RS
deve ser o jean valjean

jp, és um artista

teu corpo um jardim
tua boca uma rosa
teu cheiro de jasmim
tua lingua minha prosa

teus olhos um lago
tuas maos delicadas
teu cabelo que afago
tuas curvas torneadas

teu andar desconcertante
teu vestido cintado
teu olhar penetrante
teu decote rasgado

tuas palavras soltas
teu sorriso intimidado
tuas ondas loucas
teu mar agitado

tua cintura estreitada
teu tatoo enfeitiçado
tua fonte apertada
teu sabor perfumado

cavalga, cavalga
sob esse ceu aberto
libertando a alma
tao longe e tão perto

a chuva cai sobre o tejo
que corre em seu esplendor
escutando o teu desejo
sobre esse tal de pescador

por tuas aguas navego á vista
sem rumo nem direcção
nesse rio que me conquista
transbordando a ilusao

Para ti

por ti
junto a ti
te senti
no momento que vivi
me aqueci
te descobri
me enlouqueci
me perdi
mesmo ali
quase desfaleci
quase sucumbi
a ti
mas resisti
e ri
pra ti
e agradeci
quando te vi
e percebi
quando te ouvi
o que ainda nao esqueci
de ti

Demoro etilizado no perfume
de flamante nectárea con*,
e sorvo do seu queixume
a goma doce de sua dona.

Branda e delicada — Carente.
Cravejo um dedo na donzela,
que se afunda ao rés do ventre
e fica metido em apertada cela.

Descansa o sacerdócio da lucidez
nos joelhos afastados pela libido,
e de mamas polidas e exposta nudez,
deixa que o pito se trave lambido.

Escorre-lhe a saliva no cu macio
e fraquejam-lhe as pernas arquejadas
até que, com um grito rasgado ao cio,
se vem a put* com a greta harpejada.

O amor sonha com a pureza
sexo precisa do pecado
o amor é sonho dos solteiros
sexo é sonho dos casados

de : Arnaldo Jabor

Temos poeta
Toma la Laura

obrigada meu doce sonhador..

teus olhos a brilhar
minha mente querendo-te ler
como se foras um livro e decifrar
tuas prosas e te aprender

tua boca a beijar
meu corpo a derreter
meu pensamento a divagar
capaz de me enlouquecer

teu cabelo a deslizar
meus labios a percorrer
tua pele sem querer parar
meu desejo de me perder

por ti e desvendar
ate ao amanhecer
o teu ao de leve enfeitiçar
ate me sentir vencer

aqui e por todo o além
como no primeiro dia
por mim e por ti tambem
guardo a tua poesia

pelo universo incomensuravel
por entre planetas e estrelas
navego-te incansavel
desfraldando minhas singelas velas

Esqueço do Quanto me Ensinaram Deito-me ao comprido na erva.
E esqueço do quanto me ensinaram.
O que me ensinaram nunca me deu mais calor nem mais frio,
O que me disseram que havia nunca me alterou a forma de uma coisa.
O que me aprenderam a ver nunca tocou nos meus olhos.
O que me apontaram nunca estava ali: estava ali só o que ali estava.

Alberto Caeiro, in "Fragmentos"
Heterónimo de Fernando Pessoa



Identifico-me muito com este poema..

e tu olhaste para mim
sem pestanejar olhei para ti
a historia começou assim
naquele momento que te vi

como te poder desenhar
como te poder aprender
como te poder pintar
dificil descrever

teu quadro dependurei
dentro do meu coração
esboço terno que pintei
numa noite de verão

vai ate á janela
sente a brisa do mar
nesta noite tão bela
e me poderás alcançar

daí e até aqui
se olhares para mim
e se eu olhar para ti
a historia poderá nao ter fim

O coração de uma mulher é um abismo, do qual ninguém conhece o fundo.

(Madame de Riccoboni)

Não quero faca, nem queijo. Quero a fome.

(Adélia Prado)

Eu moro em mim mesmo. Não faz mal que o quarto seja pequeno. É bom, assim tenho menos lugares para perder as minhas coisas.

(Mario Quintana)