safadimetro, safadometro, safad-0-meter... ainda nao decidi como baptizar o aparelhometro

Agora fizeste-me ir à "Pesquisa"...

Tinha a impressão que o baptismo foi meu. (Mas não sou padrinho!! )

Pesquisei e o primeiro post disponível a utilizar o termo safadímetro é viewtopic.php?p=243616#p243616

Por essa até eu perdia o meu amor próprio e apresentava o resultado nessa medida.
Ah ah ah!
Aceito cunhas

3.44. Reorganizar a estrutura da administração local. Existem actualmente 308 municípios e 4.259 freguesias. Até Julho 2012, o Governo desenvolverá um plano de consolidação para reorganizar e reduzir significativamente o número destas entidades
(Página 16 do memorando da troika)

Notícia TVI24:Passos «anuncia» redução das freguesias

Já vamos na 3ª oportunidade e...bola ao poste novamente.

E essa bola vai embater muitas vezes no poste, parece-me...

A questão municipal, talvez ainda mais ao nível de freguesias do que propriamente municípios, pode contar com forte oposição por parte das populações, igreja incluída.

Há em muitas freguesias uma forte rivalidade traduzida em festas estivais autónomas, em disputas territoriais e em gente que se não grama há décadas.

Lembro da disputa algo silenciosa que houve aqui em Coimbra por Ançã, que sempre pretendeu pertencer a Coimbra e nunca a Cantanhede. Levou anos a que fosse aceite a mudança.

Mas lá para Braga, Trás-os-Montes, Douro, Viseu, Guarda as coisas chiam mais fino.
É gente que nem pode ver o vizinho e muito menos se cruza com ele quanto mais partilhar poder, juntar esforços ou terem de frequentar a mesma junta de freguesia para obterem o atestado de pobreza!

Esse poderá vir a ser um osso duro de roer...

Concordo inteiramente amigo Envolvente, aliás, aqui há uns tempos eu disse que esta situação merece ser tratada com pinças, porque, quanto a mim, é o único ponto em que é possível ver as pessoas do interior a revoltarem-se a sério e, quando isso acontece, não é para brincadeiras.
Penso que deveria existir um debate público, em que se esclarecesse as pessoas das vantagens e que essas mesmo fossem demonstradas nos locais. Eu sei que demora tempo, mas é bom que este processo seja o mais pacífico possível, porque não estamos em tempo de guerras gratuitas.

Diminuir o número de autarquias é uma das tarefas mais difíceis que se pode imaginar. É algo que exige estratégia e ponderação e exige recursos, porque, não o duvidemos, é necessário dar algo em troca. De qualquer forma, é um facto que as autarquias não têm hoje em dia a dimensão que deveriam ter. Há trinta anos atrás não havia infraestruturas, tudo funcionava muito mais devagar, a economia era muito mais local; hoje em dia tudo é diferente e há uma semanas um amigo meu ganhou uma empreitada para pegar num prédio em Biarritz, que se encontra na estrutura e fazer todo o trabalho de acabamentos. Não é um prédio muito grande, mas eles conseguiram apresentar um preço competitivo.

Hoje em dia uma autarquia não tem dimensão para tratar grande parte das questões. As vias de comunicação são quase todas nacionais ou regionais e as municipais estão feitas; o abastecimento de água e o saneamento também é resolvido a uma escala muito maior; a captação de investimento idem - e por aí adiante. O que fica? Meia dúzia de tretas.

Apesar disso, mexer neste dossier é acicatar a fúria das populações, que - e isto é muito importante - odeiam quase sempre os municípios vizinhos.

Antigamente, sem carro, sem net, sem telefone ia-se tratar de "assuntos" na Junta de Freguesia de Belém, ou no Alto do Pina. Mas essas Juntas, em Lisboa, por exemplo, são hoje completamente obsoletas.

A mim o que me parece é que qualquer serviço do estado seja ele central ou local é absolutamente indispensavel. Pena não termos avançado com a regionalização, porque sinto que falta alguem que pense a coisa, numa dimensão superior á duma simples camara municipal. E que seria igualmente indispensavel e caso alguem agora pretendesse suprimir, ou mesmo só reduzir, iria trazer ao de cima certamente a revolta das populações, já para não falar dos bairrismos. A proposito, uma coisa que acho estranho foi ter desaparecido aquela figura das comissões de moradores. Por mim, teria tambem avançado com esse aproximar entre o estado e as populações, criando obviamente as estruturas e os quadros de pessoal indispensaveis ao seu funcionamento. Não quiseram ir por aí, nunca percebi bem porquê. Se nós formos a ver bem a estrutura que o estado devia ter no que diz respeito á administração local seria então a seguinte: comissões de moradores+juntas de freguesia+camaras municipais e respectivas empresas municipais e finalmente as regiões administrativas. Assim estamos claramente carentes neste sector produtivo da sociedade e parece-me um pouco ridiculo falar na sua redução.
Uma coisa que eu não percebo foi então porquê que consta do memorando??? Sabendo nós que é basicamente impossivel de executar porquê o assumir desse compromisso??? Será que os especuladores alinhados atras dos ratings da Moody's sabiam disto ??? Estarão eles a ver sem uma enorme agitação o encerramento ou mesmo só a redução de pessoal nos estaleiros de Viana ??? Duvidarão eles que vamos conseguir privatizar a TAP ou mesmo o aerodromo de Tires ??? Será o aeroporto internacional de Beja privatizado ???
A mim parece-me que as proximas medidas vão ser finalmente um corte significativo na maquina do estado e por aí as agencias de rating podem descansar. Finalmente vamos atacar o MONSTRO. Refiro-me como é obvio, aos cortes significativos que aí vêm nas areas da segurança social ( subsidio de desemprego e outros ) e na saude ( medicamentos, analises, consultas, cirurgias ). Por alguma razão lá foi parar o Paulo Macedo. Aguardemos pois...

Óptimo post, meu caro BW. Para ler com calma e reflectir.

Segundo o DN:

Bundesbank céptico quanto a planos para salvar o euro
Jens Weidmann, presidente do banco central alemão (Bundesbank)
O presidente do banco central alemão, Jens Weidmann, mostrou-se hoje céptico em relação aos planos de Bruxelas e Berlim para salvar o euro, nomeadamente a participação de credores privados num novo programa de ajuda financeira à Grécia.
Em entrevista ao semanário Die Zeit, o ex-conselheiro económico da chanceler Angela Merkel considerou "problemática" a participação de bancos e seguradoras no novo pacote para Atenas, solução reiterada na segunda feira pelos ministros das finanças do eurogrupo.
Weidmann pronunciou-se ainda contra a redução dos juros dos resgates europeus e do FMI à Grécia, Irlanda e Portugal sugerida na última reunião do eurogrupo.
O chefe do Bundesbank recusou também uma eventual compra de títulos da dívida pública dos mesmos países através do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), eventualmente a ser equacionada pelos ministros das finanças dos Estados da moeda única.
"Isso teria altos custos, pouco proveito, e perigosos efeitos colaterais", advertiu Weidmann.
O banqueiro alemão exortou ainda a Europa a estar preparada para o caso de a Grécia falir, sublinhando que os governos da zona euro "têm de ter um plano para conter o risco de efeitos de contágio, se o programa de apoio à Grécia falhar".

Às tantas nem precisamos de sair do Euro, porque o Euro poderá cair naturalmente. Esta é uma posição totalmente antagónica com aquela que Merkel defende, o que é complicado.

O problema é que Merkel é apenas uma política - e que quer ser reeleita -; por ela varrem-se os problemas para debaixo do tapete. Estas notícias dão a entender que a Grécia pode mesmo falir e isso é uma péssima notícia para nós também.

Entra-se aqui em domínios muito complicados e resta saber quem perde o quê numa situação de falência. No nosso caso, se isso acontecer, para além de todos os dramas associados, acho que andamos trinta anos para trás - e que a recuperação será lenta e penosa. Daqui a trinta anos eu tenho oitenta e tal anos; não é uma perspectiva animadora.

Sinceramente, eu que até sou optimista, no entanto, começo a não ver luz ao fundo do túnel e isso preocupa-me.
Poderíamos traçar por aqui um cenário do regresso ao escudo, que contemple os vencimentos, produtos essenciais, rendas, juros, etc...etc...etc...
Não tenho dúvidas que muitos dos confrades têm uma ideia formada sobre isto e seria bom para todos uma abordagem séria sobre este tema, que, parece, já esteve fora do horizonte mas que agora parece aproximar-se a passos largos.

Parece-me natural que, depois da Grécia, a Irlanda e Portugal não consigam ultrapassar esta crise se não for criado um mecanismo europeu de apoio.

Se o Euro não resistir, as novas moedas vão sofrer muito; acredito que o novo marco possa ser forte, mas já não vejo suceder o mesmo com o novo franco ou a nova lira, isto para não falar em outras moedas. Não, algumas coisa vai ter que ser feita e talvez os Eurobonds sejam uma realidade. Se isso acontecer, estamos salvos, mas vamos ter que ceder ainda mais soberania e vamos viver em ditadura por muitos anos e os centros de decisão vão sair todos de cá.

Dentro de dez anos a Europa será muito diferente da que temos hoje em dia.

Sim, sim... vai haver freguesias onde os 30 octogenários de uma irão esquartejar à catanada os 26 septuagenários da outra. Provavelmente, porque já não vêem nem ouvem muito bem, são capazes de fazer confusão e matarem-se entre si os da mesma aldeia. Mas irá correr muito sangue pelos baralhos de sueca nos bancos de jardim...

(lembram-se do Correia de Campos, os centros de saúde e as maternidades?... dos poucos tipos do PS que fez alguma coisa do que era necessário ser feito - e foi logo a seguir corrido, claro; houve cortes de estrada e fúria e ranger de dentes mas... fez-se e ficou feito)