Eu achei o debate interessante e que muita coisa foi debatida, sobretudo num tom correcto - e o tom correcto é fundamental. Não digo que tenha sido um debate muito bom, mas nós precisamos sobretudo de debate - e em tom sereno. Chega de fulanos aos berros e a dizerem o contrário do que tinham dito algum tempo antes.

Foi seguramente um dos melhores debates, destacando-se pelo tom geralmente correcto (concordo com o jolinho!), assim como pela clareza ideológica das propostas e teses defendidas.

Tive a ler o relato do debate e também foi a percepção com que fiquei. Fiquei até com a impressão que foi mais um debate de ideias baseado no programa, ou nas ideias de ambos, do que num ataque ao PSD e ao PS.

Não vi o debate, apenas um pequeno resumo. Admito, que posso ser tendencioso, porque, não suporto o BE, e principalmente o Padre Louçã. Do que vi, notei, aquele tom de superioridade moral do Louçã, que à partida encara um debate com um líder de um partido de Direita, como que, de um lado, aquele que tem ideias superiores a toda a gente e do outro lado um "mauzão" de direita, que defende o capitalismo selvagem e é contra os trabalhadores.

O Padre Louçâ estava comedido hoje e nem se atreveu a defender as ideias mirabolantes do costume.

O BE, pela primeira vez que existe, tem oposição interna. Se as coisas correrem mal, não irão rolar cabeças, como nos grandes partidos, mas acredito que irão existir mudanças. Agora, apesar de não simpatizar com o BE, pelo menos, os tais opositores, são livres de exporem as suas ideias, como aliás aconteceu no último congresso. Já no PCP, os tais que lutaram pela democracia e que se orgulham da sua tradição democrática, já se sabe: um opositor, nem sequer tinha a oportunidade de subir ao palanque; antes disso tinha um processo sumário de expulsão e calavam-lhe logo o pio.

Por muito que nos possa custar o sistema democrático assenta em várais correntes de opinião.

Os dois que hoje estiveram frente a frente foram comedidos.
Nem outra opção lhes restava.
Um pretende ver se os votos lhe não fogem e assistir-lhe-ia argumentos para contrariar a outra parte.
Outro pretende fazer passar despercebido que foi um apoiante, pela abstenção, do governo Sócrates. Irá insistir ter sido o primeiro a mandar o Sócrates embora. O que não é verdade.

Esta discussão entre quem apoiou quem, tendo por isso a sua quota responsabilidade na situação actual, vai ocupar a campanha eleitoral de forma diferente que ocupou a pré-campanha.

Poderá ser esse o argumento decisivo, e que será certamente utilizado, para tentar pender os votos numa direcção.

Por isso, vemos um Sócrates acossado, que sabendo o poder da comunicação social nessa franja mais votátil mas significativa do eleitorado, possuindo uma máquina partidária forte e uma corrente de ligações igualmente forte, berrar a plenos pulmões que a culpa da crise política não foi dele, que quem é responsável pelo FMI são os outros, que ele é que defende o estado social, e que a culpa da dívida, do défice, da falta de investimento, do desemprego foi de uma crise mundial... onitindo que ele mesmo afirmou que ela não nos afectaria
E estas patranhas, na minha opinião patranhas, são aquelas que à força de serem repetidas terão de ser combatidas e bem esclarecidas pelos seus oponentes.
Se estes durante a campanha não conseguirem fazer valer os seus argumentos terão de se entenderem muito bem, encontrando uma maioria que lhes permita afastar Sócrates e PS do poder.
Senão, serão cilindrados... e o panorama partidário mudará de figura.

No fundo serão os que vão pagar a crise os mesmos que deverão decidir quem os irá foder!!

Existem sempre vários prismas para olhar uma "realidade".
Uma boa parte da população e comunicação social acha que todos os nossos problemas foram criados pelo Socrates ( é curioso a personalização da culpa como se o PS fosse uma mera organização de comicios).
Até podemos culpar o Socrates pelos 20 e tal % de desemprego em Espanha, pela falência de todo o sistema bancário da Irlanda, a bancarrota da Islandia, a pré-falencia da Grécia, etc.
Claro que piri-piri no cu dos outros para nós é refresco.

Acho perfeitamenta legitimo votar no Obama de Massama, Paulinho das feiras ( e submarinos) e noutros partidos que embora nunca tencionem governar têm direito a representar algumas minorias da população. Isto é Democracia o pior sistema politico, exceptuando todos os outros (Churchill salvo erro ).

Neste debate sinto-me um pouco como os Portistas - são insultados por 80% da população mas vão continuando felizes com o Pinto da Costa. Nunca votei no Socrates mas agora é provavel que o faça, porque nesta idade deixei de acreditar em salvadores da pátria e nas fotos do quintalprivado.

Editado: isto foi escrito antes de ler a anedota do Liding. Não percebi foi "o ser espanhol" é assim tão mau?

Mas é precisamente como ele se apresenta e se tem apresentado, salvador da pátria e o único responsável, capaz e experiente.

E no entanto tem um curriculum a todos os níveis deplorável.
Desde o tempo em que frequentou um instituto superior em Coimbra, e cirandava pela Praça da República, até ao tachito na câmara da Covilhã, e os favores pro bono para os amigos que tinham de desenhar casas, à frequência da universidade com o exame por fax, ao Domingo... mais uma pós-graduação sem nunca a ter frequentado, tudo obtido através de professores criteriosamente colocados/convidados e pertencentes à area do PS, alguns mesmo militantes...
E mais os casos do Freeport, do robalo e das escutas silenciadas, dos apartamentos, para ele e a mamã, sem se saber de onde veio a massa (através de um offshore) mas coincindo no tempo com o caso Freeport. E sei lá que mais!!
Entretanto prometeu empregos. Nem ponho o quanto subiu.
Mais escola. Fechou umas quantas sem se ver melhoria nas outras.
Mais cuidados de saúde. Fechou centros de saúde e não só, negociou com privados saúde mais barata para todos
Quer um estado social, retira e reduz subsídios a quem mais precisa, aumenta impostos e contribuições que incidem em quem nada mais pode pagar...
Fico por aqui.
Porque se a crise nos afectou, como muitos previram e avisaram, ninguém lhe encomendou o sermão de vir papaguear que a crise não nos afectaria... e que éramos os campeões em tempo de crise.

O não prever, o não dominar os dossiers, a promessa fácil, o martelanço na mentira aliados a uma trafulhice básica são imperdoáveis.

E hoje sabe-se, e saber-se-á mais tarde, que a situação se deve mais a práticas erradas de gestão, a gastos excessivos com clientela política, e a delírios de exercício de poder.
E sabe-se já hoje que muito provavelmente não temos nem teremos meios para assumir o compromisso que ele assinou (não só) e que quis vender como sendo muito bom.

Olá amigo Envolvente!
Gosto muito do seu novo Avatar, muito interessante, sempre pensei que fosse utilizar outro símbolo.
Ah ah ah!
1 abraço

Estive quase a escolher este...



... adequado à época eleitoral que vivemos.

Eu comprei um, que ainda funciona. Só tem um pequeno problema que é não ligar se não meter uma moeda numa entrada que diz "impostos".
A folha de calculo tambem tem problemas porque os valores que escrevo nem sempre aparecem iguais. Mas a versão Guterres que tinha antes era pior porque havia calculos (tipo PIB) que não sabia fazer.

Ah ah ah!
Eu utilizo o meu para controlar as luzes, máquinas e economizar na energia eléctrica, dá-me um jeitão...

Essa é a versão Mexia. Tenha cuidado que emite umas facturas manhosas com pagamentos á RTP á gaja das renováveis e outras coisas que não dão luz nenhuma.

Debate Pedro Passos Coelho vs José Sócrates

Debate civilizado quanto baste.
Pouco esclarecedor, como se esperava, com alguns atropelos.
Naturalmente, nenhum dos dois se quis comprometer com números.

Último minuto:

Sócrates
- Assumpção das responsabilidades e promete defender as medidas que defendam o país
- Cumprimento do acordo, defesa do SNS e da educação

Pedro Passos Coelho
- Necessidade de governo competente e capaz
- Defesa dos desempregados
- Acusa Sócrates de ser o responsável
- País precisa de mudar, respeitar compromissos

Quanto a mim Sócrates ganhou, porquanto focou a defesa de pontos mais sensíveis às pessoas, como:
- Saúde tendencialmente gratuita
- Não competitividade baseada em salários
- Desacordo com a proposta do PSD sobre trabalho precário
- Basicamente, PPC foi obrigado a seguir a agenda de Sócrates.

É a minha opinião pessoal.