Primeira dificuldade do novo PM italiano é convencer as “meninas” a deixarem-lhe o gabinete


A primeira dificuldade de Mário Monti, o novo primeiro-ministro italiano, é convencer as “meninas” a deixarem a residência oficial do chefe de Governo italiano, mesmo depois de Berlusconi já ter deixado o Palácio Chigi.
«Vá, vá... acabou-se a bunga bunga, vamos lá a voltar para vossas casas, que isto agora é um local de respeito», afirmava Monti, enquanto afugentava um número indeterminado de senhoras em biquíni.
«Mas Marinho... de certeza que não queres que te Monti?», afirmou uma das raparigas, para gáudio das restantes, que se partiram a rir, enquanto eram empurradas pelo corpo de segurança do novo chefe de governo italiano.
Recorde-se que quando Mario Monti chegou à sua residência oficial ainda houve uma troca de tiros, pois as raparigas e os capangas de Berlusconi julgavam tratar-se de um atentado terrorista, isto porque não ainda não tinham visto que o “il garanhóni” tinha sido demitido.
«Sabe como é... a música estava muito alta, o champanhe já era muito, quando vimos aquela gente toda vestida a entrar por ali dentro, pensámos: “É a Al-Qaeda ou coisa do género!”», relata uma das meninas

in http://imprensafalsa.com/311954.html

Ah ah ah!
Muito boa!
Amigo prov1 não acha que deveríamos abrir um tópico sobre o "il Cavalieri" ter caído da cadeira. Há por aí notícias que davam e sobravam.

Talvez seja demasiado escabroso mesmo para este Forum...

Segundo o Expresso:

Rumor do dia: rotativas preparadas para regresso às notas anteriores ao euro
O The Wall Street Journal lança pela manhã a notícia de que vários bancos centrais da zona euro já estariam a preparar a impressão de novas notas regressando às moedas anteriores ao euro. O Banco Central da Irlanda considerou "especulação"
A poucas horas do final da reunião do conselho de governadores dos bancos centrais da zona euro, o The Wall Street Journal (WSJ) lança uma bomba. "Alguns bancos centrais na Europa começaram a ponderar planos de contingência face à possibilidade de que países abandonem a zona euro ou que a união monetária se desintegre, segundo fontes familiares com o assunto", lê-se logo no primeiro parágrafo da notícia matinal.
Numa ilustração, o WSJ coloca as bandeirinhas da Irlanda e da Grécia. O Banco central da Irlanda foi o primeiro a reagir. "Não comenta especulações", diz a RTE News, a partir de Dublin.

Muito bem, espero que ainda possamos utilizar os milhões de escudos que ainda existem debaixo de um colchão perto de si.
Ah ah ah!

Acho que mesmo num jornal como o WSJ há gente que escreve uns bons disparates. Há que aguardar pela cimeira que aí vem e pelas medidas que se lhe seguirão - e que aguardar também pela evolução dos mercados nos próximos dias. Tudo isto é relevante, infinitamente mais relevante do que aquilo que os bancos centrais andam a fazer ou a pensar em fazer.

Já agora: relevante é aquilo que os mercados fazem - e os mercados são, não o esqueçamos, constituídos por um número incrível de investidores de todas as dimensões, que compram e vendem, cada um com a sua estratégia. Caóticos? Sem dúvida.

Amigo Jolinho, eu concordo que é pura especulação que só interessa ao Dolar, no entanto, estou com um imenso medo de que nada venha a acontecer neste fim de semana, porquanto, as diferenças são tantas entre os 17, que não consigo ver pontos em comum, que os possam levar a um acordo, a não ser pelo medo, o que não é bom para a Democracia.

Depois as realidades Franco/Alemãs são distintas dos restantes países e as antigas economias fortes, a seguir a ambos, Itália, Espanha, hoje não têm qualquer peso.

Não têm qualquer peso

Já só a Grécia tem peso de tal forma que andam a segurá-la por todos os meios.

Um incumprimento por parte da Itália arrasta todo o sistema financeiro europeu.
Agora os que já existem, Grécia, Irlanda, Portugal, Itália e Espanha e é inimaginável o que aconteceria a todos os bancos europeus.

As medidas que querem adoptar vão sempre no sentido de quem financia a crise ganhar, e muito, com ela.

Os meninos da libra sempre se encostaram aos irmãos do outro lado do Atlântico.
A França e Alemanha sempre tentaram dominar economicamente a Europa.
Os nórdicos mantêm ainda uma certa independência de conforto financeiro.

Fica a questão se haverá ou não federação e de que tipo.

Não me referia a esse tipo de peso, amigo Envolvente, referia-me ao peso de poder influenciar ou mediar, alguns extremismos da Srª Merkel e da sua sombra.
É bem evidente que estes, Grécia, Itália, Espanha, Portugal e Irlanda, detêm um imenso peso, mas pela negativa e não conseguem influenciar este eixo, estranho, para mim, Franco/Alemão.

Quanto a Londres, não se espera nada a não ser olharem para o seu umbigo ou serem os olhos/ouvidos dos USA na Europa.

A história tem uma particularidade, que é a dos factos por vezes assumirem semelhanças com outros já passados e em relação à aliança Franco/Alemã, o fundamento é o mesmo de o há pouco mais de 6 décadas a esta parte.

"deixa-me ficar junto a ti e não me faças mal que te sou fiel"

Estou absolutamente de acordo; pensamos ambos o mesmo, pois somos democratas. A verdadeira questão está contudo um pouco ao lado. A economia derruba regimes, como vamos vendo por esse mundo fora; da mesma maneira, o receio do desastre leva muita vez ao encontro de soluções. Tudo isto nos leva em direcção a uma constatação: a construção europeia é mais complexa e vai ser mais demorada do que pensávamos - e isso tem a ver com o facto de a Europa ser constituída por nações, cada uma com a sua história, a sua cultura, os seus objectivos, os seus pontos fortes e as suas fragilidades.

Pensando bem, a Europa foi abalada por duas guerras colossais nos últimos cem anos e sempre se reergueu. Em comparação, a crise que vivemos de momento até nem é tão assustadora como isso. Vivemos tempos interessantes (e assustadores).

Digamos que não se aprofundaram todas as possíveis consequências, sobretudo, com a criação do Euro. Pensou-se que seria importante criar um segundo ou terceiro bloco, mas não se criaram defesas para possíveis ataques. Em minha opinião exactamente pelo que focou, somos 17 países com euro, todos com história e personalidade próprias e nenhum, na altura, ponderou "perder" essas particularidades.
(falo em segundo ou terceiro, porque a Libra ficou de fora)

Eu próprio durante algum tempo fui contra e votaria contra, de há 4/5 anos para cá, alterei a minha posição e acho que deveríamos, os países do euro, estar sobre o mesmo chapéu.

À pouco ouvi um discurso do Obama que gostaria de ter ouvido da CE. Nós somos ricos, produtivos, evoluídos e não temos razão nenhuma para andar a mendigar, apenas somos "anjinhos", isto ele não disse, mas pensou.

Estar sob o mesmo chapéu...

O problema talvez esteja aí mesmo.
A realidade indica que as federações, USA, Brasil, Alemanha têm algo em comum.
Um território comum delimitado por fronteiras com outros países soberanos, uma língua e traços culturais muito próximos. E também a moeda.
Além de que tiveram de se fazer à vida para obterem essa federação.
E mesmo assim os Estados pertencentes a essa federações têm uma forma de partilhar o cacau diferenciada.

Na Comunidade Europeia isso não se passa.
A desejada federação apoia-se num negócio de regularização do carvão e do aço.
Que foi evoluindo de forma a regularizar a economia protegendo os que mais produziam que, assim adquiriram poder económico sobre os outros e lhes propruseram submeterem-se a umas quantas regras.
Como eles aceitaram pois hão-de ter de pagar!
Língua comum, território comum, traços culturais próximos (a cultura europeia é muito diversificada e o factod e se chamar europeia é só por ela se situar na Europa), são inexistentes.
Houve por isso, e por interesses meramente mercantis, estabelecer uma moeda única.

Daí a todos se submeterem ao mesmo chapéu vai um passo de gigante.
Demasiado gigante para ser rngolido como se se tratasse de um sapo.

Lembro-me do tempo em que ia a Vigo, ao Corte Inglês, antes da adesão à Europa. Não podia deixar de tratar da licença militar e de adquirir umas pesetas; chegado à fronteira, havia que tratar do seguro do carro. Na volta havia que abrir a mala do carro, para que o carabinero verificasse que não vinha contrabando.

Eram outros tempos, em que não havia PC´s (e muito menos telemóveis), nem auto-estradas, a televisão era a preto e branco e tudo se passava mais lentamente. Havia, claro, uma fronteira entre os dois países.

Hoje em dia tudo é diferente e a fronteira é desde há uns anos apenas um limite administrativo. Isto significa que há nações, mas que as separações são muito mais ténues. Para além disso, o domínio de mais do que um idioma começa a generalizar-se e a mobilidade das pessoas é cada vez maior, seja devido às vias rodoviárias, ao caminho-de-ferro ou às companhias aéreas e os nossos filhos fazem Erasmus por essa Europa fora. Somemos - para o bem e para o mal - a famigerada moeda Europa. Acabamos com um grande espaço com continuidade geográfica, em que apenas há países do primeiro mundo, grande parte do qual tem uma moeda única (defeituosa), em que cerca de 70% da legislação é a mesma e que tem um apreciável número (exagerado até) de instituições comuns.

Eu sou optimista, embora esteja apreensivo, e acho que se não tivéssemos tanta internet, tanto analista e comentador, e tanto papagaio na TV a fazer directos, estaríamos todos (decisores incluídos) muito menos alarmados. Os pataratas vão entender-se, pois isso é a única coisa que podem fazer.

Segundo o Expresso:

Conselho Europeu
União Europeia falha revisão do Tratado e avança para integração a duas velocidades
Os líderes dos países da União Europeia (UE) falharam, esta madrugada, um acordo para a revisão do Tratado de Lisboa, destinada a incluir um novo “pacto orçamental”, obrigando os 17 membros do euro a avançar para o mesmo objectivo com um acordo intergovernamental.
O fracasso foi provocado pelo primeiro-ministro britânico, David Cameron, que condicionou o apoio à revisão do Tratado à obtenção de algumas derrogações às regras europeias de regulação dos serviços financeiros, o que os outros países rejeitaram categoricamente.
“Para aceitar uma reforma dos tratados a 27, Cameron pediu – o que nós todos considerámos inaceitável –, um protocolo no Tratado para exonerar o Reino Unido de um certo numero de regras sobre os serviços financeiros”, afirmou o presidente francês, Nicolas Sarkozy, no final dos trabalhos. “Não pudemos aceitar porque consideramos, pelo contrário, que uma parte dos problemas do mundo vem da desregulação dos serviços financeiros”, sublinhou.
A partir daqui, o novo “pacto orçamental” será consagrado num tratado internacional a concluir até Março entre os 17 membros do euro, aos quais se juntarão a título voluntário seis outros países que contam aderir um dia à moeda única – Polónia, Letónia, Lituânia, Dinamarca, Bulgária e Roménia.
De fora ficarão o Reino Unido, Hungria, Suécia e República Checa, embora estes dois últimos países tenham a intenção de consultar os respectivos parlamentos na perspectiva de uma eventual mudança de posição.
O chefe do governo britânico anunciou esta manhã que não autorizará que as instituições europeias – Comissão Europeia e Tribunal de Justiça da UE – sejam utilizadas no quadro no futuro tratado do euro. As duas instituições têm um papel central em assegurar o cumprimento do novo “pacto orçamental”.
Nicolas Sarkozy, presidente francês, afastou quaisquer problemas nesta frente frisando que os serviços jurídicos europeus concluíram que não há qualquer obstáculo legal à acção das duas instituições ao nível dos 17 porque as suas competências não são alteradas.
Sarkozy afastou igualmente eventuais críticas relativas à criação de uma Europa a duas velocidades, um desfecho que poderá ser interpretado como mais um sinal de fraqueza dos responsáveis europeus no salvamento do euro.
“Se há uma Europa a duas velocidades é por causa da cláusula de isenção do Reino Unido que o autoriza a ficar de fora do euro”, afirmou Sarkozy. “Não vamos pedir desculpa por fazermos tudo o que pudermos para salvar a nossa moeda”, vincou.
O novo “pacto orçamental” obrigará os subscritores a assumir nas respectivas constituições o objectivo do equilíbrio orçamental – medido por um défice estrutural limitado a 0,5% do PIB – e de uma dívida inferior a 60% do PIB, verificado pelo Tribunal de Justiça da UE. Os países que se desviem destes objectivos serão sujeitos a sanções decididas de forma mais expedita.

É uma notícia muito compacta, mas na verdade aconteceu o que eu temia. Voltou-se à estaca zero.

Amigo Envolvente eu compreendo bem o seu ponto, eu próprio achei isso durante muito tempo.

Hoje existem razões de sobrevivência suficientes para que alguns desses pontos possam ser ultrapassados, isto é, não me choca que cada país tenha o seu orçamento, que será aprovado no parlamento nacional, mas em que da soma destes orçamentos surgirá um orçamento Europeu a 17 aprovado no Parlamento Europeu.

Se existir uma derrapagem num dos 17, estará sempre coberta pelo orçamento Europeu, à semelhança dos USA, em que a Califórnia - a Grécia de lá - está falida há mais de 20 anos, mas em tudo continua a funcionar.

Naturalmente que terão de existir espartilhos e regulações, de forma a que os países tradicionalmente não cumpridores, baseados neste princípio não se estejam borrifando. Perde-se soberania? perde-se, mas vai-se comendo normalmente.