Não imaginam a minha admiração após ver o que se disse aqui do Sr. Mário Soares. É que neste país supostamente livre, parece que há certas coisas que não se podem dizer. Parabéns principalmente ao confrade tdi pela lembrança do livro "Contos Proíbidos" de Rui Mateus que ajuda a esclarecer um bocadinho a história contemporânea de Portugal que a meu ver é das coisas mais mal contadas que existe.

Um dos supostos grandes defensores da liberdade, garantiu solenemente (em 1975) que em Portugal nunca haveria uma democracia parlamentar. E há provas disto, pena é que tal como muitas outras coisas foram ocultadas e não convém lembrar nem mexer.

Outro dos heróis da revolução também disse "E, oxalá que, realmente não tenhamos que um dia encher a arena do Campo Pequeno com muitos contra-revolucionários, antes que os contra-revolucionários nos metam a nós no Campo Pequeno". Até parecia bonito se fosse dito a respeito da revolução dos cravos e dirigido aos "fascistas", mas não foi.

O problema é que ele não é o único a explorar o estado e todos nós...

Já têm idade para ter juizo e amnésia também deve ter porque já se esqueceu que quando era Primeiro-Ministro teve que chamar o FMI e anda amuado por causa dos cortes na sua fundação.
Pena este governo não ter colhões para lhe cortar a totalidade das ajudas e dos beneficios fiscais que têm a sua fundação e Já agora cortar todas as ajudas e beneficios fiscais a todas as fundações que não fossem de utilidade pública comprovada, como por exemplo a do sr. Berardo cuja princical actividade era a especulação imobiliária.

Não venho aqui defender o homem, mas acho que a história dos 14 seguranças é história de jornal. Ele deve ter direito é a dois seguranças que o acompanham e a um polícia que fica à porta de casa. Se está em Lisboa, o polícia está em Lisboa, se está em Nafarros, o polícia é outro, se está no Vau o polícia é destacado pelo comando de Faro.

Isto dá quatro polícias, para assegurar as 24 horas do dia, e dois seguranças que o acompanham quando sai.

Eanes tem direito ao mesmo, bem como Sampaio. Cavaco, como está em exercício, tem direito a bem mais.

O Mário Soares foi um mito que a esquerda criou. Já aqui falaram do tal livro proibido, mas ele também ficou conhecido como o homem que meteu o socialismo na gaveta (quando lhe interessou, claro), que descolonizou levianamente, que chamou cá, não uma mas duas vezes, o FMI (aliás ainda só governos socialistas o fizeram em Portugal)... Agora critica, fala todos os dias sobre tudo, diz mal da Troika que meteu cá dinheiro porque o país estava insolvente, enfim, as tretas do costume de quando não se está no poder. No fim das contas quem mais se lixa é o zé pagode, porque estes senhores continuama a ver a crise a passar... pelos outros.

NB - Não sei se se justificam tantas mordomias depois que se deixa o aparelho do Estado. Muito mais estando em crise profunda como se está.

Mário Soares dixit:

- Os problemas económicos em Portugal são fáceis de explicar e a única coisa a fazer é apertar o cinto. DN, 27 de Maio de 1984

- Não se fazem omoletas sem ovos. Evidentemente teremos de partir alguns. DN, 01 de Maio de 1984

- Quem vê, do estrangeiro, este esforço e a coragem com que estamos a aplicar as medidas impopulares aprecia e louva o esforço feito por este governo. JN, 28 de Abril de 1984

- Quando nos reunimos com os macroeconomistas, todos reconhecem com gradações subtis ou simples nuances que a política que está a ser seguida é a necessária para Portugal. Idem

- Fomos obrigados a fazer, sem contemplações, o diagnóstico dos nossos males colectivos e a indicar a terapêutica possível. RTP, 1 de Junho
de 1984

- A terapêutica de choque não é diferente, aliás, da que estão a aplicar outros países da Europa bem mais ricos do que nós. RTP, 1 de Junho de 1984

- Portugal habituara-se a viver, demasiado tempo, acima dos seus meios e recursos. Idem

- O importante é saber se invertemos ou não a corrida para o abismo em que nos instalámos irresponsavelmente. Idem, ibidem

- [O desemprego e os salário em atraso], isso é uma questão das empresas e não do Estado. Isso é uma questão que faz parte do livre jogo das empresas e dos trabalhadores. O Estado só deve garantir o subsídio de desemprego. JN, 28 de Abril de 1984

- O que sucede é que uma empresa quando entra em falência deve pura e simplesmente falir. Só uma concepção estatal e colectivista da sociedade é que atribui ao Estado essa responsabilidade. Idem

- Anunciámos medidas de rigor e dissemos em que consistia a política de austeridade, dura mas necessária, para readquirirmos o controlo da situação financeira, reduzirmos os défices e nos pormos ao abrigo de humilhantes dependências exteriores, sem que o pais caminharia, necessariamente para a bancarrota e o desastre. RTP, 1 de Junho de 1984

- Pedi que com imaginação e capacidade criadora o Ministério das Finanças criasse um novo tipo de receitas, daí surgiram estes novos impostos. 1ª Página, 6 de Dezembro de 1983

- Posso garantir que não irá faltar aos portugueses nem trabalho nem salários. DN, 19 de Fevereiro de 1984

- A CGTP concentra-se em reivindicações políticas com menosprezo dos interesses dos trabalhadores que pretende representar. RTP, 1 de Junho de 1984
- A imprensa portuguesa ainda não se habituou suficientemente à democracia e é completamente irresponsável. Ela dá uma imagem completamente falsa. Der Spiegel, 21 de Abril de 1984

- Basta circular pelo País e atentar nas inscrições nas paredes. Uma verdadeira agressão quotidiana que é intolerável que não seja punida na lei. Sê-lo-á. RTP, 31 de Maio de 1984

- A Associação 25 de Abril é qualquer coisa que não devia ser permitida a militares em serviço. La Republica, 28 de Abril de 1984

- As finanças públicas são como uma manta que, puxada para a cabeça deixa os pés de fora e, puxada para os pés deixa a cabeça descoberta. Correio da Manhã, 29 de Outubro de 1984

- Não foi, de facto, com alegria no coração que aceitei ser primeiro-ministro. Não é agradável para a imagem de um politico sê-lo nas condições actuais. JN, 28 de Abril de 1984

- Temos pronta a Lei das Rendas, já depois de submetida a discussão pública, devidamente corrigida. RTP, 1 de Junho de 1984

- Dentro de seis meses o país vai considerar-me um herói. 6 de Junho de 1984

É de registar a coerência entre o discurso produzido há 30 anos e o discurso produzido actualmente por este senhor...

Este senhor foi aquele que entregou as colónias de mão beijada aos criminosos que se foram matando uns aos outros durante 30 anos, cujos paises são hoje autênticos modelos de democracia e sucesso económico.

Ainda afirmou que a "descolonização foi um sucesso...foi feita num tempo record"; esqueceu-se do trauma que causou a mais de meio milhão de seus compatriotas, que se viram em dois dias espoliados de uma toda vida de trabalho, e de familias que alí viviam há mais de 400 anos, e que em dois dias se viram enlatados num avião da TAP, via lisboa, somente com a roupa que traziam no corpo.

Os ingleses deixaram a India, é certo, os belgas o congo, tudo bem... a descolonização e autodeterminação dos paises africanos era necessária, e amplamente justa; contudo, todas estas descolonizações (belgas, franceses, ingleses), foram feitas com tempo, no caso dos britânicos a negociação demorou anos, o que permitiu aos britânicos da india, acautelarem as suas vidas e o regresso a casa, ademais os britânicos, antevendo a guerra civil que se adivinhava entre muçulmanos e Indhis, e outras etnias, dividiram a India e criaram o Paquistão, o Bangladesh e etc, e pouparam assim milhões de vidas numa guerra cívil fracticidia que se adivinhava.

Por outro lado, esta denominada eminência parda da nossa sociedade, não obstante ter a cartilha da história para seguir, decidiu, juntamente com um tal de Rosa Coutinho, abandonar os seus à morte. e dar um presente envenenado aos nativos que se iriam matar uns aos outros durante os próximos 30 anos, conforme sucedeu.

Se a dita cuja eminência, e que se arroga senador aqui do burgo, tem 14 PSP´s destacados à sua guarda, deveria antes ter 14 larápios no lugar dos mesmos, à espera de o pendurarem pelo pescoço na praça do Marquês.

Para esclarecimento de quem não tenha tido a oportunidade de ler, e que tenha interesse em o fazer:
http://aventar.eu/2010/12/19/contos-pro ... -ficheiro/

Este livro "não existe". A primeira edição esgotou poucos dias depois de ter sido publicada.
Estranhamente, não houve segunda edição.
Dizem as más linguas que houve grupos organizados a ir de livraria a livraria comprar todos os exemplares
disponíveis, para lhes dar como destino um aterro ou fogueira.

Um exemplar dos que se salvaram vale, hoje em dia, uma pequena fortuna.