Em 1974 as reservas de ouro eram de 865,9 toneladas.
A compra do ouro pouco tem a ver com a África do Sul.
Está documentado e provado que se deve ao negócio do volfrâmio na II guerra e a atum enlatado.
Aliás o Jornal de Negócios publicou um artigo sobre a astúcia do Salazar nesse negócio de compra de ouro.

Se recuarmos aos anos 40 até aos anos 70 verificamos que se convertermos a moeda de então, usando um factor por exemplo de *120 podemos tirar algumas conclusões.
Um empregado de escritório ganhava, bem pago, na época 200 escudos.
Este valor *120 daria hoje 24.000 escudos o que dá em euros 120.
(Creio que o BP utiliza um factor 60 relativamente ao escudo de 1974).
Ora basta baixar o salário mínimo para esse valor e teremos aquilo que o Salazar conseguiu!
Não gastar mais do que se produz. Mas à custa da miséria da maior parte da malta. E de uma criminosa falta de política de investimento.
Pode-se bem usar o factor 240!!

E se pensarmos que de 1940 a 1944 a taxa de inflacção foi de cerca de 60% estamos conversados já que Portugal até nem estava em guerra. Se esivesse... estávamos hoje todos no Brasil!

E quanto a empresas roubadas, nem uma! Quem as tinha, grandes grupos propiedade de uns poucos, cerca de 3 dezenas, viveram à custa das benesses do Estado tendo roubado todos nós, e em África idem, que na nossa ignorância colectiva devolvemos com prejuízo. Parte dessa devolução ainda a estamos a pagar à custa do bochechas e suas negociatas.
O velho António é que não foi em cantigas e depois de receber o taco e recuperar a fortuna à custa desses arranjinhos e outros passou tudo a líquido aos espanhóis e morreu em paz. Deixou cá o suficiente para ainda alguém esmifrar algum em proveito próprio numa fundação para cegos com o seu nome!!

Amigo Envolvente, essa foi uma das melhores análises que tive oportunidade de ler e estou perfeitamente de acordo consigo, aliás, essa resenha histórica que acabou de fazer, explica claramente a situação em que estamos, aliada, naturalmente, à nossa profunda dependência dos exterior.
Esquecendo factores políticos, e sem assacar culpas aos governos de 74 para cá, nunca nos poderemos esquecer das diferenças abissais produzidas apenas em 37 anos. Digo apenas, porque 37 anos é muito pouco para normalizar algo que aconteceu durante 48, em que parámos no tempo, aliado aos problemas de instabilidade da 1ª República.
Basta lembrar que, todas as pessoas com 80 anos hoje, praticamente não fizeram quaisquer descontos, porque não havia nada de segurança social, hoje beneficiam de alguma coisa, têm acesso gratuito, ou tendencialmente, à saúde e outros pequenos benefícios.
Só por curiosidade, o meu pai era sócio da casa do povo, descontava 2$50 por mês, penso que era, por sua iniciativa, mas a minha mãe, que nunca descontou, quando faleceu há dois anos recebia perto de 500 Euros mensais.
Parabéns!