seleccionador de sempre em Portugal, incontestável e admirado por todos. Com um Europeu, uma meias e uns oitavos. Não estava mal. Dirão vocês, "ah, pois, os ses"...

Ok, os ses, mas toda a gente sabe que no futebol um pequeno pormenor transforma a besta no bestial, e para ganhar competições é preciso ir...às finais.
Por outro lado, que o Sargentão não me paga para o defender e como tal não estou obrigado a isso

,atendendo à conjuntura do momento, e ao que falei acima acerca do aproveitamento de bases de clubes sinto-me obrigado a pensar que poderia ter feito mais.
Porquê? Porque pegou no meio-campo do Porto campeão europeu, completamente rotinado, e teve "reforços" de peso no ataque. Mais concretamente dois bolas de ouro, Figo e Ronaldo

, e ainda um Rui Costa que bem podia andar em campo de batuta na mão.

Ah, e a base da defesa também do campeão europeu, onde pontificavam Pepe e Ricardo Carvalho

.
E vistas as coisas assim, sou obrigado a concordar que o homem, apesar de ser o que mais longe levou a nossa selecção em tão pouco tempo, deveria ter feito ainda mais. Aliás, se tivesse perdido apenas aquela final merdosa para os gregos

, até teria a minha compreensão.
Mas não, conseguiu perder duas vezes, na mesma competição, com uma selecção aborrecida e sem "futebol". Se bem que a tão apregoada Espanha fez resultados semelhantes em jogos, mas com diferentes resultados finais, leia-se competições ganhas. Ganhou um Europeu por 1-0 e ganhou um Mundial no qual a partir dos oitavos também passou sempre pela margem mínima, inclusive num jogo com Portugal, treinado pelo Carlos Queirós

. Com um futebol elogiado pelos Freitas Lobos e "wannabes" desta vida, ok, mas ainda sim, na prática, aborrecido como tudo. Já agora um aparte...
Aproveito para dizer que esta Alemanha nada tem que ver com o aborrecido tiki-taka espanhol.

Apenas pegou na base de Bayern e Dortmund, e sendo que como é óbvio os jogadores do Bayern trazem alguma da cultura táctica de Guardiola, a chave está mesmo na qualidade técnica dos jogadores.
Que, note-se, sem Guardiola nem tiki-takas, ganharam de forma avassaladora e com um futebol incrível

a Champions, sob o comando de Heynckes. Este ano, à custa de passes e toques inconsequentes, levaram uma abada do Real e do seu "contra" espectacular.
Adiante, que falo agora de Scolari. O Sargentão não é uma sumidade no futebol, na táctica, mas também não é assim tão reles como o pintam. O Sabella, por exemplo, não deve andar muito longe.
Que lhe falta aquele dedo táctico que pode fazer a diferença, isso falta. Embora haja várias selecções, muitas mesmo, onde isso é o menos. Mas pelo menos um ou outro acerto é necessário, e aqui, falta-lhe essa bagagem futebolística.
Já agora, se o Sabella for campeão do Mundo, qual o termo de comparação com Scolari?
