ungueta
Registado: 20 Mai 2007 Mensagens: 154
Positivos
16
Neutros
1
Negativos
4
TD's nos últs 90 dias: 1
- Andando / Cuscando / Sonegando
|
 Prisão efetiva para casal que usava câmaras para controlar prostitutas e clientes no Porto
Está cada vez mais complicado confiar em apartamentos....
https://www.jn.pt/4213909216/prisao-efe ... -no-porto/
O Tribunal de São João Novo, no Porto, condenou esta quinta-feira um casal de Braga a penas de prisão efetivas por trazerem três brasileiras para a prostituição num apartamento no Porto, que estava equipado com câmaras ocultas para controlar as mulheres e o número de clientes que atendiam, disse, ao JN, fonte judicial.
A sessão decorreu à porta fechada, sem a presença de jornalistas. Pedro. P. foi condenado a cinco anos e nove meses de prisão efetiva e Tânia C. a cinco anos e seis meses de prisão efetiva, respetivamente. Uma cúmplice de Gondomar, que também estava acusada no mesmo processo, foi condenada a pena suspensa de um ano e nove meses.
De acordo com a acusação do Ministério Público (MP), foi entre o final de 2018 e o início de 2022, que o casal e a cúmplice terão cometido os crimes de tráfico de pessoas, auxílio à imigração ilegal e à prostituição, abuso de confiança e falsificação de documentos.
Os arguidos conseguiram os contactos das três mulheres no Brasil, através de prostitutas que viviam e trabalhavam em Portugal. Em momentos diferentes, acertaram com elas pagar-lhes os custos da viagem, tratar de legalizar a permanência em Portugal e proporcionar-lhes uma casa, onde pudessem viver e atender clientes. Em troca, o acordo apenas previa que os arguidos fossem reembolsados das despesas com a logística.
A primeira mulher chegou ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro em outubro de 2018, a segunda e a terceira em março e abril do ano seguinte. Foram recebidas pelo casal, que tratou logo de lhes abrir uma página do site especializado “Apartado X”, para publicitar os serviços sexuais.
Ao mesmo tempo, ainda segundo o MP, exigiram os passaportes e outros documentos oficiais às mulheres, com a desculpa de ter de tratar da legalização, que nunca chegou a acontecer. As mulheres foram levadas para um apartamento, situado na zona da Areosa, no Porto, onde eram mantidas sob controlo e de onde apenas podiam sair para fazer compras ou ir ao ginásio.
“Para controlo da atividade e movimento diário das ofendidas, nomeadamente para garantirem que as mesmas se mantinham no apartamento a atender clientes, bem como para se assegurarem de que os pagamentos pelas relações sexuais praticadas eram recebidos e que o dinheiro aí era conservado, os arguidos instalaram câmaras de vigilância em todas as divisões do apartamento, por cima das portas, dissimuladas como se fossem dispositivos de alarme”, explica o MP.
O dinheiro pago pelos clientes tinha de ser depositado num cofre, situado no apartamento, e era recolhido, regra geral, aos sábado, pelo casal. Pelas contas do MP, o casal reteve um total de 467 mil euros às três mulheres, que representam 50% do dinheiro que as vítimas angariaram com os serviços sexuais.
Durante o confinamento imposto pela covid-19, as vítimas não tinham clientes e o casal foi buscá-las ao Porto para as levar para um hotel canino de que são proprietários em Braga. Puseram-nas a trabalhar, sem salário, na limpeza de mato. A investigação foi espoletada por uma das mulheres, que fingiu sair de casa para ir ao ginásio, mas foi queixar-se à PJ. Na quinta, o casal guardava um Porsche e um Mercedes, avaliados em perto de cem mil euros.
|