Caríssimos

adivinhava-se ...
que este verão o Sr. Silva não ia de férias ...
que ele não gostou da garotada e da charada ...
que não aceitaria a chantagem e as omissões ...
que ao ser envolvido, fosse ele a marcar o trunfo ...

os três garotos e os dois velhotes foram surpreendidos ...
os velhotes por serem ostensivamente postos de parte ...
os garotos porque lhes foi exigido um acordo tripartido ...

o plano do Sr. Silva é arriscado, mas aceitar a remodelação também seria ...
se a remodelação falhasse, o Sr. Silva e o país falhariam definitivamente ...

e os três garotos estão em condição de rejeitarem o desafio ?
eu julgo que não ! o Sr. Silva irá impor uma solução à italiana !
o Sr. Silva fará o papel de porta voz exigente do povo !
os três partidos vão ter dificuldades em não aceitar !
os três partidos irão assinar o acordo de médio prazo !



Um último prognóstico: até ao fim de 2013, PSD e PS irão eleger novos presidentes do partido

E com jeitinho ainda tínhamos o Rui Rio a tempo de ir a eleições... será?

As pessoas são importantes, mas ainda não é o momento ...

A estratégia passa pelo "diálogo" entre PR e AR (leia-se partidos)

Depois deste discurso, a "maioria" ainda tem uma hipótese absurda:
- amanhã solicita uma moção de confiança na AR e empurra o PR às cordas
- é absurda porque a opinião pública e os "mercados" não entenderiam

Em breve, o PSD perceberá que PPC deixou de fazer parte da solução, já o CDS irá resguardar o seu líder

O PS sabe que quer seja governo quer seja oposição, quando a troika sair o país precisa de um programa cautelar por uns três anos pelo menos, e que a Europa irá sempre exigir um acordo assinado pelos 3 partidos. Por isso vai sempre assinar. Se o instinto de sobrevivência política de Seguro se precipitar, poderá comprometer o futuro.

O maior problema de momento é que os partidos não estão preparados para negociar a três, não era a sua narrativa ...

a confusão e a incerteza aumentaram ...

- para os credores internacionais
- para quem confiou e comprou dívida portuguesa
- para quem pensava comprar dívida portuguesa

- para os investidores
- para quem planeou, investiu e contraiu crédito
- para quem tinha planos em investir a breve prazo

- para os portugueses
- para quem trabalha e paga os seus impostos
- para quem está desempregado e procura trabalho
- para quem estuda e cada vez mais não vê o futuro
- para quem trabalhou e espera receber a sua reforma

Não se preocupem. Dentro de 15 dias está o Governo na mesma - PSD, CDS - o pessoal vai de férias e pró ano lá para maio ou junho volta a novela das eleições antecipadas.
Nos entretantos as televisões vão facturando na silly station e os jornais vendem mais uns exemplares.

Desta vez nada será como dantes ...


O PR deu um salto em frente no escuro ...
O PR resolveu desenhar uma bissectriz imaginária ...
O PR ouviu muita gente mas não conversou com ninguém ...

O PR desconseguiu ...


O que posso afiançar, é que a nossa envolvente externa se está a deteriorar muito depressa.
O sistema bancário está de novo a experimentar dificuldades acrescidas na negociação externa.
O risco país nas relações comerciais externas privadas, começou a subir mesmo dentro do euro.

Já estamos a recair ...

Enquanto ninguém explicar (como se fosse na escola primária) as implicações concretas no quotidiano de cada português ...


Juros da dívida a dez anos subiram para 7,3%. O risco de incumprimento ultrapassa 36%, acima do nível atingido no auge do efeito da crise das demissões ministeriais.

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/disparo-nos-juros-e-no-risco-de-bancarrota=f819997#ixzz2YqUMkVcE

Consequências nenhumas!!
Isto são juros do mercado secundário - divida que Portugal já vendeu e que os credores estão a revender.
Só em Junho de 2014 é que temos que voltar a vender divida e nessa altura este valor é uma referencia mas nunca é o valor real da venda aos credores.
Tal como na Bolsa as perdas nunca são definitivas pois quem não vender não perde nada e se voltar a subir fica na mesma.
Os especuladores é que ganham com estas jogadas mas isso são um campeonato á parte onde a maioria de nós não pesca nada.

nenhumas !!!

fabulosa resposta

Caro Kwacha, vamos fazer uma analogia :
- O Confrade como habitualmente faz um daqueles desbravamentos de deixar agua na boca aqui aos mirones.
- Nas semanas seguintes a menina tem dezenas de clientes e sobe o preço para o dobro.
Qual o prejuízo para o Confrade ? Nenhum a não ser que queira lá voltar, mas como entretanto já desbravou outra melhor e mais barata não tem problema nenhum. É assim que funcionam os mercados secundários na versão .

Caro confrade

o seu exemplo não é feliz ...

ainda ontem, a minha resposta a um grupo de investidores marroquino para o pricing de uma operação de crédito, levou em linha de conta dois aspectos sobre a dívida portuguesa, indexando dois itens da proposta ...
outro exemplo simples, é o impacto quase automático na carteira dos bancos e fundos de investimentos de seguradoras, e a redução nas margens de intermediação na indústria de produtos financeiros tem reflexos nas outras componentes
só mais um pequeno exemplo, o instituto que faz a gestão da dívida pública tem programada a ida ao mercado para a semana, colocar quase 2 Biliões, com a finalidade de reescalonar prazos e de reduzir custos, depois destes dias onde a incerteza reinou, os custos vão subir

se um dia tiver a oportunidade de olhar para os balanços das empresas (não financeiras) do PSI 20, em particular para os seus passivos bancários e as suas origens, encontrará várias respostas, entre as quais a deslocalização e a fuga aos efeitos da dívida pública ...

Caros Confrades

A curva de rendimentos da dívida soberana portuguesa está em vias de ficar invertida.
A subida dos juros implícitos da dívida pública está a ser especialmente pronunciada na parte mais curta da curva de rendimentos, nomeadamente a dois anos, do que na parte mais longa, a dez anos. O mesmo tem sucedido nos prémios de risco, os conhecidos CDS.
Ontem fomos ao mercado, colocámos papel de curto prazo (a 5 e a 12 meses), em comparação com Junho e Maio, as taxas subiram.
Apesar das necessidades financeiras de curto prazo estarem "resolvidas" através de algumas bolsas internas de liquidez, dentro de pouco tempo seremos confrontados com a "verdade dos mercados".
Existe um outro problema, muito pouco falado, de endividamento, que tem a haver com as empresas. Estão muito endividadas, apresentam níveis baixos de capitais próprios, e quando chegar o tal momento do investimento, não têm assegurado o seu financiamento. Por outro lado, todos os dias centenas de empresas renovam linhas de crédito de curto prazo, e a banca não pode de deixar de repercutir o agravamento das condições financeiras.
Por isso aqui deixo uma pergunta:
se os confrades fossem gestores de fundos de investimento em dívida soberana, e conhecendo os actuais ingredientes de incerteza da sociedade portuguesa, compravam títulos de dívida com prazos de vencimento para além da troika ?

... só panasquices...

Afinal não demorou 15 dias e voltamos ao mesmo e entretanto uns ganharam e outros perderam com umas especulações financeiras. Business as usual...

É óbvio que não comprava coisa nenhuma. Há para aí uns senhores do PCP e do BE ( e pelos vistos alguns do PS) que pensam que os outros são obrigados a emprestar-nos dineheiro ad eternum.
O problema é que no tempo de vida deles não sentiram na pele o que os argentinos e os russos por exemplo já sentiram!

Há um grave erro de avaliação da situação por grande parte da nossa classe política!
Que Deus nos acuda!